A governança corporativa é um conjunto de boas práticas que não traz benefícios somente no presente, mas é importante ferramenta para uma sucessão sem prejuízos ao negócio
Embora as empresas familiares sejam a forma mais comum de organização em todo o mundo, infelizmente uma grande parte delas não chega sequer à segunda geração. Os fatores que levam a esse cenário passam, em sua maioria, pela necessidade de uma sucessão familiar adequada. Por ser um movimento de alto risco, essa passagem de bastão entre os fundadores e a próxima geração precisa ter uma estrutura bem estabelecida e ser bem planejada, e a governança corporativa pode ajudar nestes quesitos.
A governança corporativa é o conjunto de práticas que permitem aos executivos tomarem decisões acertadas, resolverem conflitos eventuais entre os familiares que atuam no negócio e fazerem a gestão da empresa. Para isso, esse mecanismo se apoia em quatro pilares fundamentais:
- Prestação de contas: os sócios devem prestar contas de sua atuação de maneira clara, assumindo suas responsabilidades e consequência de seus atos de maneira diligente;
- Equidade: sócios e demais partes interessadas recebem um mesmo tratamento justo e isonômico;
- Responsabilidade corporativa: a empresa deve se preocupar com seu impacto na vida dos funcionários e da sociedade, zelando por sua viabilidade financeira;
- Transparência: a comunicação entre os membros da família, os funcionários, a sociedade e o governo deve ser feita de acordo com os interesses das partes em questão, não se atendo somente às comunicações obrigatórias impostas por leis ou regulamentos.
Benefícios da governança corporativa para o sucesso das empresas familiares
No Brasil, 83% das empresas familiares adotam alguma política de governança contra 79% em todo o mundo, de acordo com a 10ª Pesquisa Global sobre Empresas Familiares realizada pela PwC em 2021. Mas apesar do número alto brasileiro, quando o assunto é sucessão isso se inverte. Neste caso, 30% dessas empresas em todo o mundo têm um plano de sucessão, muitas guiadas pelas mudanças sentidas durante e após a pandemia de Covid-19, enquanto no Brasil somente 24% olham para essa questão formalmente.
Por esse motivo é importante reforçar que as empresas familiares que adotam de maneira adequada a governança corporativa proporcionam um ambiente de confiança entre seus funcionários, família e terceiros. Dessa maneira, a condução dos negócios acontece de forma saudável, o que impacta no sucesso dos negócios e na sucessão vindoura.
“É um dos papéis desse mecanismo, por exemplo, apontar a necessidade de que o ingresso de um membro da família no quadro funcional ou societário se dê não só pelo sobrenome que ele carrega, mas por suas qualificações acadêmicas e profissionais. Desta maneira não há conflito de interesses e a empresa não se torna um cabide de empregos. Um comitê de pessoas pode ser essencial nesse processo de capacitação”, afirma Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento.
Outro benefício da governança corporativa familiar é criar a cultura de formalidade nos processos administrativos. Independentemente do tamanho da empresa é fundamental que ela tenha suas regras de conduta e organização documentadas. “Essa rotina permite que questões relacionadas à progressão de função e carreira não sejam truncadas ou pior, se torne fruto de um ‘merecimento por herança’ e não por capacidade”, enfatiza Oliveira.
Conselhos como ferramentas para a criação de regras claras
A criação de conselhos pode ser um regulador importante para as empresas familiares. Isso porque em situações de ordem financeira, principalmente, esses dispositivos atuam para que em conjunto regras sejam criadas a fim de garantir a segurança do processo de trabalho.
Deste modo, o Conselho de Família pode orientar os membros a definir planos de desenvolvimento e preparação adequada para uma sucessão familiar, proporcionando à nova geração a capacitação necessária. Esse Conselho pode atuar também na mediação de conflitos para proteção dos interesses de todos.
Já um Conselho Consultivo pode ser implantado para ser um suporte aos diretores executivos, auxiliando diretamente na estratégia de negócio. Ele deve ser um órgão de consulta, com o próprio nome diz, e não de tomada de decisões. “Além disso, é salutar que entre os membros desse Conselho haja pessoas isentas e que não tenham ligação com a família, nem mesmo comercialmente”, aconselha o diretor geral da JValério Gestão e Desenvolvimento.
Importante: revisar as cláusulas de governança familiar com olhos atentos para eventuais alterações necessárias e promover encontros familiares regularmente, para inserir as futuras gerações ao ambiente da empresa, são boas práticas a serem seguidas.
Suporte
Se você faz parte de uma família empresária, a JValério Gestão e Desenvolvimento, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), possui uma solução exclusiva, com foco no neste segmento. Estamos falando do programa “Governança Corporativa em Empresas Familiares”.
A profissionalização é uma das formas de garantir a competitividade das famílias empresárias no mercado. E esse é objetivo do programa: promover uma discussão entre os membros de empresas familiares e gestores sobre as principais práticas de governança que impactam a concretização de uma gestão profissional do negócio, pensando na longevidade da organização. Para saber mais, acesse: GOVERNANÇA CORPORATIVA EM EMPRESAS FAMILIARES – JValério (jvalerio.com.br).