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Projeto inovador que oferece acolhimento a novos funcionários aumenta taxa de retenção de colaboradores em 50%

É histórico. Por muitos anos, o varejo não foi considerado uma atividade-fim quando se falava em carreira. Isso quer dizer que muitas pessoas viam no segmento uma forma de começar a trajetória profissional, mas poucos projetavam a vida dentro de um mercado, por exemplo. E foi preocupada com isso que uma rede de supermercados em Curitiba e Região Metropolitana inovou e criou um projeto na área de gestão de pessoas, com o objetivo de mudar esse quadro. O Projeto Acolhimento, desenvolvido pelo Jacomar, foi implantado em 2021 e levantamentos feitos pela rede mostram que desde a implantação, a taxa de retenção de colaboradores aumentou em 50%.

“O objetivo é o de realmente acolher as pessoas e não contratá-las e depois deixá-las em lojas grandes, cheias de departamentos muitas vezes, sem treinamento ou conhecimento. Um novo emprego é sempre um desafio, para qualquer pessoa, em qualquer nível operacional e esse contato com a rotina, o dia a dia da empresa faz toda a diferença. O projeto busca cuidar das pessoas, tratar a todos com respeito e ser uma família verdadeira. As pessoas entram mais tranquilas e recebem um cuidado maior nesses primeiros dias de trabalho na nova empresa, que são desafiadores para qualquer um”, conta o diretor presidente da rede Jacomar, Harri Pankratz.

Na semana de integração, colaboradores de todos os cargos passam por treinamentos teóricos, práticos e comportamentais, aprendem sobre processos, atendimento, comunicação, e muitos outros pontos essenciais para a formação de um colaborador alinhado com os valores da empresa. E o projeto foi criado por um antigo cliente da empresa que hoje é colaborador do grupo. “Eu entreguei meu currículo porque eu tinha uma percepção de que trabalhar aqui era bom, os funcionários sempre estavam felizes, o clima sempre foi bom. Quando eu entrei e vi que o ambiente realmente era positivo, senti que precisava de um programa que mostrasse aos novos colaboradores que aqui é um lugar sim de conseguir promoções, aprender, e de fazer carreira”, conta Michel Schumacher, que durante quatro anos atuou na área operacional e hoje faz parte da equipe de RH da empresa e atua com Treinamento e Desenvolvimento de pessoas no próprio Jacomar.

Baseado em um estudo realizado pela Society for Human Resource Management (SHRM), que aborda a importância de um processo de Onboarding para melhorar as taxas de retenção de talentos nas organizações, o programa Acolhimento foi desenvolvido e, de julho de 2021 até agora, 1.877 colaboradores passaram pelo projeto. Desse total, 12% são pessoas com idade igual ou superior a 50 anos e cerca de 6% de estrangeiros. “Para cada treinamento é criada uma turma, que inclusive ganha um nome. Então além de acolher, forma-se uma grande rede de apoio entre os próprios colaboradores, o que desperta o espírito de companheirismo e posteriormente faz com que este colaborador receba um novo colega com mais empatia”, diz Schumacher, um dos instrutores que conduz o Programa Acolhimento.

Multiplicadores

Além de palestras técnicas, com profissionais especializados, o programa prevê etapas de apresentação de rotina com os próprios colaboradores. “O projeto valoriza os profissionais que já trabalham na empresa e dá a eles a possibilidade de ensinar sobre os processos e rotinas”, diz Pankratz.
Após a semana de acolhimento, os novos colaboradores vão cada um para uma das 17 lojas da rede. Chegando lá, são acolhidos pelas equipes das lojas e, assim, mais preparados para assumir as atividades que precisam executar no dia a dia do trabalho. “Fiz parte da primeira turma do projeto e posso dizer que fez toda a diferença. Ainda mais para mim, que já tenho mais idade. Porque a gente acaba encontrando um ambiente bom pra trabalhar. A paciência foi fundamental para o meu desenvolvimento e um ano depois eu já estava treinando outras pessoas”, conta Adonias Gomes, repositor de uma das lojas e que possui 59 anos.

Além disso, a marca realiza outras ações na área de gestão de pessoas diferenciadas, como fechar aos domingos para garantir que os colaboradores tenham mais tempo com suas famílias.

Sobre o Jacomar
O Jacomar é uma rede de supermercados que nasceu no Boqueirão, em Curitiba. Sua história começa em 1966 com a compra de um armazém de secos e molhados pelo seu Jacob e sua esposa, Dona Maria. Em 1976, inaugurou a primeira loja no bairro e de lá até hoje são 17 lojas, três autopostos e 1 centro de distribuição. Ainda em 2023, inaugurará, em Curitiba, a 18ª loja do Grupo. Hoje, a rede tem mais de 2.700 funcionários e lojas nas cidades de Curitiba, São José dos Pinhais, Piraquara, Fazenda Rio Grande e Pinhais.

Desvendando a conscientização do setembro roxo: câncer de pâncreas em foco

Com a chegada do mês de setembro, a conscientização sobre o câncer de pâncreas ganha destaque através da campanha do setembro roxo. Uma iniciativa importante para disseminar informações cruciais sobre essa doença, que muitas vezes passa despercebida até alcançar estágios avançados. Conversamos com o cirurgião oncológico do IOP, Dr. Cristiano Ontivero – CRMPR: 33.392 / RQE: 28.088, para compreender a complexidade desse câncer e como a conscientização pode fazer a diferença.

O cenário desafiador desse tipo de câncer é ressaltado pelo especialista que afirma que “o câncer de pâncreas é um dos tumores sólidos mais agressivos e tem diagnóstico tardio, sendo muitas vezes detectado em estágios avançados, o que enfatiza a importância da conscientização em relação a essa doença”.

O câncer de pâncreas é uma doença que apresenta uma série de fatores de risco. Entre eles, a idade avançada e o consumo de cigarro e bebidas alcoólicas ganham destaque. Além disso, o desenvolvimento da pancreatite crônica, decorrente do consumo excessivo de álcool, também é associado a um risco aumentado de câncer de pâncreas. Outro fator preocupante é o excesso de peso e a obesidade, que podem aumentar a suscetibilidade à doença. “Uma alimentação saudável, rica em frutas e vegetais, tende a ser protetora, enquanto a obesidade e maus hábitos alimentares são fatores de risco significativos que aumentam a vulnerabilidade para uma possível doença”, destaca o Dr. Ontivero.

A relação entre o câncer de pâncreas e o diabetes também é mencionada pelo especialista. Ele explica que o diabetes, especialmente em longo prazo, pode aumentar o risco de desenvolvimento desse tipo de câncer. Além dos fatores de risco ligados aos hábitos de vida, existem condições hereditárias que também podem influenciar, como o câncer de pâncreas hereditário. Assim como a fibrose cística, outra doença relacionada como um fator de risco em longo prazo. 

O câncer de pâncreas é conhecido por seu diagnóstico tardio devido à falta de sintomas claros nas fases iniciais e, por isso mesmo, o diagnóstico precoce muitas vezes não é realizado. Diferentemente de outras neoplasias, o câncer de pâncreas não possui um programa de rastreamento estabelecido, uma vez que seus sintomas demoram a se manifestar. Geralmente, a detecção é realizada por acaso, quando exames de imagem são feitos por outras razões e acabam revelando a presença do tumor. O diagnóstico tardio, aliado ao comportamento biológico agressivo do câncer de pâncreas, contribui para a alta letalidade dessa doença. “O câncer de pâncreas cresce e se espalha rapidamente, muitas vezes já atingindo outras áreas do corpo quando é diagnosticado, tornando-o mais difícil de tratar”, explica o cirurgião.

Entre os principais sinais estão perda de peso inexplicável, desconforto abdominal que evolui para dor, icterícia (coloração amarelada da pele e olhos), e em alguns casos, até o desenvolvimento ou agravamento do diabetes. Dr. Ontivero explica: “É um desafio porque os sintomas podem ser vagos e muitas vezes associados a outras condições”. 

E complementa: “tecnologias como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética têm nos ajudado a identificar o câncer em estágios mais iniciais, possibilitando tratamentos mais eficazes”.

Com base nestas informações podemos afirmar que os tratamentos para o câncer de pâncreas variam de acordo com o estágio da doença. Casos localizados e operáveis podem ser tratados com cirurgia, enquanto tratamentos de quimioterapia e terapias paliativas são indicados para estágios mais avançados. “O diagnóstico precoce é chave para melhores resultados, mas mesmo em estágios avançados, a abordagem multidisciplinar, envolvendo oncologistas, cirurgiões e outros profissionais, pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, enfatiza o profissional.

Conscientização para a Vida

Campanhas como o setembro roxo visam educar sobre a importância da detecção precoce e o papel fundamental da conscientização na luta contra o câncer de pâncreas. “Informação é poder, e ao entender os fatores de risco e os sintomas, as pessoas podem buscar ajuda médica mais cedo e, assim, ter melhores resultados no tratamento”, conclui Dr. Ontivero.

Com a conscientização em ascensão e a evolução da medicina, a esperança reside em oferecer diagnósticos mais cedo e tratamentos mais eficazes para enfrentar esse desafio. O conhecimento sobre essa doença e a busca por hábitos de vida saudáveis podem fazer a diferença na prevenção e no manejo desse câncer desafiador. Por isso, o IOP, comprometido com a saúde e bem-estar de seus pacientes, continua trazendo informações atualizadas e suporte nessa jornada contra o câncer de pâncreas. Seja parte dessa conscientização e ajude a salvar vidas.

Sobre o IOP – Instituto de Oncologia do Paraná:

Com quatro sedes estrategicamente localizadas em Curitiba (PR), o IOP (Instituto de Oncologia do Paraná) comemora seus 28 anos de fundação. Hoje a empresa faz parte de uma holding, o Grupo Med4U. Além do IOP, estão no guarda-chuva o Mantis Diagnósticos Avançados, o Valencis Centro de Paliativismo, o Centro de Pesquisas Clínicas IOP e o Oncoville, centro de radioterapia. 

Destaques para a parceria com o Hospital Marcelino Champagnat, desde dezembro de 2021, assim como a parceria com o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Vale ressaltar que o IOP é a única clínica do sul do Brasil a fazer parte da Rede Einstein de Oncologia e Hematologia, para discussão de casos, troca de conhecimentos e encaminhamento de casos raros e mais complexos quando necessário. 

Com 87 médicos no corpo clínico e 184 colaboradores, o IOP oferece os mais avançados tratamentos no câncer, conjugando Medicina de qualidade, tecnologia e humanização. Conta ainda com uma equipe multidisciplinar, incluindo Nutrição, Psicologia, Enfermagem e Farmácia para o enfrentamento positivo da doença. Os tratamentos de ponta ainda são beneficiados com diferenciais como cromoterapia, aromaterapia e musicoterapia. Mais informações:

Nova linha de ônibus beneficia funcionários do Hospital INC

Os funcionários e a diretoria do Hospital INC (Instituto de Neurologia de Curitiba) participaram da inauguração oficial da linha de ônibus 832-Posiville/ INC, nesta quarta-feira (30). A nova linha já está em circulação e beneficia diariamente 1,5 mil pessoas, dentre elas, cerca de 600 colaboradores da instituição, que funciona 24 horas por dia, além dos funcionários e pacientes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campo Comprido, garantindo mais conforto e segurança no acesso ao sistema de transporte público. O itinerário da nova linha possui o total de 7,6 quilômetros de extensão (ida e volta) e atende as regiões do Gabineto/ Posiville e o Ecoville, passando também pelo Terminal do Campo Comprido.

A cerimônia ocorreu no Jardinete Luiz Ramina, localizado em frente à sede do INC, no bairro do Campo Comprido, teve apresentações da Banda Lyra e da Família Folhas, e contou com a participação do vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel. “Não se trata apenas de uma nova linha de ônibus, mas da integração de toda comunidade dessa região, que conta com importantes serviços de saúde, e agora terá mais tranquilidade, segurança, rapidez e um acesso qualificado ao transporte coletivo. Essa é mais uma ação importante de uma cidade que está em permanente construção”.

A diretoria do Hospital INC foi representada por Regina Montibeller, Patrick Ramina, Vanderlei Santos e Cláudia Meneses. “Estamos muito felizes com a implantação dessa nova linha de ônibus, um pleito antigo do hospital, que preza muito pela segurança dos nossos funcionários e também pelo bem-estar e qualidade de vida. A nova linha vai atender ainda o público da UPA e as pessoas que circulam nesta região, que agora não precisam andar dois, três quarteirões para chegar a um ponto de ônibus”, informa Regina Montibeller, diretora Administrativa do INC.

A nova linha pendular Posiville/ INC, segundo a Urbanização de Curitiba (Urbs), circula pelas ruas Dep. Heitor Alencar Furtado (pista lenta), Ângelo Nabosne, Padre Paulo Warkocz, Padre João Rzemelka, Adari Fernando Visinoni, Adviga Lipinski, Irmã Genoveva Valenga (ponto final) e Francisco Gorski, ambos sentidos, no sentido Gabineto/Posiville. Já no sentido Ecoville, pelas ruas Prof. João Falarz, Monsenhor Ivo Zanlorenzi, Dr. Brasílio Vicente de Castro, Francisco Juglair, Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza e Prof. João Falarz, realizando itinerário circular.

Sicredi destina verbas do Fundo Social para 181 entidades, beneficiando mais de 250 mil pessoas

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Mais de R$ 1,5 milhão foi doado a entidades públicas ou privadas, sem fins lucrativos, com projetos de educação, cultura, esporte, saúde, meio ambiente, segurança e inclusão social. Na região de Campinas (SP), 19 projetos foram contemplados

O Fundo Social 2023, programa que destina parte dos resultados da Sicredi Iguaçu PR/SC/SP para projetos sociais, de interesse coletivo, destinou R$ 1.553.765,52 em verbas para entidades públicas e privadas, sem fins lucrativos.  Ao todo, 181 projetos das regiões de atuação da cooperativa foram contemplados, beneficiando mais de 250 mil pessoas, nos estados do Paraná (147 projetos), Santa Catarina (15 projetos) e São Paulo (19 projetos).

O Fundo é constituído e mantido com recursos originários de destinação de percentual determinado das sobras líquidas da Sicredi Iguaçu PR/SC/SP, apuradas em cada exercício. A composição desses recursos se dá por meio da destinação de até 3% das sobras da cooperativa do exercício anterior, conforme o Estatuto Social. Cabe ao Conselho de Administração, a cada ano, decidir qual será o percentual, observando o limite previsto no Estatuto. Para este ano, o Conselho de Administração da Sicredi Iguaçu PR/SC/SP destinou 2% do resultado do exercício anterior, valor que foi distribuído entre as 30 agências da cooperativa.

Em Campinas e região metropolitana, 19 entidades dos municípios de Valinhos, Paulínia, Hortolândia, Sumaré e Nova Odessa, onde a cooperativa possui agências, foram contempladas. Projetos nas áreas de educação, saúde, inclusão social, esporte, cultura, desenvolvimento local, meio ambiente e segurança vão receber de 1 a 12 salários mínimos por entidade.  A cooperativa disponibiliza o recurso e a instituição tem até o final do ano para realizar a ação e, posteriormente, prestar contas da utilização do recurso e dos resultados do projeto.

“Este é o segundo ano que a cooperativa destina verbas para o Fundo Social. Em 2022, mais de 40 mil pessoas foram beneficiadas por meio de 92 projetos divididos entre agências da área de atuação da cooperativa. Agora, triplicamos o número de pessoas beneficiadas. As questões sociais, ambientais e de governança têm sido essenciais para planejar o futuro, por isso acreditamos que, ajudando a viabilizar projetos sociais como estes, estamos melhorando a vida e contribuindo para o bem-estar social das pessoas e das cidades onde atuamos”, destaca o presidente da Sicredi Iguaçu PR/SC/SP, Eleutério Benin.

Como participar?

Entidades públicas e privadas, sem fins lucrativos, estabelecidas nos municípios da área de atuação da cooperativa e associadas à Sicredi Iguaçu PR/SC/SP, poderão concorrer às verbas do Fundo Social, anualmente. As inscrições são realizadas pelo site www.sicredi.com.br/nacomunidade/fundosocial, sempre nos dois primeiros meses de cada ano. A divulgação dos projetos contemplados geralmente ocorre em maio, quando os recursos são liberados.

Para a seleção dos projetos são considerados como critérios: maior número de pessoas impactadas; maior temporalidade dos benefícios gerados; maior benefício social à comunidade; maior abrangência local; êxito em projetos similares já realizados; e aprovação da prestação de contas, caso a entidade já tenha sido contemplada em exercícios sociais anteriores com recursos do Fundo Social.

Sobre o Sicredi

O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento de seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. Possui um modelo de gestão que valoriza a participação dos mais de 6,5 milhões de associados, que exercem o papel de donos do negócio. Com mais de 2.400 agências, o Sicredi está presente fisicamente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, disponibilizando mais de 300 produtos e serviços financeiros.

Site do Sicredi: Clique aqui

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Cottagecore: tendência valoriza estética escapista na decoração

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Com perfil campestre, estilo traz sentimentos de aconchego e a amplifica naturalidade na decoração de interiores. Arquiteta da A.Yoshii recomenda como aplicar essa tendência em casa

A estética cottagecore é uma tendência que ganhou destaque e viralizou nas redes sociais por defender um estilo de vida que envolve sentimentos de nostalgia, acolhimento e simplicidade. A palavra vem da junção de cottage, que significa “casa de campo”, com o core, representando o que é essencial, remetendo a uma vida campestre, idílica, tranquila e próspera.

Na decoração, essa tendência ganha uma roupagem escapista, unindo itens vintage e naturais. “É uma decoração afetiva, um movimento cultural que foca em um estilo de vida ligado à simplicidade do campo, contemplando bem-estar e aconchego. Esse estilo se destaca em casa ao trazer peças vintage integradas aos elementos da natureza. A combinação desses itens cria ambientes exclusivos”, explica a arquiteta do Grupo A.Yoshii em Campinas (SP), Lorena Santos.

Luz natural, boa ventilação, materiais como madeira, pedras e tecidos leves, móveis rústicos e vintage, além de cores suaves e terrosas, tornam os ambientes acolhedores e caracterizam a estética cottagecore. Para saber como aplicar esses elementos na decoração, confira três dicas essenciais para deixar a sua casa com um ar campestre:

Biofilia floral

A ideia do cottagecore é trazer um pedaço de casa de campo para a cidade. “É possível adotar essa estética mesmo vivendo em um centro urbano, Basta trazer elementos da natureza, principalmente aproveitando o conceito da biofilia. As flores são os destaques aqui, podendo estar presentes em todos os ambientes, como cozinha, sala, quarto, varanda e banheiros. Com arranjos vivos, plantas ou secas, elas trazem cores ao ambiente  e destacam a atmosfera campestre”, explica.

Além das plantas, a estética floral é utilizada em outros itens de decoração, como tapeçaria, quadros e louças. “A estampa floral é uma marca registrada do estilo cottagecore e pode ser usada sem erro. Uma ideia bacana é utilizar papéis de parede em quartos ou lavabos, deixando o ambiente único e exclusivo, como no exemplo do decorado Evidence, em Campinas (SP). Aqui, o quarto da menina ganha esse ar cottagecore com um papel de parede floral em verde e cortinas em tule”, destaca.

Tecidos leves e naturais

Outra dica fácil e interessante para aplicar em casa é usar itens de tapeçaria, almofadas, roupas de cama, cortinas e toalhas em tecidos naturais e leves, como algodão, tule e linho. “As estampas florais, de frutas, bordadas em tons claros, como off-white, bege, verde, azul ou terrosos, são ideais para compor os ambientes. Essa decoração pode ser produzida com almofadas bordadas, toalhas de renda, colchas ou mantas estilo handmade, cortinas leves de tule, linho e palha. Esses materiais contribuem para a entrada de luz natural, trazendo ao ambiente um ar iluminado, bucólico e fresco do campo”, observa.

Itens vintage e rústicos

Para realçar ainda mais a estética cottagecore em sua decoração, a utilização de móveis vintage é essencial. “Sugiro explorar peças que contem uma história, que tragam para o ambiente um ar nostálgico, escapista e que remetam a memórias afetivas. Móveis antigos ou com elementos naturais, como treliça de palha ou madeira, são amplamente usados. Cristaleiras, penteadeiras, poltronas e cabeceiras de cama podem dar um toque especial ao ambiente”, diz.

Para ajudar a transformar os ambientes, outra dica é investir nas paredes, que podem receber acabamentos ou pinturas com texturas irregulares, vigas de madeira à mostra, entre outros elementos. “Assoalhos em tábuas ou laminados que transmitam a sensação de casa de campo também são boas opções. Cestos de vime, vasos de cerâmica, baús, espelhos antigos e aparadores ou pias vintages com cubas em cerâmica e bancadas de madeira trazem harmonia e tranquilidade a casa”, finaliza a arquiteta.

Sobre o Grupo A.Yoshii

Fundado há 57 anos, o Grupo A.Yoshii já construiu mais de 2 milhões de metros quadrados do sul ao nordeste do Brasil, entre obras industriais, edifícios corporativos e residenciais, escolas, universidades, teatros e centros esportivos. É composto pela A.Yoshii Engenharia, com sólida atuação em construções de edifícios residenciais e comerciais de alto padrão em Londrina, Maringá, Curitiba e Campinas; pela Yticon Construção e Incorporação, com um posicionamento jovem e conectado, está inserida em regiões de potencial valorização, distribuição inteligente de espaços, proporcionando qualidade, conforto e segurança para os clientes. em municípios do Paraná e do interior de São Paulo; e pelo Instituto A.Yoshii, braço de responsabilidade social, com foco em educação, cultura e meio ambiente. Além disso, atua em obras corporativas, atendendo grandes corporações em suas plantas industriais, nos mais variados segmentos da economia, como papel e celulose, alimentício, químico, agronegócio, energia, assim como em usinas sucroalcooleiras, centros logísticos, plantas automobilísticas, entre outros. Mais informações: www.ayoshii.com.br.

ARTIGO: O sonho do carro zero: investimento ou peso no bolso?

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*Caroline Milanez

Ao longo das gerações, ter um carro zero-quilômetro na garagem sempre foi um símbolo de prosperidade financeira e estabilidade. Todavia, esse sonho parece estar se tornando cada vez mais complexo, especialmente para as famílias brasileiras de classe média. 

Por muitos anos, os chamados carros de entrada foram considerados a opção ideal para quem buscava adquirir um carro novo, devido aos preços mais acessíveis que ofereciam. Referindo-se aos modelos mais básicos, também chamados de “carros populares”, essas versões simples eram mais econômicas e indicadas para consumidores que não desejavam ou não podiam investir muito em um carro zero. No entanto, o perfil do consumidor e o cenário socioeconômico vêm mudando nos últimos anos, o que nos faz refletir: vale a pena investir em carros mais populares? 

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) corrigiu os valores dos carros populares, que variam entre R$ 42 mil e R$ 55,1 mil. Atualmente, o modelo mais acessível vendido no país é o Renault Kwid, com preço inicial de R$ 58.990,00. Seria este um valor verdadeiramente popular para um carro? Sem levar em conta as demais despesas associadas à posse de um automóvel, como seguro, licenciamento, emplacamento, IPVA e a inevitável depreciação. Na ponta do lápis, os gastos para se ter um carro próprio vão além das parcelas do financiamento com altos juros ou o pagamento à vista: os seguros costumam variar entre 3% e 5% do valor de mercado do veículo, somados aos custos de licenciamento e emplacamento, que variam conforme o Estado e situam-se entre R$ 150,00 e R$ 500,00, respectivamente, além do IPVA, que  em média, está 10% mais caro em todo o país. A depreciação também é inevitável: a cada ano, um carro perde cerca de 15% de seu valor até alcançar o patamar zero. 

Os motivos para o considerável aumento nos valores e nas despesas são inúmeros:  inflação no setor automotivo, paralisação das fábricas em 2020, a problemática da escassez de componentes e o desequilíbrios nas cadeias produtivas globais. Todos esses fatores culminaram em uma crise de oferta, resultando no aumento dos preços. Além da escassez de oferta e componentes, a valorização do dólar também colaborou para os preços elevados.

Reforçando ainda mais o senso comum de que adquirir um carro é custoso, um estudo inédito sobre a relação dos brasileiros com os automóveis, realizado pela Serasa em parceria com o instituto Opinion Box, em dezembro de 2022, revelou que os custos associados à compra e manutenção de um carro estão entre os três maiores gastos anuais em 63% dos lares brasileiros. Em face do considerável “peso” no bolso, os consumidores brasileiros têm optado por novas modalidades e formatos que priorizam o uso dos carros, em detrimento da posse. Dentre as opções,  a assinatura de automóveis tem se destacado. Uma abordagem relativamente nova no setor de locação de veículos, a modalidade tem recebido uma  aceitação crescente. Dados da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) revelaram que a frota de veículos destinados à assinatura cresceu 20,8% entre janeiro e outubro de 2022. 

Esse verdadeiro “streaming de carros” defende o uso desse bem de forma contínua. Em vez de adquirir um veículo próprio, o consumidor assina um carro por um período específico, pagando apenas uma mensalidade e desfrutando dos benefícios de não arcar com tributos ou despesas extras, além de ter um carro zero na garagem durante um período determinado – podendo trocá-lo por outro novinho ao término do contrato. 

Alinhada ao novo perfil do consumidor brasileiro, a assinatura exime o motorista de se preocupar com burocracias, despesas, revenda do automóvel e, principalmente, é uma alternativa mais econômica, visto que, em muitos casos, a assinatura de um carro é mais vantajosa financeiramente. Além de ser uma opção para o penoso processo de aquisição de um carro próprio, a crescente modalidade de assinatura reflete uma mudança na mentalidade do consumidor, que já não considera mais essencial ter um carro próprio, mas, sim, focar na necessidade do uso e economia gerada. Esses novos clientes – que tendo a chamar de inquilinos ou experimentadores – priorizam o acesso a bens e experiências, seja por meio de trocas, compartilhamento, aluguel ou streaming de carros. 

A virada de chave – do carro e do mindset das pessoas – enxerga valor na experiência de consumo, na responsabilidade coletiva e econômica e no entendimento de que não é mais necessário possuir algo, quando se pode pagar apenas pelo seu uso. Hoje, o status está em  usufruir de serviços e bens com inteligência financeira, emocional e sustentável. 

*Caroline Milanez é gerente comercial do V1.

Falência do fígado e danos renais: entenda riscos do uso frequente do paracetamol

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Medicamento encontrado em 9 de cada 10 casas de brasileiros pode causar complicações perigosas ao corpo humano se usado inadvertidamente

O paracetamol, que serve para aliviar dores de cabeça e musculares, bem como para combater cólicas, dor de dente, dor de garganta e febre, é um dos medicamentos mais consumidos em todo o mundo. No Brasil, ocupa a 19ª posição dos remédios mais vendidos. Entretanto, apesar de ser encontrado em qualquer farmácia e poder ser adquirido sem prescrição médica, o uso desenfreado e prolongado desse medicamento pode ser muito perigoso para a saúde.

Estudos realizados nos últimos anos revelaram que o fármaco é o principal responsável por falência hepática em até 45% dos casos da doença nos EUA. No Reino Unido, esse número chega a 60% dos diagnósticos. No Brasil, segundo dados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp, as intoxicações pelo uso descomedido do medicamento tiveram um aumento de 44% entre 2020 e 2021.

Isso porque o paracetamol possui algumas substâncias que, dependendo do organismo da pessoa, podem não ser metabolizadas adequadamente pelo fígado, resultando em danos às células hepáticas. “Quando consumido de forma excessiva, esse medicamento pode levar a um quadro de hepatotoxicidade aguda, que pode progredir para insuficiência hepática e falência do órgão”, detalha a médica de Família e Comunidade e professora do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), Nathalie de Paula Damião, alertando ainda que, além dos danos ao fígado, o uso exagerado do paracetamol pode causar problemas renais, reações alérgicas e outras complicações. “Algumas pessoas podem desenvolver reações alérgicas, como feridas na pele, coceira, inchaço e dificuldades respiratórias, além de afetar a produção de glutationa, um antioxidante importante para a saúde celular e função hepática.”

Mesmo sendo um dos remédios mais utilizados no planeta por décadas, inúmeros cientistas já declararam que o mecanismo de ação do paracetamol ainda não foi completamente compreendido. No entanto, o medicamento continua sendo amplamente consumido como analgésico, por conta de diversos fatores. “O paracetamol tem demonstrado eficácia no alívio de dores leves a moderadas em muitas pessoas. Sua ação rápida e eficaz o torna uma escolha popular. Quando utilizado nas doses recomendadas, o medicamento geralmente é seguro e tem uma baixa incidência de efeitos colaterais em comparação com outros analgésicos”, aponta Nathalie. Ela ainda destaca outros pontos positivos, como a atuação no sistema nervoso central, que afeta a percepção da dor e a regulação da temperatura; sua baixa atividade anti-inflamatória, que pode ser vantajosa em situações em que a redução da inflamação não é necessária; a variedade de formas de administração – comprimidos, cápsulas, líquidos e supositórios -, facilitando a adaptação a diferentes pacientes; e sua ampla disponibilidade, visto que é encontrado em todo o mundo e sem a necessidade de receita médica na maioria dos países.

Além disso, mesmo sem ter o seu mecanismo de ação completamente esclarecido, a eficácia do paracetamol é comprovada por meio de ensaios clínicos controlados, nos quais o medicamento é comparado a um grupo que recebe placebo ou outra intervenção ativa. “Nessas avaliações, o paracetamol mostrou ser mais eficaz que o placebo no alívio da dor. Porém, é importante lembrar que a eficácia do medicamento pode variar entre indivíduos e tipos de dor. Algumas pessoas podem responder melhor ao remédio do que outras”, revela.

A especialista esclarece que existem vários outros medicamentos que podem ser mais eficazes que o paracetamol em determinadas situações de dor ou febre. A escolha do fármaco adequado depende do tipo de dor, da gravidade dos sintomas, das condições médicas individuais do paciente e outros fatores. “Alguns remédios frequentemente considerados como alternativas ao paracetamol incluem anti-inflamatórios, opióides e outros analgésicos. Lembrando que a escolha do medicamento deve ser feita por um profissional de saúde, considerando a avaliação clínica e as condições específicas do paciente”, finaliza Nathalie, ressaltando que, em geral, o paracetamol é seguro e eficaz quando utilizado da forma correta e sem exageros, assim como todo medicamento.

Sobre a Universidade Positivo

A Universidade Positivo é referência em Ensino Superior entre as IES do Estado do Paraná e é uma marca de reconhecimento nacional. Com salas de aula modernas, laboratórios com tecnologia de ponta e mais de 400 mil metros quadrados de área verde no campus sede, a Universidade Positivo é reconhecida pela experiência educacional de mais de três décadas. A Instituição conta com três unidades em Curitiba (PR) e uma em Londrina (PR), e mais de 70 polos de EAD no Brasil. Atualmente, oferece mais de 60 cursos de graduação, centenas de programas de especialização e MBA, cinco programas de mestrado e doutorado, além de cursos de educação continuada, programas de extensão e parcerias internacionais para intercâmbios, cursos e visitas. Além disso, tem sete clínicas de atendimento gratuito à comunidade, que totalizam cerca de 3.500 metros quadrados. Em 2019, a Universidade Positivo foi classificada entre as 100 instituições mais bem colocadas no ranking mundial de sustentabilidade da UI GreenMetric. Desde março de 2020 integra o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Mais informações em up.edu.br/

Mais etanol na gasolina. Bom ou ruim?

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Alysson Diógenes*

O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou que o percentual de etanol na gasolina deve aumentar de 27% para 30%, sem indicar quando isso deve ocorrer. Repetindo as palavras do nosso governante, “caso isso ocorra, o Brasil terá a gasolina mais limpa do mundo”, uma vez que “a mudança climática é um fato e o Brasil é o grande protagonista no combate a essas mudanças”. Mas até que ponto isso é verdade?

Traçando um histórico, a gasolina sempre foi aditivada. Na década de 1920, adicionava-se chumbo tetraetila para que ela suportasse as taxas de compressão dos motores à época. Esse aditivo era danoso ao meio ambiente e à saúde humana, sendo proibido a partir da década de 80, quando percentuais de álcool começaram a ser adicionados à gasolina. Inicialmente, países como os EUA utilizavam metanol e, eventualmente, o etanol era usado como aditivo. Naquela época, os percentuais ficavam em torno de 2%. Ao longo dos anos, esses percentuais foram aumentando, e hoje, os EUA e vários países europeus utilizam percentuais de 10% a 15% de etanol na gasolina (inclusive, variando esse percentual como forma de controle de preços dos combustíveis, pois o etanol é mais barato). Mas finalmente. Isso é bom para o meio ambiente? E quanto ao carro?

Começando pela parte mais simples. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), atualmente, 83% dos veículos comercializados no Brasil possuem tecnologia flex. O restante é composto por carros movidos somente a gasolina, a diesel, híbridos ou elétricos. Para os carros flex, essa adição não traz grandes mudanças. O mesmo vale para veículos a diesel, híbridos e elétricos. Por outro lado, carros movidos a gasolina, como os importados e veículos mais antigos, podem apresentar problemas menores, como um aumento no consumo ou a necessidade de modificações nas configurações eletrônicas. Até aqui, nada impede essa alteração percentual. Sem falar que o etanol atual contém vários aditivos para prevenir a corrosão das peças do motor. Assim, falta analisar o impacto ao meio ambiente.

O etanol brasileiro é um combustível derivado da cana-de-açúcar. Existem versões à base de milho e beterraba em outros países. O nosso é mais vantajoso, pois não o consumimos diretamente e a cana-de-açúcar tem uma produção muito mais eficiente do que os seus concorrentes no setor de alimentos.

Do ponto de vista ambiental, o etanol é um combustível espetacular. Seu balanço de carbono é praticamente neutro, ou seja, o dióxido de carbono produzido é compensado pelo sequestro de carbono durante a produção da cana. Seu rejeito é o bagaço de cana, que pode ser aproveitado para gerar energia limpa e renovável em termelétricas. O Brasil tem, não só área agricultável, como tecnologia necessária para a produção, refino e distribuição de um combustível nacional, barato, e – de fato – ambientalmente correto. Aumentar o percentual de etanol – de fato – tornaria a gasolina mais “limpa”. Portanto, só há vantagens no uso do etanol. Ora, então, por que não usar logo o etanol em vez da gasolina?

As razões podem ser simples e complexas ao mesmo tempo. Os consumidores podem não ter interesse em comprar etanol porque o preço não compensa. Os produtores, por sua vez, podem não ter interesse em brigar por preços, pois o percentual obrigatório de etanol é uma reserva de mercado imensa e grande fonte de lucro.

Para desatar esse nó seria necessária uma ação de planejamento governamental (nem seria muito difícil). Contudo, não estamos caminhando nessa direção. Ao contrário. Como bons brasileiros, estamos caminhando para importar uma tecnologia mais cara e inferior à nossa, simplesmente por ser mais moderna. Estamos seguindo rumo à eletrificação da frota de veículos leves, conforme os países europeus que não têm capacidade de produzir nosso etanol. Se aumentar o percentual de etanol na gasolina não é o cenário ideal, desistir dele pelo veículo elétrico é o pior dos mundos.

*Alysson Nunes Diógenes, engenheiro eletricista, doutor em Engenharia Mecânica (UFSC), é professor do Mestrado e Doutorado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (UP).

Falta interpretação de texto? Especialistas dão dicas para ensinar às crianças

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Compreensão e interpretação de texto são habilidades que precisam ser ensinadas e treinadas ainda no Ensino Básico

“Falta amor no mundo, mas falta também interpretação de texto”, diz uma frase atribuída ao jornalista Leonardo Sakamoto que vive aparecendo por aí, nas redes sociais, seja qual for o assunto em questão. De história a aquecimento global, de política ao meme do dia, aparentemente as pessoas têm muita dificuldade para interpretar e compreender o que as outras pessoas querem dizer. E, se isso é um problema na idade adulta, a solução pode estar em ensinar essas duas habilidades lá no início, no Ensino Básico.

Letrado em Língua Portuguesa e também na linguagem única que se fala na internet, o professor Noslem Borges produz aulas em vídeo para o YouTube, em um canal que já tem mais de quatro milhões de inscritos em que ele fala principalmente dos desafios e curiosidades do idioma nacional. “Compreender um texto é lê-lo e entender a mensagem. Diz respeito apenas ao que está dentro do texto, não tem nada fora dele. Ou seja, ler um texto e compreender o que ele está dizendo, qual é a ideia central e os principais tópicos”, explica. Por outro lado, continua ele, interpretar um texto é quando, a partir dele, o leitor pode chegar a outras referências, deduções ou inferências. “Para compreender, você se prende ao texto e, para interpretar, você precisa extrapolar o texto”, resume.

Todo esse processo, no entanto, que passa pela compreensão e pela interpretação, começa muito antes, no saber ler o texto. E a origem da capacidade de ler corretamente um texto reside no início da vida escolar, no processo de alfabetização. O Brasil, especificamente, ainda enfrenta muitas dificuldades para alfabetizar seus estudantes na idade correta. Os motivos são muitos, mas é justamente na alfabetização que o problema da falta da capacidade de interpretar textos poderia ser corrigido. Para a coordenadora pedagógica da Aprende Brasil Educação, Angela Biscouto, “interpretação de texto se aprende no Ensino Básico. É nessa fase que temos de ensinar as crianças a ler com um olhar crítico sobre os conteúdos que são apresentados a elas”, afirma. As muitas intercorrências de comunicação enfrentadas pelos adultos são, então, uma falha que poderia ser evitada se houvesse um foco cuidadoso ao ensinar leitura, compreensão e interpretação de texto junto às crianças.

Interpretação também passa pelo encantamento

Aprender a interpretar textos, no entanto, não é uma questão puramente técnica. Lê e interpreta bem qualquer pessoa que se interessa pelo que está lendo, lembra Borges. Esse processo, então, passa também por encantar-se pela leitura. “Precisamos trazer para as crianças coisas que sejam do mundo delas. Textos com temáticas voltadas para a idade de cada uma, o texto de um desenho, um filme, uma série que seja do interesse delas. Assim, elas nem percebem que estão trabalhando o olhar crítico a partir desses elementos”, detalha. Assim, pouco a pouco, os pequenos vão ampliando a própria capacidade de ler e interpretar os conteúdos.

Angela lembra, ainda, que, quanto mais uma pessoa faz leituras com sentido e significado, maior será a habilidade que ela tem para interpretar o que está lendo. “Se apropriar da leitura com sentido é importante porque é ela que vai levar o estudante a buscar por outras leituras. E, quanto mais ele lê, mais repertório terá para estabelecer relações, ampliar e transbordar sobre os textos que lê. Isso não diz respeito apenas ao texto escrito, mas a gráficos, tabelas, infográficos, obras de arte, enfim, toda a variedade de gêneros presentes em nosso cotidiano”, destaca. Essa habilidade também é fundamental para que, no futuro, as crianças de hoje possam ter bons resultados em avaliações como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os vestibulares, provas tradicionalmente cheias de questões interpretativas.

O que oferecer para iniciar as crianças no mundo da interpretação de texto?

De acordo com o professor e youtuber Noslem Borges, saber escolher os textos para oferecer às crianças é um bom começo para quem quer contribuir com o processo de ensinar a gostar de ler e, ao mesmo tempo, estimular a interpretação de texto. “Trazer Machado de Assis para uma criança de 11 anos é complicado, mas posso pegar um texto que tenha temáticas parecidas às do Machado para que, lá na frente, ela possa gostar do Machado”, pontua. O mesmo se aplica para outros autores clássicos, como Shakespeare. Uma das obras que ele indica é “A Culpa das Estrelas”, de John Green. O professor aconselha a ler o livro, depois ver o filme e chamar discussões sobre as duas obras, descobrir as diferenças entre o livro e o filme, enfim, falar sobre o que está contido em ambas.

Depois, pode-se trabalhar “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, “porque, no fim das contas, A Culpa das Estrelas é uma releitura de Romeu e Julieta, só que nos tempos modernos. Costumo escolher materiais que sejam assim, livros atuais e clássicos, para as pessoas poderem fazer esse paralelo com o outro e ver que a temática, no fim das contas, é a mesma. Muda a linguagem? Muda. Mas você tem o mesmo tema e a mesma discussão ali”, complementa. Assim, mergulhando de verdade em cada obra, a criança vai construindo seu gosto pela leitura e sua capacidade interpretativa. “Somos permeados de texto o tempo todo. Se não soubermos ler e compreender os textos à nossa volta, teremos uma compreensão menor do mundo que vivemos. Quanto mais eu compreendo os textos, mais eu compreendo o mundo que eu vivo”, finaliza o especialista.

Noslem Borges é o convidado do episódio 59 do podcast PodAprender, produzido pela Aprende Brasil Educação, cujo tema é “Como ensinar interpretação e compreensão de texto?”. Todos os episódios do PodAprender estão disponíveis gratuitamente no site do Sistema de Ensino Aprende Brasil (sistemaaprendebrasil.com.br), nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e nos principais agregadores de podcasts do Brasil. 

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Sobre o Aprende Brasil

O Sistema de Ensino Aprende Brasil oferece às redes municipais de Educação uma série de recursos, entre eles: avaliações, sistema de monitoramento, ambiente virtual de aprendizagem, assessoria pedagógica e formação continuada aos professores, além de material didático integrado e diferenciado, que contribuem para potencializar o aprendizado dos alunos da Educação Infantil aos anos finais do Ensino Fundamental. Saiba mais em http://sistemaaprendebrasil.com.br/.

Seis mitos e verdades sobre psiquiatria

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 700 milhões de pessoas no mundo são afetadas por algum tipo de transtorno mental. O Plano de Ação para a Saúde Mental da OMS 2013-2020 mostra que as doenças mentais representam 13% do total de todas as doenças do mundo e já representam uma a cada três patologias não transmissíveis. Segundo as estimativas, cerca de 350 milhões de pessoas devem sofrer de depressão e 90 milhões têm uma desordem pelo abuso ou dependência de substâncias. 

É comprovado que parentes de primeiro grau de indivíduos com transtorno depressivo apresentam duas a três vezes mais chances de terem um quadro depressivo. Mas ainda existe um certo preconceito a respeito de diversos aspectos da psiquiatria, geralmente por falta de informação sobre o assunto. O professor do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP) e psiquiatra do SPA Estância do Lago, Ricardo Assmé, ajuda a desmistificar algumas dúvidas e aponta alguns mitos e verdades referentes ao assunto. 

1 – Pessoas com transtorno bipolar conseguem ter uma vida normal?

VERDADE – “O objetivo do tratamento do transtorno bipolar é que as pessoas tenham uma vida normal e, sim, elas conseguem. Às vezes, o transtorno bipolar exige um pouco mais de paciência do médico e do paciente, mas o paciente atingirá uma estabilidade no humor. Hoje, em termos de psicofarmacologia, existem estabilizadores de humor que proporcionam que o paciente fique bem e estável, com poucos efeitos colaterais ou, às vezes, nenhum efeito colateral. Claro que podem ocorrer pequenas oscilações de humor, mas o objetivo do médico é sempre a remissão completa dos sintomas e esse objetivo acaba sendo atingido, explica o psiquiatra. 

2 – Depressão ou ansiedade pode impedir o paciente de trabalhar?

VERDADE – “A depressão e a ansiedade estão entre as doenças que mais causam faltas ao trabalho. As principais causas de afastamento do trabalho normalmente são dores lombares, infecções respiratórias, lesões por esforço repetitivo e também a depressão, que é uma doença caracterizada por retirar energia e produtividade. Portanto, a depressão pode levar o paciente a não trabalhar. É claro que não é sempre que isso acontece. Quando o paciente inicia o tratamento, facilmente o quadro é revertido e ele volta a ter uma vida normal. Mas a doença é grave e é muito prevalente na população. Aproximadamente, uma a cada três mulheres e um a cada cinco homens apresentarão um episódio depressivo ao longo da vida. A depressão é uma doença que impacta o mundo de maneira bem pronunciada e, com isso, impacta, logicamente, o mercado de trabalho, gerando inclusive custos altos ao sistema de saúde, mundialmente”, ressalta o especialista.
 
3 – Depressão e tristeza são a mesma coisa?

MITO – “Depressão e tristeza não são a mesma coisa. A tristeza se caracteriza principalmente por ser passageira. É um quadro em que o indivíduo tem menos problemas relacionados ao sono, a questões de alimentação e, normalmente, é um quadro em que não costuma existir ação suicida, então a duração da tristeza é menor e a gravidade dos sintomas também. A depressão se distingue da tristeza justamente por esses dois fatores, duração e gravidade. Se a tristeza está anormalmente pesada, é interessante buscar um profissional de saúde mental para fazer o diagnóstico correto”, orienta.

4 – Depressão pode levar à morte?

VERDADE – “A depressão grave pode, de fato, levar à morte, especialmente porque a depressão é uma das principais causas de suicídio. Cerca de 97% dos casos de suicídio estão associados a algum transtorno mental, sendo a depressão a principal responsável.”

5 – Transtorno mental é sinônimo de loucura ou fraqueza?

MITO – “A palavra loucura não é utilizada na psiquiatria. A psiquiatria é uma especialidade médica, como qualquer outra especialidade. Existem algumas expressões próprias para o diagnóstico. O que geralmente é chamado de loucura parecem ser quadros onde existem delírio ou alucinação, mas dizer que alguns transtornos mentais são loucura seria uma expressão pouco compreendida até entre os médicos. É uma expressão mais leiga. Já sobre transtorno mental ser considerado fraqueza, não faz sentido essa afirmação. Pelo contrário, pessoas que estão vivendo, por exemplo, situações muito difíceis, estão sob estresse emocional, e muitas vezes vivem aquela situação de uma maneira bastante adequada, são pessoas fortes, mas que em virtude desse estresse acabam desenvolvendo um quadro de ansiedade ou depressão”, esclarece Assmé. 

6 – Quando marcamos uma consulta com psiquiatra é porque o caso é grave?

MITO – “Não necessariamente o caso é grave, qualquer necessidade de diagnóstico na área mental necessita uma consulta com psiquiatra, que é o médico que pode fazer o diagnóstico, inclusive, é interessante que casos relativamente leves ou moderados passem pelo psiquiatra. Dessa maneira o médico pode estabelecer se existe realmente um diagnóstico de uma patologia ou se trata-se de uma situação de estresse vivencial e, havendo diagnóstico de uma doença, o psiquiatra pode decidir se é o caso de medicar o paciente ou se é o caso apenas de encaminhar para um psicólogo. Procurar um assemelha-se a procurar um gastroenterologista devido a uma situação de dor abdominal não grave, ou um urologista para ver como está a situação da próstata a fim de prevenir algumas doenças. Os médicos estão acostumados a lidar tanto com casos mais leves quanto com casos mais graves. Não deixe de procurar um psiquiatra por vergonha”, orienta.