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Com apoio e oportunidades, jovem da Vila Torres constrói caminho para primeiro diploma da família

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Com apoio e oportunidades, jovem da Vila Torres constrói caminho para primeiro diploma da família
Com apoio desde a infância, jovem da Vila Torres avança rumo ao primeiro diploma da família Créditos: Divulgação Grupo Marista

Acompanhada por projetos educacionais e sociais desde a infância, Kailaine mostra como a permanência pode romper ciclos e abrir novos futuros

Dados da 15ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil (2019–2023), publicada neste ano, mostram que mais da metade dos estudantes que ingressam no ensino superior não chega à formatura. As histórias de primeira geração universitária expõem uma realidade incômoda: acesso não garante permanência e, muito menos,  ascensão social. Para jovens de baixa renda, bolsistas ou em situação de vulnerabilidade, permanecer na universidade exige mais do que apenas esforço. Exige rede de apoio, acolhimento e políticas de permanência.

Segundo o estudo, a evasão continua entre os principais desafios para o país. Na rede privada, 61,3% dos estudantes abandonam a graduação, número que sobe para 64,1% nos cursos a distância. Em instituições de grande porte, a taxa acumulada de desistência atinge 64,6%. Nos cursos EAD, alguns índices são ainda mais altos: 70,7% dos alunos de Administração e 54,2% dos estudantes de Pedagogia não concluem a graduação.

No Paraná, a evasão no ensino superior também preocupa. A taxa de desistência acumulada nos cursos presenciais é de 49,9%, chegando a 51,5% na rede privada. Apesar do aumento de ingressantes e concluintes — especialmente na modalidade EAD —, os dados mostram que permanecer na graduação continua sendo um desafio significativo para muitos estudantes.

Uma trajetória que rompe padrões 

É nesse cenário que a história de Kailaine Paula Afonso dos Santos, 21 anos, moradora da Vila Torres, área de baixa renda da capital paranaense, ganha força. Filha de uma mãe com dependência química e criada por tios paternos e pelo pai desde os quatro anos, ela cresceu em um ambiente marcado pela vulnerabilidade econômica, instabilidade familiar e poucas perspectivas — fatores que empurram muitos jovens para fora da escola ainda na adolescência.

Sua trajetória começou a mudar na infância, quando participou por seis anos do projeto social Conviver Marista. Mais tarde, ingressou no Programa Jovem Aprendiz, foi efetivada e passou a trabalhar no Grupo Marista, onde construiu sua primeira rede de apoio sólida. Hoje, cursa Serviço Social na PUCPR graças ao Bolsa Vila Torres, programa que tornou viável um sonho que parecia distante. “Sem essa bolsa, eu não estaria na universidade. Eu sonho em atuar na área social porque vivi de perto o que a desigualdade faz com as famílias, conta.

A escolha pela profissão nasce das próprias vivências. Kailaine acompanhou de perto situações de dependência química, dificuldades financeiras e problemas de saúde mental dentro da família e do círculo próximo. Essa realidade, somada ao contato com educadores e profissionais que acreditaram nela, reforçou o desejo de atuar para transformar contextos semelhantes aos que viveu.

Permanecer é tão importante quanto ingressar

A história de Kailaine confirma o que os números indicam: entrar na universidade é só o primeiro passo, e permanecer ainda é o grande desafio. Por isso, iniciativas como o Programa Gente Boa PUCPR ao oferecer apoio financeiro por meio de doações de pessoas físicas e jurídicas e o PUC Acolhe ao oferecer ações de aprendizagem, saúde integral, inclusão, garantia de direitos e proteção social, desempenham papel decisivo, reduzindo riscos de evasão e criando condições reais para que estudantes em situação de vulnerabilidade concluam sua formação. Para o Grupo Marista, histórias como a de Kailaine reforçam o compromisso histórico com a educação e a inclusão. “Transformar vidas exige presença e acolhimento. Nosso compromisso vai além de abrir portas. Queremos garantir que cada estudante possa permanecer e se desenvolver com dignidade”, afirma a responsável pelo Programa de Qualidade de Vida do Grupo Marista,  Luciana de Souza Augusto.

À medida que se aproxima da conclusão do curso, Kailaine se prepara para retribuir o que recebeu: atuar com pessoas que enfrentam desigualdades semelhantes às que marcaram sua vida. “Quando há cuidado desde a infância até a vida adulta, a educação deixa de ser promessa e se torna uma ponte firme, capaz de transformar futuros inteiros”, completa Luciana.

Histórias como a de Kailaine mostram que acesso à educação se constrói com oportunidades reais. Para saber mais sobre os programas da PUCPR que apoiam estudantes ao longo da jornada universitária, conheça:

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