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Museu do Holocausto de Curitiba foi palco do lançamento de dois livros

O Museu do Holocausto de Curitiba promoveu, no último domingo, o lançamento dos livros Entre as sombras e os sóis, de Carlos Reiss, e Herança, do premiado escritor Jacques Fux.

O Museu do Holocausto é o primeiro dessa temática no Brasil e tem por objetivo recordar o genocídio de judeus, cometido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, e que resultou na morte de cerca de seis milhões de pessoas. O Museu também realiza atividades para combater o ódio, a intolerância, o racismo e o preconceito.

Entre as sombras e os sóis
Em Entre as sombras e os sóis, Carlos Reiss, coordenador do primeiro Museu do Holocausto do país, concebe a biografia de Sala, sua avó paterna, como fruto de mais de 20 anos de pesquisas sobre o mundo judaico e o Holocausto.

A narrativa apresenta descobertas e histórias, reconstruindo algumas passagens históricas e traços da personalidade de Sala. Entretanto, Carlos afirma que contar a jornada de sua avó e de traçar suas raízes não foi fácil, devido à desestruturação de ramos familiares pós-Holocausto e imersão consciente em capítulos obscuros não apenas dela, mas da história do povo judeu.

Carlos tinha apenas 13 anos quando Sala faleceu, em 1994. “Ainda criança, apesar de ouvir histórias da guerra durante os almoços de domingo, ninguém em volta da mesa se preocupava em guardar ou em registrar para a posteridade — fruto também de uma construção traumática daquelas memórias”, diz.

“Sendo assim, o objetivo principal do livro é imortalizar sua história, acompanhar sua trajetória pelo Gueto de Lodz, Polônia, e por campos de concentração e extermínio — incluindo o complexo de Auschwitz —, e registrar sua força e capacidade de resiliência para construir uma nova família, após perder tudo e todos em meio às sombras e à escuridão do genocídio”, completa Reiss.

O livro — cujo título é inspirado na canção “Minha Casa”, do compositor Zeca Baleiro — é um mergulho nas histórias de uma jovem que atravessou grandes atrocidades e reuniu forças suficientes para erguer uma nova vida e criar três filhos.

Herança
Em Herança (Editora Maralto), o premiado escritor Jacques Fux partiu de uma pesquisa de seis anos sobre os diários de crianças que estiveram em campos de concentração para explorar o pós-memória de um trauma geracional e reproduzi-lo em uma ficção que acompanha Sarah, Clara e Lola — três mulheres, representantes de diferentes gerações de uma mesma família — com histórias que se cruzam e que vivenciaram o nazismo de formas diferentes.

Sarah, aos 15 anos, foi obrigada a viver no Gueto de Lodz, Polônia, sendo lentamente privada de sua juventude, mas ela resiste ao escrever em seu diário. Anos mais tarde, sua filha, Clara, luta contra a dor intergeracional do Holocausto, contra a distância e a frieza impostas pela mãe, atada em silêncios. Por fim, Lola, filha de Clara, também recebe esse legado, elaborando a era da catástrofe e da barbárie, de forma poética e crítica em suas “notas”.

“Apesar de ser um livro de ficção, todas as histórias e personagens são reais. Se o leitor for buscar os diários, vai ver que eles existiram e perceber a dura realidade do trauma geracional ocasionado na Segunda Guerra Mundial”, destaca Jacques Fux.

A obra é uma história de três vozes combatendo o sofrimento, o apagamento das narrativas e a violação da própria humanidade. Ainda que seja doloroso falar do passado, as três personagens do livro se posicionam, cada uma a seu modo, diante das violências históricas e de suas memórias, tentando sempre se manterem de pé e pavimentar o futuro.

Sobre os autores
Nascido em Belo Horizonte, Carlos Reiss hoje coordena o Museu do Holocausto de Curitiba, que conta a história de vítimas deste genocídio e transmite seus legados e lições éticas. Gestor e consultor, foi responsável pela concepção pedagógica do espaço, com organização de materiais, ações educativas, curadorias e treinamentos.

Jacques Fux é ficcionista, ensaísta e tradutor. Graduado em Matemática e mestre em Computação, tem doutorado em Literatura Comparada pela UFMG e pela Université de Lille (França).

Foi pesquisador na Universidade de Harvard de 2012 a 2014. É autor dos romances Antiterapias, Brochadas e Meshugá, além de ensaios e livros infantis. Seus livros e contos já foram publicados na Itália, no México, no Peru, em Israel, nos Estados Unidos e na França.

Mascotes contribuem com desenvolvimento socioemocional e aprendizado na infância

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Uso de personagens em casa e na sala de aula é ferramenta para gerar identificação na primeira infância, tornando mais fácil o aprendizado

Quando uma criança começa a trajetória escolar, ela passa por uma série de mudanças de rotina que podem ser desafiadoras e, muitas vezes, até assustadoras. A separação dos pais ou responsáveis, a convivência com pessoas que, até então, eram desconhecidas, horário para acordar, comer e voltar para casa, tudo é uma grande novidade. Por isso, é muito importante que os pequenos tenham a clareza de que não estão sozinhos nesse processo. E as mascotes e personagens são perfeitas para isso.

“Oi, eu sou o Júlio. Eu tenho muito medo de falar na frente de meus colegas. Sempre que sou chamado para fazer isso fico bravo. Parece que vou congelar e estou sozinho, sem apoio ou companhia.” Atribuída ao simpático desenho de um menininho, essa fala faz parte do material didático do Sistema de Ensino Aprende Brasil, usado em escolas públicas municipais de todo o país. A intenção é trazer para a criança situações socioemocionais que podem ser vivenciadas por qualquer pessoa e, assim, fazer com que ela se identifique e reflita sobre si mesma.

Para a gerente editorial da Aprende Brasil Educação, Cristina Kerscher, o uso de personagens traz identificação com as crianças, principalmente com as mais novas. “É como se ela estivesse lendo uma historinha. Tudo o que acontece, as personagens estão envolvidas e isso faz com que haja uma identificação imediata”, explica. Ela ressalta que a presença de personagens e mascotes – tanto no material didático quanto na sala de aula – funciona como um incentivo para que a criança se sinta acompanhada. “É como se trouxéssemos alguém para caminhar com a criança por aquela trilha de aprendizagem. Algo como ‘olha, seu amiguinho está aqui com você’”, completa.

Uma turma de amigos

O universo infantil é repleto de personagens. Eles estão nos livros, nos gibis, nos desenhos animados e até nas embalagens de produtos destinados às crianças. É comum encontrar crianças pequenas trajadas como suas personagens prediletas. Isso acontece justamente por causa dessa identificação que surge entre os pequenos e essas criaturas imaginárias. Para a professora de Psicologia da Universidade Positivo (UP), Katia Biscouto, as pessoas se identificam com figuras que são importantes para elas e é muito importante, para quem está na escola, fazer amigos. “Ter uma personagem significa que eu tenho mais um amigo. Isso tem grande impacto em crianças que não têm facilidade para fazer amigos, por exemplo. É o que chamamos de identificação por par, com pessoas da mesma idade e da mesma realidade”, afirma.

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Sobre o Aprende Brasil

O Sistema de Ensino Aprende Brasil oferece às redes municipais de Educação uma série de recursos, entre eles: avaliações, sistema de monitoramento, ambiente virtual de aprendizagem, assessoria pedagógica e formação continuada aos professores, além de material didático integrado e diferenciado, que contribuem para potencializar o aprendizado dos alunos da Educação Infantil aos anos finais do Ensino Fundamental. Saiba mais em http://sistemaaprendebrasil.com.br/.

Boca Maldita recebe campanha de prevenção ao câncer de boca

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Ações acontecem na sexta-feira, com exames gratuitos de prevenção

Dezenas de profissionais de saúde bucal e acadêmicos da área de saúde se reúnem na sexta-feira (25), na Praça Osório (Boca Maldita), em Curitiba, para participar da 34.ª Campanha de Prevenção de Câncer Bucal. A ação, programada para acontecer das 9h às 16h, realiza exames de prevenção e busca conscientizar a população sobre os fatores causadores de câncer bucal. 

Realizado pelo Hospital Erasto Gaertner (HEG), com o apoio da Universidade Positivo (UP), o evento conta com a participação de aproximadamente 60 estudantes do curso de Odontologia. “Ações como essa permitem a capacitação dos acadêmicos sobre o assunto. Eles também têm a oportunidade de dar orientações de prevenção na prática, em um momento de interação direta com a comunidade e outros profissionais da saúde”, explica o professor do curso de graduação em Odontologia da Universidade Positivo, Acir José Dirschnabel. 

De acordo com Dirschnabel, quando diagnosticada cedo, a doença tem cura. “Para aumentar as chances, é necessário que o paciente procure atendimento odontológico ou médico caso encontre alguma ferida na boca”, orienta. Dados do Hospital Erasto Gaertner indicam que 15% dos pacientes atendidos na campanha de 2021 foram encaminhados para o Centro de Especialidade Odontológicas da Prefeitura de Curitiba e para o Erasto Gaertner. 

Para este ano, os responsáveis pela ação querem superar os atendimentos de 2021, uma vez que a doença é uma denominação que inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua e assoalho da boca) e está entre as principais causas de mortes por neoplasias, ou seja, crescimento anormal do número de células. Atualmente, mais de 50% dos casos são diagnosticados em estágios avançados da doença, quando as chances de cura são mais reduzidas. 

Realizada há 34 anos pelo HEG, a ação tem gerado mudanças no comportamento da população, resultados positivos em relação ao diagnóstico precoce e, como consequência, o aumento das chances de cura. O dentista Laurindo Sassi, chefe do Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do Hospital Erasto Gaertner, alerta que a população está mais informada sobre a prevenção, mas ainda é preocupante o número de pessoas que desconhecem a doença e são encaminhadas para tratamento a partir de simples eventos de prevenção. “Uma pesquisa feita pelo nosso serviço, em todo o Paraná, revela que 20% da população nunca ouviu falar sobre o câncer de boca. São pessoas que não têm ideia de que a doença existe e precisam que a informação chegue até elas. ”, destaca Sassi.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) projeta mais de 15 mil novos casos por ano desse tipo de câncer no Brasil entre 2020 e 2022. Enquanto 11 mil devem ocorrer em homens, a incidência em mulheres deve ficar em torno de 4 mil. O câncer da cavidade oral é o 13.º mais comum no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) relaciona o câncer de boca ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool, além da exposição ao sol sem proteção –  que é um fator de risco importante para o câncer de lábio -, o excesso de gordura corporal, a infecção pelo HPV – normalmente relacionada ao câncer de orofaringe – e fatores associados à exposição a agentes cancerígenos no ambiente de trabalho.

SERVIÇO

34.ª Campanha de Prevenção de Câncer de Boca

Local: Praça Osório (Boca Maldita)

Quando: 25/11, sábado

Horário: das 9h às 16h

Realização: Hospital Erasto Gaertner, com o apoio da Universidade Positivo.

Sobre a Universidade Positivo

A Universidade Positivo é referência em Ensino Superior entre as IES do Estado do Paraná e é uma marca de reconhecimento nacional. Com salas de aula modernas, laboratórios com tecnologia de ponta e mais de 400 mil metros quadrados de área verde no campus sede, a Universidade Positivo é reconhecida pela experiência educacional de mais de três décadas. A Instituição conta com três unidades em Curitiba (PR), uma em Londrina (PR), uma em Ponta Grossa (PR) e mais de 70 polos de EAD no Brasil. Atualmente, oferece mais de 60 cursos de graduação, centenas de programas de especialização e MBA, cinco programas de mestrado e doutorado, além de cursos de educação continuada, programas de extensão e parcerias internacionais para intercâmbios, cursos e visitas. Além disso, tem sete clínicas de atendimento gratuito à comunidade, que totalizam cerca de 3.500 metros quadrados. Em 2019, a Universidade Positivo foi classificada entre as 100 instituições mais bem colocadas no ranking mundial de sustentabilidade da UI GreenMetric. Desde março de 2020 integra o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Mais informações em up.edu.br/

Grand Mercure Curitiba Rayon oferece ótimas opções para eventos de confraternização

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Com uma localização privilegiada, na região central de Curitiba, o Grand Mercure Curitiba Rayon conta com diversas opções para as confraternizações de final de ano. Afinal, não existe nada mais gostoso do que reunir os amigos e os colegas de trabalho para comemorar e confraternizar.

“Estamos confiantes com a retomada dos eventos e otimistas com a realização de eventos de confraternização no final do ano, tanto corporativos como familiares”, fala Fernando Kanbara, gerente-geral do Grand Mercure Curitiba Rayon.

O Grand Mercure Curitiba Rayon conta com o Garbo Restaurante para quem gosta de um almoço ou jantar de qualidade e com pratos variados e equilibrados. Sob o comando do chef Juliano Dias, funciona de segunda a segunda das 12h às 15h e das 19h às 23h.

Já para os fãs da culinária asiática e para quem procura um momento mais sofisticado e intimista, o Hai Yo é a melhor opção. Referência e reconhecido por diversas premiações, oferece uma viagem gastronômica que integra diferentes regiões, entre as quais estão China, Japão, Vietnã e Malásia. Sob o comando do chef Lucas Coelho, conta com capacidade para 50 pessoas sentadas e funciona de segunda a quinta-feira das 19h às 23h30. Já na sexta-feira, sábado e feriado, o funcionamento é das 19h até meia noite e meia.

O hotel ainda conta com o Lobby Bar que funciona diariamente das 11h às 23h, oferecendo uma variada carta de drinques e um cardápio especial de petiscos, além da Room 1424.

“O Grand Mercure Curitiba Rayon oferece essa versatilidade, pois temos opções para todos os gostos e momentos”, complementa Kanbara.

Salas de evento
O Grand Mercure Curitiba Rayon conta com cinco ambientes especialmente preparados para receber eventos, reuniões corporativas, congressos e festas. A Sala Ágora é ideal para eventos de médio porte e sua capacidade é para até 100 pessoas, possui um amplo foyer para a recepção dos convidados do evento e para o serviço de coffee break, além de possuir saída direta para o Garbo Restaurante. A Sala Fórum é para eventos de grande porte com capacidade para até 300 pessoas, possui um amplo foyer para a recepção dos convidados do evento e para o serviço de coffee break. Oferece acesso direto para o Garbo Restaurante.

Já o Salão RW é ideal para realizar eventos sociais como festas e casamentos e comporta até 140 pessoas sentadas para refeições ou 500 para um serviço de coquetel. O Room 1424 é um espaço inspirado nas casas de jazz mais famosas do mundo, idealizado para compartilhar bons momentos e possui capacidade para até 100 pessoas. A Suíte Presidencial oferece uma sala de jantar para até oito pessoas.

Sobre o Grand Mercure Curitiba Rayon
O Grand Mercure Curitiba Rayon está localizado na Rua Visconde de Nácar, 1424, Centro, em Curitiba (PR). São 12.848 metros quadrados de construção, sendo 18 andares com 159 apartamentos. Oferece espaço fitness, sauna, spa e salas de eventos com capacidade para até 200 pessoas. Abriga dois renomados restaurantes: Hai Yo, com gastronomia asiática, e Garbo, de culinária contemporânea brasileira.

Em julho de 2021, o empreendimento passou a ser administrado pela Atrio Hotel Management, sob a bandeira Grand Mercure, se tornando o primeiro hotel upscale de bandeira internacional administrado pela operadora hoteleira no sul do Brasil. Informações e reservas pelo número (41) 3532-0150.

O Boticário promove experiências interativas para os curitibanos neste Natal

O Natal do Boticário está chegando em Curitiba nesta sexta-feira, dia 25. Com o lema “Onde existem diferenças é onde mais precisa existir amor”, as ativações focam na união do público para que a magia aconteça. A cerimônia de abertura está marcada para as 19h30, simultaneamente na Rua XV de Novembro, em Curitiba, e no Shopping Cidade São Paulo, em São Paulo, e contará com uma conexão surpresa ao vivo.

O destaque são as árvores decoradas com janelas, que funcionam como verdadeiros portais: o visitante que postar uma foto nas decorações com a hashtag #EspalheAmor, poderá ver a mesma em telas de led espalhadas pela estrutura. As fotos aparecerão em datas específicas e estarão presentes também em São Paulo, onde a mesma estrutura estará disponível. Além da árvore, outras estruturas proporcionam encantamento e momentos memoráveis para adultos e crianças.

Uma grande estrutura em formato de presente com janelas convida os visitantes a fazerem uma foto de recordação, mas também, através do acionamento de botões, libera bolhas de sabão e fragrâncias clássicas da marca que deixam a experiência ainda mais encantadora. A decoração também irá contar com duas letras no formato de caixas instagramáveis com os dizeres “Eu ♡ Natal”, para o visitante demonstrar todo o amor pela mágica época do ano.

Além disso, bancos reformados, que serão doados posteriormente para a cidade, convidam os visitantes a conversarem, e as gangorras convidam os pequenos a gerarem energia para acender parte da decoração através de um mecanismo de energia renovável. Ambos, bancos e gangorras, só serão ativados, ou seja, gerarão energia para iluminar a decoração, se contarem com duas pessoas ou mais, incentivando a união para a data. Serão muitas estruturas instagramáveis para a família toda criar lindas memórias. As ativações ficarão disponíveis até o dia 08 de janeiro.

SERVIÇO
Ativações de Natal do Boticário na Rua XV
De 25/11/2022 a 08/01/2023
Inauguração: Dia 25/11/2022, às 19h30

“Eu tenho, você não te-em!”

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Fernando Vargas*

“Eu tenho, você não te-em! Eu tenho, você não te-em!” Muitos adultos devem se lembrar  do versinho, entoado quase como uma música, no comercial de uma tesourinha da Disney, nos já longínquos anos de 1990. Com os olhos vidrados em frente à tela da televisão, milhares de crianças sonhavam dia e noite com aquele pequeno objeto, estampado com o rosto dos dois ratinhos mais famosos do mundo: Mickey e Minnie. Como essa, centenas de outras peças publicitárias pipocavam na programação matinal, naquele tempo, quase exclusivamente dedicada aos conteúdos infantis, como desenhos animados e programas com apresentadoras em trajes coloridos.

Desde então, nossa compreensão dos meandros da neurociência e nossa avaliação moral e ética evoluíram de maneira significativa. Com isso, uma série de hábitos que nos eram rotineiros passaram a ser, inicialmente, questionados, depois, seriamente restringidos e, por fim, proibidos devido à sua natureza intrinsecamente antiética. Comportamentos que antes eram aceitos como naturais agora são vistos como impraticáveis. Um deles é a publicidade infantil. Por lei, esse tipo de peça é proibida no Brasil por uma série de dispositivos legais. Entre eles, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Marco Legal da Primeira Infância.

Mas, a não exposição de nossas crianças aos apelos cotidianos do consumismo não basta para que tenhamos novas gerações mais conscientes de sua relação com o dinheiro. Esse é um relacionamento que precisa ser cuidadosamente construído, ao longo da infância e da adolescência, para que nossos filhos compreendam que nem tudo o que desejam é necessário.

Embora a ausência de provocações,como a da tesoura do Mickey, seja de grande ajuda, ela sozinha não é capaz de impedir que os pequenos se sintam incompletos quando não possuem o brinquedo, a roupa, o calçado ou o material escolar que está na moda. A forma como lidamos com nossos impulsos de consumo ainda não foi completamente desvendada pela ciência, por maiores que sejam os esforços para entender por que sentimos tanta necessidade de adquirir e acumular coisas ao longo da vida. Uma coisa, no entanto, já sabemos: comprar ou ganhar coisas nos dá alegria e prazer.

Não se trata de uma impressão ou sensação empírica, mas de ciência. Estudos já comprovaram que comprar algo que se deseja induz à produção de dopamina pelo cérebro. Esse é o mesmo neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. E a produção de dopamina não tem nenhuma relação com a idade. É assim para adultos e também para crianças.

Se a satisfação causada pelas compras é uma reação biológica, como, então, convencer os pequenos de que, muitas vezes, é preciso resistir à vontade de consumir? A verdade é que as crianças aprendem muito mais rápido e de maneira mais sólida pelo exemplo. Essa é uma outra verdade que, embora pareça amarga, já foi comprovada pela ciência. A tendência das crianças, principalmente as mais novas, é reproduzir comportamentos dos pais, responsáveis e de outros adultos com os quais elas convivem no dia a dia.

Para criarmos filhos financeiramente mais responsáveis, precisamos primeiro nos reeducar a nós mesmos. Rever padrões de comportamento frente aos nossos próprios desejos de consumo pode parecer doloroso, mas é imprescindível. Ou estaremos navegando sempre contra a corrente, sem velas, sem remo e sem um motor que possa nos conduzir. De nada adianta ensinar seu filho a não acumular posses se seu próprio armário está repleto de pares de sapatos ou camisas de times de futebol.

Podemos repetir exaustivamente o mantra “você não precisa disso para ser feliz”. Podemos dizer quantos “nãos” julgarmos adequados como resposta a pedidos de novos brinquedos, roupas ou calçados. Se não adotarmos, nós também, um comportamento não consumista, todas as nossas palavras serão ouvidas por eles como um sonoro “eu tenho, você não te-em!”.

*Fernando Vargas é coordenador pedagógico da Conquista Solução Educacional.

No país da Copa do Mundo, o futuro é (ultra)passado

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*Adriana Saluceste

No meio das areias quentes, sob o sol escaldante, ergue-se um oásis repleto de árvores, com suprimento subterrâneo de água fresca, um verdadeiro refúgio no deserto. Assim parecem ser, à primeira vista, alguns dos países do Oriente Médio, entre eles o Catar, sede da Copa do Mundo de 2022. Considerado um dos países mais ricos de todo o planeta, o PIB chega aos US$ 175,8 milhões. Mas, ainda que pareça solo fértil, também residem nessas areias algumas das contradições mais significativas do mundo.

Divulgada como a Copa mais tecnológica de todos os tempos, o evento precisou ser transferido para o fim do ano devido às altas temperaturas que se abatem sobre o Catar durante os meses de junho e julho, quando a competição costuma ser realizada. Nos estádios, alta tecnologia para ajudar a enfrentar o calor que, mesmo em novembro, ainda será um dos grandes desafios para os amantes de futebol. Túneis de vento e construções inteligentes são apenas duas das ferramentas escolhidas para lidar com o problema.

Enquanto jogadores contarão com camisetas inteligentes e um sistema automatizado do já conhecido video assistant referee (VAR), do lado de fora desse universo inovador, criado para encantar e vender o país como o destino do futuro, há uma infinidade de passado que o Catar se recusa a deixar para trás.

Mulheres, por exemplo, ainda têm seus direitos extremamente limitados por lá. Em maio de 2022, a mexicana Paola Schietekat, de 27 anos, acabou sendo condenada a cem chibatadas e sete anos de prisão depois de denunciar um estupro às autoridades. Acusada de sexo extraconjugal, ela foi apenas mais uma das muitas vítimas de situações como essa no país, que ainda trata mulheres como cidadãos de segunda categoria. Homossexuais também não são bem-vindos no Catar. Com base em uma interpretação da lei islâmica – chamada de Sharia -, a nação proíbe relações entre pessoas do mesmo sexo, o que pode levar a até três anos de prisão.

Imigrantes que desejam trabalhar no país também podem ter problemas, eventualmente, com o que eles chamam de “kafala”. Esse sistema, que é inspirado na Sharia, é uma exigência de que qualquer pessoa estrangeira tenha uma espécie de “patrocinador”, papel que normalmente é assumido pelo empregador. Assim, o trabalhador acaba ficando submetido às vontades e decisões de quem o emprega. Não pode, por exemplo, trocar de emprego, alugar um imóvel ou mesmo sair do país sem a autorização do patrão, que fica com o passaporte do imigrante e pode, inclusive, pedir sua prisão.

Durante a Copa do Mundo, todos os turistas que decidirem acompanhar os jogos de perto precisarão obedecer a essas e outras regras, muito mais rígidas do que a da maior parte dos países, atualmente. Apesar do calor, mulheres precisarão cobrir os ombros e os joelhos se não quiserem ter problemas com as autoridades. Além disso, nada daquela cervejinha para assistir às partidas ou comemorar os resultados. É proibido comercializar e consumir álcool em locais públicos. Mas, nos hotéis internacionais, os turistas poderão driblar essa regra.

O petróleo, que responde, junto ao gás natural, por pelo menos 50% do PIB nacional, pode ter trazido ao Catar um rio fértil de riquezas em dólares, euros e outras moedas cobiçadas no mercado internacional. Não é à toa que, de acordo com a Global Finance, o país ocupa hoje o quarto lugar entre os mais ricos do mundo, levando em consideração o PIB per capita. E toda essa riqueza é capaz de comprar a Copa do Mundo mais inovadora já realizada. Para ser o destino do futuro, entretanto, o país ainda precisa chegar ao presente.

*Adriana Saluceste é diretora de Tecnologia e Operações da Tecnobank.

Mitos e verdades de um país descoberto

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Enzo Kalinke*

Brasil, nossa casa, com a célebre história de um país descoberto pelos portugueses por acidente, e declarado independente com um heroico grito às margens do Rio Ipiranga. Em nossa história temos ainda fatos muito interessantes, tais como a figura de uma princesa que, no auge de sua bondade, decreta o fim da escravidão ou a figura de um “presidente” que tem um governo legitimado de 15 anos, sem eleições diretas no período. Conectando alguns fatos, apresentam-se a nós coincidências históricas bastante curiosas, as quais são pistas da história de nossa Nação. Aprendemos desde pequenos que três caravelas que viajavam em direção às Índias se perderam e acabaram por aportar onde hoje é o Brasil. Desde esse momento, seríamos então uma colônia portuguesa.

Considero os portugueses dotados de muita sorte, segundo essa história. Afinal, exatamente as três caravelas mais importantes de toda a caravana, as quais continham representantes dos reis e patrocinadores das navegações, também padres e navegadores experientes, acabaram por se perder, enquanto as que continham os viajantes menos importantes na hierarquia, seguiram o rumo previsto. A sorte de nossos amigos saídos da Europa torna-se ainda maior ao terem aportado em terras que haviam sido objeto de conflito entre portugueses e espanhóis seis anos antes dessa “descoberta”, e já seriam, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, terras portuguesas. Isso nos leva a questionar se teria sido a viagem de Cabral uma descoberta ou uma tomada de posse.

Após todas estas coincidências que trouxeram nossos colonizadores portugueses ao Brasil, nos tornamos subordinados à Coroa Portuguesa, até o momento em que Dom Pedro I bravamente levantou sua espada e bradou “Independência ou morte”, às margens do Rio Ipiranga, sendo assim, um herói libertador de nossa história. Essa versão ficou eternizada na famosa pintura de Pedro Américo. Seria então o “pai de nossa pátria” um português, membro da casa de Bragança, que teria tido a coragem, inspirado em ideais liberais, para nos fazer independentes? Ou seria apenas um português que decidiu nossa independência sem participação das camadas mais populares da população, em um processo formado e apoiado pelas elites, o qual teria apenas dado continuidade ao controle de Portugal em terras tupiniquins, agora com uma nova roupagem e novos símbolos?

Seguimos nossa abordagem falando sobre a Princesa Isabel, uma governante que teria usado sua bondade de princesa para abolir a escravidão. De fato, temos relatos que a mostram mais engajada em causas sociais, quando comparada com outros que ocuparam seu cargo. Porém, a bondade não seria suficiente para uma decisão de tal calibre. A princesa era, acima de tudo, uma política, que estava acompanhando três fatores de extrema importância: uma série de revoltas dos escravizados, os quais buscavam lutar por sua liberdade com as armas que tinham; a pressão externa, realizada por outras nações, as quais já haviam declarado o fim da escravidão; e as ideias iluministas presentes nas sociedades europeias. Sou levado a pensar que a política acabou por ter mais influência na decisão de nossa princesa, do que, de fato, sua bondade.

Passaram-se décadas, a República foi proclamada em nossa nação e seguiu-se a lógica de poder, até que um presidente gaúcho tomou posse em um contexto conturbado. Getúlio Vargas está no imaginário de muitos brasileiros como o presidente  “pai dos pobres”. De fato, Vargas merece a alcunha por algumas de suas realizações, como a criação da famosa Consolidação das Leis Trabalhistas, a qual garantiu direitos hoje, para os brasileiros, considerados como básicos aos trabalhadores. Porém, seria ele apenas um benfeitor? Poucos sabem que nosso então presidente era chamado também de “mãe dos ricos” e tornou-se um ditador civil, tomando medidas como a censura de meios de comunicação. Especula-se também seu envolvimento em atos violentos contra sua oposição.

De fato, nossa história é cercada por pontos de vista não tão límpidos. Na segunda metade do último século, existiu um esforço governamental para a criação de uma história nacional mais forte, buscando uma versão histórica que fosse capaz de fortalecer nossos vínculos como nação. Surge desse período, por exemplo, a figura de Tiradentes, criada à semelhança de Jesus Cristo, como um herói nacional e o célebre rosto da luta contra nossos até então colonizadores.

A história é contada ao longo dos anos a partir de interesses, expectativas e pontos de vista diversos. Ao serem confrontadas, algumas destas versões parecem cercadas por fatos pouco explicados ou coincidências que nos levam a questionamentos. Não raramente, escolhemos as versões que fortalecem nosso sentimento nacionalista.

É importante considerarmos, contudo, que a história se forma por um conhecimento vivo, em construção e que se modifica a partir de novas compreensões, documentos, interpretações e fatos que antes eram desconhecidos. Os fatos aqui apresentados, entretanto, não visam diminuir ou menosprezar nossa história. Pelo contrário, objetivam mostrar que ela talvez seja ainda mais que aquela que nos foi contada por muito tempo.

*Enzo Kalinke, especialista em Educação Internacional, é professor de História do Colégio Positivo.

Curitiba sedia Simpósio Internacional de Gestão Ambiental e Mudanças Climáticas

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Evento é promovido pelo MIT e Universidade Positivo

Entre os dias 4 e 7 de dezembro, a Universidade Positivo (UP) recebe o 4.º Simpósio Internacional de Gestão Ambiental e Mudanças Climáticas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental (PPGAmb), em parceria com o Environmental Solutions Initiative, do Massachusetts Institute of Technology – MIT.

O evento, que tem como tema “Soluções comunitárias e naturais para o clima e conservação de florestas tropicais na América Latina”, oferece espaço para apresentação de pesquisas, produtos e soluções na área das Ciências Ambientais, além de criar oportunidade de networking com diálogos, colaborações e parcerias entre os participantes. O simpósio será realizado em inglês, português e espanhol, com tradução simultânea.

O escopo do evento está alinhado com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas), com destaque para os indicadores de educação e qualidade, água potável e saneamento, cidades e comunidade sustentáveis, consumo e produção sustentáveis, ação contra a mudança global no clima, vida na água e vida terrestre. O prazo final para a submissão de trabalhos é 9 de novembro e as inscrições estão abertas até 7 de novembro. As inscrições variam entre R$ 50 e R$ 200 até 07/11. Para conferir a programação completa do simpósio e realizar as inscrições e submissões de trabalhos, basta acessar este link.

Programação

Domingo, 4 de dezembro

Visita Técnica – Área na Mata Atlântica

Segunda-feira, 5 de dezembro

Política Participativa e Tomada de Decisão para Aumentar a Proteção Florestal diante da Ameaça das Mudanças Climáticas

Palestrante: John E. Fernandez, Diretor, MIT ESI 

Sessão  I – Governança para a Conservação de Ecossistemas Transfronteiriços

Sessão II – Monitoramento para Apoiar a Conservação, a Gestão de Recursos Naturais e o Bem-Estar de Populações

Terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Transformando o Paradigma de Desenvolvimento através da Inovação Tecnológica, da Bioeconomia e do Planejamento Urbano

Palestrante: Luis Gilberto Murillo-Urrutia, ex-Ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia (convidado)

Sessão III – O Papel de Empoderamento Comunitário para Gestão Ambiental

Sessão IV – Bioeconomia como Modelos de Desenvolvimento Sustentável em Áreas Bioculturalmente Diversas e Ecologicamente Sensíveis

Sessão V – Planejamento Urbano para Assentamentos Humanos em Regiões Ricas em Carbono e Ecologicamente Sensíveis

Serviço

4.º Simpósio Internacional de Gestão Ambiental e Mudanças Climáticas

Data: 4 a 7 de dezembro de 2022

Data para submissão de trabalhos: 9 de novembro

Local: Universidade Positivo – Campus Sede (R. Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 – Ecoville)

Inscrições e programação: noticias.cruzeirodosuleducacional.edu.br/simposio-gestao-ambiental-e-mudancas-climaticas/

Sobre a Universidade Positivo

A Universidade Positivo é referência em Ensino Superior entre as IES do Estado do Paraná e é uma marca de reconhecimento nacional. Com salas de aula modernas, laboratórios com tecnologia de ponta e mais de 400 mil metros quadrados de área verde no campus sede, a Universidade Positivo é reconhecida pela experiência educacional de mais de três décadas. A Instituição conta com três unidades em Curitiba (PR), uma em Londrina (PR), uma em Ponta Grossa (PR) e mais de 70 polos de EAD no Brasil. Atualmente, oferece mais de 60 cursos de graduação, centenas de programas de especialização e MBA, cinco programas de mestrado e doutorado, além de cursos de educação continuada, programas de extensão e parcerias internacionais para intercâmbios, cursos e visitas. Além disso, tem sete clínicas de atendimento gratuito à comunidade, que totalizam cerca de 3.500 metros quadrados. Em 2019, a Universidade Positivo foi classificada entre as 100 instituições mais bem colocadas no ranking mundial de sustentabilidade da UI GreenMetric. Desde março de 2020 integra o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Mais informações em up.edu.br/

Cenário atual coloca menos pressão nos jovens ao escolher carreira profissional

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Carreiras verticais perdem popularidade e profissões digitais chamam atenção da nova geração

Com os últimos meses do ano, chegam os vestibulares e, com eles, uma questão de peso: qual carreira os estudantes devem escolher para seu futuro? A autora do livro “A escolha profissional: do jovem ao adulto”, Dulce Helena Penna Soares, defende que a escolha profissional é influenciada por fatores políticos, econômicos, sociais, familiares e psicológicos, como percalços econômicos que afetam a vida profissional, a divisão da sociedade em classes sociais, a busca da realização das expectativas familiares e as motivações, habilidades e competências pessoais do profissional. Por conta dessas questões, ainda é muito difícil para os jovens escolher a carreira que querem seguir – 82% dos mais de dois mil entrevistados pela plataforma de carreira Cmov, em 2021, revelaram não saber ou ter dúvidas na hora de definir a futura profissão.

Entretanto, é possível perceber uma mudança desse cenário nos últimos anos, principalmente com a aceleração do trabalho remoto causado pela pandemia de covid-19. As mudanças geradas pela globalização, a expansão de mercado e os avanços tecnológicos refletem diretamente nas decisões dos jovens que passam a gerenciar suas prioridades e seus interesses na busca do autodesenvolvimento com mais autonomia e mobilidade profissional e, por conta disso, a escolha da carreira ao sair do Ensino Médio já não tem mais o mesmo peso como tinha nas décadas passadas, aponta a assessora de projeto de vida do Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento do Colégio Positivo (CIPP) e professora do Colégio Positivo, Micheline Castelli de Souza. “Alguns elementos, como satisfação pessoal e autorrealização, surgem com muita importância, além do status social e do salário. O jovem observa essas mudanças na sociedade e sente-se menos pressionado a fazer uma escolha única e assertiva em sua vida, podendo levar em consideração as inúmeras variáveis e oportunidades que podem surgir”, revela.

Micheline explica que essas mudanças na escolha da profissão ocorrem graças à evolução do próprio conceito de carreira, influenciadas pelas novas configurações de atividades vivenciadas no dia a dia. “À medida que a sociedade evolui, o contexto de carreiras adquire novas estruturas geradas a partir dos processos sociais, econômicos e culturais. Nota-se uma necessidade maior de adaptação às mudanças de cenários cada vez mais rápidas, o que altera diretamente as relações de trabalho entre os indivíduos e as organizações”, completa a professora, ressaltando que, atualmente, as escolhas de carreiras não se limitam a uma única trajetória, pois as pessoas dão importância às oportunidades que surgem ao longo do caminho, levando-as a buscar carreiras menos lineares e mais diversificadas. “Além disso, passaram a considerar o propósito de vida e o que faz sentido para elas, mesmo na área profissional.”

Na atualidade, por não se limitarem a percorrer um único caminho, a ideia de ter uma carreira vertical já não é mais tão envolvente quanto já foi no passado. A educadora destaca que essa ideia ainda é muito válida para quem quer desenvolver-se no campo em que já trabalha, porém, não para os que querem adquirir conhecimento em diferentes áreas de atuação. “É certo que a priorização de crescimento vertical foca mais na retenção de talentos, mas nota-se uma grande movimentação das novas gerações com foco horizontal. Ao contrário dos pais e avós, o jovem de hoje não vê problema em trocar de emprego.” Além disso, o crescimento do trabalho remoto trouxe a liberdade de escolher o modelo que mais atende ao perfil de cada um, conforme explica o coordenador do Ensino Médio do Colégio Positivo – Boa Vista, Tarsis Prado. “A idealização do sucesso rápido no empreendedorismo, a discussão e a ampliação dos estudos em investimentos financeiros levam os jovens a desejarem uma carreira solo, e não necessariamente em uma só área”, completa. Os dois professores defendem que, além do conflito de gerações e da falta de ações das empresas para engajar esses jovens profissionais, as questões anteriores também têm a ver com a diminuição da ideia de longevidade dentro de uma mesma empresa.

Por conta dessa horizontalidade, tanto a mudança de empresa quanto a de carreira são mais aceitas hoje em dia, analisa Micheline. “Mudar de ocupação exige um planejamento detalhado e é fundamental entender como esse novo mercado funciona e, principalmente, definir o motivo de querer tomar essa decisão, e refletir sobre fatores como salário, flexibilidade de horários, potencial de aprendizado e crescimento, além do propósito pessoal estar alinhado à transição de carreira”, pondera. Tarsis completa lembrando que o mundo corporativo muda constantemente, principalmente pelo grande número de inserção de startups e a rotatividade dessas empresas.

Além de todas essas questões, deve-se levar em conta também a introdução e popularização das carreiras digitais, como influenciador e criador de conteúdo, por exemplo. Uma pesquisa realizada por Elizabeth Saad, da Universidade de São Paulo (USP), revelou que, em 2021, o Brasil foi o país com o maior número de consumidores impactados por influenciadores digitais. Tarsis explica que a busca por essas profissões se dá porque, para a atual geração, é um modelo a ser seguido. “Nas décadas de 1980 e 1990, esses modelos eram as engenharias, a medicina e o direito. No momento atual, essas novas profissões tornaram-se o exemplo e a concretização dos anseios da nova geração”, justifica. Por serem profissões altamente concorridas, já não basta ter muitos seguidores. É preciso ter planejamento estratégico e consistência de conteúdo. “Esses novos profissionais enfrentam também novos desafios. Apesar de ainda não regulamentada, essas profissões estão em destaque como sonho de muitos brasileiros, pela possibilidade de fama e alta remuneração em curto período de tempo”, finaliza Micheline.

Sobre o Colégio Positivo

O Colégio Positivo compreende sete unidades na cidade de Curitiba, onde nasceu e desenvolveu o modelo de ensino levado a todo o país e ao exterior. O Colégio Positivo – Júnior, o Colégio Positivo – Jardim Ambiental, o Colégio Positivo – Ângelo Sampaio, o Colégio Positivo – Hauer, o Positivo International School, o Colégio Positivo – Água Verde e o Colégio Positivo – Boa Vista atendem alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, sempre combinando tecnologia aplicada à educação, material didático atualizado e professores qualificados, com o compromisso de formar cidadãos conscientes e solidários. Em 2016, o grupo chegou em Santa Catarina – onde hoje fica o Colégio Positivo – Joinville e o Colégio Positivo – Joinville Jr. Em 2017, foi incorporado ao grupo o Colégio Positivo – Londrina. Em 2018, o Positivo chegou a Ponta Grossa (PR), onde hoje está o Colégio Positivo – Master. Em 2019, somaram-se ao Grupo duas unidades da escola Passo Certo, em Cascavel (PR), e o Colégio Semeador, em Foz do Iguaçu (PR). Em 2020, o Colégio Vila Olímpia, em Florianópolis (SC), passou a fazer parte do Grupo. Em 2021, com a aquisição da St. James’, em Londrina (PR), o Colégio Positivo passa a contar com 16 unidades de ensino, em sete cidades, no Sul do Brasil, que atendem, juntas, aproximadamente 16 mil alunos desde a Educação Infantil ao Ensino Médio.