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Brasileiros são o segundo maior grupo de turistas no Chile

O Brasil é o segundo maior grupo de visitantes do Chile, atrás somente da Argentina. Os brasileiros representaram 20% do total de turistas estrangeiros na temporada de inverno de 2022. E de olho neste potencial turístico, o governo do Chile, através da Secretaria de Turismo (Sematur), realizou esta semana uma série de eventos para divulgar o país.

Durante a manhã desta sexta-feira (31), operadores e imprensa de Curitiba participaram de um encontro com o responsável pela operação do Mercado Internacional no Sernatur, Cristobal Felipe Yañez Altamirano e Jéssica Sanchez, representante da instituição  no Brasil. Ambos  apresentaram o Chile como um destino para se visitar em qualquer época do ano, com atrativos de norte a sul. 

Desde outubro de 2022, Curitiba tem um voo direto,  terças-feiras, quintas e sábados, para Santiago, com duração de 4 horas. Essa facilidade tem atraído o turista paranaense, que também é foco do país vizinho. O responsável pela operação do Mercado internacional no Sernatur disse esperar demanda para um voo diário, em breve.  

Durante o encontro, os representantes da Sernatur falaram sobre os atrativos naturais, culturais e gastronômicos do Chile. O país, além de ser uma opção perto para visitantes que buscam neve, história e boa comida, oferece algumas modalidades pouco conhecidas de turismo: é o caso do turismo astronômico, no norte, considerado o céu mais claro do mundo e também das opções de bem estar e saúde, com mais de 270 opções de águas termais. 

A expectativa do governo do Chile para este ano é superar o movimento pré-pandemia, quando o país recebia anualmente cerca de 500 mil visitantes brasileiros. 

Roadshow Brasil 2023 

Durante esta semana, os representantes do Chile passaram por 3 capitais brasileiras com o encontro “Roadshow Brasil 2023 – Promoção Turística”. O evento  reuniu 200 participantes, expositores internacionais e integrantes do trade turístico. 

A iniciativa ocorre como parte da estratégia de participação do Chile na WTM Latin America, que será realizada no Expo Center Norte, em São Paulo, entre 3 e 5 de abril. Durante o evento, o Chile promove permanentes capacitações de destinos, campanhas cooperadas e ações com companhias aéreas, tudo isso com a finalidade de acelerar o processo de recuperação da demanda brasileira. 

Como prevenir e identificar doenças gastrointestinais em animais de estimação

Assim como nos humanos, indisposição e distúrbios no sistema digestório de cães e gatos são comuns, diversos e mais frequentes do que se imagina. O grande desafio, porém, é identificar rapidamente as causas e a gravidade dos sinais clínicos para evitar a piora do quadro.

Buscar atendimento médico veterinário e conhecer bem o comportamento e os hábitos do pet são fatores fundamentais para identificar doenças precocemente, sobretudo as gastrointestinais que, muitas vezes, podem ser confundidas com uma indisposição passageira. “As observações do tutor vão colaborar muito para o diagnóstico do veterinário. A ingestão de algum alimento não recomendado ou comida em excesso podem ser as causas de uma indisposição ou obstrução, por exemplo. Mudanças de hábitos, como a forma de se deitar, evitar brincar ou se movimentar e apetite reduzido, podem ser sinais de dor”, relata a médica veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, dra. Farah de Andrade.

Quais são as principais doenças gastrointestinais em cães e gatos?

Dor e rigidez abdominal, salivação excessiva, fraqueza, falta de apetite, náuseas e vômitos (com ou sem sangue) são alguns dos sinais clínicos de gastrite (inflamação da mucosa do estômago), geralmente causada por infecções bacterianas ou por parasitas; doenças renais, hepáticas, virais ou hormonais; alergias ou intolerância alimentar; estresse; ingestão de produtos tóxicos ou objetos e, até mesmo, tratamentos medicamentosos. Já a gastroenterite é uma inflamação de todo o aparelho digestivo e com causas diversas, mas que também provoca vômitos, além de diarreia, inapetência e letargia.

A pancreatite é uma inflamação grave no pâncreas, órgão que produz as substâncias responsáveis pela digestão, com sintomas como dor abdominal, diarreia, abdômen enrijecido, falta de apetite, desidratação, fraqueza e febre. A pancreatite aguda pode ter desenvolvimento rápido, causar necrose tecidual e levar a óbito, se não tratada a tempo. Já a pancreatite crônica é uma inflamação contínua e progressiva, que causa danos permanentes e perda de função do órgão. Distúrbios do fígado, ducto biliar ou pâncreas podem provocar colestase, redução ou interrupção da bile (líquido digestivo produzido pelo fígado). Os principais sinais são pele e esclera (parte branca dos olhos) amareladas por impregnação de bilirrubina, urina escura ou alaranjada (bilirrubina) e fezes claras e fétidas.

A doença inflamatória intestinal é uma inflamação nas mucosas gastrointestinais, que causa diarreia e vômitos intermitentes ou que persistem por mais de três semanas. A causa é desconhecida, mas estudos sugerem que seja consequência de uma alteração na resposta inflamatória e imune do animal, que interfere na absorção de nutrientes e na motilidade intestinal. Vômitos e diarreia também são alterações causadas pela disbiose intestinal, condição na qual ocorre um desequilíbrio da microbiota do pet e uma hiper população de microrganismos ruins, que pode predispor a translocação bacteriana para outros órgãos do animal, gerando infecções. Fezes líquidas, em menor volume e mais frequentes, com ou sem muco e sangue, são os principais sinais de colite canina, inflamação no cólon, parte principal do intestino grosso.

Muito comuns, mas não menos importantes são as verminoses ou doenças parasitárias causadas por vermes e protozoários que se alojam no organismo do pet, principalmente no intestino, mas também podem se abrigar no fígado, nos pulmões e no cérebro. Se não tratadas adequadamente, colocam a vida do pet em risco. São facilmente transmitidas por meio de água, fezes e alimentos contaminados; contato com a pele do pet; picadas de insetos; transmitidas da mãe ao filhote, durante a gestação e o aleitamento; e pela ingestão de pulgas contaminadas ou de animais como lagartixas, pássaros e roedores.

Como prevenir e tratar

A alimentação adequada é o ponto mais importante para a saúde gastrointestinal do pet. “O médico veterinário é quem irá indicar as melhores opções e a quantidade de alimento, conforme a idade, o porte e as condições clínicas. Tanto a alimentação natural, quanto as rações industrializadas precisam ser ofertadas conforme a particularidade de cada animal. Pets com alergias ou determinadas doenças podem precisar de uma alimentação ainda mais específica”, comenta a veterinária. Muitas vezes o problema é causado pela quantidade de alimento, petiscos oferecidos, tipo de proteína presente ou pelo preparo inadequado do alimento.

Oferecer água filtrada; manter o ambiente e caixas de areia sempre limpos; higienizar o cão no retorno do passeio; evitar acesso ao lixo, a alimentos gordurosos, a plantas tóxicas, a produtos de limpeza e a brinquedos e objetos que possam ser ingeridos são cuidados que devem ser mantidos no dia a dia como forma de prevenção.

Quanto antes uma doença gastrointestinal for diagnosticada, melhores os resultados. Por isso, a importância de consultar o médico veterinário nos primeiros sinais apresentados pelo animal e seguir à risca a indicação médica. “O tutor nunca deve medicar o pet sem a indicação do veterinário. Pensar que pode ser apenas uma indisposição passageira e medicar o animal, pode camuflar os sinais clínicos e tardar o diagnóstico. Administre apenas o que o veterinário sugerir, pois muitos fármacos que funcionam para nós, podem ser tóxicos para os animais e a dosagem é sempre bem específica”, alerta a dra. Farah.

A adesão do animal ao tratamento também faz a diferença. Por isso, medicamentos veterinários manipulados flavorizados e em formas farmacêuticas que facilitam a administração vêm ganhando cada vez mais adeptos. “Probióticos, prebióticos, vermífugos e ativos como o omeprazol, a bromoprida, o ácido ursodesoxicólico, a silimarina e o SAMe, por exemplo, podem ser manipulados em forma de biscoito, calda, pasta oral ou molho com sabores como queijo, leite condensado e banana, tornando o tratamento mais agradável para o pet, que já está indisposto e com o apetite alterado”, comenta a veterinária.

Algumas formas farmacêuticas também foram desenvolvidas pela DrogaVET com o objetivo de otimizar o tratamento de doenças e prevenir o desconforto que algumas drogas podem causar no estômago dos animais. Cápsulas com revestimento entérico são capazes de resistir ao fluido gástrico e liberam seus ingredientes somente no intestino. Dessa forma, evitam náuseas e irritações gástricas de ativos no estômago e garantem que fármacos, que são instáveis em meio ácido, cheguem ao intestino sem redução de eficácia. Já o filme oral, uma lâmina hidrossolúvel, se adere à mucosa bucal e dissolve rapidamente, proporcionando uma rápida liberação dos ativos, reduzindo os efeitos da passagem da droga pelo fígado e diminuindo a degradação ácida do ativo no estômago. O gel transdérmico é uma opção para pets que não aceitam a ingestão de medicamentos. Nessa forma farmacêutica o fármaco é absorvido pela corrente sanguínea através da pele, reduzindo o metabolismo pelo sistema gastrointestinal. Para animais com sensibilidade alimentar, diabéticos, celíacos e nefropatas existem as opções de biscoitos hipoalergênicos isentos de glúten, corantes, conservantes, açúcar, sal e proteína animal.

Arquiteta sugere tour por prédios históricos

Curitiba acaba de completar 330 anos e parte da sua memória está bem à vista de moradores e turistas: os prédios históricos. Visitá-los pode ser uma excelente forma de comemorar o aniversário da capital paranaense, já que a arquitetura é um livro a céu aberto, pronto para ser desvendado e interpretado.

Especialista em Restauro em Arquitetura, Caroline Ganzert Afonso diz que as edificações históricas permitem uma excelente leitura sobre a cidade e ainda que o patrimônio de Curitiba tenha sofrido com a falta de leis mais severas de conservação, o que levou à destruição de prédios históricos para a construção de novos edifícios, existe um rico acervo a ser conhecido.

“As construções históricas são documentos que possibilitam uma ampla investigação sobre a cidade”, ensina a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do UniCuritiba – instituição que integra a Ânima Educação, um dos maiores ecossistemas de ensino superior do país.

Pensando nos 330 anos de Curitiba, a arquiteta e urbanista sugere um tour comemorativo.

· O roteiro começa na Casa Romário Martins, no Largo da Ordem, um dos raros exemplares de arquitetura colonial da cidade.

· O passeio continua pela Igreja da Ordem, seguindo pela rua Dr. Claudino dos Santos e passando pelo Memorial de Curitiba – outro interessante edifício com inspirações paranistas em sua estrutura.

· De lá, o visitante segue até o famoso “Cavalo Babão” – uma escultura em homenagem aos tropeiros.

· As próximas paradas são a Igreja do Rosário e o Palacete Garibaldi (exemplares da arquitetura eclética da cidade).

· A visitação continua pela Av. Jaime Reis, passando pelas Ruínas de São Francisco e pelo Belvedere, recentemente restaurado e um belo exemplar com características Art Nouveau.

· Ainda pela Av. Jaime Reis, na esquina com a Rua Portugal, a atenção é para uma das primeiras casas modernistas brasileiras, a Casa Kirchgassner.

Além de interessante do ponto de vista histórico, já que o visitante “viajará” por diferentes períodos da histórica da arquitetura e de Curitiba, o percurso recomendado pela arquiteta e professora do UniCuritiba tem outra vantagem: pode ser feito a pé. “Quem escolher o domingo para apreciar a região tem ainda a Feirinha do Largo como atrativo”, lembra Caroline.

Exemplos de preservação

A professora do UniCuritiba explica que a arquitetura e a cidade caminham juntas. “A arquitetura é a escala do cotidiano e das pequenas ações no espaço. Já a cidade é a somatória e a relação entre essas pequenas ações.”

Por este motivo, complementa Caroline, a preservação do patrimônio histórico é tão importante. “Curitiba tem exemplos muito interessantes de preservação, que vão além da conservação da edificação. São locais que propõem ações de conscientização sobre a relevância do patrimônio para a cidade e para seus habitantes”, comenta.

Três exemplares desta preservação ideal, na avaliação da arquiteta e urbanista, são o Paço da Liberdade (antiga sede da Prefeitura e hoje endereço do SESC), o Palacete dos Leões (sede histórica do BNDE) e a Catedral de Curitiba. “Todos esses locais têm visitas guiadas que podem ser feitas após agendamento e, por isso, são passeios imperdíveis para moradores e visitantes”, informa a professora.

Arte e arquitetura

Com especialização em História da Arte, Caroline entende que a arte é uma das expressões mais ricas da vivência humana. “Com a arte é possível expressar conceitos, sentimentos e relações complexas. Por meio dela e de sua linguagem, que pode ser visual, auditiva, olfativa e tátil, podemos explorar elementos estéticos. A arquitetura é uma forma artística capaz de imprimir sensações e experiências que enriquecem a vivência humana”, analisa.

Curitiba na vanguarda

Na avaliação de Caroline Ganzert Afonso, doutora em Geografia, Curitiba está na vanguarda de muitas ações urbanísticas que conectam passado e futuro.

“A gestão da informação nas cidades vem crescendo nos últimos anos e, mantendo suas características inovadoras, Curitiba tem atendido a esta demanda. Ações neste sentido já existem, como o aumento da conectividade para facilitar o trânsito, por exemplo, e o incentivo às startups.”

Entre os desafios e nichos a serem explorados na Curitiba do futuro, finaliza a especialista, estão a economia criativa e ações nas áreas de gestão, meio ambiente, cultura, saúde e educação.

Sobre o UniCuritiba

Com mais de 70 anos de tradição e excelência, o UniCuritiba é uma instituição de referência para os paranaenses e reconhecido pelo MEC como uma das melhores instituições de ensino superior de Curitiba (PR). Destaca-se por ter um dos melhores cursos de Direito do país, com selo de qualidade OAB Recomenda em todas as suas edições, além de ser referência na área de Relações Internacionais.

Integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima, o UniCuritiba conta com mais de 40 opções de cursos de graduação em todas as áreas do conhecimento, além de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Possui uma estrutura completa e diferenciada, com mais de 60 laboratórios e professores mestres e doutores com vivência prática e longa experiência profissional. O UniCuritiba tem seu ensino focado na conexão com o mundo do trabalho e com as práticas mais atuais das profissões, estimulando o networking e as vivências multidisciplinares.

Cinco exercícios simples para aliviar a cólica menstrual

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Aquela dor na região abdominal durante o período menstrual pode variar de leve a intensa e, geralmente, é causada pelas contrações do útero que ajudam a eliminar o revestimento uterino durante a menstruação.

Para ajudar a aliviar esse desconforto, há uma série de exercícios que podem ser praticados até mesmo em casa. Para a professora da academia UPX Sports, de Curitiba, Rafaela Verona, é essencial que a escolha dos exercícios seja de uma forma segura. “O importante é optar por atividades físicas que sejam agradáveis e seguras, e praticá-las regularmente ao longo de todo o ciclo menstrual, incluindo durante o período menstrual”, explica.

Ela listou alguns dos exercícios simples que podem ajudar a aliviar a cólica menstrual:

Alongamento: o alongamento relaxa os músculos abdominais e reduz a tensão. Deitar-se de costas e dobrar os joelhos em direção ao peito e segurar essa posição por cerca de 30 segundos e depois soltar.

Ioga: algumas poses de ioga podem ajudar a aliviar as cólicas menstruais. Por exemplo, ajoelhar no chão, esticar os braços para a frente e abaixar a cabeça em direção ao chão pode ajudar a relaxar os músculos abdominais e aliviar a tensão.

Caminhada: caminhadas leves estimulam o fluxo sanguíneo e reduzem a inflamação, e melhoram a dor abdominal. Caminhar por 20 a 30 minutos em um ritmo confortável.

Exercícios aeróbicos de baixo impacto: exercícios aeróbicos de baixo impacto, como a bicicleta ergométrica ou a esteira, aumentam o fluxo sanguíneo e reduzem a inflamação. Começar devagar e aumentar gradualmente a intensidade.

Pilates: ajuda a melhorar o equilíbrio e a postura, além de fortalecer os músculos abdominais. Esses benefícios podem ajudar a reduzir a dor associada às cólicas menstruais.

A professora lembra que cada corpo é único e pode responder de maneira diferente aos movimentos. É importante consultar um médico antes de iniciar qualquer novo programa de exercícios. Além disso, Rafaela alerta sobre os cuidados com o corpo. “É fundamental ouvi-lo e fazer o que for confortável para você. Com o tempo, você pode encontrar o exercício que melhor alivia suas cólicas menstruais”, finaliza.

Sobre a UPX Sports

A UPX Sports é o maior e mais completo centro esportivo do Paraná. Instalada no campus da Universidade Positivo, em Curitiba, é composta por academia, ginásio olímpico, quadras cobertas e ao ar livre, piscinas adulto e infantil, pista de atletismo, pista de caminhada ao redor do lago  e campo de futebol oficial e society (@upxsports).

Secretários municipais de Educação do Paraná e de Santa Catarina se reúnem para troca de experiência

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Desafios e boas práticas educacionais foram temas do encontro entre ADE Granfpolis e ADE Litoral Paranaense

Integrantes do Arranjo de Desenvolvimento da Educação (ADE) Litoral Paranaense estiveram em Santa Catarina nesta semana para conhecer os desafios e as boas práticas de cidades do ADE Granfpolis, formado pelos 22 municípios que compõem a Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (Granfpolis). O encontro foi de troca de conhecimento e aprendizado entre os profissionais da Educação, que elencaram ações para melhorar ainda mais a qualidade da educação do território paranaense.

Os secretários municipais de Educação, juntamente com coordenadores técnicos de Paranaguá, Morretes e Guaraqueçaba, visitaram, na segunda-feira, a sede do ADE, na Granfpolis, e a Escola Municipal Santa Cruz da Figueira, em Águas Mornas. Na terça-feira, o encontro foi em Garopaba, com visita à Escola Municipal de Ensino Fundamental Pinguirito. Em ambos os municípios foi possível se reunir com profissionais da educação das secretarias municipais para conhecer as iniciativas realizadas e discutir ações que fortalecem o ensino-aprendizagem.

De acordo com a diretora do Instituto Positivo, Eliziane Gorniak, o ADE Litoral Paranaense definiu como prioridade de atuação a melhoria da aprendizagem em Matemática e Língua Portuguesa dos seus estudantes. “Após identificar estratégias para trabalhar esse tema, uma das opções que entendemos ser relevante foi aproximar os educadores do Paraná da realidade da Granfpolis, uma região que conhecemos e sabemos que tem resultado. Nós aprendemos muito observando e trocando experiência, e o objetivo dessa viagem foi, justamente, conversar com os profissionais e entender quais os desafios e as  potencialidades, ou seja, o que fizeram de diferente, como vêm conduzindo a secretaria e as redes e a formação dos professores. Dessa forma, podemos nos inspirar e fazer ajustes de rota para também, em longo prazo, construir processos que garantam de forma frequente e contínua a melhoria da aprendizagem”, destaca.

O Instituto Positivo é especialista em desenvolver ações de divulgação e conhecimento dos Arranjos de Desenvolvimento da Educação, atuando, ainda, como facilitador e mentor técnico de ADEs. Durante os últimos sete anos atuou fortemente ao lado das lideranças dos municípios e da assessoria de assuntos educacionais da Granfpolis no território catarinense, e, agora, contribui com o ADE Litoral Paranaense na implantação de um trabalho colaborativo.

A secretária de Educação interina de Paranaguá, Paula Inácio, aponta as oportunidades de fortalecimento entre os municípios como destaque da viagem. “A expedição proposta pelo Instituto Positivo aos municípios catarinenses reafirma o privilégio que estamos tendo como Secretária de Educação ao participar do ADE Litoral Paranaense. Criamos um vínculo maior de colaboração e fortalecimento entre os municípios, com  um objetivo comum e em prol do avanço educacional no nosso território. Percebemos que o trabalho em regime de colaboração é o que fará a diferença.”

Com o retorno ao Litoral Paranaense, os profissionais da educação irão compilar o conhecimento e definir o plano de ação para colocar em prática. “Vamos apresentar o que vimos em Santa Catarina para quem não pode estar junto e discutiremos as prioridades. Queremos construir de forma colaborativa, pois traz resultados muito maiores aos municípios; percebemos isso nas conversas com os secretários. Me sinto muito feliz por ter participado desse momento e estou levando na bagagem muitas ações  que deram certo e que serão aplicadas, o que agregará grande vitória ao municípios da nossa região”, comenta o secretário de Guaraqueçaba, Sidney França.

Destaques catarinenses

Os municípios visitados são destaque principalmente nas áreas que o ADE Litoral Paranaense quer atuar fortemente, por isso a escolha deles para essa expedição. Segundo dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021, os alunos de Garopaba e Águas Mornas têm mais de 80% de aprendizagem avançada em Língua Portuguesa e Matemática.

A secretária de Educação e Cultura de Garopaba, Fernanda Cândido, se sentiu lisonjeada por apresentar as práticas educacionais implantadas no município. “É muito gratificante receber esse reconhecimento pelas nossas ações desenvolvidas. Melhor ainda é poder receber outros profissionais da área para compartilhar essas boas práticas, em uma vivência repleta de saberes e escuta ativa. Isso é uma fatia do que vivemos dentro do Arranjo de Desenvolvimento da Educação Granfpolis, que desenvolve inúmeras atividades em busca de melhorias para educação do território”, declara.

Já o secretário de Águas Mornas, Mário Fernandes, destacou a importância de compartilhar conhecimento. “Eles vieram conhecer as boas práticas da nossa região e trocar informações com quem já tem experiência neste programa. O ADE Granfpolis é case de sucesso por desenvolver atividades ao longo dos últimos sete anos em busca de melhorias para educação pública municipal”, comenta.

 Ao se despedir, a secretária de Educação de Morretes, Adriana Assumpção, destacou a importância das visitas. “Estamos comprometidos, ao lado dos nossos professores e das demais secretarias, de melhorar a aprendizagem dos nossos alunos. Para isso, estabelecemos metas e estamos dedicados a entender quais as melhores estratégias para obtermos avanços mais rápidos e eficazes. Conhecer os erros e acertos de colegas que vêm conseguindo obter bons resultados em Santa Catarina nos ajuda a ganhar tempo e não desperdiçar recursos”, finaliza.

Sobre ADE Granfpolis

O primeiro ADE do Sul do Brasil foi o ADE Granfpolis, implantado em 2015 e formado pelos 22 municípios da região da Grande Florianópolis: Águas Mornas, Alfredo Wagner, Angelina, Anitápolis, Antônio Carlos, Biguaçu, Canelinha, Florianópolis, Garopaba, Governador Celso Ramos, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento, Palhoça, Paulo Lopes, Rancho Queimado, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São João Batista, São José, São Pedro de Alcântara e Tijucas. Entre as grandes conquistas do território ao longo desses sete anos, estão a redução de 13,7% na distorção idade-série nos anos iniciais e o constante crescimento do Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), que passou de 6,22 para 6,34, em média.

Sobre ADE Litoral Paranaense

O ADE Litoral Paranaense foi implantado no ano passado e conta com sete municípios: Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná. Definiu como meta principal trabalhar a aprendizagem em Língua Portuguesa e Matemática, e está traçando as estratégias de forma colaborativa para atuar na melhoria da educação do território.

O pecador confiante

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Daniel Medeiros*

Seu nome só é revelado em um evangelho apócrifo, escrito provavelmente no século IV, o evangelho de São Nicodemos. Sua presença, porém, é conhecida de todos os cristãos ou interessados na figura de Jesus. Dimas é o ladrão que está à direita do homem de Nazaré, que foi condenado ao mesmo suplício, como forma de acrescentar humilhação à sua figura: morrer como um ladrão, como um criminoso, como um pecador, entre outros ladrões. No outro lado, um outro ladrão aproveita o clima geral de blasfêmias e impropriedades e Lhe dirige também alguns xingamentos. Mas não Dimas. Esse repreende o “colega”, diz que eles sim estavam ali por merecimento, mas aquele homem, a quem os romanos fizeram pilhéria ao lhe cingir sobre a fronte uma coroa de espinhos e pregarem acima de sua cabeça a inscrição Jesus de Nazaré, “Rei” dos judeus, não fizera nada de mal para merecer o castigo que recebia. Gestas (para alguns, Simas), o mau ladrão, não dá bola. Tinha mais com que se preocupar do que com esse diálogo improvável. E ensimesmou-se, esperando a morte que demorava. Afinal, da cruz que se carrega ninguém escapa, sendo rei ou sendo ladrão.

Jesus não pode deixar de responder a essa manifestação de compaixão de seu companheiro de suplício, mesmo que a defesa de Dimas tenha sido seguida por um pedido especial, pessoal e intransferível:  lembra-te de mim, quando vieres como rei.  E Jesus então lhe respondeu, como nos afirma o evangelho de Lucas: Em verdade eu digo, hoje estarás comigo no Paraíso.

Seria Dimas o arrependido à vera ou o empreendedor que, mesmo no momento mais difícil, não deixou escapar a oportunidade de redenção daquele a quem chamavam de Rei e de filho de D’us? Por sua vez, não teria Gestas (ou Simas), o homem simples e rude que, diante das agruras das desigualdades sociais na Palestina, que buscou transpor pela apropriação indébita dos bens dos viajantes do deserto, feito pouco caso daquele que, podendo ter tido uma vida mais tranquila e serena, desafiado as autoridades e acabado ali, entre eles, com o mesmo destino?

Nunca se saberá. O fato, a partir do que foi narrado pelos textos sagrados e apócrifos, é que Dimas virou o primeiro santo, canonizado ali, na hora da morte, já que havia sido prometido a ele um lugar e um encontro com o Senhor. Uma honra indizível para os que creem. Um ladrão arrependido que, nos acréscimos de uma vida de ataques ao patrimônio alheio, teve a chance de estar ao lado do Rei e conseguiu Dele o perdão eterno, além de uma cadeira cativa no céu.

Não é de estranhar que, na tradição que atribui a cada santo uma ou mais tarefas para cumprir, Dimas tenha se tornado o padroeiro dos agonizantes, dos que buscam a redenção de seus pecados praticados na vida toda naquele momento derradeiro, contando com a imensa e infinita misericórdia de D’us, mesmo que eles próprios não tenham tido nem uma minúscula fração dessa mesma misericórdia. Como Ivan Ilitch, personagem de Tolstoi, que, no leito de morte, condenava o comportamento falso e hipócrita que era o mesmo que ele praticava quando gozava de plena saúde.

A oração a São Dimas termina assim: Ó, São Dimas, dirijo-me a ti, como pecador confiante, para que me conduza com segurança ao trono da misericórdia a fim de conseguir a graça como ajuda oportuna.

Hoje, não nos faltam exemplos de pecadores confiantes, incapazes de um gesto de compaixão durante a vida, valentes apontadores de dedos para todos pelos mínimos deslizes enquanto minimizam suas falcatruas com metáforas e eufemismos, mas crentes de que, na hora derradeira, o Salvador não os deixará na mão, garantindo-lhes a “ajuda oportuna”. Afinal, com um precedente como o de Dimas, o itinerário da salvação é conhecido: não importa o quanto você tornou a vida dos outros um deserto. Quando chegar a sua hora da  cruz, peça, e será atendido.

Oportunismo ou crença na Misericórdia Divina?

Nunca se saberá.

*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo. @profdanielmedeiros

Não corra atrás do clássico

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Carolyne Mensen*

Um dia desses, eu estava ouvindo música com meu filho quando ele pediu para tocar um rap de um anime que ele gosta. Em meio a um trânsito caótico, a música rolando solta quando, de repente, ouço um “Onde passo com a Moby Dick, ondas vão se levantar”. Opa! Na hora, perguntei para ele se ele conhecia a história de Moby Dick (eu sabia que não), mas arrisquei para saber a resposta. Ele disse que Moby Dick é o nome de um navio desse anime chamado One Piece, e completou dizendo que era um grande navio de guerra com uma figura na proa de uma baleia azul. Fiquei estonteada. Como assim? Foi aí que tive uma confirmação: os clássicos são eternos, por isso são clássicos!

Primeiramente, para quem não conhece a história original de Moby Dick, saiba que é antiga e muito marcante, porém, quando lançado, o livro foi um fracasso de público e rico em críticas. Detalhe que isso foi em meados do século 19 e, vamos e venhamos, que fracasso, hein? (essa pergunta contém ironia). De fracasso não teve nada. É uma obra que perdura por séculos e atingiu todo tipo de público, tanto que sua referência veio parar em um rap de um canal do YouTube, criado por adolescentes fãs de anime (século 21). Curioso, não? É de se pensar que quando a história é boa, ela dura muitos e muitos anos, até séculos.

Além disso, basicamente, a história do livro de Herman Melville é sobre um capitão que busca vingança contra o terrível cachalote que amputara sua perna em uma viagem anterior. É uma aventura estrondosa, de provocar suspiros, medos e lágrimas do leitor. Quando li esse livro, eu já tinha meus vinte e tantos anos e me emocionei muito. Terminei a história chocada, obcecada. Virei uma fã. Acho que foi por isso que ao ouvir as palavras “Moby Dick” em um rap (que meu filho de 9 anos estava ouvindo, inspirada em um anime que eu nunca dei moral) me chocou tanto, no bom sentido.

Para entender a questão, é preciso saber o que é um clássico da literatura. De acordo com o site guiadoestudante.com.br, são obras que retratam aspectos da vida humana que são eternos, como: amor, ódio, esperança, vingança e outros. Dentre obras clássicas estão as do famoso Shakespeare, Cervantes, Proust, Dostoievski, Dickens, Balzac e tantos grandes nomes da literatura mundial que não cabem aqui nessas linhas. Esses autores e muitos outros, inclusive brasileiros como Machado de Assis, contam histórias que viraram inspiração para músicas, animações, indo até para as telas de cinema, inclusive streamers. Além disso, é preciso saber que uma pesquisa realizada pelo IBOPE em 2019 revelou que o Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores nos últimos quatro anos. Mas, nem tudo está perdido, pois essa mesma pesquisa comprovou que as crianças estão aumentando seu tempo de leitura. Felizmente, temos leitores em potencial.

Portanto, há esperança com relação ao público para que essas grandes histórias não se percam por aí. Espero que daqui a muitos anos, meu filho esteja com outra criança ouvindo música, assistindo a um vídeo, seja lá o que for, mas que no fundo haja menção a uma baleia ou a um homem lutando com moinhos de vento ou alguém dando a volta ao mundo em 80 dias ou até mesmo a vinte mil léguas submarinas. Por isso que eu digo e repito, não precisa correr atrás do clássico, pois um dia ele virá até você.

*Carolyne Mensen, formada em Letras – Português/Francês, é professora de Língua Portuguesa do Colégio Positivo – Master.

A (quase) falência do SVB e o potencial em criar uma crise financeira global

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João Alfredo Lopes Nyegray*

Muitos de nós certamente se lembram da crise financeira de 2008, desencadeada por – dentre vários motivos – uma bolha no setor imobiliário dos Estados Unidos. Grandes bancos faliram, e o governo estadunidense foi forçado a intervir. Dentre essas grandes instituições, o maior banco de investimentos do país, o Lehman Brothers, fundado em 1847 e que contava com 25 mil funcionários, faliu. Da mesma forma, o Washington Mutual, um banco de poupança e empréstimos sediado em Seattle, encerrou suas atividades e o governo dos EUA o vendeu para o JPMorgan Chase.

Com sede na Califórnia, o IndyMac foi fechado pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation) em julho de 2008 e vendido para um grupo de investidores; enquanto o quarto maior banco dos EUA à época, o Wachovia, foi adquirido pelo Wells Fargo em outubro do mesmo ano. Ao caso do colapso do sistema bancário 15 anos atrás, seguiram-se aumentos expressivos nos índices de desemprego, empobrecimento de famílias e milhares de pessoas sendo despejadas não só nos Estados Unidos mas no mundo todo. Tudo isso faz com que as imagens e lembranças daquela crise sejam realmente assustadoras.

Agora, o fantasma de 2008 volta a rondar o mundo, mas com outro nome: Silicon Valley Bank, o SVB. Trata-se de um banco fundado em 1983 por Bill Biggerstaff e Robert Medearis e com sede em Santa Clara, na Califórnia. Desde o início, a estratégia focou-se em capital de risco, seja de empresas financiadas por esse tipo de capital ou por investidores e serviços financeiros. A oferta inicial de ações do banco ocorreu em 1988, e, desde a década de 1990, o SVB atendeu uma variedade de grandes empresas, como a Cisco Systems, e startups como o Airbnb, o Twillio ou mesmo o Zoom Video Communications.

No dia 9 de março, as ações do SVB caíram mais de 62% após a proposta da empresa em vender ações para reforçar seu balanço patrimonial. A isso seguiu-se uma corrida dos correntistas ao banco para sacar os valores depositados ali. O Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia alegou risco de insolvência e, no domingo, 12 de março, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou medidas emergenciais para evitar a falência do banco.

O Silicon Valley Bank possui operações em países como Canadá, China, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Israel, Suécia e Reino Unido; e se beneficiou tanto do crescimento do setor de tecnologia na Califórnia e nos EUA nos últimos anos quanto dos empréstimos a juros baixos até meados da pandemia. Entre 2019 e 2022, os ativos do SVB saíram de US$ 71 bilhões para US$ 220 bilhões.

A falência de uma instituição financeira é algo extremamente arriscado não só para a economia de um país como também, dependendo do caso, para a economia de todo o planeta. Primeiramente, pelo papel crítico dos bancos no sistema financeiro: ao armazenar e gerenciar recursos, fornecer empréstimos e financiamentos. Segundo, pela série de efeitos negativos que uma falência bancária pode causar: desde a perda de confiança dos consumidores no sistema financeiro até o efeito dominó. Nesse último caso, trata-se de uma reação em cadeia em que outras empresas e instituições financeiras que possuem relação com o banco em processo falimentar podem tornar-se incapazes de honrar as próprias dívidas. Por fim, a falência de um banco reduz o fornecimento de crédito. Para os EUA, neste exato momento, isso também é muito preocupante: o país está em franca disputa tecnológica e comercial com a China, e a redução na sua capacidade de gerar inovações pode ter severos efeitos geopolíticos.

Embora as diferenças entre o que ocorre agora com o SVB e a crise financeira de 2008 sejam bastante grandes – em especial pois, àquela época, as instituições financeiras possuíam inúmeros ativos sem lastro –, o receio do contágio de uma crise financeira permanece. Estima-se que os ativos do SVB estejam na casa de US$ 209 bilhões. Era o que faltava: após uma pandemia e uma guerra, uma crise financeira.

*João Alfredo Lopes Nyegray é doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior na Universidade Positivo (UP). Instagram: @janyegray

V1 apresenta soluções de mobilidade para cidades inteligentes no Smart City Expo 2023

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Compartilhar ideias e soluções sobre como criar um futuro mais sustentável para as cidades e os cidadãos: esse foi o objetivo da 4.ª edição Smart City Expo, que aconteceu entre os dias 22 e 24 de março, na capital paranaense. O V1, empresa de mobilidade urbana 100% digital, do Grupo Águia Branca, esteve presente expondo tecnologias e serviços destinados a oferecer a melhor experiência em mobilidade urbana, visando transformar municípios em cidades inteligentes. 

A empresa palestrou no Espaço Ágora e contou com a participação do seu time de negócios e o gerente de Marketing Vinícius Carneiro, que debateu sobre mobilidade, conectividade e urbanismo em seu talk “Mobilidade urbana compartilhada no modelo de autosserviço – tempo, autonomia e consumo consciente”. 

“O V1 é uma plataforma de mobilidade urbana que pertence a um dos maiores conglomerados de transporte e logística do Brasil. Desde a sua concepção, acompanhamos o tema smart cities e desenvolvemos um portfólio de soluções inteligentes e digitais de transporte por aplicativo, aluguel e assinatura de carros. Enxergamos a tendência do carsharing como uma excelente alternativa para melhorar a mobilidade urbana, já que um único automóvel é usado por vários membros da mesma sociedade e apenas quando preciso. E, além de incentivar a mobilidade inteligente e promover novas experiências, oferecemos conveniência, comodidade e praticidade”, finaliza Vinícius. Para mais informações, acesse https://andev1.com.br/.

Antes das palavras

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Daniel Medeiros*

O forte apache era um dos brinquedos mais incríveis que o menino já tivera. As paliçadas, o portão e as casas internas eram de madeira. Apenas os postos de observação eram de plástico marrom escuro, encaixados. Os seus cowboys circulavam com seus cavalos ou apontavam seus rifles para o horizonte do quintal de areia da sua casa da infância. Lá longe, atrás dos formigueiros, as cabeças dos índios com suas lanças, rifles e arcos e flechas indicavam uma ameaça iminente. A tensão era grande. De repente, abria-se o portão do forte e um cavaleiro solitário, com um pedacinho de pano branco na mão – a mãe ralhava e tentava acertá-lo com uns tapas no cocoruto quando descobria seus panos de prato cortados – ia vagaroso em direção às montanhas, a poeira levantando alto, ao fundo só se ouvindo o cacarejar das galinhas índias ciscando dentro do galinheiro. Toda a cena se passava no centro do quintal, debaixo da jaqueira de jacas duras, o que adicionava um outro elemento de perigo ao evento: a qualquer momento, uma bruta poderia deslizar do galho mais alto e sufocar toda a tropa debaixo de gomos grudentos e madeiras destruídas. 

A estratégia do ataque era sutil e fora longamente discutida pelos líderes. A ideia era fazer os inimigos se revelarem, imaginando que haveria uma rendição. A cena era repetida muitas vezes, a mão do menino fazendo o cavalo rajado percorrer a distância entre o forte e os formigueiros, desviando de uma ou outra saúva que continuava em sua marcha, indiferente ao sangrento conflito que estava por começar.

O momento da batalha exigia outras providências estéticas importantes, e aí, as agulhas da caixa de cerzir e o fundinho do vidro de esmalte vermelho que a mãe já quase não usava vinham a calhar. Difícil era decidir quem cairia em batalha, quem seria ferido e quem conseguiria se esgueirar entre os gritos de horror e rostos retorcidos para acabar com a raça do líder inimigo. Seria a vez de os cowboys vencerem mais uma vez ou seriam os índios – hoje seriam os indígenas, os povos originários, embora tudo se passasse perto das montanhas rochosas, nos vales de canyons soprados pelo vento que faziam rolar as touceiras e deixavam os lobos inquietos, uivando sem parar – quem levaria a melhor. Outra dúvida que atormentava é se haveria ou se não haveria fogo, flechas incendiárias jogadas para dentro do forte, gerando um corre corre das mocinhas e das senhoras, agarradas aos seus rebentos. Depois de breve deliberação interna, um sanduíche feito às pressas com um pouco da carne do almoço – a mãe ralharia quando descobrisse, era pro jantar, e tentaria mais uma vez alcançá-lo com suas mãos pequeninas – decidia-se pela ausência do fogo, pensando principalmente no risco de danos ao brinquedo que amava tanto. 

A batalha desenrolava-se rápido. Não havia palavras, todas existiam somente dentro da sua cabeça: os gritos, palavrões, esgares, uivos, brados de valentia e chamamentos à luta. O quintal continuava silencioso, quebrado pelos pios dos pintinhos junto às mães, a cachorra enorme ressonando sob o sol do fim da tarde, esperando o dono que traria seu jantar feito de restos de comida do refeitório da base aérea para dar força para a longa noite de vigília contra os assaltantes de ocasião, que aproveitavam a casa de esquina para roubar uma roupa do varal ou mesmo frutas dos diversos pés que nas manhãs enchiam o areal de folhas amarronzadas. 

Desta vez, os cowboys massacraram os nativos, aprisionando o chefe guerreiro e o líder espiritual da tribo, levando-os, cabisbaixos, para exibi-los dentro do forte aos que lá ficaram e confiaram em seus heróis. 

A história interrompia-se bruscamente com um chamado de dentro da casa ou, simplesmente, com o fim da vontade de brincar disso, ou pela atenção desviada para alguma outra brincadeira, como iniciar uma batalha sem tréguas contra o ataque das formigas alienígenas ou as lagartas assassinas do tronco do coqueiro. A mente fervilhava de histórias e de vozes. De longe, às vezes, a mãe olhava e preocupava-se: esse menino é muito sozinho, sempre quieto. Será que tem algum problema?

*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo. @profdanielmedeiros