O Diário de Curitiba

Visita de representantes de 17 estados ao parque tecnológico de Toledo reforça papel da região como modelo de integração entre educação, pesquisa e investimento privado

O que nasceu do sonho de dois empreendedores paranaenses para aproximar a ciência da prática hoje atrai olhares de todo o país. O Biopark, em Toledo, foi destino da visita de representantes do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), realizada na sexta-feira (10). Ao todo, participaram delegações de 17 estados, entre elas 11 secretários estaduais, gestores e dirigentes de instituições de fomento à pesquisa.

O grupo foi conhecer de perto o modelo de desenvolvimento que faz do Oeste do Paraná um exemplo de como educação, inovação e investimento privado podem caminhar juntos. Além da parada em Toledo, a comitiva também passou por Foz do Iguaçu, onde visitou o campus da Unioeste localizado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

Impressionado com o modelo, o secretário de ciência, tecnologia e inovação de São Paulo e ex-reitor da USP, Vahan Agopyan, ressaltou que o Biopark se diferencia de outros parques tecnológicos que já conheceu no Brasil e no exterior. “O que torna o Biopark único é ter um casal de empresários genuinamente comprometidos em investir em inovação, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Além de aportar recursos, eles estão atuando diretamente, criando uma nova visão de desenvolvimento”, observou.

“Enxergamos o Biopark como uma ponte para a inovação e para a realização da pesquisa. Acreditamos na importância do investimento contínuo em formação e conhecimento Por isso, além de instituições federais como a UFPR, IFPR e UTFPR que tem unidades instaladas em nosso território, criamos a Academia, Colégio e Faculdade Donaduzzi, para investir e incentivar crianças e jovens a paixão pela pesquisa e a oportunidade de vivenciar uma educação voltada à prática”, ressaltou o fundador do Biopark, Luiz Donaduzzi. “O Biopark se difere dos outros parques tecnológicos porque é totalmente privado. Nós já investimos R$512 milhões em nove anos de parque, dinheiro que saiu do nosso bolso. O fator de sucesso do parque é sem dúvida a paixão que temos em ensinar e a coragem de colocarmos a mão no bolso”, complementa Carmen Donaduzzi. 

De Norte a Sul, o sentimento foi o mesmo: o Biopark é prova de que a inovação pode nascer longe dos grandes centros. O presidente do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia, Gesil Sampaio, comparou o modelo de Toledo às ações de fortalecimento da produção de cacau e chocolate em sua região. “É importante observarmos essas iniciativas empresariais na área de tecnologia e inovação, não só do ponto de vista de desenvolvimento de novos produtos e processos, mas também na área educacional. No Sul da Bahia temos uma iniciativa parecida com o que está sendo realizado com os queijos aqui, que é o melhoramento da qualidade do cacau e do chocolate para elevar a renda dos produtores”, comparou. 

“A paixão pelo trabalho, educação e inovação estão nos olhos e na fala dos fundadores do Biopark. Precisamos de mais brasileiros, empresários, que acreditem que possam fazer a diferença como o dr. Luiz e dona Carmen estão fazendo aqui em Toledo”, frisou a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, Mauricélia Montenegro.

De acordo com o diretor de Ciência e Tecnologia da SETI Paraná, Marcos Pelegrina, o objetivo da visita foi unir todos os dirigentes para conhecer os laboratórios e a estrutura construída nesse ecossistema e verificar como a inovação é tratada no estado. “O Biopark é um dos mais importantes ecossistemas de inovação do país”, destacou.

A agenda evidenciou o potencial do Oeste do Paraná como um ecossistema de inovação interconectado, que reúne universidades, empresas, governo e investidores privados em torno do desenvolvimento sustentável. Para o vice-presidente do Biopark, Paulo Rocha, “a visita dos membros do Consecti reforça o reconhecimento nacional do Biopark e de Foz do Iguaçu como exemplos de ambientes de inovação que unem propósito, investimento e impacto social, consolidando o Paraná como referência em ciência e tecnologia no Brasil”.

Sobre o Biopark

O Biopark está localizado em Toledo, região Oeste do Paraná, em uma área de mais 5 milhões de m². Com o foco no desenvolvimento regional por meio da educação, da pesquisa e da geração de negócios, o Biopark já conta com mais de três mil pessoas circulando diariamente em seu território. Atualmente, mais de 129 empresas já atuam no local, gerando empregos e progresso. Três instituições federais de ensino estão instaladas no Biopark, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e o Instituto Federal do Paraná (IFPR), além da Faculdade Biopark e do Colégio Donaduzzi. Em 30 anos, o Biopark deve receber mais de 500 empresas, ofertar 30 mil postos de trabalho e ter população de 75 mil moradores.

Projeto leva literatura e representatividade às comunidades periféricas de Curitiba

Ações englobam rodas de leitura com autores negros, mulheres, público LGBTQIAPN+; oficinas; bate-papos abertos à comunidade e doação de livros

O Colégio Estadual Cívico-Militar Professora Luiza Ross [Rua Maestro Carlos Frank, 616, Boqueirão, Curitiba] vai receber as primeiras ações do projeto cultural “Textos à Margem – Literatura e Minorias”. Nos dias 3, 4, 5 e 10 de novembro acontecem 16 rodas de leitura com estudantes do ensino médio, professores e equipe pedagógica.

As atividades, que foram previamente agendadas, serão realizadas em sala de aula e o objetivo é incentivar a leitura de textos literários que abordam questões de identidade, diversidade e inclusão.

“Queremos ampliar o acesso à literatura em bairros da capital paranaense em situação de vulnerabilidade social; promover o debate sobre representatividade e o papel social da literatura; valorizar escritoras e escritores negros, mulheres e a comunidade LGBTQIAPN+”, explica o produtor e idealizador da ação, Cristiano Nagel.

Leitura como ferramenta de inclusão

O projeto “Textos à Margem – Literatura e Minorias” nasceu da urgência de ampliar as vozes presentes na leitura e na formação de leitores. O intuito é que estudantes e a comunidade em geral tenha mais contato com livros que abordam o racismo, a misoginia, a LGBTfobia e outras formas de preconceito para estimular a reflexão, empatia e o pertencimento.

Para isso, até o dia 5 de dezembro serão realizadas 60 rodas de leitura em diversas escolas públicas que ficam em diferentes bairros periféricos de Curitiba, com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e estudantes dos Centro Estadual de Educação Básica Para Jovens e Adultos (CEEBJA).

Também haverá um encontro e bate-papo sobre representatividade na literatura com o produtor cultural Gabriel Santinelli, a atriz e compositora Cleo Cavalcanty e a escritora e tradutora Luci Collin.

“Representatividade importa. O leitor precisa se ver nas histórias que lê, se sentir reconhecido e com a sensação de pertencimento. Isso ajuda na construção da identidade, na promoção da empatia, no combate a preconceitos, na formação da autoestima e numa sociedade mais justa e igualitária”, destaca Cristiano Nagel.

Contexto e relevância

Por outro lado, a baixa representatividade de autoras mulheres, negras e pessoas LGBTQIAPN+ na literatura e no ensino formal ainda reflete estruturas de exclusão. Assim, o projeto também se propõe a romper com o olhar único, ampliar o repertório literário de estudantes, professores e dar espaços a todas as vozes.

Inspirado em nomes como Djamila Ribeiro – que afirma que o combate ao racismo e à desigualdade é uma responsabilidade coletiva – o projeto cultural reafirma a leitura como ato político e ação afirmativa. “Ao aproximar leitores de narrativas diversas, promove-se também o fortalecimento de identidades e o reconhecimento de novos protagonistas”, destaca Nagel.

Transformação

Segundo Cristiano Nagel, a literatura funciona como um espelho não apenas por refletir o que somos, mas por participar ativamente da sua construção e por nos desafiar a enxergar as múltiplas facetas de nossa identidade e da sociedade em que vivemos.

“Essa é uma metáfora poderosa que ilustra a capacidade dos textos literários de refletir e moldar quem somos, tanto individual quanto coletivamente. A leitura é um ato político; e todo ato político, pode transformar realidades, situação extremamente importante numa cultura jovem dominada pelas redes sociais”, enfatiza Cristiano Nagel.

Doação de livros

Como forma de contrapartida social, o projeto “Textos à Margem – Literatura e Minorias” vai realizar uma oficina de escrita criativa voltada às mulheres, população negra e comunidade LGBTQIAPN+, ministrada pela escritora Lilyan de Souza.

Também haverá a doação de 32 livros – de autores como Conceição Evaristo, Maria Carolina de Jesus, Marcelino Freire, James Baldwin e Caio Fernando Abreu – com temáticas negras, femininas e LGBT para as Casas da Leitura de Curitiba.

Para participar dessas e de outras ações que serão abertas ao público em geral e estão em fase de agendamento, basta acompanhar o @cristianonagel. A expectativa é impactar cerca de 3 mil pessoas.

O projeto cultural “Textos à Margem – Literatura e Minorias” é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, com o incentivo da Fundação Cultural de Curitiba e realização do Ministério da Cultura e Governo Federal.

Deputados federais do Paraná conheceram iniciativas que fortalecem o empreendedorismo e geram oportunidades sociais no Estado.

A equipe da GERAR (Geração de Emprego e Renda e Apoio ao Desenvolvimento Regional), organização social que atua há 22 anos na promoção de ações de educação e empregabilidade,  foi recebida pela bancada paranaense na Câmara Federal, em Brasília (DF), no último dia 21 de outubro. Os deputados federais do Paraná puderam conhecer os projetos sociais da organização, bem como seu impacto positivo no mercado de trabalho e os números alcançados pela instituição.

Estiveram presentes a gerente de Iniciativas Sociais da GERAR, Elizete Dreviski; o gerente de Marketing, Pedro Borin; e o Relações Públicas, Marcos Costa.

Em uma das falas da apresentação, Elizete Dreviski destacou que 40% da população brasileira sonha em empreender.

 “Acredito que todos ainda se recordam das últimas eleições, das pesquisas que mostraram que 40% da população brasileira tinha o sonho de empreender, ter o seu negócio próprio. E a GERAR trabalha com este sonho, com esse projeto. Trabalhamos para fortalecer as ideias, para viabilizar planos de negócio e concretizar sonhos junto com os paranaenses”, afirma.

Ao apresentar a GERAR à bancada, Pedro Borin destacou o compromisso da instituição com o desenvolvimento social. “ Com essa apresentação, reafirmamos o nosso compromisso com o desenvolvimento social e econômico do nosso Estado. Acreditamos que, juntos, poder público, iniciativa privada e sociedade civil, podemos multiplicar esse impacto e construir um Paraná mais justo, mais produtivo e cheio de oportunidades”, ressalta.

Para Marcos Costa, cada projeto social apresentado representa vidas transformadas e comunidades fortalecidas. “E é isso que queremos continuar fazendo, com o apoio da bancada paranaense e de todos que acreditam que investir em pessoas é o caminho mais seguro para o progresso”, finaliza.

Elizete também ressaltou a importância de que os representantes do Paraná conheçam os projetos e apoiem sua continuidade.

“É fundamental que a bancada paranaense conheça de perto o impacto do nosso trabalho, pois isso fortalece o diálogo e amplia as possibilidades de apoio e parceria. Quando os nossos representantes entendem os resultados gerados pelos projetos sociais, podem contribuir ainda mais para que essas iniciativas continuem transformando vidas e fortalecendo comunidades”, acrescenta a gerente

Sobre a GERAR
Desde 2003, a GERAR (Geração de Emprego e Renda e Apoio ao Desenvolvimento Regional) tem sido um pilar de sustentabilidade social, impactando positivamente vidas por quase duas décadas. Fundada em Curitiba (PR), a organização sem fins lucrativos está comprometida com os valores de progresso, geração de emprego, renda e promoção da igualdade social.

A GERAR promove o desenvolvimento social por meio da educação, capacitando indivíduos para serem protagonistas em uma sociedade justa e sustentável, focada em oferecer oportunidades.

São projetos da GERAR o Aprova; Cidadania Digital; Florescer; GERAR Esquenta; MEGA; GERAR Estágios e Aprendiz GERAR.