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Edital : Aviso de licitação

AVISO DE LICITAÇÃO

EDITAL Nº 041/2022 – TOMADA DE PREÇOS Nº 007/2022

OBJETO: Prestação de serviços de engenharia para a reforma de edificação localizada em Cianorte-PR. Tipo de Licitação: Menor preço. Regime de Execução: Empreitada por preço unitário. Preço Máximo: R$ 41.129,31. Edital disponível a partir do dia 04/agosto/2022, na sede estadual do CREA-PR, na Rua: Dr. Zamenhof, 35, Alto da Glória, Curitiba – PR, ou pela Internet, por meio do endereço www.crea-pr.org.br/ws/licitacoes-do-crea-prLimite e local para o recebimento dos envelopes contendo a documentação de habilitação e propostas de preços, bem como horário e local da sessão de abertura: respectivamente 08h30min e 09h00min de 25/AGOSTO/2022, ambos na Sede Estadual do Crea-PR, localizada na Rua Dr. Zamenhof, n.º 35 – Alto da Glória, Curitiba – PR, CEP 80.030-320.

Curitiba, 04 de agosto de 2022.

Sandro Luís Marangoni

Presidente da CPL

Guerras, guerras e guerras discursivas: cancelar Dostoiévski?

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Benedito Costa Neto Filho*

Já contei esta história outras vezes, mas ela sempre volta como um exemplo da cegueira que viraliza em épocas de guerra. Encontrei uma amiga alemã num mercado paulista na época da “Guerra das Malvinas” (ela, inclusive, não usava “Malvinas” e, sim, “Falklands”). Eufórica, ela me disse que não estava comprando maçãs, que eram argentinas. Assim, segundo ela, ajudava os ingleses. De fato, não apenas ela: a própria mídia brasileira (notadamente a revista Veja) parecia apoiar os ingleses.

O outro exemplo com o qual quero começar a pequena avaliação é um encontro recente. Dei aulas de português para um ucraniano que tentava morar no Brasil, um jovem de 26 anos. Como ele não tinha dinheiro, ensinaria português a ele e ele, russo e ucraniano para mim. Até aí, tudo bem. Mas, quando eu perguntava sobre o ucraniano, via que ele ficava irrequieto, quase ofendido. E explico a razão: para muitos jovens ucranianos e bielo-russos e demais jovens de ex-repúblicas soviéticas, é vergonhoso usar o idioma materno, pois o russo foi usado na escola e é uma língua “culta”. Caso o leitor não se lembre, a língua usada por Volodymyr Zelenski até há pouco tempo era o russo e não o ucraniano.

Então, comecemos por aqui: uma alemã deixando de comprar maçãs argentinas e um jovem que considera sua língua materna estigmatizada frente à língua do conquistador.

Recentemente, temos visto casos de boicote, cancelamento (nos dois sentidos atuais de cancelar), proibições etc., a produtos russos: temos o boicote a produtos culturais – exemplos são a proibição à leitura de Dostoiévski e o cancelamento de apresentações da cantora lírica Ana Netrebko, tanto na Rússia quanto fora dela, em Nova York, por exemplo –, o boicote à apresentação de atletas russos em campeonatos internacionais, e ainda o boicote a produtos de origem russa.

O boicote a produtos “inimigos” é uma tática de guerra bastante antiga. Quando os romanos da época de Cleópatra perceberam que poderiam ficar sem o trigo egípcio, resolveram atacá-lo. E assim ocorre hoje, similarmente, com gás, petróleo e soja. Evidentemente que o boicote a produtos do inimigo não tem função “apenas” econômica: se deixo de consumir o que de melhor ele tem em termos de produção cultural e técnica (seja literatura, música ou o esporte), trata-se de uma humilhação. E o boicote não ocorre em apenas uma via – o presidente americano Jimmy Carter pediu ao comitê americano que não enviasse atletas a Moscou, em 1980. O comitê acatou o pedido e ainda foi seguido por mais 61 países alinhados aos americanos. Qual o resultado prático disso? Mais medalhas para os países alinhados a Moscou, uma cicatriz que os jogos jamais viriam sarar, e um resultado discursivo que ecoa até hoje. E é bom para os governos ter o apoio de um sem número de pessoas que não entendem nada da verdadeira situação político-econômica desses países.

Embora o mundo soviético como minha geração tenha aprendido na escola – cujo teor “satânico” também víamos na igreja – tenha acabado, ainda se pensa a Rússia como o epicentro de um modo de pensar o mundo atrás da cortina de ferro. Atores famosos, como Ben Stiller, vão à Ucrânia saudar como herói o sujeito que até pouco tempo atrás era considerado um dos bastiões da extrema direita no planeta; Madonna se deixa fotografar com um vestido em forma de coração com as cores da Ucrânia; representantes do G7 têm tratado Zelenski como o coitado, espremido pelas forças russas num entrave geográfico qualquer, o que ele definitivamente não é. Evidentemente, toda guerra é injusta para a população civil que é a que mais sofre, e este pequeno texto não é uma defesa da política internacional de Putin, mas esses espetáculos midiáticos propagados por americanos como Stiller e europeus, como os representantes do G7, têm a profundidade da ação da minha amiga alemã num mercado paulista: recusar-se a comprar uma maçã argentina para ajudar a Inglaterra. Funciona? Em partes, sim.

E grande parte da mídia brasileira não ajuda em nada no entendimento da coisa toda. A CGJ chama a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de “forças ocidentais” e descreve a invasão da Ucrânia como uma guerra entre Ocidente e Oriente. Podiam se dedicar mais e explicar isso melhor. Nem a OTAN é uma “aliança ocidental” tampouco a invasão da Ucrânia por Putin é uma guerra ocidental-oriental, a não ser que o jornalismo da Globo tenha mudado toda a noção de “ocidente” e “oriente”, e só eles saibam disso, e tenha mudado também a biografia de Zelenski e todo o interesse que a OTAN tem na região geográfica da Ucrânia.

A invasão decidida por Putin, a sangrenta invasão de Putin, não é algo que começou hoje, tampouco a situação da Criméia e a de territórios separatistas ucranianos. Putin sente-se ameaçado pelo cinturão de países que a cada década se aliam aos interesses americanos e de parte do continente europeu alinhado, por sua vez, aos interesses americanos. Boicotar Ana Netrebko ou os livros de Dostoiévski, que, aliás, mostrou os horrores das prisões russas, assim como o fez Tchekhov, não resolve em nada o sofrimento do povo ucraniano. Desconhecer a história recente da Ucrânia também não ajuda.

*Benedito Costa Neto Filho, doutor em Letras, é professor dos cursos de Comunicação, Pedagogia e da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo (UP).

Como nascem os monstros

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Daniel Medeiros*

O homem tenta roubar a bicicleta do outro em pleno centro da cidade e as pessoas que passavam pelo local o derrubam. Um dos passantes dá uma chave de braço e o ladrão perde a consciência. As pessoas aplaudem. Quando a polícia chega, o corpo está estendido no chão, sem vida. Ninguém sabe o que aconteceu, exceto que se tratava de um ladrão de bicicletas.

O segurança desconfia da moça negra dentro da loja de perfumes. Aproxima-se dela e pede que ela lhe entregue a bolsa. A mulher reage e começa a xingá-lo. Outros dois seguranças aparecem e a arrastam para um área reservada, onde começam a agredi-la com chutes e socos. A moça bate com a cabeça em uma quina da parede e começa a sangrar muito. O serviço médico é acionado e ela é levada, inconsciente, para o hospital, onde chega sem vida. Ninguém repara na bolsa que fica largada no chão da loja. Dentro, havia documentos e pertences pessoais. Nenhum perfume.

O soldado da nação agressora é preso e admite que atirou nas costas de um cidadão comum da cidade invadida, em plena luz do dia. O soldado é muito jovem e tem olhos assustados. Afirma que “eram as ordens”. Ouve a sentença de morte dos juízes por meio da tradutora que repete, próxima ao seu ouvido, as palavras ditas em uma língua que não entende. Apenas balança a cabeça, como quem avalia o preço de sua obediência.

A juíza diz “você pode aguentar mais um pouquinho?”, para a menina de onze anos, vítima de estupro dentro de sua própria casa e grávida de quase sete meses. Uma criança com uma criança, não compreende o que aquela mulher lhe propõe, não compreende o que está acontecendo desde o momento em que aqueles nos quais ela mais confiava submeteram seu corpo àquele tormento. E, ainda sem compreender, torna-se o centro de um debate do qual os que falam não protagonizam nada. Só há essa criança, o agressor adolescente, uma casa que deveria ser guarida, um bebê fruto-vítima e uma decisão inadiável. 

O cidadão não admite ter de se dirigir àquela mulher como “chefe” e, principalmente, ter a sua atenção chamada por ela. “Quem ela pensa que é”, pergunta-se, enquanto o sangue ferve de indignação. Toda a sua formação está de cabeça para baixo. Ele é quem deveria estar no comando, determinando, organizando e sendo magnânimo quando achasse que isso fosse conveniente. Mas, uma mulher é quem manda e não gosta do que ele faz. “Quem é ela para gostar de alguma coisa?” Não se contém e quebra-lhe a cara. “Recado dado”, pensa, enquanto é detido pelos seguranças do prédio.

As duas moças, no bar, beijam-se, até que são surpreendidas por um homem furioso. Ele xinga, diz que vai puxar a cinta para dar uma lição nelas, que elas eram duas crianças e não deveriam estar fazendo aquela sem-vergonhice, mas que era isso, aquela geração não prestava mesmo, por isso que não deveria haver livre arbítrio. Uma das moças retruca e ele joga um banco de madeira nela. Ninguém intervém. Uma mulher pediu para chamarem a polícia. Fizeram um boletim de ocorrência.

O indigenista e o jornalista morreram em uma das áreas mais violentas do país, sem presença do Estado e entregue aos madeireiros e garimpeiros ilegais. A morte violenta dos dois chocou a opinião pública mundial. As principais agências de Direitos Humanos exigem uma explicação das autoridades brasileiras, principalmente em face das reiteradas declarações oficiais criticando as ONGs ambientalistas e os movimentos de defesa dos direitos dos indígenas. Nas redes sociais, muitos comentários afirmam, categoricamente,  que “os dois sabiam no que estavam se metendo” e que “aquela região é área do tráfico de drogas” e que agora “só falta querer responsabilizar o presidente por estarem no lugar errado, na hora errada”. 

Como disse Hannah Arendt: Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime.

Assim nascem os monstros.


*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo.

daniemedeiros.articulista@gmail.com

@profdanielmedeiros

Feira dos Pais acontece no final de semana em Curitiba com opções únicas para presentear

Evento também tem caráter beneficente e valoriza o empreendedorismo feminino

De 5 a 7 de agosto, a AABB Tarumã recebe a Feira dos Pais, evento pioneiro promovido e organizado pela Universo Compartilhado Colab. A ideia do evento é reunir em um só lugar opções de presentes para pais de todas as idades e estilos, movimentando o empreendedorismo feminino.

Serão mais de 60 expositores por dia com um grande número de itens para agradar também a todos os bolsos. A Feira dos Pais terá produtos exclusivos, artesanais e empreendedores de Curitiba e região.

Entre as marcas confirmadas estão, Erreô Multibrand, Carla Gomes, Fabiana Manini/ Avati, Dinara Zanon Doceria, Nany Paper, Ateliê Tani Art, Luisa Cass Store, Sam´s Club, Canto da Mônica, Ateliê da Luluzinha Pijamas, DBK Luxo nos Pés, Soap By Nice, Black Ink Tatoo e Piercing, Artepan, entre outros.

Entre os expositores, também haverá espaço para elas, que vão comprar o presente dos pais e podem aproveitar para conferir as promoções, com destaque para No Cabide Modas, Toquinho Modas, Ateliê Tica Maria, Elisete Cruz Taróloga, Urban Ladies Brechó, Passionnée Art, Memories Mesa & Decor, entre outras marcas.

“Na Feira dos Pais, o visitante também pode encontrar pagamento facilitado no pix ou em dinheiro e produtos artesanais, exclusivos. Por isso, a Feira é uma grande oportunidade para quem ainda não comprou o presente para os pais e deseja incentivar o comércio local”, diz Valéria Andrade (Val), organizadora do evento pela Universo Compartilhado Colab.

A entrada na Feira é gratuita, mas quem quiser, pode doar itens de higiene pessoal para doação para a Casa de Recuperação Nova Vida (CRENVI) que há mais de 40 anos trata pessoas em recuperação de dependência química. Entre os itens sugeridos estão sabonetes, escovas de dente, pastas de dente, shampoo, condicionador, absorvente, tintura para cabelo, esmalte de unhas, papel higiênico e outros itens.

Serviço: Feira dos Pais
De 5 a 7 de agosto
Horário: das 10h às 20h
Local: AABB – Av. Victor Ferreira do Amaral, 771 Tarumã
Informações (41) 9 9286 9641
Evento gratuito, com contribuição voluntária de material de higiene para doação.
Instagram: @feiras.universo,colab

Edital: Aviso de Licitação

AVISO DE LICITAÇÃO

EDITAL Nº 041/2022 – TOMADA DE PREÇOS Nº 007/2022

OBJETO: Prestação de serviços de engenharia para a reforma de edificação localizada em Cianorte-PR. Tipo de Licitação: Menor preço. Regime de Execução: Empreitada por preço unitário. Preço Máximo: R$ 41.129,31. Edital disponível a partir do dia 04/agosto/2022, na sede estadual do CREA-PR, na Rua: Dr. Zamenhof, 35, Alto da Glória, Curitiba – PR, ou pela Internet, por meio do endereço www.crea-pr.org.br/ws/licitacoes-do-crea-pr. Limite e local para o recebimento dos envelopes contendo a documentação de habilitação e propostas de preços, bem como horário e local da sessão de abertura: respectivamente 08h30min e 09h00min de 25/AGOSTO/2022, ambos na Sede Estadual do Crea-PR, localizada na Rua Dr. Zamenhof, n.º 35 – Alto da Glória, Curitiba – PR, CEP 80.030-320.

Curitiba, 04 de agosto de 2022.

Sandro Luís Marangoni

Presidente da CPL

Entrega dos kits da Meia Maratona de Curitiba Clube da Alice 2022

Nos dias 05 e 06 de agosto acontece a entrega dos kits da Meia Maratona de Curitiba Clube da Alice 2022, que já conta com 3 mil inscritas. Nas datas haverá também a feira de empreendedorismo e esportiva especialmente para as participantes. A corrida, que acontece no domingo (07), é inédita no Brasil, já que será exclusiva para mulheres e tem como objetivo disseminar a campanha “O Poder da Mulher”, criada para o evento. 

O Shopping Crystal, localizado no Batel, será a linha de largada e chegada da corrida. O percurso vai se concentrar na região central da cidade, tendo início pela entrada do shopping da Rua Benjamin Lins, sentido Av. Batel. Além dos tradicionais 21km, também haverá categorias de 14km, 7km e 3,5km.

“Estamos com excelentes expectativas para o evento que vai reunir muitas mulheres com diferentes objetivos aqui no shopping. Preparamos uma estrutura que irá ajudar as corredoras. Queremos tornar esse momento ainda mais especial”, afirma Rafaela da Rocha, coordenadora de marketing do Shopping Crystal.

Além disso, para alcançar mulheres de diversas cidades, foi criada a versão virtual da corrida, na qual a participante percorre seu próprio trajeto, envia os registros de tempo para a organização e recebe sua medalha em casa.

A Meia Maratona de Curitiba Clube da Alice 2022 é uma realização da Nosso Time, agência especializada em eventos esportivos com mais de 750 eventos realizados em 15 anos de atuação no mercado, e do Clube da Alice, uma das maiores comunidades digitais no Facebook de incentivo ao empreendedorismo feminino no Brasil.

Serviço

Entrega de kits e Feira Esportiva 

Data: 05 e 06 de agosto

Horário: 10h às 20h

Local: Shopping Crystal, Piso L2

Endereço: Rua Comendador Araújo, 731 – Batel, Curitiba – PR

Divergência e Antagonismo

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Daniel Medeiros*

Tive na faculdade um colega com o qual gostava muito de trocar ideias. Quase sempre divergíamos de posição, ele sempre em defesa de um Estado de Segurança e eu sonhando com um Estado de Bem-Estar Social. Mas os seus argumentos buscavam respeitar a lógica própria das ideias e ele desenvolvia-os com cuidado e sempre com espaços para as minhas intervenções. Da mesma forma – muitas vezes, com bastante perspicácia -, ele abria flancos nas minhas argumentações, obrigando-me a reavaliá-las e até mesmo refazê-las.

Uma certa vez, estávamos em um boteco próximo da universidade, bebendo e exercitando nossas ideias, quando deparei-me com uma faceta ainda desconhecida desse meu colega: ele tratava mal o garçom. A primeira vez me surpreendeu, mas deixei passar, duvidando do que ouvira. Na segunda vez, ficou claro que o cidadão ignorava as mais básicas regras de tratamento cordial com os empregados, quanto mais – o que eu acredito – o necessário respeito e atenção com todos os trabalhadores, particularmente os que nos servem, aos quais tenho um senso de gratidão enorme. Nada mais podia acontecer em nossa até então interessante amizade a partir dali. Eu havia encontrado um antagonismo insuperável. E nossas conversas terminaram.

Todos temos convicções e o fundamento da cidadania é o respeito pela convicção dos outros, desde que essas convicções não signifiquem, justamente, a destruição das nossas. Essa é a diferença básica entre divergência e antagonismo. Não se pode pedir que um judeu “reconheça” os argumentos de um nazista. Todo debate de ideias tem uma área verde na qual a troca de opiniões pode ser enriquecedora e uma área vermelha na qual uma posição contrária implica a destruição de uma convicção fundamental. Em tese, pode-se até admitir um tema, mas jamais considerá-lo como uma prática cotidiana, um fato entre outros fatos. A existência de um partido nazista, por exemplo.

Vivemos tempos de profundo antagonismo. E aí reside um problema com o qual, igualmente, corremos riscos. O risco maior é o de confundirmos divergências sobre as quais poderíamos discutir e acrescentar nosso ponto de vista, ou acrescentar-nos do ponto de vista divergente, com antagonismos inconciliáveis. E, por isso, acabamos fazendo campanha contra as divergências, afastando possíveis aliados, mesmo que não amigos, em vez de destacarmos os antagonismos, focarmos neles, apenas neles, combatendo-os com todas as nossas energias.

Tenho um querido amigo que coleciona armas. Compreendo todas as razões pelas quais ele me expõe e considero-o bastante coerente. Além disso, trata-se de uma pessoa inteligente e bastante sensível às questões importantes da cidadania, sem exceção. Vejo-o se chatear com os ataques que pululam nas redes sociais aos que gostam de armas, como se muitos destes que atacam não tenham usado (ou ainda usem) camisetas do Che com uma arma nas mãos ou cultuam um Lamarca ou um Marighella com rifle ou revólver em punho. É a velha falácia de querer punir o consumidor e não o traficante, ou de querer matar o mensageiro em vez de condenar o autor da mensagem. Um erro crasso que impede a ampliação do leque de apoiadores de um projeto de resgate da cidadania, do replantio de árvores no deserto em que está se transformando a nossa Democracia.

Cito esse exemplo só para ilustrar a falta de habilidade que muitos de nós cultivamos e que embaralha amigos e colegas, colegas e estranhos, estranhos e inimigos. No balé da vida em comum, dançamos com entusiasmo junto a nossos amigos, não negamos uma dança aos nossos colegas e, por vezes, damos uma chance a um estranho. Mantemo-nos distantes e atentos aos inimigos. E, mesmo assim, é mister lançarmos vez por outra um olhar sedutor para eles, porque, mesmo nessas águas, é possível resgatar uma ou outra alma desencontrada. 

*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo. @profdanielmedeiros

Piemonte promove o Family Weekend na Praça Croma

No sábado (06) e no domingo (07), a Piemonte Incorporadora e Construtora realiza, na Praça Croma (rua Jeronimo Durski, 1624), o Family Weekend O evento é gratuito e acontecerá das 11h às 17h com atividades para toda a família.

Para o sábado a ação é voltada às crianças, com oficinas diversas comandada pelo grupo Os Incríveis, contação de histórias, brinquedos, diversas opções de alimentação e muita diversão. Já no domingo, o presente é para os amantes de carros, com exposição dos carros antigos e também com atividades infantis.

Não é necessário inscrição nem reserva. Para quem optar em ir de carro, o estacionamento é gratuito e a entrada é pela Rua Luiz Leitner, 50. Mais informações pelo Instagram @piemonte.construtora. Em caso de chuva, a exposição de carros antigos será cancelada.

Inscrições abertas: XI Encontro de Pesquisa Empírica em Direito

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Com o objetivo de levantar debates sobre o uso de métodos empíricos entre pesquisadores da área, a Universidade Positivo (UP) sedia, pela primeira vez, o Encontro de Pesquisa Empírica em Direito. O evento, organizado pela Rede de Estudos Empíricos em Direito (REED), acontece entre os dias 22 e 26 de agosto, no campus Ecoville da UP, com participação de pesquisadores de todo o Brasil. As inscrições devem ser realizadas neste link e o valor da taxa varia entre R$ 75 e R$ 430 por pessoa.

Serviço

XI Encontro de Pesquisa Empírica em Direito

Quando: 22 a 26 de agosto

Local: Universidade Positivo – Campus Ecoville (R. Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 – Ecoville)

Inscrições via Google Forms: reedpesquisa.org/eventos/xi-eped-inscricoes-abertas/

Mais informações: reedpesquisa.org/eventos/xi-encontro-de-pesquisa-empirica-em-direito/

Para além do juramento de Hipócrates: a ética na prática médica

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Ermelino Franco Becker*

“Passarei a minha vida e praticarei a minha arte pura e santamente. Em quantas casas entrar, fá-lo-ei só para a utilidade dos doentes, abstendo-me de todo o mal voluntário e de toda voluntária maleficência e de qualquer outra ação corruptora, tanto em relação a mulheres quanto a jovens.” (Juramento de Hipócrates).

O nauseante episódio do anestesista contra uma paciente vulnerável reuniu a totalidade da reprovação possível entre médicos, trabalhadores da saúde, operadores do direito e todo o resto da nação. Como pode um profissional de tão nobre carreira transgredir tão ostensivamente qualquer tipo de razoabilidade comportamental? Como é possível que tal pessoa tivesse a confiança dos colegas e da instituição para lá estar trabalhando?

Como professor e cirurgião, também me surpreende como uma pessoa com tal desvio de caráter conseguiu terminar o seu curso e receber um diploma de médico. E, mais ainda, completar um curso de residência, período em que os jovens estão expostos ao escrutínio estreito dos mestres, sendo exigidos nos limites da resistência pessoal em plantões noturnos, casos complexos, estudos extensos e, portanto, sendo testados seguidamente em seus limites emocionais e comportamentais.

É preciso lembrar que toda profissão da saúde tem essa natureza que franqueia aos médicos acesso à intimidade dos pacientes, incluídas aí a intimidade física, psicológica, familiar e até financeira. Tal exposição exige retidão de conduta absoluta por parte do médico e equipe, respeitando os princípios da bioética, quais sejam a beneficência, a não maleficência, a autonomia e a justiça. Frutos desses princípios se seguem temas práticos da formação dos alunos, como o sigilo, a omissão de socorro, o consentimento, o respeito à terminalidade e muitos outros.  Ainda mais exigente é o respeito à sexualidade. Se o médico não se conduzir em discrição obstinada nesse assunto, fica inviabilizado o acesso dos pacientes aos tratamentos, pelo receio de, estando vulneráveis, serem vitimados por aqueles que seriam seus protetores.

Os mecanismos de controle de tais condutas abusivas não podem se resumir às delegacias e aos conselhos de medicina com seus processos formais e muitas vezes sujeitos a recursos que criam obstáculos. A comunidade profissional em cada ambiente de trabalho tem papel insubstituível e não pode se eximir de continuamente estar observando o profissional ao seu lado, no melhor sentido da proteção dos doentes. Tal responsabilidade precisa ser semeada em cada aluno de graduação durante o curso, esclarecendo-os sobre as razões históricas e formais do comportamento profissional. Acima de tudo, é necessário que eles compreendam seu papel social na proteção dos pacientes vulneráveis, incluindo crianças, idosos, inconscientes e até as pessoas de educação mais simples.

Desafios modernos para atingir tal formação passam pelos novos formatos das universidades, com grande número de alunos por turma, aulas a distância, e avaliações em provas objetivas, com poucas oportunidades de se acompanhar os alunos de maneira individualizada. A medicina é uma arte que se aprende de muitas fontes, mas todo aluno deveria ter um tutor ou equivalente, que lhe inspire e molde sua personalidade no sentido ético profissional, de modo a preservar o respeito que a profissão merece, sem banalizações e sem tolerância para as condutas abusivas.

*Ermelino Franco Becker é médico cirurgião oncologista, médico legista no IML de Curitiba e professor de Bioética e Ética Profissional do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP).