No mundo dos negócios um fato é certo no século 21: a falta de visão de futuro e de pensamento estratégico representa um gargalo no desenvolvimento empresarial. Por isso, é fundamental que as organizações atuem pautadas não só nas tendências atuais, mas naquelas que estão por vir. Se antecipar a elas e se adequar às mudanças é uma forma de andar um passo à frente da concorrência.
E nesta corrida os expoentes serão aqueles capazes de aliar os negócios às causas ambientais, para que possamos viver dentro dos limites da biocapacidade da Terra. Para isso, é necessário recorrer à gestão sustentável estratégica, na visão de Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento. “Vale lembrar que ter um posicionamento ambiental de destaque é um dos principais indicadores do sucesso de uma marca atualmente. As empresas precisam ter em mente e comunicar com clareza qual legado querem deixar para as próximas gerações e isso implica em incluir metas sustentáveis nos planejamentos de médio e longo prazo”, opina.
Sustentabilidade no discurso e na prática
As mudanças climáticas são apenas um dos fatores que colocam o meio ambiente no topo da lista de prioridades da sociedade civil no mundo todo. Afinal, manter a saúde do planeta é um pré-requisito para o bem-estar de todos nós. Sendo assim, nada mais natural que as organizações busquem maneiras de se diferenciar a partir da consolidação de iniciativas que atendam aos novos padrões de consumo e a expectativas dos consumidores, cada vez mais engajados na construção de um mundo melhor.
E a preocupação com o meio ambiente é um dos marcadores da régua. Nesta perspectiva, a abordagem ESG (Environmental, Social and Governance) é vital para avaliar até que ponto uma corporação trabalha em prol de algo que vai além do lucro.
5 eixos para uma gestão sustentável
Mais do que uma agenda sustentável, o tema requer que o universo corporativo realmente se engaje na prática. Porém, é muito mais do que se tornar uma empresa verde: implica em estabelecer conexões com a sociedade, realidade e o contexto no qual está inserido.
Confira os cinco principais eixos que contribuem com o processo de ampliar e direcionar esforços frente a inúmeros desafios e riscos globais.
- Compromissos permanentes
Adaptar os modelos de negócios e gerenciar os impactos, tanto positivos como negativos, deve ser um ciclo contínuo. Só para ilustrar, empresas como Shell, Unilever, Microsoft, Apple e American Airlines anunciaram recentemente planos para reduzir suas emissões líquidas de dióxido de carbono a zero nas próximas décadas. O compromisso atua em concordância com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, um norte a quem quer se engajar.
- Criação de valor
Segundo especialistas da Grant Thornton, uma das maiores empresas globais de auditoria, consultoria e tributos, a estabilidade financeira é um dos requisitos para implementar um programa de sustentabilidade sólido na cultura organizacional. De fato, uma condição que acabou se tornando um problema, sobretudo às empresas de pequeno e médio porte, após as pressões sofridas em virtude da pandemia da Covid-19. Salvo exceções, possuir uma condição financeira estável contribui com o ciclo do ESG. Sem falar que, via de regra, a existência prévia de recursos bem administrados sustenta a longevidade do empreendimento em si e, por consequência, suas contribuições ao meio ambiente.
“E quando falamos em criar valor, o conceito expande para mais frentes, tão determinantes quanto a saúde financeira. Aliás, engloba valores que ao serem equilibrados garantem o bom andamento de vendas e projetos, da mesma forma que favorecem um ambiente fértil de planejamentos voltados à gestão sustentável, como ser atrativo aos colaboradores e investidores, diminuir os resíduos e atrair consumidores graças ao propósito ambiental, por exemplo. Todos esses pré-requisitos reforçam e melhoram a imagem da marca”, pontua Clodoaldo Oliveira.
- Dialogar com os stakeholders
Ao definir objetivos de sustentabilidade específicos, por exemplo, é crucial que o diálogo com os stakeholders esteja constantemente em aberto. Contudo, sem esquecer que tão importante quanto falar é abrir espaço para os feedbacks. Isto é, os debates precisam percorrer um caminho de mão dupla. Assim, fica mais fácil descobrir o que investidores, fornecedores, funcionários, clientes e o público em geral desejam.
De acordo com o International Business Report (IBR), da Grant Thornton, 49% das empresas de médio porte esperam enfrentar pressão dos futuros talentos para se tornarem mais sustentáveis no próximo ano, enquanto 55% irão sentir o mesmo em relação aos consumidores. Com isso, a proposta de sustentabilidade inclui entender as expectativas dos stakeholders e tentar responder como um negócio.
- Ampliar a participação do consumidor
Por mais que o consumidor esteja no centro das preocupações, processos e decisões, o momento em que vivemos também exige discutir o papel dele na consolidação de ações sustentáveis. A princípio, sabemos que o consumista de hoje é formado por perfis altamente conectados e engajados no discurso ambientalmente correto.
Mas, até que ponto são oferecidas oportunidades para que eles realmente se envolvam nas legislações vigentes? Uma reflexão direcionada não apenas às empresas, como para os governos, ONGs e entidades do setor.
“Por certo, temos uma lacuna em relação a isso no Brasil e convém direcionar esforços para que a responsabilidade possa ser ampliada ao nível necessário para a preservação. Mesmo que o descarte de resíduos sólidos aconteça da forma correta por parte da indústria, distribuidores, varejistas e demais agentes, o consumidor deve ser informado e orientado para poder finalizar o processo”, comenta Clodoaldo Oliveira.
- Atuar junto às startups de impacto
A verdade é que, ao lado dos empreendedores, as startups de impacto sempre estiveram integradas às grandes empresas, vendo estas como potenciais clientes e parceiros de negócios para aquelas que atuam em B2B. A novidade talvez esteja agora do lado dos executivos, que estão percebendo que trabalhar junto a elas pode ser um caminho eficaz, rápido e eficiente para trazer soluções e colocar em prática os compromissos assumidos.
A criação de respostas internas pode fazer muito sentido, mas se aliar a quem está se dedicando para resolver esses desafios há anos, com ideias já testadas e aprimoradas, com certeza pode agregar muito – seja cocriando soluções conjuntas ou simplesmente implementando as prontas.
Como colocar os eixos em prática?
A educação continuada é uma forma de gestores aprimorarem seus conhecimentos e ficar a par das novas tecnologias e tendências de consumo que norteiam o crescimento dos negócios.
O Parceiros para Excelência – PAEX, da JValério Gestão e Desenvolvimento e da Fundação Dom Cabral (FDC) é uma solução que foi desenvolvida justamente para potencializar e conquistar a longevidade das organizações.
O PAEX é um programa para empresas familiares de médio porte que buscam um modelo robusto de gestão, com a formação de executivos e equipes de alta performance, elevando os resultados de curto, médio e longo prazos. Para saber mais, acesse: https://jvalerio.com.br/programas-para-empresas/paex/.