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Estudantes de escola de Curitiba trabalham a autoestima em projeto e produzem livros para ajudar crianças

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<strong>Estudantes de escola de Curitiba trabalham a autoestima em projeto e produzem livros para ajudar crianças</strong>

Trabalhar as emoções de crianças e adolescentes com atividades de conscientização e expressão de sentimentos. Esse foi o objetivo de um projeto da Escola Pedro Apóstolo, no bairro Capão Raso, em Curitiba, durante o segundo semestre de 2022. O trabalho, realizado com estudantes do Ensino Fundamental II, contou com um belo intercâmbio de conhecimentos com outras instituições, até mesmo de fora do Brasil. E o fruto desse projeto foi bastante inusitado: a produção de livros direcionados ao público infantojuvenil em que os alunos falam sobre autoestima. As obras foram produzidas em parceria com alunos de uma escola pública do bairro Parolin, que trabalharam nas ilustrações. Para encerrar o projeto, os estudantes fizeram uma sessão de autógrafos.

Segundo Carolina Paschoal, pedagoga e diretora da Pedro Apóstolo, a ideia do projeto, intitulado “Eu vejo você!”, surgiu quando os profissionais da escola identificaram a necessidade de trabalhar a autoestima dos estudantes em seu retorno à rotina regular pós pandemia. Ela acredita na influência das redes sociais na vida dos jovens, especialmente depois deste longo período reclusão. 

“Nós entendemos que principalmente nesse período os estudantes tiveram sua autoestima abalada. No dia a dia da escola nós podemos perceber o quanto os alunos se baseiam na vida de outras pessoas que se expõem mais nas redes sociais. Quando a criança e o adolescente, com a consciência ainda em desenvolvimento, são influenciados por uma rotina do mundo virtual, podem se frustrar por achar que a vida ideal é aquela que se baseia em número de curtidas. Como escola, precisamos trabalhar sobre estas impressões e até que ponto são genuínas”, afirma a diretora.

Dentro do projeto, os alunos tiveram contato com realidade de fora do Brasil. A escola realizou videochamadas nas quais seus estudantes ouviram relatos das crianças e adolescentes de escolas de outros países sobre os pontos positivos e negativos que eles enfrentam em suas rotinas. “Muitas vezes o brasileiro tem autoestima baixa e o pensamento de que somente aqui no nosso país enfrentamos problemas e não conseguimos resolvê-los. Esse contato foi importante para nossos alunos conhecerem que isso acontece em outros países e perceberem que essas crianças também enfrentam momentos de alegria e tristeza”, comenta Jhony Grein, o professor coordenador deste projeto.

“Expressões que se complementam”

Na prática, o projeto aconteceu por meio de propostas nas quais os alunos trabalharam ansiedade, angústia e frustrações de forma coletiva e individual. A escola os incentivou a produzirem textos nos quais expressam suas emoções. O conteúdo foi transformado em livros feitos em parceria com estudantes de uma escola pública do Parolin. 

Funcionou assim: a equipe da Pedro Apóstolo levou os textos dos seus estudantes para a instituição da comunidade que, com base na escrita, incentivou seus alunos a produzirem as ilustrações e, dessa forma, também demonstrarem seus sentimentos. “Foi uma experiência importante para as crianças das duas escolas esse intercâmbio. Nossos alunos se expressaram por meio da redação e na comunidade isso ocorreu por meio de desenhos. Duas formas de expressão que se complementam”, afirma a diretora.

Após a finalização das obras, os livros foram colocados à venda. Como bons escritores, os alunos participaram no início de dezembro de uma tarde de autógrafos, momento no qual a comunidade escolar pode conhecer melhor tanto o projeto, como as obras produzidas nesse intercâmbio.

Os alunos também realizaram uma aula de campo no Museu da Vida, que fica no bairro Vista Alegre, com intuito de conhecer o trabalho realizado na Pastoral da Criança, instituição que tem como propósito apoiar e ajudar crianças em situação de vulnerabilidade. Lá, os estudantes visitaram uma exposição que mostra a réplica de uma comunidade carente e as condições que algumas pessoas vivem. Para o coordenador do projeto, “esta vivência permitiu aos alunos entenderem não só a importância do autoconhecimento, mas, sobretudo, a realidade do próximo, enriquecendo ainda mais a visão deles sobre o mundo que os cerca”.

Contribuição de quem trabalha nas redes

Outra atividade que a escola realizou com os estudantes foi uma palestra do influenciador Rui Morschel, conhecido por ter participado de um reality show de culinária na TV. Nessa oportunidade, os alunos puderam conhecer a realidade por trás das redes sociais, quais os impasses e dificuldades que um influenciador digital pode enfrentar e como o contato com essa realidade pode afetar a rotina e a autoestima de uma pessoa que trabalha dessa forma.

“Muitas vezes os influenciadores estão sujeitos aos juízes do mundo digital. Esse contato permitiu que nossos estudantes percebessem o quanto isso pode atingir pessoas que estão completamente envolvidas com essa realidade”, explica a diretora.

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