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Enem 2024: conheça as competências avaliadas e possíveis temas para redação

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Enem 2024: conheça as competências avaliadas e possíveis temas para redação

A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das etapas mais aguardadas e, ao mesmo tempo, uma das maiores preocupações para os estudantes. Representando 20% da nota final, ela exige domínio da escrita, capacidade crítica, reflexão e argumentação. O  Enem costuma abordar temas atuais e de grande relevância social, política, ambiental ou cultural. Para se preparar, especialistas recomendam que os candidatos foquem nos eixos temáticos, grandes áreas que podem envolver diversos assuntos dentro de uma mesma temática.

Para 2024, as apostas mais comuns, considerando o cenário atual, sugerem que os organizadores da prova escolham entre os seguintes eixos temáticos: 

Saúde Mental: Com a necessidade cada vez maior de se discutir sobre saúde mental, principalmente entre jovens, esse tema pode ser abordado. A  proposta pode incluir debates sobre depressão, ansiedade e bem-estar emocional.

Tecnologia e seus impactos sociais: O uso excessivo de tecnologia, a privacidade digital, a inteligência artificial e seus reflexos no mercado de trabalho e nas relações sociais também podem ser temas escolhidos.

Sustentabilidade e meio ambiente: Mudanças climáticas, gestão de resíduos e a preservação dos recursos naturais são sempre assuntos em alta, com grandes chances de serem abordados, pois são questões urgentes e constantemente discutidas  em nossa sociedade.

Inclusão e diversidade: Discussões sobre diversidade de gênero, etnia, orientação sexual e acessibilidade têm ganhado destaque nos últimos anos.

A professora de Redação do Colégio Positivo e assessora pedagógica de Redação no Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento (CIPP) dos colégios da Rede Positivo, Candice Almeida, alerta que o estudante deve se manter atualizado lendo jornais, revistas e acompanhando debates sobre questões sociais contemporâneas. “O aluno precisa ficar atento às questões de atualidades e a tudo o que acontece em nosso país e no mundo. Não que tais acontecimentos sejam o tema em si, mas certamente poderão ser repertórios importantes para a defesa de um ponto de vista. Por exemplo, em relação ao meio ambiente, as enchentes no Rio Grande Sul podem não ser o tema da redação, mas se o assunto for relacionado à crise climática, o estudante pode utilizar o conhecimento adquirido sobre as enchentes para argumentar sobre as consequências dessa crise. No campo da tecnologia da informação e  comunicação, o Chat GPT pode não ser o tema escolhido, mas a Inteligência Artificial e seu impacto no trabalho sim, e então o aluno pode usar o Chat GPT como um exemplo em suas argumentações”, explica Candice.

A professora de Redação do Colégio Semeador, em Foz do Iguaçu (PR), Kayanna Pinter, acrescenta que, além de estar atento aos possíveis temas, é fundamental desenvolver a capacidade de argumentação. “Sempre orientamos nossos alunos a observar como esses temas e problemas discutidos em nossa sociedade são tratados de forma estrutural, para que consigam construir uma boa argumentação e compreender a problemática social enraizada no Brasil ou no mundo. Isso lhes dará mais capacidade analítica e argumentativa”, destaca Kayanna.

Além da escolha do tema, é fundamental que os candidatos também prestem atenção também nas competências exigidas ao elaborar a redação. A avaliação do texto é baseada em cinco competências, e conhecê-las é essencial para alcançar uma boa nota. São elas:

Competência 1: Demonstrar domínio da norma culta da língua portuguesa, evitando erros gramaticais, ortográficos e de pontuação.

Competência 2: Compreender o tema proposto e desenvolver uma argumentação adequada e pertinente.

Competência 3: Organizar as ideias de forma coesa e coerente, utilizando conectivos que garantam a fluidez entre as partes do texto.

Competência 4: Demonstrar a capacidade de argumentar com base em dados, fatos e exemplos consistentes e relevantes. Para isso, o repertório e a visão crítica do estudante serão imprescindíveis.

Competência 5: Apresentar uma proposta de intervenção clara, detalhada e que respeite os direitos humanos, a partir dos cinco elementos necessários: agente, ação, modo, finalidade e detalhamento de um dos itens anteriores.

Segundo Candice Almeida, para aplicar corretamente todas as competências exigidas, o estudante precisa estudar e ter bom domínio de todas as áreas do conhecimento. “O repertório sociocultural que ele vai usar para defender seu ponto de vista não deve se limitar aos textos motivadores. Ele pode mencioná-los, mas precisa apresentar também seu próprio repertório. Por isso, é importante que tenha tido contato com áreas como filosofia e sociologia. Esse  repertório deve ser legítimo, amparado por uma área do conhecimento relevante ao tema. O Enem não costuma propor temas que pedem apenas uma posição a favor ou contra determinada questão. A proposta é que o candidato explore o assunto, abrindo um debate sobre seus desafios, estigmas, efeitos e possíveis soluções.

Muitos candidatos também se preocupam com os motivos que podem levar ao zeramento da redação. Para evitar que isso aconteça, a professora Kayanna explica o que os estudantes devem observar enquanto produzem o texto. “Em relação a uma possível nota zero na redação, os principais fatores são a fuga ao gênero textual e a fuga ao tema. É importante também prestar atenção às rubricas e símbolos, que não podem ser utilizados. Além disso, há o zeramento para textos considerados insuficientes, ou seja, com menos de 8 linhas. Ademais, ideias e posicionamentos que possam ferir princípios dos direitos humanos também podem levar à nota zero na competência cinco. Por fim, é preciso evitar o tangenciamento, que ocorre quando o tema é abordado de forma incompleta, superficial ou com uma compreensão equivocada do que foi pedido ou proposto”, enumera a especialista. 

Como dica final, Kayanna destaca a importância de o estudante exercitar a argumentação. “É fundamental que os candidatos observem a própria realidade com um olhar mais crítico. Dessa forma, tudo pode ser utilizado como repertório para construir um posicionamento sólido. A dica é: argumente. Utilize recursos como comparações, inclua e analise dados, conectando-os à realidade social e demonstre como você, enquanto candidato, enxerga essa realidade. Uma abordagem argumentativa, sem dúvida, contribuirá para elevar a nota”, conclui.

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