Nesta quarta, 9 de julho, às 14 horas, na sala 9 do MON, acontece um bate-papo exclusivo, seguido de visita guiada, na exposição Sobrevoo – Rogério Dias 80 anos. A exposição marca as oito décadas de vida de um dos artistas mais originais do Paraná. Com mais de 170 obras – muitas delas inéditas ao público – a mostra propõe um sobrevoo sensível e abrangente pela obra de Rogério Dias, destacando suas múltiplas fases e suportes.

Reconhecido internacionalmente por seus pássaros multicoloridos, Rogério Dias é um artista consistente e representativo da criatividade brasileira. Desde o início dos anos 1970, desenvolve uma linguagem visual própria, marcada pela exuberância cromática, valorização de materiais cotidianos e por uma postura artística independente, sempre à margem de modismos e fórmulas fáceis. Sua obra inclui pinturas, aquarelas, colagens, esculturas, objetos e estudos, como os que antecederam o Painel Iguaçu – grande mural ladrilhado de grandes dimensões instalado no Centro Cívico de Curitiba, uma de suas obras públicas mais conhecidas.

A exposição traz obras pertencentes ao acervo do museu que dialogam com peças vindas de importantes galerias, colecionadores particulares e do próprio artista. A curadoria de Arthur L. do Camro tem uma abordagem não linear, permitindo que os diferentes momentos de sua produção se entrelacem por meio de temas recorrentes como a cor, a paisagem, a natureza, a memória e a liberdade.

Releitura da natureza
Um dos eixos estruturantes de sua poética é a releitura da paisagem. Influenciado por Candido Portinari e pelo expressionismo abstrato de Mark Rothko, Rogério trata a paisagem como campo de cor e emoção. Em suas telas, horizontes pictóricos se desdobram em faixas cromáticas e transições sutis, evocando atmosferas de contemplação, ao invés de representações literais da natureza.

Um momento importante de sua trajetória ocorreu no fim dos anos 1970, quando, inspirado por tecidos de chita vendidos na loja de sua irmã, Rogério passou a incorporar padronagens florais e populares em colagens e pinturas. Essa experimentação deu origem a uma pattern art de forte caráter tropicalista, exaltando cores vibrantes e texturas visuais locais. Críticas como Adalice Araújo reconheceram, ainda nos anos 1980, o valor histórico e estético dessa produção, que se destaca por sua originalidade e pelo diálogo com o imaginário brasileiro.

SERVIÇO:
Bate-papo com visita guiada com a equipe de curadoria, expografia e produção de Sobrevoo – 80 anos de Rogério Dias.
MAC – Sala 9 do MON
14 horas
Ingressos gratuitos a serem retirados na bilheteria
Intérprete de libras