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Mercado de trabalho: Corretagem de imóveis pode ser caminho alternativo e rentável para mulheres

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Mercado de trabalho: Corretagem de imóveis pode ser caminho alternativo e rentável para mulheres

Mercado de trabalho: Corretagem de imóveis pode ser caminho alternativo e rentável para mulheres

Boletim do DIEESE aponta que 31% delas estão sem trabalho remunerado devido às responsabilidades domésticas e cuidados familiares

O DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico) divulgou no último dia 8 um boletim especial no Dia Internacional das Mulheres, com dados sobre a empregabilidade feminina. A pesquisa mostra que, apesar da taxa de desocupação ter níveis historicamente baixos, no 3º trimestre de 2024, 3,7 milhões de mulheres estavam sem trabalho e em busca ativa de uma colocação no mercado de trabalho.

O uso do tempo sempre foi uma das principais pautas da disputa dos trabalhadores e as mulheres são penalizadas com mais responsabilidades e tempo dedicado às tarefas domésticas. Cerca de 13 milhões de mulheres disseram que não estavam aptas a trabalhar porque tinham que cuidar dos afazeres domésticos, filhos ou outros parentes. Esse número representa cerca de 31% das mulheres fora do mercado de trabalho. Apenas 3% dos homens fora da força de trabalho afirmaram que os afazeres domésticos ou cuidados com outras pessoas não permitiam que eles trabalhassem.

Mercado de oportunidades

Os dados mostram que ainda é necessário criar oportunidades para as mulheres terem a própria renda, e encontrar a profissão certa pode ser um desafio. Porém, com a oferta de cursos em diversos segmentos por causa da internet, a capacitação se torna mais acessível e novas possibilidades surgem. É o caso do mercado imobiliário que, apesar de ter registrado maior procura por parte das mulheres, ainda é pouco divulgado.

De acordo com a Diretora Nacional de Integração Feminina do COFECI (Conselho Federal de Corretores de Imóveis), Izabel Maestrelli, o mercado imobiliário é uma possibilidade real de renda. “Quase 40% dos profissionais na corretagem de imóveis são mulheres e 60% delas já têm nível superior. Essa profissão ainda não é tão difundida quanto poderia ser. E não é preciso ter formação superior para iniciar na carreira. Qualquer pessoa com o segundo grau completo pode se habilitar na profissão e fazer o curso da TTI (Curso Técnico em Transações Imobiliárias)”, relata Izabel.

O tempo também não é um impedimento nesse segmento. “O setor imobiliário tem ótima flexibilidade de horário e você pode usar sua rede de relacionamento e mídia social para se conectar com os clientes e fazer parcerias que possam auxiliar na captação e na demonstração de imóveis. E, ao meu ver, a profissão de corretora de imóveis é perfeita para as mulheres, porque elas têm um olhar mais cuidadoso para o lar, vão identificar as reais necessidades da família e indicar a melhor logística de localização. Isso tudo vai contribuir para atender o maior número de critérios exigidos pelo cliente. Isso é mais negócio, mais confiança e mais renda”, acrescenta Izabel.

Rendimentos iguais

Além das dificuldades para conseguir ocupação no mercado de trabalho, as mulheres também estavam mais concentradas em profissões que exigem menos qualificação formal e que recebem menores rendimentos, de acordo com o levantamento do DIEESE. Uma em cada três mulheres ocupadas (37%) ganhava um salário mínimo ou menos.

Entre os trabalhadores que ocupam cargos de direção, as diferenças de remuneração foram grandes. Diretoras e gerentes mulheres ganharam, em média, R$6.798,00, enquanto os homens na mesma função receberam R$10.126,00, diferença de R$3.328,00 ao mês, que, em um ano, equivale a R$40 mil a menos para elas.

Apesar da lei da igualdade salarial, Lei 14.611/2023 – válida para empresas com mais de cem funcionários – a diferença de remuneração ainda é grande no Brasil. Porém, no mercado imobiliário a grande vantagem é que não há diferença. “Neste segmento não existe distinção, homens e mulheres ganham exatamente o mesmo percentual sobre o valor da intermediação. Isso gera uma satisfação enorme. Sem falar no resultado da solução de conflitos, onde as mulheres são campeãs”, finaliza a Diretora Nacional de Integração Feminina.

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