Os brasileiros estão mais atentos e comprometidos com a qualidade e a segurança alimentar: 90% associam o termo “alimentação sustentável” (cujo método de produção é de baixa agressão ao meio ambiente) a algo positivo, 89% consideram o assunto urgente, 79% destacam a importância dos cuidados com a alimentação e 49% garantem ter diminuído o consumo de itens processados.
Essas são algumas conclusões do levantamento Food Barometer, realizado pela Sodexo em parceria com o centro de pesquisas Harris Interactive. O estudo comparou o comportamento e as percepções de mais de 1.500 pessoas nos Estados Unidos, Reino Unido, França e Brasil e mostra uma clara tendência dos brasileiros por hábitos mais saudáveis à mesa.
Mestre em Alimentação e Nutrição, o nutricionista Jhonathan Andrade lembra que uma dieta equilibrada e variada é a chave para prevenir doenças e promover o bem-estar. “Antes, as pessoas recorriam ao nutricionista apenas para gerenciar o peso ou tratar algum problema de saúde. Hoje esse cenário mudou”, comenta o professor do curso de Nutrição do UniCuritiba – instituição da Ânima Educação.
De acordo com o especialista, a escolha dos produtos, a variedade dos alimentos e a forma de preparo fazem toda a diferença para a saúde, já que cada nutriente tem uma função importante para o organismo. Os carboidratos, ensina Jhonathan, são a principal fonte de energia e as proteínas têm papel essencial para a construção e a reparação dos tecidos e para a produção dos hormônios e enzimas.
Ainda que vistas com receio, as gorduras precisam ser incorporadas à dieta porque fornecem energia, ajudam na absorção de vitaminas lipossolúveis e são importantes para a estrutura das células. O segredo está na moderação, mas tanto as gorduras saturadas, aquelas de origem animal (carne, leite e derivados), quanto as gorduras insaturadas (castanhas, nozes, amêndoas, avelãs, abacate e alguns peixes) têm papel no organismo.
Outro grupo importante para a saúde são as vitaminas e minerais, que regulam funções como visão, coagulação sanguínea e crescimento. “Reconhecer a importância de cada grupo alimentar é essencial para quem deseja manter a saúde”, afirma Jhonathan, aproveitando o Dia do Nutricionista, comemorado neste 31 de agosto, para incentivar bons hábitos.
Vantagens da boa alimentação
• Prevenção de doenças: uma dieta rica em frutas, legumes, grãos integrais e alimentos de origem vegetal está associada à redução do risco de doenças crônicas como diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade e alguns tipos de câncer.
• Fortalecimento do sistema imunológico: uma alimentação balanceada ajuda a fortalecer o sistema imunológico, aumentando a resistência a infecções e doenças.
• Regulação do peso: combinada com a prática de atividade física regular, a alimentação equilibrada ajuda a manter o peso saudável, prevenindo a obesidade.
• Saúde mental: a alimentação também influencia a saúde mental. Alguns nutrientes, como os ácidos graxos ômega-3, estão associados à melhora do humor e da função cognitiva.
• Energia e disposição: dietas ricas em nutrientes fornecem a energia necessária para as atividades do dia a dia e para o bom desempenho físico e mental.
Como a alimentação afeta a saúde
O consumo excessivo de alimentos calóricos, ultraprocessados, ricos em açúcar e gorduras saturadas pode levar ao acúmulo de gordura corporal e ao desenvolvimento da obesidade.
O Guia Alimentar para a População Brasileira auxilia na compreensão das diferenças entre os níveis de processamento dos alimentos. De acordo com o nutricionista Jhonathan Andrade, é essencial entender os rótulos alimentares, dar preferência aos alimentos in natura, minimamente processados, e evitar os produtos com ultraformulações.
O professor do curso de Nutrição do UniCuritiba explica que uma dieta inadequada é fator de risco para doenças cardiovasculares, como hipertensão, aterosclerose e infarto do miocárdio, doenças do fígado, como esteatose hepática e cirrose; problemas gastrointestinais, como a síndrome do intestino irritável; deficiências nutricionais e alguns tipos de câncer, como o de cólon.
“A resistência à insulina é outro exemplo de problema frequentemente causado pela obesidade, pela má alimentação e que pode levar ao desenvolvimento do diabetes tipo 2”, diz.