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Setembro amarelo: Vício em tecnologia compromete a saúde mental

Mais da metade dos brasileiros não consegue ficar um dia inteiro longe do celular, aponta o IBGE. Segundo o levantamento, 16% dos brasileiros admitem que o uso de smartphones prejudica o trabalho e afeta relacionamentos familiares.

Para 12%, a dependência da internet leva a distrações no trânsito e 9% dos entrevistados reconhecem que o uso excessivo da tecnologia causa problemas de saúde, influencia negativamente nos estudos (8%) e compromete a vida sexual (6%).

Um estudo da Hibou Pesquisa e Insights é ainda mais preocupante: 56% dos brasileiros não ficam longe do smartphone por mais de uma hora. Por isso, no mês dedicado à saúde mental e à prevenção ao suicídio, o psicólogo Guilherme Alcântara Ramos alerta: a tecnologia é viciante e causa uma sensação imediata de bem-estar, mas o excesso tem efeitos negativos à saúde mental a médio e longo prazo.

“A internet, em especial as redes sociais, e os jogos eletrônicos são programados para oferecer conteúdo de interesse para o usuário e, assim, captar a atenção. Isso consome muito do nosso tempo e nos leva a negligenciar os cuidados com a saúde, com as emoções e com os relacionamentos”, diz o especialista.

Mestre em Análise do Comportamento e professor do curso de Psicologia do UniCuritiba, Guilherme diz que o primeiro passo para identificar o desequilíbrio no uso de tecnologias e da internet é avaliar as mudanças nos hábitos e comportamentos. “Uma criança que faz uso exagerado de celular, tablet ou computador deixa de brincar com outras crianças e de aperfeiçoar habilidades sociais. O efeito nos vínculos de amizade não demora a aparecer.”
A situação é tão preocupante que o vício em internet é considerado um transtorno de dependência. No caso específico dos jogos eletrônicos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) compara o problema à dependência química, com consequências físicas e mentais semelhantes.

O risco das tecnologias digitais

Estudos internacionais mostram os riscos da utilização exagerada das tecnologias na saúde mental. Pesquisadores da Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, constataram que adolescentes excessivamente expostos a dispositivos eletrônicos manifestam com mais frequência sinais de insatisfação com a vida, infelicidade e problemas de autoestima.

O comportamento suicida entre usuários de tecnologia e internet também tem sido alvo de estudos. Na Universidade de Oxford, pesquisadores analisam a relação entre práticas de autolesão e atividades online, como navegação na internet, tempo gasto em redes sociais e visitação em sites sobre suicídio.

O desafio da Psicologia, aponta o professor Guilherme Alcântara Ramos, do UniCuritiba, está em dosar o uso das tecnologias, já que elas fazem parte das rotinas de trabalho, estudo, lazer e interação. “O fato de a internet ser muito acessível facilita o uso irrestrito e dificulta o controle dos efeitos negativos no bem-estar ou na saúde mental e emocional.”

Frustração, ansiedade e depressão

A falsa impressão de vidas perfeitas passada pelas redes sociais está adoecendo as pessoas. A exposição constante a imagens de corpos perfeitos, padrões de vida elevados, luxo, viagens e sofisticação é um dos principais fatores para a redução da autoestima e o sentimento de inferioridade.

Associado a isso está a ansiedade e à depressão. Um estudo com dez mil jovens canadenses revelou que quem passa mais de cinco horas diárias em redes sociais tem mais de 50% de chances de sofrer de depressão.

Dicas para equilibrar o uso
Ter a mão um aparelho multitarefas, como o smartphone, pode ser vantajoso para quem sabe administrar o tempo e tem autocontrole. O problema é quando o uso das tecnologias priva as pessoas de encontros presenciais e impedem o fortalecimento dos laços sociais.

“Estamos permanentemente em contato com pessoas graças à internet, mas a intensidade do vínculo é superficial. A tecnologia pode ser benéfica ou prejudicial e tudo vai depender da forma como é utilizada”, diz o professor Guilherme.

Para alcançar o equilíbrio, o psicólogo sugere que o usuário reflita sobre o tempo gasto nas redes sociais e na internet. “O que eu proponho é uma reflexão sobre o uso da tecnologia e seus impactos nos projetos pessoais e profissionais, nas expectativas, sonhos e projetos. O exagero leva ao imediatismo, mas se o uso das tecnologias não estiver vinculado aos projetos de vida, não contribuirá para o sucesso e o bem-estar.”

Desintoxicação gradativa

A forma como as pessoas utilizam o celular e o tempo que passam conectadas à internet têm total influência na saúde mental, assim como a qualidade da informação consumida. Ainda que os aparelhos mais modernos tenham dispositivos para mensurar o bem-estar digital e bloquear o uso de aplicativos após determinado período, as pessoas enfrentam dificuldades para se desconectar.

Apesar da necessidade de equilibrar o uso de tecnologia em prol da saúde mental, o psicólogo Guilherme Alcântara Ramos avisa: o processo de desintoxicação precisa ser gradual.

“Quem tem o hábito de usar a tecnologia por horas e horas todo dia terá dificuldades de fazer reduções drásticas. A dica é diminuir gradativamente o tempo de conexão, substituindo o uso da internet por outras atividades prazerosas.”

O primeiro passo é avaliar a real necessidade do uso da tecnologia para o trabalho e o estudo. Estimar, de fato, quanto ela é essencial para o sucesso profissional, os relacionamentos sociais, a interação com amigos e familiares. “Não tem problema utilizar a tecnologia, desde que seja de forma adequada e coerente aos objetivos pessoais, sem interferência no bem-estar, na socialização e na qualidade de vida”, ensina o professor do UniCuritiba.

Importância de pedir ajuda

Se estabelecer limites para o uso diário de tecnologia, seja o acesso à internet, redes sociais ou jogos eletrônicos, for complicado, a dica é pedir ajuda. O cuidado deve começar na infância e os pais devem impor regras.
Segundo a Associação Pan-Americana da Saúde (Opas), 50% dos problemas relacionados à saúde mental têm origem adolescência, por volta dos 14 anos, levando à prevalência da depressão em adultos jovens.

O comportamento de crianças, adolescentes e jovens serve de alerta, em especial se ocorrerem alterações frequentes de humor. Tristeza e raiva súbitas são indicativos de que algo está errado, assim como o hábito de relembrar, com frequência, experiências ruins do passado.

Outros sinais envolvem a obsessão por problemas (quando a pessoa não consegue visualizar uma solução para resolver o que incomoda), insinuações verbais sobre a falta de expectativa no futuro, consumo abusivo de álcool e drogas, isolamento social e ideação suicida.

Nestes casos, segundo o psicólogo Guilherme Alcântara Ramos, estudioso de educação e saúde mental, a melhor estratégia é recorrer a um especialista, que saberá orientar sobre as estratégias para vencer o vício em tecnologia e conduzir o tratamento contra a ansiedade ou a depressão.

Sobre o UniCuritiba
Com mais de 70 anos de tradição e excelência, o UniCuritiba é uma instituição de referência para os paranaenses e reconhecido pelo MEC como uma das melhores instituições de ensino superior de Curitiba (PR). Destaca-se por ter um dos melhores cursos de Direito do país, com selo de qualidade OAB Recomenda em todas as suas edições, além de ser referência na área de Relações Internacionais.

Integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima, o UniCuritiba conta com mais de 40 opções de cursos de graduação em todas as áreas do conhecimento, além de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Possui uma estrutura completa e diferenciada, com mais de 60 laboratórios e professores mestres e doutores com vivência prática e longa experiência profissional. O UniCuritiba tem seu ensino focado na conexão com o mundo do trabalho e com as práticas mais atuais das profissões, estimulando o networking e as vivências multidisciplinares.

Mobilidade sustentável: Brasil está na vanguarda da descarbonização de transportes

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Estudo do IPCC revela que de 1,42 bilhão de toneladas de CO2 despejadas na atmosfera, 13% foram provenientes de escapamentos

Etanol, motor flex, biodiesel e energia elétrica gerada a partir de fontes limpas, a gama de possibilidades para alcançar uma mobilidade com pegada de carbono reduzida é diversa e promissora. A transição energética, que desenha o cenário para o futuro do país, é acelerada por colaborações entre instituições públicas e empresas privadas, e o programa Combustível do Futuro, lançado em 2021, é um exemplo de projeto para iniciar o processo de desenvolvimento de energia limpa. Em comparação a outros países, o Brasil se mostra em situação menos crítica, conforme mostra o Estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC de 1,42 bilhão de toneladas de CO2 despejadas na atmosfera, 13% foram provenientes de escapamentos brasileiros. Nos Estados Unidos, por exemplo, dos 5,79 bilhões de toneladas de CO2, o transporte respondeu por 29% e, na União Europeia, por 23% de 3,33 bilhões de toneladas. Atualmente, o setor de transporte é responsável por cerca de 20% das emissões globais de gás carbônico, cerca de 8 milhões de toneladas. Dessas emissões, aproximadamente 75% são provenientes do modal rodoviário.

Esses resultados destacam a importância para tecnologias sustentáveis que conservem o meio ambiente e freiem esses números, distanciando-se das médias globais. Para discutir a abrangente transformação no setor, explorando novos requisitos, conceitos e modalidades que surgiram após rápidas modificações nos últimos anos, a SAE BRASIL promove o 20° Fórum SAE BRASIL da Mobilidade. O evento, com o tema “Desafios e Oportunidades para o Brasil na Construção do Futuro da Mobilidade Sustentável”, está sendo organizado pela Seção Regional Paraná e Santa Catarina. Ele é voltado para toda a sociedade, incluindo engenheiros, executivos, profissionais da área da mobilidade, estudantes e entusiastas “Sabemos que o ecossistema da mobilidade deverá passar por uma transição tecnológica em favor da descarbonização e de um futuro sustentável. Neste aspecto, o nosso país é privilegiado por ter a disponibilidade de diversas alternativas de energia de baixo carbono, que associadas às tecnologias apropriadas, podem atender não só as metas de redução, mas também ao bolso do consumidor. As rotas tecnológicas são diversas, indo de um motor a combustão eficiente até um veículo elétrico ou até mesmo a hidrogênio, passando pelas soluções híbridas. Nosso dever é focar no desafio de desenvolver as competências necessárias para que a nossa engenharia possa trilhar estas diferentes rotas” comenta o diretor regional da SAE BRASIL PR/SC, Renato Faria.

O encontro vai contar com mais de 35 convidados, incluindo palestrantes e moderadores, que participarão de 10 painéis abordando diversas temáticas, como eletrificação, combustíveis, sustentabilidade, cidades inteligentes, agricultura, entre outras. Na palestra de abertura, o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, abordará a agenda econômica para 2024 e a perspectiva do Brasil. O presidente da Renault e chairperson do evento, Ricardo Gondo, também estará presente, destacando a transformação profunda que a indústria automotiva e a mobilidade estão vivenciando. Ele ressalta que o Brasil desempenha um papel de protagonismo nesse cenário. “Juntos, debateremos  as tendências e o futuro do setor, desde a evolução dos motores até a mobilidade em ambientes urbanos e  rurais, além de temas super importantes, como sustentabilidade e a mobilidade urbana”, afirmou o chairperson.

O encontro será realizado nos dias 12 e 13 de setembro no Centro de Eventos FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), em Curitiba. Os interessados podem se inscrever pelo site da SAE BRASIL. Confira a programação completa:

12 de setembro (terça-feira)

Abertura – 8h45

Palestra de Abertura – 9h10

O Brasil em perspectiva. Agenda econômica para 2024, com Fernando Honorato, economista chefe do Bradesco.

Painel de Eletrificação – 9h55

Eletrificação no transporte coletivo urbano, com Gelson Forlin, gestor técnico da CWBUS Inovação; 

Tendências de eletrificação de veículos comerciais e ônibus com Fabio Nicora, Innovation Manager da IVECO;

Oportunidades na mobilidade sustentável com a eletrificação, com Alexandre Selski, Diretor de Eletromobilidade de Ônibus da VOLVO.

Painel de Combustíveis – 11h40

Projetos Inovadores em Engenharia: Desenvolvimento de Motores utilizando Biocombustíveis Avançados, com Roberto Berlini, pesquisador da UNIFEI-MG.

Motores a Hidrogênio de Alta Eficiência, com Rafael Brisolla Obara, Especialista Tech da TUPY;

Caminhos para uma mobilidade de baixo carbono, com Fabio Ferreira, Diretor de Produto Powertrain da BOSCH.

Painel Veículos de Passeio – 14h

Tendências Tecnológicas em busca à Neutralidade de Carbono, com Murilo Ortolan, gerente de engenharia da RENAULT/HORSE;

Way to Zero”: Desafios e Oportunidades na Região América do Sul, com Roger Guilherme, Gerente Way to Zero Center da Volkswagen South America.

Painel Agro – 15h10

Mobilidade Sustentável no Campo: Motores a Prova de Futuro, com Andre Rocha, Gerente de Vendas e Pós Vendas da AGCO POWER;

Autonomia e Mobilidade no seu Campo, com Rafael Stein, Gerente de Marketing de Produto da NEW HOLLAND.

Painel Construção e Mineração – 16h30

A Mobilidade na Mineração: Impactos e Desafios com Thiago Santos, Consultor Eficiência Operacional SR da SOTREQ; 

Futuro das Máquinas de Construção, com Boris Sanchez, Head de Produto da Volvo Construction Equipments.

Painel Sustentabilidade e ESG – 17h25

ESG e Circularidade na prática, com Ariane Santos, Founder/CEO do BADU DESIGN;

Soluções de mobilidade para todos com Ricardo Mendes, Head da Mobilize Brasil RENAULT;

ESG 4.0 – Geração de Valor Compartilhado, com Claudia Coser, Founder/CEO da NOBIS;

Moderador: Eduardo Souza, Gerente Nacional de Transportes – PepsiCO.

Debate 20 anos do Fórum da Mobilidade e o Futuro da Mobilidade – 18h30

Com Everton Lopes, diretor de tecnologia da MAHLE, Marcio Melhorança, gerente-geral de engenharia da RENAULT e Otacilio Duarte, product engineering/validation manager tractors da CNH Industrial.

Keynote: Spoiler Smart Cities e Destinos Turísticos Inteligentes – 19h

Com Angelica Molteni Paixão, Diretora MICE Curitiba.

13 de setembro (quarta-feira)

Abertura – 9h

Painel Smart Cities – 9h10

Mobilidade como Vetor de Desenvolvimento das Cidades, com Ariadne dos Santos Daher, sócia da Jaime Lerner Arquitetos;

A mobilidade urbana na equidade de acesso à cidade, com André Turbay, professor da PUCPR;

As cidades e os seus desafios atuais com Juliana Palácios, gestora de projetos estratégicos da iCities.

Painel Profissional do Futuro – 10h40

Habilidades do futuro, profissionais do agora, com Lucas Lima, sócio executivo da AAA Inovação;

Tendências de Mercado para Executivos, com Rafael Santiago, managing director & partner da DeBernt; 

Ambientes Promotores de Inovação, com Júlia Maia, Líder de implantação do Parque Tecnológico da Indústria do Senai PR. 

Palestra de encerramento – 12h

Habilidades do agora para um futuro em movimento, com Karina Cardozo, gerente de experiência e produto da CONQUER.

SERVIÇO: 

20.° Fórum SAE BRASIL da Mobilidade

Endereço: Centro de Eventos FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná)

Av. Com. Franco, 1341 – Jardim Botânico, Curitiba (PR)

Data: 12 e 13 de setembro

Horário: Dia 128h às 19h; Dia 13 – 8h às 13h30

Site: https://saebrasil.org.br/eventos/20o-forum-sae-brasil-da-mobilidade-secao-pr-forum-sc/ 

Sobre a SAE BRASIL

A SAE BRASIL é uma associação sem fins lucrativos que reúne engenheiros, técnicos, executivos, acadêmicos e estudantes de engenharia unidos pela missão de difundir técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade nos modais: automotivo, ferroviário, aéreo e naval. A entidade tem como objetivo ser a “Casa do Conhecimento da Mobilidade Brasileira”. A associação é filiada à SAE INTERNATIONAL, compartilhando  os mesmos  objetivos. Em  mais de um século de existência, a SAE INTERNACIONAL se tornou uma das principais fontes de normas, padrões e conhecimento nas áreas automotiva e aeroespacial, com a criação de mais de 35 mil normas e mais de 138 mil sócios distribuídos por cerca de 100 países. Mais informações: https://saebrasil.org.br/.

Street Style CWB movimenta a moda sustentável

Cosmopolita e moderno. Assim pode ser definido o Street Style CWB – um encontro de brechós e marcas locais que acontece, mensalmente, há mais de um ano no Nott (Al. Dr. Carlos de Carvalho 708) um espaço super amplo e bem localizado no Batel. No próximo fim de semana, dias 09 e 10 de setembro, sábado e domingo, das 10 às 18 horas, será realizada a 14ª edição dessa feira que, como o nome adianta, trabalha essencialmente com roupas e acessórios de Street Style, com mais de 60 expositores que oferecem, durante dois dias, mais de 10 mil produtos novos ou usados de marcas locais e grifes famosas. Uma novidade nessa edição será a 1ª batalha de danças urbanas all style, com a participação de dançarinos e premiação para os dois primeiros colocados. A entrada para os dois dias de evento é gratuita.

A empresária e modelo Stefanny Souza, é quem organiza tudo. Ela conta que a ideia nasceu de suas observações participando, desde 2018, de eventos semelhantes com seu brechó que era mais voltado ao Street Wear e acabava se misturando com outras linguagens da moda. “Eu percebi que faltava esse nicho no mercado de moda sustentável. Um encontro só com expositores desse segmento, voltado para o público do hip-hop e de suas variações”. Deu certo. Inaugurado no ano passado, seus encontros têm atraído um público enorme – de todas as idades – que consome roupas, acessórios e tudo relacionado a cultura Street Style – que inclui também expositores de tatuagens e body piercing.

Batalha de dança

A próxima edição do Street Style CWB – que acontece regularmente sempre no segundo fim de semana de cada mês – terá como novidade a 1ª Street Style Battle – uma batalha de danças urbanas all style.

As inscrições estão abertas até completar 30 participantes, dançarinos profissionais ou amadores, – em modalidades como o break, House, Afro Dance, Vogue e outras vertentes – que que vão se enfrentar individualmente. A apresentação, com a participação do DJ James CWB, será no domingo às 14 horas, com júri técnico (Flávia Martins e Dylan Damas) e votação do público, e terá uma premiação para os dois primeiros colocados. As inscrições custam R$20 e podem ser feitas no Instagram do evento @streetstyle.cwb.

Stefanny conta que a batalha é a primeira de uma série de atividades culturais que ela está pensando para suas próximas edições. “A gente já colocava um set musical na hora do almoço com a DJ Medusa, que é argentina e traz um som de Hip-Hop e Latinidades. Nossa ideia, e reeditar a batalha nos próximos meses e trazer outra expressão da cultura de rua que é a batalha de rimas para dentro do encontro”, adianta.

Street Style
O encontro mensal abrange brechós e marcas do street style – que é o estilo responsável por disseminar tendências entre os amantes de moda. O Street reflete um comportamento internacional e contemporâneo para que todos possam se expressar da forma como quiserem. É como o lema de Londres: “anything goes”, ou seja, tudo pode. Desde looks casuais até propostas mais vanguardistas. E, a partir deste conceito, Stefanny selecionou seus expositores.

São 45 por dia, e alguns não vão duas vezes seguidas, o que abre espaço para um total de 60 participantes. “As marcas são autorais e os brechós são de peças selecionadas então o público vai encontrar um pouco de tudo, com um padrão de estilo e grande variedade”, garante.
A organizadora explica que existe um cuidado muito especial na seleção de quem vai participar como expositor. “Para as marcas locais são 10 expositores com peças novas, de produções autorais independentes de Curitiba e região que fazem seu próprio design. Já os brechós têm quase o dobro de participantes. Todas as roupas são higienizadas e etiquetadas e estão em condições de venda e pronta para uso”. Só como exemplo, ela explica que se chegar cedo é possível encontrar marcas famosas como Burberry, Tommy, Lacoste, Guess, Gucci… originais em ótimas condições e por um preço muito abaixo das lojas.

Stefanny aproveita para convidar quem ainda não conhece o evento. “É um programa para quem gosta de moda e da cultura do Street Style. São em torno de 100 araras e quase 10 mil peças diferentes por dia. Desde os acessórios como brincos, colares, óculos, boinas, tênis… até as roupas novas, algumas de alfaiataria, ou usadas, como as famosas peças vintage colecionáveis, difíceis de encontrar, com mais de trinta anos que tem como essência a moda sustentável”.

O espaço do Street Style CWB é amplo e com três ambientes: na parte da frente são seis expositores, o Garden espaço da praça de alimentação e onde vai acontecer a batalha de dança, e a parte dos fundos com dois andares: na parte de baixo com 22 expositores, e no mezanino ficam mais 16 expositores, os tatuadores e body piercing. O evento é pet friendly.

SERVIÇO: 14º Street Style CWB
Encontro de Brechós e Marcas Locais
Dias 09 e 10 de setembro, sábado e domingo, das 10 às 18 horas no Nott (Al. Dr. Carlos de Carvalho 708 – Batel).
No domingo, às 14 horas, acontece a 1ª batalha de danças urbanas all style. Classificação: Livre
Instagram @streetstyle.cwb
Entrada gratuita.

Pernas arqueadas: problemas nos joelhos são causas comuns de dores e alteram qualidade de vida de pacientes

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Opções de tratamento vão desde fisioterapia até cirurgia com auxílio de robô

Homens e mulheres, jovens e adultos. Não existe um padrão para que as pessoas apresentem alterações nos joelhos, como curvaturas no eixo, que causam dores e afetam a rotina. Em uma situação normal, os joelhos seriam retos  – normo eixo – com uma variação de até três graus para dentro – chamado de valgo. Quando os joelhos são projetados para fora, são chamados de varo. Essas condições atípicas podem comprometer a qualidade de vida, mas o tratamento é eficaz e pode variar conforme a avaliação médica, podendo ser desde fisioterapia até intervenção cirúrgica.

Em casos em que o paciente é idoso e a deformidade se acentua devido a lesões degenerativas, a cirurgia pode ser necessária. Tadeu Celso Macanhão, de 73 anos, por exemplo, passou por cirurgias nos dois joelhos em 2022, com um mês de diferença entre elas. “Sentia muitas dores nos joelhos e mal conseguia andar. Após a cirurgia com o auxílio do robô, não sinto mais nenhuma dor. Já cheguei a andar 10 quilômetros em um dia sem dor e agora ando quatro quilômetros todos os dias. Nem lembro que tenho joelhos”, diz Tadeu.

Correção precisa

O robô mencionado pelo paciente é o chamado Robô Rosa, usado pelas equipes do Hospital São Marcelino Champagnat para auxiliar em cirurgias ortopédicas. De acordo com o médico do Tadeu, o ortopedista Antônio Tomazini, em casos como o dele, não é possível corrigir os joelhos com cirurgias menores, como artroscopia. “Nesses casos, precisamos de prótese e, para isso, usamos o Robô Rosa, que permite uma correção precisa do eixo em cada milímetro, resultando em um joelho simétrico. Essa ferramenta tem se tornado fundamental nas cirurgias”, relata.

Segundo o cirurgião ortopedista, não há uma razão específica para as alterações nos eixos dos joelhos, mas já se sabe que o joelho valgo é mais comum em mulheres,  enquanto o joelho varo é mais frequente em homens. Pacientes asiáticos tendem a ter joelhos mais projetados para fora por questões fisiológicas, mantendo a simetria em ambos os joelhos. Porém, nem todos os casos precisam de intervenção cirúrgica.

“Só indicaremos uma intervenção em pacientes jovens com essa deformidade se for causada por lesões, como no ligamento, por exemplo. Essa região é responsável por suportar a maior parte do peso do corpo. Ou seja, se uma cirurgia de ligamento for realizada nesse paciente, corrigindo também o menisco, que já tem uma grande lesão, existe o risco de o joelho se deformar ainda mais a curto e médio prazo, comprometendo o ligamento recém operado”, explica.

Nessas situações, a opção mais indicada é a correção do eixo por meio de uma cirurgia chamada  osteotomia, que consiste em cortar o osso, colocar o enxerto, alinhar a perna e reconstruir o ligamento. “Por meio de exames, podemos identificar lesões na região da cartilagem e, portanto, precisamos intervir por meio de cirurgia, porque o eixo não está corretamente alinhado, o que pode levar ao aumento da deformidade e ao desgaste mais rápido do joelho. Dessa forma, é possível tratar tanto o alinhamento quanto o ligamento, aumentando as chances de que este último tenha uma durabilidade maior, uma vez que não vai sofrer tração ao longo do tempo ”, finaliza Antonio.

O Medo do Conhecimento

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Daniel Medeiros*

Em 1600, quando vários membros da Igreja levaram o filósofo e matemático Giordano Bruno para ser queimado em praça pública, colocaram uma máscara de ferro em seu rosto, para que ele não dissesse nada “perturbador” diante das centenas de pessoas que se amontoavam na Piazza Dei Fiori, no coração de Roma. Bruno morreu por defender que as estrelas não estavam fixas no céu, como defendia a Igreja, e que essa ilusão ocorria porque elas estavam muito distantes de nós. Bruno defendeu que ao redor das estrelas deveriam existir planetas, e que nesses planetas poderiam existir vida como aqui. Também afirmou que o Universo não poderia ser finito, pois se o fosse, o que haveria depois dele seria o Nada e isso não era compatível com a ideia de que D’us criou Tudo. Logo, o Universo só poderia ser infinito e, portanto, sem um centro definido. 

Essas ideias “perturbadoras” eram incompatíveis com a doutrina da Igreja, que imaginara um céu que corroborasse a ordem social que sustentava aqui na Terra: fixo, regular, eterno, tendo a Igreja como centro e todas as outras instituições girando em um movimento circular perfeito em torno dela. Conservar essa ideia na mente das pessoas, ensinando-as desde cedo, e impedir que qualquer ideia diferente – as heresias – fosse difundida, insinuando-se no tecido social, era uma tarefa importante dos operadores da religião. A censura e a violência eram os instrumentos de intimidação e supressão. 

Assim como ocorreu com Giordano Bruno e quase também com Galileu Galilei, que, usando uma tecnologia aperfeiçoada por ele, o telescópio, provou que havia planetas girando em torno de Júpiter, o que queria dizer que a Terra não era o centro de tudo, havia outros centros, possivelmente inúmeros centros, o que quer dizer que não havia, de fato, centro nenhum. Galileu foi preso e acorrentado em uma masmorra, escapando da morte porque abjurou de suas descobertas. Morreu em prisão domiciliar, sem poder publicar mais uma linha sequer. 

Com o passar do tempo, porém, e ao custo de muitos outros sacrifícios, a Ciência  conseguiu superar as amarras da religião e demonstrou que o Universo é absolutamente ignorante sobre as pretensões centralizadoras da Igreja e os seus anseios conservadores. O Universo visível estende-se por 15 bilhões de anos-luz e, além dele, quem pode afirmar quanto mais de Universo ainda existe? Fomos transferidos da posição de centro do Universo para a condição de micro poeira cósmica, girando em falso em torno de uma estrela de quinta grandeza, em uma galáxia comum, como outros trilhões de galáxias penduradas no Universo observável. 

Essa insignificância permitiu que abandonássemos nossa ridícula sensação de grandeza e voltássemos nossa atenção a nós mesmos e à nossa possibilidade de vivermos o átimo de tempo que nos é destinado com o máximo de qualidade e respeito mútuo possível. Também permitiu que entendêssemos que não há posição fixa incontornável e que o que chamamos de tradição é só uma ignorância que perdura um pouco mais de tempo, até descobrirmos que há sempre muito mais coisas do que buscamos classificar e definir como “o certo” ou como o “verdadeiro”. Essa é a tarefa do Conhecimento e esse é o maior temor dos que querem conservar certas visões de mundo: o temor de ser desbancado de sua posição de importância e de poder, como foi a Igreja em um certo tempo da nossa História. Nessas horas, é possível que muitos desses conservadores devam suspirar com certa nostalgia do tempo no qual eles podiam encerrar um pensador em uma masmorra ou colocar nele uma máscara de ferro e  transformá-lo em cinzas, em plena luz do dia.

*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo.

@profdanielmedeiros

Educação: o projeto

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Daniel Medeiros*

Sartre disse, no final da guerra, sobre o que cabia a cada um diante das adversidades brutais daquele momento: Não importa o que fizeram de nós. O que importa é o que faremos do que fizeram de nós.

A Educação brasileira passou, particularmente nos últimos quatro anos, por uma guerra desigual e injusta, uma guerra de corte de verbas, de congelamento de planos de carreira, de ataques ideológicos, de tentativas repetitivas de desmoralização da Universidade Pública e de desqualificação dos docentes. No entanto, apesar de os bombardeios recentes terem deixado muitos mortos e feridos, a guerra contra a Educação no Brasil é de longa data. 

Conforme afirmou o antropólogo Darcy Ribeiro, o quadro de pauperização da nossa escola não é uma crise, mas um projeto. Um projeto que tem origem no nosso passado escravista, o construtor principal da sociedade de privilégios na qual estamos inseridos e que inscreve a lógica de que o avanço na Educação pública é uma ameaça a esses privilégios alicerçados na ignorância e na violência. Como bem demonstrou o filme de Anna Muylaert, Que horas ela volta?, o progresso material e intelectual das classes populares descortina toda a falácia da “superioridade” de uma parte da classe média brasileira, conivente com toda a exploração e preconceito com os mais pobres, mas que não tem, ela própria, substância, não tem estofo, exceto pelos símbolos de consumo que ostenta como troféus de latão envernizados de dourado.

A Educação é a arma principal da equidade capaz de tornar nosso país uma Nação de verdade, e não esse sistema feudal mal disfarçado, essa casa grande & senzala de prédios modernos e favelas carcomidas pela falta de serviços públicos, normalizados pela visão embaçada de quase toda gente, como se fosse parte da “nossa natureza”, indisfarçável natureza de um povo incapaz de se indignar com a sua incapacidade de garantir um mínimo para todos. Prova disso foram as jactâncias do ex-presidente, que afirmava que o “Brasil alimenta o mundo”. Ou não estamos no mundo, ou há uma parte do Brasil que não interessa que exista para essa gente. 

E diante de tudo isso, a pergunta que se faz é: O que devemos fazer? Antes de cairmos na armadilha de sobrepor a esta pergunta outro questionamento, que é: Vale a pena fazer algo?, precisamos lembrar do adágio de Sartre. Se nos deixarmos ceder às dificuldades que são criadas exatamente para que confirmemos nossa suposta incapacidade, só perpetuaremos o estado de coisas que nos sufocam e amargam nossa terra com suas chuvas ácidas. Se nos deixarmos sucumbir aos discursos de que o “problema do Brasil são os brasileiros” e que não somos capazes de atingir os níveis de “países desenvolvidos”, discursos que só servem para legitimar quem explora, diminuindo assim o peso do explorar, como se fosse esse o nosso destino manifesto e que não há outro caminho, esquecendo, como já disse o poeta, de que o caminho se faz ao caminhar, aí, de fato, seremos sempre, para sempre, essa procissão de almas desacorçoadas.

Mas há um chamado possível, para além dessa má fé que é crer que somos assim porque não há como ser diferente. O chamado de que podemos escolher, a qualquer momento, o que queremos fazer com nossas vidas. E que escolher é a expressão mais essencial da nossa Liberdade e que a Liberdade é a marca mais indelével da nossa Humanidade. 

Não importa o que fizeram até aqui com a Educação de nosso país. O que importa é o que faremos do que fizeram até aqui com a Educação de nosso país. Esse é o chamado. Necessário e urgente.

*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo.

@profdanielmedeiros

D. Pedro e o caso das joias

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Daniel Medeiros*

Foi no domingo, 17 de novembro de 1889, às três horas da madrugada, que começou o exílio de D. Pedro e sua família, além da companhia de alguns amigos, como o barão e a baronesa de Loreto, que deixou uma série de apontamentos sobre os vinte dias de viagem do vapor Alagoas, que partiu de Angra dos Reis até Portugal, primeira parada da curta trajetória do já velho e cansado imperador, que faleceu dois anos depois, aos 66 anos de idade.

Pouco antes de D. Pedro partir, os militares, que tinham liderado um golpe contra a já combalida monarquia, ofereceram uma polpuda quantia a título de indenização pelos serviços prestados pelo imperador ao país. Depois de terem sido pouco educados com o monarca, exigindo que ele partisse em quarenta e oito horas e de madrugada, para não “excitar as massas”, agora, os militares buscavam corrigir o erro “forrando” as mãos no imperador. D. Pedro, porém, recusou a oferta, e partiu quase sem dinheiro. Na Europa, viveu dos favores dos amigos e parentes, e passou os últimos meses de vida em um quarto de hotel no centro de Paris.

Durante a viagem, comemorou seu aniversário, no dia 2 de dezembro, quebrando um pouco a frugalidade das refeições até então, com um champanhe, aberto para fazer um brinde. Emocionado, D. Pedro desejou “prosperidade ao Brasil”. De noite, reuniam-se os mais próximos em uma roda de leitura, que o ex-imperador chamou de “conversações saudosas”. Aliás, saudade, a palavra intraduzível nas diversas línguas que D. Pedro dominava, desde o sânscrito até o tupi-guarani, foi a mais repetida naquela viagem, segundo os relatos da baronesa de Loreto.

No Brasil, além da recusa de dinheiro e do abandono dos imóveis e outros bens da família, D. Pedro deixou também as diversas joias que ganhou ao longo do reinado. Deixou a coroa de quase dois quilos de ouro, com mais de seiscentos diamantes e setenta e sete pérolas; deixou o cetro, o manto, os anéis, colares e até a pena de ouro, com diamantes e rubis, financiada pela população e dada de presente para a princesa Isabel por ocasião da assinatura da Lei Áurea. Todos esses bens foram incorporados ao patrimônio público pela República e  guardados no Tesouro Nacional até a inauguração do Museu Imperial de Petrópolis, durante o governo Vargas, estando expostas para o público desde então. Para D. Pedro, agora que ele não era mais imperador, aqueles bens não lhe pertenciam e, portanto, não fazia sentido levá-los consigo. Mesmo que tenha vivido os seus dois últimos anos de vida no exílio, viúvo – sua esposa, Teresa Cristina, faleceu em Portugal três semanas após o desembarque – sem renda e sem bens, D. Pedro jamais reivindicou favores ou tratamento especial do novo governo dos militares, que, ao contrário dos seus 49 anos de reinado, já haviam conseguido impor a censura aos jornais, desrespeitar a Constituição, fechar o Congresso e quase levar o país a uma guerra civil, com a Revolta da Armada. Deodoro, o proclamador, renunciou ao cargo poucos meses após assumir o governo constitucional e o vice, Floriano, governou ilegalmente por três anos, afundando o país em uma crise sem precedentes.

D. Pedro provou que uma autoridade pública pode manter a lisura e a dignidade, mesmo quando afastada violentamente de suas funções. Que não precisa carregar, na madrugada, joias e recursos para fora do país; que não precisa manchar sua biografia com suspeitas de malversações dessa natureza. Pode-se criticar o governo de D. Pedro por muitas razões. Mas, sem dúvida, ele teve um dos fins de governo mais dignos da História brasileira.

*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo.

@profdanielmedeiros

As primárias argentinas e a vitória de Milei – o fim ou a interrupção do peronismo?

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João Alfredo Lopes Nyegray e Victória Rabel*

No domingo, 13 de agosto de 2023, os argentinos foram às urnas para definir possíveis candidatos que disputarão a presidência do país nas eleições de 22 de outubro. Das eleições primárias, chamadas de PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias), veio uma surpresa: a vitória do candidato de extrema direita libertária Javier Milei, que obteve 30,11% dos votos válidos. A vitória de Milei abalou a antiga tradição peronista, deixando-a estremecida e silenciosa.

O Peronismo é um apelido genérico do “Movimento Nacional Justicialista”, que tinha como principal característica o populismo e o autoritarismo. Criado em 1945, foi liderado pelo militar e estadista Juan Domingo Perón, que também defendia o anticapitalismo e buscava promover a justiça social. Candidatos peronistas argentinos assumiram a presidência 11 vezes, sendo 3 delas pelo próprio Perón, o que exerceu forte influência na política argentina desde então.

As primárias de agosto indicam que a tradição iniciada por Perón talvez seja interrompida neste ano. Ainda que não sejam as eleições oficiais, é importante questionar o impacto político e econômico que esse resultado causa, visto as emergentes necessidades do país vizinho que caminha para eleições gerais. A Argentina enfrenta uma crise descontrolada que parece não ter fim, com uma inflação anual próxima a 115,6% e juros em torno de 118%, pesando não apenas na economia, mas também no bolso dos mais pobres. Estima-se que hoje, cerca de 40% da população argentina seja composta por miseráveis.

Após a vitória de Milei nas PASO, houve uma nova desvalorização galopante do peso argentino. O ministro da economia, Sérgio Massa – também candidato à Casa Rosada e terceiro colocado nas primárias – ainda não se pronunciou a respeito. O silêncio de Massa e a vitória de Javier Milei, muitas vezes chamado de anarcocapitalista, agravaram ainda mais a já delicada situação do país.

Devido à inflação galopante, os preços aumentam sem controle nas prateleiras dos mercados. Recentemente, houve altas em combustíveis (12%), carnes (20%) e pão (15%), assim como a redução do poder aquisitivo dos cidadãos. Há algum tempo, as consequências da falta de direção econômica em Buenos Aires têm causado um forte impacto no dólar, que agora está cotado em cerca de ARS 800 pesos argentinos por US$ 1 dólar.

Pode-se ponderar que a manifestação eleitoral das primárias reflete o desespero da população em busca de uma nova organização para o país, buscando uma mudança completa na direção política, com controle de preços e inflação, já que há mais de 30 anos a Argentina vem sendo regida pela mesma plataforma política, insistindo nas mesmas políticas econômicas fracassadas. Agora, surge a dúvida: os argentinos estão finalmente acordando para as implicações do retorno do peronismo kirchnerista ao país em 2019, ou seria esse apenas mais um triste capítulo da imparável decadência argentina?

*João Alfredo Lopes Nyegray é doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior e do Observatório Global da Universidade Positivo (UP). Instagram: @janyegray

*Victoria Rabel é aluna do curso de Comércio Exterior e membro do Observatório Global da Universidade Positivo (UP).

A Inteligência Artificial vai substituir sua profissão

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Alysson Diógenes*

Muito se tem falado que “a inteligência artificial” (IA), ou algoritmos de IA, como o ChatGPT, vai substituir sua profissão ou até mesmo roubar seu emprego. De certa forma, vai. Mas isso quer dizer que meu emprego está realmente em risco? Sim e não. Para entender isso, precisamos voltar no tempo e recordar um passado não tão distante.

Nos anos 1800, a Revolução Industrial já caminhava com alguma musculatura e havia temores e revoltas de que o tear mecânico substituiria o tecelão e o artesão. Isso fez com que dezenas de teares fossem incendiados e muitos trabalhadores fossem presos na Inglaterra. Obviamente, isso não impediu o avanço da modernização dos parques industriais.

Num passado mais recente, nas décadas de 1960 a 1980, esse temor foi ressuscitado quando as fábricas de automóveis automatizaram suas linhas de produção. Houve greves, protestos e toda sorte de reivindicações, pois acreditava-se que “os robôs tirariam o emprego de vários trabalhadores”. Mais uma vez, esse movimento de oposição foi infrutífero.

Em um passado ainda mais recente, surgiram questionamentos e protestos semelhantes durante a implementação da chamada indústria 4.0, que ainda está em curso no Brasil e no mundo.

Chegando aos dias atuais, há o temor de que a IA venha a causar desemprego. Vamos analisar isso. Um algoritmo de IA, em essência, não é bom nem mau, e não substitui o ser humano em nada por iniciativa própria. São programas de computador criados por programadores que interpretam linguagens e que são capazes de aprender por meio de outros programas de computador. Basicamente, trata-se de matemática, muita matemática.

Por outro lado, esses algoritmos têm demonstrado habilidades na linguagem e, cada vez mais, gerado textos com competência. E aí surgem alguns conflitos. Gerar texto era uma atividade exclusivamente humana. As profissões que envolvem a produção de texto enfrentam certo grau de ameaça. Mas ameaça de quê, exatamente? A IA não gera nada por si, mas facilita – e muito – a escrita. Logo, a produtividade aumenta de modo significativo e, naturalmente, a quantidade de empregos diminuirá. Não porque a IA substituirá o trabalhador, mas porque, como os robôs em uma fábrica, o trabalho será realizado mais rapidamente. Isso afetará diretamente todos os que trabalham nesse setor como advogados, jornalistas, comunicadores, entre outros. Portanto, as profissões não desaparecerão, mas os profissionais dessas áreas precisarão se adaptar a mudanças e, inevitavelmente, o número de empregos será menor. Mas aqueles que aprenderem a usar a ferramenta de IA a seu favor terão um futuro profissional garantido.

Para as futuras gerações, não adianta fazer protestos e brigar contra uma tecnologia emergente. Observando o passado, parece mais sábio aprender a utilizar suas qualidades e se adaptar. Por sinal, ser adaptável é uma característica do povo brasileiro. O novo mundo que surge requer investimentos individuais em educação, treinamento e atitude empreendedora. Infelizmente, o brasileiro parece não valorizar muito essas qualidades.

Encerro este texto – que não foi gerado por IA – incentivando a compreensão de que essas mudanças dependem muito mais de cada indivíduo do que do governo. Cabe a cada leitor brasileiro buscar o aperfeiçoamento. Sempre. Nossas profissões podem ser substituídas e precisamos estar preparados para as novas profissões que surgirão. E isso depende de você, nobre brasileiro que me lê; não de uma IA ou do governo.

*Alysson Nunes Diógenes, engenheiro eletricista, doutor em Engenharia Mecânica (UFSC), é professor do Mestrado e Doutorado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (UP).

Mercado de comunicação cresce no meio jurídico

Por muito tempo o setor jurídico caminhou à margem das estratégias de comunicação e marketing. Um combo de fatores – entre eles a pandemia, o aumento de profissionais no mercado, a disseminação de fake news e a flexibilização das normas de publicidade e propaganda da Ordem dos Advogados do Brasil – provocou uma efervescência no mercado de comunicação jurídica desde 2021.

O crescimento junto aos advogados e escritórios é uma resposta à necessidade de fortalecimento da reputação e do posicionamento da marca.É o que acontece na Smartcom – Inteligência em Comunicação, que atua no meio jurídico desde 2014 e é responsável pelas estratégias de comunicação de conceituados escritórios de advocacia e de advogados de todo o Brasil.

Atualmente, os clientes jurídicos correspondem a 25% do faturamento da empresa. “Havia uma demanda reprimida desse mercado. Agora, eles buscam se diferenciar, tanto pela presença da marca quanto pela credibilidade do conhecimento”, explica a jornalista e CEO, Silvana Piñeiro, que projeta um aumento de penetração nesse setor de 10% até fevereiro de 2024.

Além da assessoria de imprensa e redes sociais, uma nova estratégia vem encantando esse segmento, o mercado editorial. O impulso vem da necessidade crescente de uma comunicação transparente e credível, que tenha amplo alcance e dissemine conteúdo de qualidade. Trata-se de um reposicionamento como fonte de informações seguras e embasadas.

Um exemplo é o lançamento em cinco países entre agosto e setembro da obra acadêmica Empreendedoras da Lei na Europa, que reúne 73 profissionais em 54 artigos, apresentações, três prefácios, comparativo do empreendedorismo feminino jurídico e 20 boas-vindas. A obra é uma coletânea escrita por mulheres profissionais jurídicas e correlatas, que imigraram e se destacam em sua região de atuação.

Com artigos sobre realidade jurídica europeia, brasileira e do marketing jurídico, a obra conta com quase 900 páginas e chamou atenção de universidades e embaixadas na Europa.A complexidade do setor jurídicoA prestação de serviço para escritórios de advocacia é, de certo ponto, mais complexa. Isso porque é preciso atenção adicional às normas e às regras impostas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que, apesar de terem sido flexibilizadas com novo provimento em 2021, ainda existem.

Elas protegem o próprio meio jurídico, e o marketing jurídico precisa respeitá-las. “O motivo é simples: tratamos de credibilidade e posicionamento de marca. É fundamental ter expertise, considerando o cuidado textual e as estratégias essenciais de comunicação”, diz a CEO.Segundo a jornalista, o domínio dos temas complexos, estratégias de relacionamento bem construídas e o estilo e normas da Língua Portuguesa são essenciais para a prestação de serviço.

Não é à toa que a CEO foi convidada para participar da obra “Empreendedoras da Lei Europa”, sendo a única não advogada a compor o quadro de coautores, com um capítulo inteiro dedicado ao marketing e comunicação jurídica.  “Participar deste livro representa a consolidação do nosso trabalho no setor. Trata-se de um mercado emergente e extremamente minucioso e que precisa se desenvolver.

Não é qualquer profissional de marketing que tem habilidades para atender esse mercado. Há um mar de profissionais na área e por isso é tão importante que se diferenciam e se comuniquem para que tenham existência pública. Mas é preciso entender a dinâmica jurídica e criar estratégias de marketing jurídico eficientes para essa realidade”, pondera a CEO.

No seu capítulo, a CEO aborda como é desenvolvida a parte de marketing jurídico para os escritórios de advocacia no Brasil e na Europa e desenvolve uma visão do porquê trabalhar essa área, indicando formas aceitas de divulgação da marca, as razões para esse tipo de investimento, além de realizar um paralelo entre as práticas no Brasil e na Europa.

Além desse livro, a Smartcom comandou publicações editoriais para o escritório Andersen Ballão Advocacia, a empresa ThyssenKrupp e o player mundial de tecnologia NTT Data Business Solution.Lançamentos por toda a EuropaO livro “Empreendedoras da Lei” empodera e amplia a visibilidade das advogadas brasileiras e será lançado em quatro países, junto com iniciativas jurídicas relevantes.O primeiro aconteceu dia 24 de agosto com uma live transmitida pelo YouTube e demais canais digitais da Associação Brasileira de Advogados (ABA) e encabeçada pela unidade de Düsseldorf.

Além das autoridades, a live também contou com a participação das empreendedoras da lei que atuam na Alemanha e as associadas.No último dia 26 de agosto foi a vez de apresentar a obra na Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB/SP), sob a organização da idealizadora Gabriela Barreto e o Dr. Aleksander Zakimi. O lançamento também foi on-line e transmitido pelo YouTube da entidade.

Em setembro, será a vez dos eventos presenciais. Entre os dias 04 e 07 de setembro acontece a primeira imersão executiva jurídica tecnológica na Estônia, em Tallin, com visitas guiadas em empresas de inovação, tecnologia e órgãos públicos organizadas pela GB Editora e Anna Bogdanova.

Em Funchal, na Ilha da Madeira, nos dias 12 e 13 de setembro, o livro será apresentado durante a Especialização em Direito, Novas Tecnologias e Cidades Inteligentes, que acontece em paralelo ao 1º Congresso de Cidades Inteligentes e Nomadismo Digital. O lançamento contará com o corpo docente brasileiro e europeu e será no Instituto Superior de Administração e Línguas (ISAL), com realização IIAC (Instituto Ibero Americano de Compliance) e organização de Fabrízio Bon Vecchio, Gabriela Barreto e Sancha Campanella.

Os momentos servirão também para trocas de conhecimentos e muito networking com os coautores presentes.No dia 19 de setembro, ocorrerá o lançamento institucional na Universidade de Lisboa, com a presença confirmada de autoridades jurídicas brasileiras e europeias, além dos coautores, nas modalidades on-line e presencial.

No dia 20 de setembro, a obra será lançada em um painel jurídico durante o evento de abertura do curso Mulheres que lideram, promovido pelo Centro de Estudos em Direito e Negócios (CEDIN) na Embaixada do Brasil em Berlim, evento organizado por Alexandra Buchetmann e Joice Costa.No dia 27 de setembro, a obra será lançada no Colégio de Advogados de Madrid, aguardando confirmação na Embaixada Brasileira do mesmo país, com organização de Eva Papadopulos e Gabriela Barreto.

Confira a agenda de lançamentos e como participar:AlemanhaEvento híbrido em BerlimData: 20 de setembro às 10h (horário de Brasília) / 15h (horário alemão)Local: Embaixada do Brasil em Berlim com transmissão ao vivoInscrições pelo link: https://www.sympla.com.br/play/curso-mulheres-que-lideram/2014238.

0Painel jurídico durante o lançamento do curso “Mulheres que lideram”, promovido pelo Centro de Estudos em Direito e Negócios (CEDIN).EstôniaData: 04 a 07 de setembro

Durante o evento de Imersões Jurídicas ExecutivasPortugalEvento híbrido em Funchal, llha da MadeiraData: 12 e 13 de setembro

Local: Instituto Superior de Administração Línguas (ISAL)Durante a realização da Especialização em Direito, Novas Tecnologias e Cidades Inteligentes e 1º Congresso de Cidades Inteligentes e Nomadismo DigitalEvento híbrido em Lisboa

Data: 19 de setembro a partir das 09h (horário de Brasília) / 14h (horário português)Local: Universidade de LisboaEspanhaMadrid

Data: 27 de setembroLocal: Colégio de Advogados de MadridData: 28 de setembroLocal: Embaixada Brasileira em Madrid

Evento previsto, passível de confirmação Sobre a Smartcom: Agência de comunicação sediada em Curitiba, a Smartcom oferece serviços de gerenciamento e conteúdo para redes sociais e sites, assessoria de imprensa internacional, design, endomarketing, audiovisual e auditoria de posicionamento interno e externo. Com braços na Alemanha, Argentina e Estados Unidos, além de profissionais de comunicação qualificados, garante a conexão entre os pontos envolvidos no segmento do Business to Business e Business to Consumer com clientes nos segmentos de Indústria, Negócios, ESG, Advocacia, Cultura, Gastronomia, entre outros.