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Opinião – Fogueira real: por que Andrew ainda queima?

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Lorena Nogaroli*

A publicação de Entitled – The Rise and Fall of the House of York, do historiador Andrew Lownie, reacende escândalos que pareciam superados na monarquia britânica. Lançada em 14 de agosto, a obra mergulha nos bastidores da vida do príncipe Andrew e de sua ex-esposa Sarah Ferguson. O título — Entitled — não é gratuito: em inglês, remete à posse de um título e à arrogância de quem acredita que tem o direito por nascença. Não temos uma palavra em português com a mesma carga. E é justamente essa ambiguidade que move o livro: ele não é só sobre uma figura real, mas sobre uma cultura de privilégios.

Lownie pinta Andrew como arrogante, emocionalmente instável e compulsivo. Relata que o príncipe teria perdido a virgindade aos 13 anos e mantido relação mais íntima com Jeffrey Epstein do que o Palácio admitira. Sarah Ferguson surge como impulsiva e financeiramente irresponsável.

Era público que Andrew era o filho favorito da rainha Elizabeth II. Ela o protegeu enquanto pôde. Mas, antes mesmo da morte da monarca, ele já havia sido afastado de funções públicas e destituído de títulos e honrarias. Um gesto simbólico — e inútil — para conter a perda de confiança da opinião pública.

O lançamento foi meticulosamente planejado. Capítulos saíram no Daily Mail, criando expectativa. Em seguida, os grandes jornais britânicos entraram em cena, ampliando a repercussão. Antes de chegar às livrarias, o livro já estava entre os mais vendidos.

A recepção midiática internacional foi imediata. O Times chamou-o de “retrato implacável”, o Guardian destacou a ligação com Epstein, e na GBNews, o político Jacob Rees-Mogg classificou tudo como “fofoca sórdida”. Lownie rebateu, afirmando que entrevistou mais de 300 fontes, e a família real, segundo ele, tenta desqualificá-lo porque “o conteúdo é verdadeiro”.

O Telegraph, mais ácido e conservador, criticou a superficialidade da obra, que, embora factual, não teria profundidade psicológica. O autor preferiria o escândalo à complexidade. A crítica faz pensar: estamos mesmo diante de um retrato fiel ou de uma versão moldada para caber no escândalo? “Não é o fato, é a versão do fato”, diz o ditado. Em tempos de guerra simbólica, contar uma história é um ato político. E mexer na narrativa pública de uma figura da realeza — ainda mais uma em queda — é mexer em um vespeiro.

A RepTrak®, referência em reputação, diz que a imagem pública tem três camadas: racional, emocional e narrativa. Abale a última, e todo o edifício desaba. Walter Benjamin, Foucault e Galeano já nos lembravam: quem conta a história escolhe o que silenciar. Questionar isso não relativiza a verdade — apenas tira a venda dos olhos.

Andrew já era o membro mais impopular da família real, segundo pesquisa da YouGov. Desde 2019, quando Virginia Giuffre o acusou de abuso sexual — o que ele nega —, sua reputação estava em ruínas. A entrevista catastrófica que deu à BBC apenas piorou tudo. O livro não o derrubou. Apenas fincou mais fundo a estaca.

Mas a crise não se limita ao protagonista. A revista Marie Claire publicou relatos de que as filhas do casal, Beatrice e Eugenie, estão “devastadas” e se sentem “vítimas inocentes”. E são. Em escândalos públicos, os danos não atingem apenas quem erra — respingam em todos à volta.

No Brasil, já vimos esse roteiro: nomes que viram fardos, famílias que pagam a conta do sobrenome. Durante a Lava Jato, o sobrenome Odebrecht virou peso morto. As filhas do empresário Marcelo Odebrecht pediram na Justiça para apagá-lo dos documentos. Estigma não respeita presunção de inocência. Nem afeto.

Sarah Ferguson, por sua vez, escolheu a pena como arma. Vai responder em livro — uma autobiografia prometida para 2026. Estratégia que ecoa o Código de Hamurábi, em que a pena refletia o dano: “olho por olho, dente por dente”.

Enquanto isso, a monarquia opta pelo silêncio, criticado pelos que se dizem especialistas em reputação. Mas inevitavelmente enfrentará novos choques com a resposta que Sarah promete. Ou seja, o silêncio pode ser criticado agora, mas justificado no futuro.

Enquanto isso, William, o herdeiro, observa em silêncio. Está fora das manchetes, com 74% de aprovação, segundo o YouGov. Não há escândalo à vista. E aí talvez esteja a pergunta mais incômoda: por que tanto foco em Andrew, o oitavo na linha de sucessão? A quem interessa queimar de novo o que já virou cinza?

Existe uma estratégia velada entre gestores de reputação: sacrificar o que já está perdido, para proteger o que ainda importa — longe dos olhos do público, mas bem guardado no centro do palco.

*Lorena Nogaroli é especializada em Gestão de Riscos e Crises pela LSE. Fundadora da Central Press, dirige o escritório da agência de reputação em Londres.

Paraná lidera doações de órgãos e inspira campanhas pelo Setembro Verde

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O “sim” que transformou a vida de Daniela Fontoura surgiu em uma segunda-feira comum. O telefone tocou. Em poucos segundos, o coração da psicóloga clínica e hospitalar, de 48 anos, disparou. “Foi uma mistura de dúvida, medo e esperança”, relembra. Depois de anos em tratamento, finalmente havia a possibilidade de um transplante renal.

A cirurgia foi realizada pela equipe do Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba, e durou quatro horas. “Tudo correu melhor do que o esperado. Fiquei 14 dias internada e, desde então, não precisei mais de hemodiálise”, comemora Daniela, transplantada há 1 ano e 9 meses. Recuperada, ela hoje dedica sua atuação profissional ao cuidado integral de pessoas em processo de adoecimento e finitude — uma forma de retribuir, em sua visão, o gesto de solidariedade que recebeu.

A história de Daniela é uma entre tantas que revelam o impacto da doação de órgãos. Cada “sim” dado por uma família diante da perda de um ente querido representa a chance de vida para até oito pessoas. Essa é a mensagem que guia o Setembro Verde, campanha nacional dedicada à conscientização sobre a importância da doação de órgãos.

No Paraná, o movimento ganha contornos ainda mais expressivos. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o estado apresenta uma taxa de doações 94% superior à média nacional — um destaque que se deve, em parte, ao engajamento de instituições de saúde e à sensibilização da sociedade.

Referência nacional em transplantes

Com atendimento 100% SUS, o Hospital Universitário Cajuru é referência nacional em captação e transplante de órgãos. Em 2024, registrou uma taxa de conversão de doadores efetivos de 76%, considerada uma das mais altas do país. A estrutura dedicada ao acompanhamento de transplantados inclui alas especializadas e uma equipe multiprofissional composta por urologistas, cirurgiões vasculares, nefrologistas e profissionais de enfermagem.

“O Cajuru acompanha pacientes, alguns já com mais de 30 anos de transplante renal. Os resultados que alcançamos em sobrevida do paciente e do enxerto são excelentes”, afirma o médico nefrologista Alexandre Bignelli, coordenador do Serviço de Transplante Renal do Hospital Universitário Cajuru. 

Avanços e desafios

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Paraná liderou os índices nacionais de doações em 2023 e 2024. No primeiro semestre de 2025, registrou 37,9 doações por milhão de habitantes, frente à média nacional de 19,5. Ainda assim, a resistência de familiares em autorizar a doação segue como obstáculo à ampliação dos transplantes.

Para Bignelli, o caminho passa por campanhas contínuas de esclarecimento e por uma abordagem mais humanizada nos momentos de luto. “Quando a família entende o impacto positivo que essa decisão pode gerar, as chances de aceitação aumentam. A informação precisa chegar aos lares, de forma clara e empática”, ressalta.

Como funciona a doação no Brasil

Diferentemente de países com doação presumida, no Brasil é necessário que a família autorize a doação após o diagnóstico de morte encefálica. Por isso, é fundamental que a vontade de doar seja comunicada em vida. “É um processo totalmente transparente, controlado por um sistema informatizado e sem qualquer privilégio por classe social. Em muitos casos, é a única chance de sobrevivência para quem está na fila de espera”, explica Bignelli.

Estrutura e alcance

O Hospital Universitário Cajuru conta com a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), responsável por identificar potenciais doadores e prestar apoio às famílias. Segundo a instituição, são realizados cerca de 50 transplantes por ano, e mais de mil pacientes transplantados seguem em acompanhamento no hospital. No caso específico dos rins, o Cajuru é responsável por aproximadamente 8% a 10% dos transplantes renais realizados no estado.

“Apesar do avanço em estados como Paraná e Santa Catarina, há locais no Brasil onde pode-se passar meses sem uma única doação”, observa Bignelli. Para ele, é preciso transformar histórias como a de Daniela em símbolo de esperança — e incentivo.

Órgãos que podem ser doados

Em vida

  • Um dos rins;
  • Parte do fígado;
  • Parte do pâncreas.

Após morte encefálica

  • Rins;
  • Fígado;
  • Pâncreas;
  • Coração;
  • Pulmão;
  • Intestino.
  • Córnea;
  • Pele;
  • Valvas cardíacas;
  • Tecidos músculo-esqueléticos (ossos, cartilagens, tendões).

Sobre o Hospital Universitário Cajuru

O Hospital Universitário Cajuru é uma instituição filantrópica com atendimento 100% SUS e com a certificação de qualidade da Organização Nacional de Acreditação (ONA) nível 3. Está orientado pelos princípios éticos, cristãos e valores do Grupo Marista. Vinculado às escolas de Medicina e Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), preza pelo atendimento humanizado, com destaque para procedimentos cirúrgicos, transplante renal, urgência, emergência, traumas e atendimento de retaguarda a Pronto Atendimentos e UPAs de Curitiba e cidades da Região Metropolitana.

Vestibular da UFPR impulsiona demanda por aluguel em Curitiba

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Procura por imóveis aumenta com chegada de estudantes de outras regiões 

Com a proximidade do vestibular da Universidade Federal do Paraná, no dia 5 de outubro, Curitiba registra um aumento significativo na busca por imóveis para alugar, especialmente entre jovens de outras cidades que chegam em busca de uma vaga no ensino superior. Segundo levantamento da Luggo, empresa especializada em locação de imóveis prontos para morar, a taxa de ocupação nos três empreendimentos da marca em Curitiba alcançou mais de 90% de ocupação, no ano passado, impulsionada pela chegada dos novos estudantes. 

Em 2025, a ocupação dos empreendimentos Luggo repete a mesma tendência, com 93% de ocupação nos bairros Cidade Industrial, Rebouças e Lindoia – regiões onde a proptech de locação residencial da MRV&CO estão localizadas. No mês passado, a empresa lançou mais uma unidade focada nesse público, no bairro Jardim Botânico, nas proximidades do campus da UFPR e da PUCPR. 

Para Rodrigo Lutfy, Diretor de Negócios e Comercial da Luggo, a alta na procura reflete uma demanda cada vez mais focada em praticidade e eficiência no processo de locação. “Esse é um público que valoriza a agilidade na hora de fechar o contrato, a possibilidade de fazer tudo online e, principalmente, a conveniência. Muitos vêm para a cidade com prazo apertado e já querem entrar no apartamento com tudo pronto para morar”, esclarece. 

O perfil dos estudantes que chegam à cidade tem mudado. Além de localização estratégica, esse público passou a valorizar ainda mais a praticidade no dia a dia, buscando imóveis que já ofereçam estrutura completa para facilitar a adaptação e a rotina. “Moradias com mobiliário pronto, lavanderia compartilhada, academia e até minimercado no prédio têm sido cada vez mais procuradas, uma tendência que acompanha as transformações nos hábitos de consumo das novas gerações”, complementa Rodrigo.

Além dos vestibulandos, a cidade também atrai um número crescente de jovens recém-formados que buscam iniciar a vida profissional. Muitos desses profissionais priorizam moradias com boa infraestrutura e contratos flexíveis, o que permite mais autonomia e adaptação a novas oportunidades sem a necessidade de mudanças complexas ou investimentos altos. “Curitiba tem se consolidado como um polo universitário e de inovação, o que naturalmente atrai não só estudantes, mas também jovens profissionais em início de carreira, que muitas vezes optam por permanecer na cidade após a formação. Esse público busca soluções de moradia alinhadas a um estilo de vida mais dinâmico, com conforto, tecnologia e praticidade desde o primeiro dia. Para atender esse público, vamos lançar mais uma unidade em Curitiba no próximo mês, na região do Jardim Botânico”, finaliza o Diretor.

O atual cenário da cidade revela como o crescimento educacional e econômico tem influenciado diretamente o setor imobiliário. A chegada constante de estudantes e jovens profissionais amplia a demanda por moradias bem estruturadas, conectadas e que oferecem praticidade desde a assinatura do contrato. Essa dinâmica não apenas movimenta o mercado de locação, como também reflete um processo de transformação urbana, com soluções cada vez mais alinhadas às novas formas de viver nas grandes cidades.

Sobre a LUGGO   

Luggo é a proptech da plataforma de soluções habitacionais MRV&CO pioneira no mercado brasileiro voltado para a locação e gestão de apartamentos. Totalmente digital e sem burocracia, a Luggo aposta na tecnologia e na inovação para criar um novo conceito em moradia. Acesse e conheça mais sobre a Luggo: www.luggo.com.br.

Hospital Angelina Caron transforma histórias de transplantes em exposição sobre doação de órgãos no Afonso Pena

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Aeroporto recebe mostra que emociona e conscientiza sobre a importância da doação

O Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, recebe até o dia 30 de setembro a segunda edição da exposição Histórias de Transplantes, do Hospital Angelina Caron. Localizada no saguão do piso 1, próximo à área de embarque, a iniciativa em parceria com a Motiva Aeroportos busca sensibilizar a população sobre a relevância da doação de órgãos.

A mostra reúne imagens que retratam 25 anos de histórias de vida transformadas pelos mais de 3.100 transplantes realizados no Hospital Angelina Caron. Sexto maior hospital SUS do Brasil e o primeiro na Região Sul, o Angelina Caron mantém cinco programas de transplantes, incluindo o de medula óssea, e é referência nacional em alta complexidade.

A instituição também foi pioneira em diversos procedimentos no Paraná, como os transplantes de pulmão e de pâncreas, e é reconhecida internacionalmente pela excelência na área.

A valorização do tema em um ponto de encontro de embarques e desembarques ressalta o alcance e o impacto das doações que, muitas vezes, vão de encontro a pacientes em outros estados do país para transformar vidas. Por mais que o programa público de transplantes do Brasil seja o maior do mundo, garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a lista de espera é longa. Apenas no Paraná, mais de 3,4 mil pessoas esperam pela doação de órgãos, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT).

Para as famílias dos doadores, a decisão que precisa ser tomada de forma rápida, ainda em um momento de muita dor, é difícil e delicada. Por isso, a conscientização da sociedade sobre o assunto é parte fundamental da campanha que ganha destaque no mês de setembro, devido ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado no dia 27. A conversa clara e direta com familiares e amigos sobre o assunto, a pesquisa e o compartilhamento de informações sobre o tema são indispensáveis para mobilizar a população.

“Quem atua na área sabe que o transplante possibilita algo surpreendente na vida do paciente que o recebe. Ele sai de um período de luta para sobreviver e entra em um período de realmente viver. E fica claro o quanto eles passam a valorizar a vida após todo o sofrimento de espera”, ressalta Rodrigo Belila, médico nefrologista e superintendente assistencial do Angelina Caron, o maior centro transplantador do Paraná.

Serviço

Exposição Histórias de Transplantes
Quando: Até 30 de setembro.
Onde: Aeroporto Internacional Afonso Pena, Piso 1 – São José dos Pinhais – PR

Apolar Academy abre inscrições para Graduação em Gestão de Negócios Imobiliários reconhecida pelo MEC

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Com mais de 50 anos de história no setor imobiliário, a Apolar amplia sua atuação ao lançar a Graduação em Gestão de Negócios Imobiliários, reconhecida pelo MEC e com duração de 24 meses. O curso surge do Apolar Academy, que nasceu como centro de capacitação da rede e agora abre suas portas ao público externo.

As aulas acontecem às terças e quintas-feiras, das 19h às 22h, presencialmente na Rua Conselheiro Laurindo, 478 – Sala Joseph Galiano, Centro – Curitiba/PR, ou ao vivo para outras cidades. O investimento é de 24 parcelas de R$ 650,00 para o público geral, sem taxa de vestibular.


Inscrições até outubro de 2025: https://wa.me/41991212017

Sobre a Apolar Franquias Imobiliárias

Fundada em 1969 por Joseph Galiano, a Apolar Imóveis se tornou referência no mercado imobiliário, ganhando dez vezes o prêmio ABF de franchising brasileiro pelo modelo de excelência em franchising e pelas suas inovações no segmento. São mais de 90 lojas espalhadas estrategicamente pelos estados do Paraná e Santa Catarina, totalizando mais de 20 mil imóveis cadastrados, entre locados e disponíveis para vendas e locação.

Curitiba reforça protagonismo nacional em eventos de negócios

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Até o final de agosto deste ano, a capital sediou 85 eventos técnico-científicos e encontros corporativos. A expectativa é de recorde de público em setembro

A localização estratégica e a infraestrutura oferecida pela capital paranaense são os principais atrativos para a realização de grandes eventos corporativos. Até agosto de 2025, segundo o Curitiba Convention & Visitors Bureau, a cidade já havia sediado 85 eventos técnico-científicos, feiras e encontros. Em 2024, foram 140, que trouxeram 10 milhões de visitantes e geraram impacto econômico de R$ 13,8 bilhões, segundo a Prefeitura. Do total, 38% dos turistas vieram motivados por compromissos de negócios, o que elevou a ocupação hoteleira a 100% no auge da temporada de congressos.

O Centro de Eventos Viasoft Experience, em Curitiba, por exemplo, recebeu no início de setembro a Feira do Empreendedor do Sebrae com público diário de cinco mil pessoas em média. A demanda de eventos deste porte seguiu aquecida no calendário deste  mês, com o 54º Congresso Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, com mais de quatro mil profissionais de todo país. 

Em agosto, o Viasoft Experience contabilizou um dos maiores públicos no período. Foram 14.500 participantes em cinco grandes eventos, entre eles a Conferência da Associação Mundial para o Avanço da Parasitologia Veterinária (WAAVP), a  InterForensics, maior evento de Ciências Forenses da América Latina e a Convenção de Inverno do Sicredi. 

Segundo o diretor de Novos Negócios do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional, que administra a UP Experience, Eduardo Faria, a procura pelo centro de convenções e pelos outros espaços localizados na Universidade Positivo tem crescido de forma consistente. “A soma da estrutura de Curitiba com o nosso padrão de serviço explica os resultados tão positivos. Um único evento desse porte pode atrair cerca de 10 mil pessoas num único dia. Esse público impacta diretamente toda a cadeia do turismo de negócios da capital”, afirma.

Parceiro frequente, o Sicredi realiza diversos eventos por ano no complexo, que inclui ainda o Teatro Positivo, o Teatro UP Experience, além de auditórios, a Biblioteca Roberto Campos Neto e outros espaços. Para a assessora de Comunicação e Marketing da Central Sicredi PR/SP/RJ, Valéria Ferreira, a infraestrutura da UP Experience é uma das melhores do Brasil. “A tecnologia, o conforto dos ambientes, a localização estratégica e a logística bem organizada tornam tudo mais fluido e agradável, tanto para quem participa quanto para quem organiza. Isso reforça a imagem do Sicredi como instituição que valoriza inovação, cuidado com as pessoas e excelência em tudo o que faz”, avalia.

Parceiros desde 2009 

A Neodent também mantém relação de longa data com o Viasoft Experience, palco de dois de seus principais encontros: o Neodent Congress, voltado para clientes e profissionais da odontologia, e a Convenção de Vendas, destinada ao time interno.

Desde 2009, quando sediou a primeira edição do congresso, o local integra o calendário estratégico da empresa, reunindo milhares de participantes de 29 países. “Escolher a UP Experience vai além da estrutura física. É um parceiro que agrega valor à entrega dos nossos eventos”, avalia a gerente de Eventos da Neodent, Ana Paula Cardial.

O complexo UP Experience foi eleito Centro de Convenções do Ano no Prêmio Capivara e foi destaque no Prêmio Embaixadores de Curitiba. Com 11 mil m² construídos, sendo 7,3 mil m² de área de exposição, o Viasoft Experience já tem confirmados mais de 150 eventos para 2025.

Sobre a UP Experience

A UP Experience é o maior e mais completo complexo cultural, esportivo e científico do Brasil. Responsável pela gestão dos espaços de locação de todas as instituições do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional, a UP Experience é hoje parte indispensável do ecossistema de eventos e turismo do país, atuando como polo de acesso do grande público à cultura, ao esporte e ao conhecimento em todo o território brasileiro. upx.art.br

Outubro Rosa: Hospital Veterinário reforça a importância da prevenção de tumores em pets

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O mês de outubro é mundialmente reconhecido pela campanha Outubro Rosa, que visa conscientizar sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama em mulheres. No universo pet, essa iniciativa ganha uma adaptação crucial: o Outubro Rosa Pet, um alerta vital para a saúde de cães e gatas. O Hospital Veterinário Municipal de Curitiba reforça a importância da atenção dos responsáveis nessa batalha contra uma doença que pode ser devastadora.

Rafael da Silva Binder, Diretor Clínico do Hospital Veterinário Municipal de Curitiba, enfatiza que a detecção precoce é, sem dúvida, o fator mais determinante para um prognóstico favorável. “Observar o animal de perto no dia a dia é o primeiro passo”. Ele destaca a relevância da palpação das mamas durante momentos de carinho ou banho, uma prática simples que pode revelar nódulos ou alterações suspeitas. “Qualquer ‘carocinho’ ou mudança na pele das mamas deve ser investigado por um veterinário”, complementa Binder.

Dados revelam a seriedade do problema: a neoplasia mamária é um dos cânceres que mais afetam as fêmeas. Em cadelas, cerca de 50% dos tumores são malignos, enquanto em gatas, esse número é ainda mais alarmante, ultrapassando 90%, com comportamento agressivo e alta probabilidade de metástase. Embora mais raro, o câncer de mama também pode ocorrer em machos, principalmente devido a alterações hormonais.

Arthur André Diconcili, Responsável Técnico do Hospital Veterinário de Curitiba, aponta a castração como um dos métodos mais eficazes na prevenção. “A castração, realizada antes do primeiro cio, reduz drasticamente as chances de desenvolvimento de tumores mamários em fêmeas”, afirma Diconcili.

A ciência comprova essa afirmação: quando a cadela ou gatinha é castrada antes do primeiro cio, o risco de desenvolver câncer de mama é inferior a 1%. Após o primeiro cio, o risco sobe para 8%, e depois do segundo cio, as fêmeas podem ter até 26% de chance de desenvolver tumores. Além disso, Diconcili alerta veementemente contra o uso de anticoncepcionais para controle de cio ou reprodução, pois esses medicamentos podem aumentar significativamente o risco da doença, devido à influência hormonal.

Os principais fatores de risco para o câncer de mama em fêmeas estão diretamente relacionados ao status reprodutivo. Fêmeas não castradas ou castradas tardiamente enfrentam um risco consideravelmente maior. Outros fatores incluem hereditariedade, mutações genéticas e a influência hormonal.

Ao notar qualquer uma dessas alterações, a busca por atendimento veterinário é indispensável. O diagnóstico envolve exame físico detalhado e, se necessário, exames de imagem como ultrassom e raio-x. Em caso de suspeita, o veterinário pode solicitar uma citologia ou biópsia para determinar a natureza do tumor.

O tratamento varia conforme o estágio do câncer e a saúde geral do animal. A remoção cirúrgica das mamas afetadas é a principal forma de tratamento. Em cadelas, a extensão da cirurgia pode variar, mas em gatas, devido à alta malignidade dos tumores (mais de 90%), a remoção total da cadeia mamária é frequentemente a prática mais adotada.

Tratamentos complementares, como a quimioterapia e a radioterapia, podem ser indicados para prevenir metástases ou como tratamento paliativo em casos avançados. O câncer de mama em pets pode ter cura, e quanto mais cedo for detectado, maiores as chances de um resultado favorável, evitando que o tumor se espalhe.

A equipe do Hospital Veterinário Municipal de Curitiba enfatiza que o câncer de mama em pets é uma realidade e que a informação é a melhor ferramenta. A campanha “Outubro Rosa Pet” serve como um lembrete anual para que os responsáveis estejam atentos à saúde de seus animais, buscando ajuda profissional ao menor sinal de alteração. A conscientização, a prevenção e o diagnóstico precoce são os pilares para garantir uma vida mais longa e saudável aos nossos queridos companheiros.

Quase 30% da população brasileira entre 15 e 64 anos ainda é considerada analfabeta funcional

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Especialistas defendem união de esforços para superar desafio da alfabetização no Brasil e que a saída está no Ensino Fundamental

O panorama da alfabetização no Brasil precisa mudar. Hoje, quase 30% da população entre 15 e 64 anos é considerada analfabeta funcional, ou seja, reconhece as letras e palavras simples, mas tem dificuldade em compreender textos completos. Para especialistas, o ensino fundamental e as famílias podem promover a revolução necessária neste cenário. 

Haroldo Andriguetto Júnior, presidente do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR), reforça o papel de toda a sociedade nesse processo. “Não podemos aceitar que quase um terço da população adulta ainda enfrente dificuldades básicas de leitura e compreensão”, diz. “Costumamos dizer que a educação não tem preço, tem valor. Investir na alfabetização desde os primeiros anos do ensino fundamental é investir no desenvolvimento social e econômico do Brasil”, completa. 

Tempo não garante qualidade

Os dados sobre o analfabetismo funcional vêm do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf),  um estudo amostral que coleta informações sobre o analfabetismo funcional e completa indicadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

No último ano, a pesquisa foi feita com cerca de 2,5 mil brasileiros entre 15 e 64 anos, avaliando as competências de leitura, escrita e matemática em situações cotidianas. O Inaf mostra que há um grande número de pessoas que não conseguem chegar ao alfabetismo em nível consolidado mesmo tendo maior escolaridade.

De acordo com os últimos resultados divulgados, em 2024, oito em cada dez pessoas que cursaram apenas os anos iniciais do Ensino Fundamental permanecem na condição de analfabetismo funcional e 19% chegam apenas ao nível elementar. Entre os que cursaram os anos finais do Ensino Fundamental, 43% podem ser classificados como analfabeto funcional, 40% têm alfabetismo elementar e apenas 17% chegam ao nível consolidado de alfabetismo. 

Desigualdades em foco

Para Danielle Carmassi, diretora pedagógica do Colégio Sagrado Coração de Jesus, de Curitiba, entre as explicações pode estar a desigualdade social do país. Um bom processo de aprendizagem (e de alfabetização), reforça, pressupõe que a criança tenha uma boa qualidade de vida: acesso à educação de qualidade, alimentação rica, boas noites de sono e uma família estruturada que possa dar suporte e acompanhe os processos de ensino. 

“Há crianças que realmente não têm acesso a recursos como livros e jogos, que não têm uma família que incentiva a alfabetização, porque falta tempo, conhecimento ou estrutura para isso”, reconhece. “São diversos fatores que atingem as nossas crianças no Brasil e que afetam esse resultado, como a desigualdade social e a pobreza”, completa.

No cenário ideal, é preciso atenção

E quando há condições para tal, a especialista defende que a alfabetização deve ser um processo natural e contínuo, ou seja, não pode terminar na sala de aula. “Além de fazer a descoberta das letras, da escrita das palavras, a criança precisa contextualizar esse aprendizado ao mundo ao seu  redor. Nesse contexto é importante a participação da escola e das famílias”, sugere. “Isso pode acontecer na simples leitura das placas da rua em um passeio com a criança”, exemplifica.

No ambiente escolar, que é estruturado para a alfabetização, Danielle indica a criação de rotinas de leitura e contação de histórias, além de inserir o aprendizado em projetos maiores sobre a leitura e a escrita, aproveitando o grande acesso à informação de uma forma positiva. “Não é somente decodificar, é preciso compreender, fazer uma leitura de mundo”, avalia.


Papel da família

A diretora também chama atenção para a ansiedade de muitos pais, que desejam que os filhos aprendam a ler cada vez mais cedo. Para ela, é essencial compreender que a alfabetização é um processo gradual. 

“A família deve ser parceira da escola, incentivando e apoiando a criança em cada etapa. Mais do que cobrar resultados imediatos, é importante comemorar as conquistas e criar um ambiente de confiança. Assim, garantimos que o aprendizado aconteça de forma saudável e prazerosa, sempre com o bem-estar da criança em primeiro lugar”, conclui.

O que é que a Colômbia tem? Aeroporto de Bogotá é o mais movimentado da América Latina

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Com arte, história, cultura, gastronomia e paisagens incríveis, país vive um boom no setor turístico

Entre 2024 e 2025, o aeroporto El Dorado, de Bogotá, na Colômbia, tornou-se o mais movimentado da América Latina, à frente de megalópoles como a Cidade do México e São Paulo. Com 45,8 milhões de passageiros no ano passado, segundo dados do Conselho Internacional de Aeroportos para a América Latina e o Caribe (ACI-LAC), o terminal da capital colombiana alcançou essa posição pela primeira vez desde a sua inauguração, em 1959.

É um feito notável para o terminal de uma cidade que tem pouco mais de sete milhões de habitantes, frente aos 9,2 milhões da Cidade do México e aos quase 12 milhões de São Paulo. E essa novidade está ligada às profundas transformações realizadas na Colômbia nos últimos anos, com fortes investimentos em infraestrutura e segurança.

História recente mostra um país mais preparado para o turismo 

Segundo João Alfredo Lopes Nyegray, doutor em Internacionalização e Estratégia, coordenador do Observatório de Negócios Internacionais da PUC-PR e professor de Relações Internacionais da FAE, a vocação colombiana para o turismo foi potencializada nos últimos anos, acompanhando as mudanças sociais ocorridas no país. Ele destaca que, “no plano das transformações internas, sobressaem-se três frentes: infraestrutura, conectividade e reconfiguração sócio-territorial. Em paralelo, o Estado reescreveu uma narrativa internacional com a campanha ‘Colômbia, o país da beleza’, que profissionalizou o marketing territorial e alinhou investimento público (Fontur/ProColombia) com metas explícitas de visitantes e receitas”.

Em termos de infraestrutura, o especialista explica que programas de concessões 4G/5G conectaram melhor centros produtivos e destinos, reduzindo tempos e custos de viagem, enquanto o Aeroporto El Dorado passou por um ciclo de modernizações sob concessão (Opain), com novos terminais, plataformas e torre, e agora planeja dobrar a área do terminal e aliviar gargalos migratórios. “No que diz respeito à conectividade aérea, acordos como o Open Skies, assinado com os EUA e vigente desde 2012, ampliaram rotas e frequências, e a estratégia de hub da Avianca em Bogotá – agora com programa de stopover gratuito – captura tráfego de conexão regional e intercontinental.”

Setor hoteleiro fortalecido 

As consequências de todas essas mudanças têm sido positivas para a Colômbia em diversos aspectos, mas principalmente no turismo. De acordo com a Associação Colombiana de Agências de Viagens e Turismo (Anato), no último ano o setor injetou mais de 40 bilhões de pesos colombianos na economia nacional. Com isso, consolidou-se como um dos principais responsáveis pelo crescimento econômico do país. Um dos efeitos foi o fortalecimento da rede hoteleira nas principais cidades colombianas.

Óscar Restrepo, diretor geral para a região andina da Minor Hotels Europe & Americas, explica que “o crescimento sustentado da demanda por alternativas de hospedagem impulsionou uma evolução significativa na oferta do setor. Na Minor Hotels, esse contexto nos levou a inovar em nossas propostas, priorizando o conforto, a funcionalidade e o acompanhamento integral que nossos hóspedes necessitam durante sua estadia”. Atualmente, a companhia conta com 14 propriedades na Colômbia, localizadas estrategicamente em cidades-chave como Bogotá, Cali, Barranquilla, Medellín e Cartagena, consolidando sua presença nos principais destinos turísticos e corporativos do país.

Atrações turísticas para todos os gostos 

Artistas colombianos mundialmente reconhecidos, como Shakira e Carlos Vives, cantam frequentemente os encantos das praias da região do Parque Nacional Natural Tayrona, de Barranquilla, Cartagena das Índias e outros paraísos caribenhos. E não é para menos. As paisagens de areia clara, águas em múltiplos tons de azul, céus abertos e sol radiante são únicas, mesmo em comparação com outros destinos similares. Mas o turismo na Colômbia não vive só de litoral, muito pelo contrário. Em cidades como Medellín, Cali e a própria Bogotá há experiências imperdíveis para qualquer viajante em busca de gastronomia, cultura e história.

Um dos exemplos mais claros da capacidade de transformação da sociedade colombiana contemporânea está justamente em Medellín, já que a cidade se transformou gradualmente em uma referência mundial de inovação, urbanismo social e inclusão de comunidades vulneráveis, entre elas a famosa Comuna 13.

Para os amantes de um bom café, a Colômbia reserva descobertas inesquecíveis. Na região dos Andes Ocidentais – onde também está Medellín – os turistas podem visitar plantações de café e experimentar diversas variedades da bebida, tão importante para a economia do país. Além disso, as cidades que compõem o chamado Eixo Cafeeiro costumam apresentar uma arquitetura colonial colorida e interessante.

E a capital não fica atrás. Arte, cultura e muitas opções gastronômicas esperam em cada esquina de Bogotá. Uma visita ao Museu Botero, que guarda uma vasta coleção de um dos artistas mais importantes do país, nunca é demais. Outra atração imperdível é a Catedral de Sal, situada a cerca de 50 km da capital e esculpida em uma mina de sal. Para quem busca surpreender o paladar, a cidade conta com ofertas gastronômicas para todos os gostos.

Sobre a Minor Hotels

A Minor Hotels é líder global no setor de hospitalidade, com mais de 640* hotéis, resorts e branded residences em 59 países. O grupo cria experiências inovadoras e enriquecedoras por meio de suas marcas hoteleiras — Anantara, Elewana Collection, The Wolseley Hotels, Tivoli, Minor Reserve Collection, NH Collection, nhow, Avani, Colbert Collection, NH, Oaks e iStay, além de um portfólio diversificado de restaurantes e bares, experiências de viagem e marcas de spa e bem-estar. Com mais de quatro décadas de experiência, a Minor Hotels constrói marcas sólidas, cultiva parcerias duradouras e promove o sucesso empresarial, sempre focando no que mais importa para seus hóspedes, colaboradores e parceiros.

A Minor Hotels é membro da Global Hotel Alliance (GHA) e reconhece seus hóspedes por meio de um programa de fidelidade unificado, o Minor DISCOVERY, que faz parte do GHA DISCOVERY.

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*O número de hotéis inclui tanto as propriedades em operação quanto os projetos confirmados em propriedade, joint ventures, além de contratos de arrendamento e gestão.

Patentes são a segurança que a indústria brasileira precisa para inovar ainda mais

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Por Cassio Pissetti*


A indústria nacional tem plena capacidade técnica e criatividade abundante para se desenvolver e inovar. O que falta, na maior parte do tempo, é transformar essa criatividade em soluções protegidas, valorizadas e reconhecidas, dentro e fora do país. A proteção do patrimônio intelectual não é mero capricho: garante retorno sobre o investimento e segurança para evoluir. Mas, para que isso aconteça com mais frequência, é necessário haver uma mudança na mentalidade dos empresários e tornar o processo de patentes mais difundido entre as companhias nacionais.

Não é estranho que muitos empresários sintam que o processo de patentes é complicado ou distante da realidade da indústria, principalmente quando se trata de empresas de menor porte, que precisam concentrar esforços em produção e vendas para manter uma operação saudável. Mas a verdade é que proteger soluções técnicas não precisa ser um processo inacessível ou pesado.

O Brasil avançou nos últimos anos para reduzir o tempo de análise de patentes e já conta com profissionais especializados que orientam companhias na preparação da documentação exigida de forma mais ágil e clara. É fundamental entender, de uma vez por todas, que patentes não são burocracia, mas sim ferramentas estratégicas para a indústria nacional inovar e crescer com base em tecnologia própria.

Ainda assim, o que se observa é uma estabilidade nos registros de patentes no país. Em 2024, foram feitos 27.701 pedidos de patentes de invenção, um número levemente abaixo dos 27.918 de 2023, segundo dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Mais expressiva foi a queda nas concessões: o número de patentes efetivamente concedidas caiu de 19.204 em 2023 para 12.914 em 2024, uma retração de 32,8%.

Os setores que mais buscam a proteção para suas inovações no Brasil continuam sendo Química e Farmacêutica, Mecânica e Sistemas Industriais, além das chamadas tecnologias verdes, como soluções de eficiência energética e fontes renováveis, entre elas solar e eólica — temas cada vez mais urgentes frente à crise climática. Pedidos com exame prioritário hoje podem ter resposta em até 10 meses, uma redução considerável frente a anos anteriores, diz o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).

No cenário internacional, a movimentação é mais acelerada. Em 2023, o mundo registrou 3,55 milhões de pedidos de patentes, um crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior, puxado por países como Índia (+15,7%), Japão (+3,7%) e China (+3,6%), segundo o World Intellectual Property Indicators 2024 (Relatório Mundial de Indicadores de Propriedade Intelectual 2024). A Ásia concentra 68,7% dos pedidos mundiais, seguida pela América do Norte (17,8%) e pela Europa (10,3%).

Uma das possíveis explicações para a diferença entre o Brasil e os líderes globais está na baixa adesão nacional ao Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT). O Brasil é signatário do tratado, mas ainda existe pouco conhecimento sobre ele entre pequenas e médias empresas, além da percepção de que o custo inicial (taxas e assessoria, em torno de R$ 10 mil) é elevado. Em 2024, conforme o Inngot – WIPO Reports Growth, o PCT recebeu 273.900 pedidos de patente no mundo, um aumento de 0,5% frente a 2023. Outro fator que desmotiva este crescimento no nosso país, é a demora do órgão responsável em conceder a patente, o que permite pirataria ao longo do processo de concessão que, por vezes, pode demorar muitos anos.

No Brasil, a maioria dos pedidos via PCT parte de grandes empresas ou multinacionais dos setores farmacêutico, químico e de tecnologia da informação. Falta incentivo para que outros segmentos industriais também acessem esse instrumento — e, mais que isso, falta consolidar uma cultura de inovação e de proteção da propriedade intelectual no país.

É nesse cenário que ganham força programas como o Patentes MPE e o Exame Prioritário do INPI, além das linhas de apoio da Finep e cursos gratuitos oferecidos por instituições como o Sebrae. São alternativas concretas para que micro e pequenas empresas possam transformar suas inovações em vantagem competitiva. O desafio, muitas vezes, está menos na estrutura e mais na falta de informação, orientação técnica e cultura empresarial voltada à proteção de conhecimento.

Muito além de ter boas ideias, inovar significa colocá-las em prática com consistência, qualidade e segurança jurídica. Proteger soluções é garantir que o esforço da equipe, os recursos investidos e o conhecimento aplicado resultem em retorno real para a empresa e para o setor e para o país.

*Cássio Pissetti é CEO da Engepoli, que conta com 14 patentes em mais de 31 países, voltadas à soluções para iluminação natural que trazem economia e sustentabilidade para grandes empresas e indústrias.