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Quadrinhos, charges, poemas: como diferentes gêneros textuais ajudam a compreender o mundo

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A capacidade de ler e interpretar textos em múltiplas linguagens é fundamental para participar da sociedade contemporânea

Uma placa de trânsito, um meme nas redes sociais, um poema escrito em 1852, uma foto. A leitura e interpretação de textos de diferentes tipos e gêneros é indispensável para que os seres humanos possam se comunicar e participar da sociedade contemporânea. E esse é um exercício que começa a ser feito desde cedo, ainda na primeira infância.

Ao longo da vida, uma pessoa será exposta a todo tipo de comunicação, veiculada nos mais variados meios. Da música ao e-mail corporativo, das pinturas ao E cortado por uma faixa vermelha, proibindo estacionar: tudo é texto ─ embora nem todo texto seja verbal, isto é, escrito com letras e palavras. Ler e compreender os mais diversos textos é fundamental para o convívio social e o exercício da cidadania, como lembra a gerente editorial da Aprende Brasil Educação, Cristina Kerscher. “Isso é o que chamamos de letramento. Uma coisa é decodificar o alfabeto, outra é compreender o conteúdo de um texto Para que uma pessoa consiga entender o mundo e participar da sociedade, ela precisa se apropriar dessa diversidade de recursos de comunicação que existem, ser capaz não apenas de ler os códigos, mas de compreender a intenção de um texto, as informações explícitas, mas também o que não foi dito”, explica.

O desenvolvimento, portanto, de capacidades de leitura contribui para a criticidade e a formação do cidadão. “Não é só o texto escrito que traz informações importantes para o cotidiano. Se alguém, por exemplo, estaciona seu carro em um local proibido simplesmente porque não sabe o que uma placa significa, isso trará consequências legais, como uma multa. Estar no mundo depende de fazer, diariamente, essa leitura ampla de textos de diferentes gêneros”, afirma.

Desde cedo

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica, prevê que os educadores trabalhem uma ampla diversidade de gêneros textuais desde a Educação Infantil. Nos primeiros anos de vida, a criança já tem contato com vários gêneros textuais, como quadrinhos, tirinhas, adivinhas, poemas, muitos dos quais se caracterizam pela combinação de texto verbal e imagético. Ao longo da vida escolar, os estudantes ampliam seu repertório de leituras e produções textuais, o que, consequentemente, faz com que tenham acesso a um universo de informações e desenvolvam a imaginação e o senso crítico.  

“É importante que crianças e adolescentes sejam incentivados a fazer a leitura de gêneros multimodais e a desenvolver a capacidade de entender as relações de sentido que se estabelecem em cada um deles. Assim, há uma preocupação, é claro, em trazer para a sala de aula tipos e gêneros textuais que circulam socialmente, com os quais eles terão contato em situações comunicativas variadas, no cotidiano ou em contextos mais formais”, destaca Cristina.

Interesse pela vida em sociedade

Ser capaz de compreender os diferentes signos que se apresentam no mundo não é apenas uma necessidade, um interesse natural. A especialista afirma que, desde cedo, principalmente quando são adequadamente motivadas, as crianças já demonstram vontade de ler e entender diferentes textos. “Trazendo-se textos adequados a cada faixa etária, com temáticas adequadas à etapa de ensino, claramente se desperta nos pequenos o interesse por fazer essas leituras. As crianças, assim como nós, adultos, querem fazer parte desse mundo repleto de informações, ideias, reflexões e criatividade”, finaliza.

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Sobre o Aprende Brasil

O Sistema de Ensino Aprende Brasil oferece às redes municipais de Educação uma série de recursos, entre eles: avaliações, sistema de monitoramento, ambiente virtual de aprendizagem, assessoria pedagógica e formação continuada aos professores, além de material didático integrado e diferenciado, que contribuem para potencializar o aprendizado dos alunos da Educação Infantil aos anos finais do Ensino Fundamental. Saiba mais em http://sistemaaprendebrasil.com.br/.

O novo surto de covid-19 na China que estremece o planeta

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João Alfredo Lopes Nyegray*

No início do mês de novembro, imagens de trabalhadores fugindo de uma unidade da Foxconn tomaram as redes e os sites de notícias. A Foxconn é uma empresa taiwanesa de eletrônicos, computadores e componentes – alguns dizem a maior do mundo –, e que fabrica os produtos da Apple, os videogames da Sony e os telefones da Motorola, além de peças para a Dell e para a HP. Em que pese sua sede ser em Taipei, suas principais unidades produtivas ficam na China continental, especialmente em Shenzhen e Zhengzhou, cidades altamente industrializadas.

É exatamente na China continental que o governo vem aplicando a política de tolerância zero contra a covid-19: uma estratégia rigorosa de isolamento domiciliar, empresarial ou mesmo de cidades inteiras, em que há total restrição da circulação de pessoas e testagem diária em massa. Não é a primeira vez que os chineses lançam mão dessa estratégia, e várias vezes num passado recente fábricas foram fechadas e os maiores portos simplesmente pararam de operar, causando falta de peças e itens por todo o mundo.

Para evitar que ficassem trancados com colegas de trabalho, no início de novembro, trabalhadores chineses desesperados fugiram da fábrica da Foxconn em Zhengzhou. Agora, ondas de protesto se espalham por toda a China, num teste imediato para o terceiro mandato do Todo Poderoso Xi. Num país em que protestos não só não são comuns, como são reprimidos violentamente, há certamente algo ocorrendo na China que extrapola o desespero de uma população com medo de mais um rígido “encarceramento” obrigatório.

A China já chegou a anunciar 31 mil casos de covid num só dia. Com o receio de mais um fechamento de fábricas e portos, chineses fogem das maiores cidades ou protestam nas ruas. Os efeitos econômicos dos protestos e do receio de uma nova onda de lockdowns também já são sentidos. Na terça-feira, dia 29 de novembro, o preço das commodities caiu em bolsas de todo o mundo, assim como as ações de empresas que dependem de insumos vindos do gigante asiático.

O questionamento que fica é: será essa política de tolerância zero uma estratégia de saúde pública, ou o receio de novas mortes? Seja como for, parece que o número de vítimas da covid-19 na China é muito maior do que os 5.200 falecidos anunciados oficialmente por Pequim.

*João Alfredo Lopes Nyegray é doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior na Universidade Positivo. Instagram @janyegray

AS MÁSCARAS SEMPRE CAEM :Servidora que defendeu pedágio na ALEP pede demissão para atuar ao lado das concessionárias

Natália Marcassa deixou o cargo do Governo para montar a a própria associação que reúne principais pedageiras do país

Natália, aqui você não está falando pra empresários, mas para o povo e os deputados paranaenses”. Com essa frase, em fevereiro de 2021, o deputado Requião Filho iniciou sua fala criticando o modelo de pedágio apresentado em audiência pública, por representantes do Ministério da Infraestrutura, no plenário da Assembleia Legislativa.

 

O vídeo desse discurso na época viralizou nas redes sociais e, em poucas semanas, foi compartilhado milhares de vezes por diversas pessoas em todo país. No entanto, a suspeita que o parlamentar levantava na ocasião, hoje se comprova que sim, tinha fundamento.

 

A servidora em questão designada para defender o modelo de pedágio proposto pelos Governos Ratinho Jr e Bolsonaro, era Natália Marcassa, deixou o cargo recentemente e, em menos de três meses, inaugurou a MoveInfra que, segundo reportagem do Jornal O Globo, reúne entidades gigantes do segmento, como CCR, Ecorodovias, Rumo, Santos Brasil e Ultracargo, todas operadoras de contratos públicos.

A especialista em Regulação de Serviços de Transportes Terrestres da ANTT, preside a nova associação desde novembro, segundo seu próprio perfil no LinkedIn. “Tempo curto demais, para quem até então vinha defendendo o interesse público e querendo convencer o povo do Paraná que o projeto deles seria o melhor para desenvolver nas rodovias do Estado”, avalia o deputado Requião Filho.

 

“Era um projeto caro, oneroso para o Estado e para os usuários. A gente fez esse debate de forma ampla na Assembleia Legislativa, mas muitos deputados aqui sequer deram ouvidos. E a gente estava certo! Ela estava mesmo agindo em favor das pedageiras e não em benefício da população. A quem mais interessaria 30 anos de um pedágio sem qualquer garantia de obras e com altas tarifas?”, questionou Requião Filho.

 

Na tribuna, o deputado ainda questionou o acordo homologado na semana passada, em que o Paraná abre mão de mais de R$ 5 bilhões da dívida da Rodonorte com usuários do pedágio.

 

Assista:

 

Dívida do Pedágio

SAIBA MAIS:

Justiça aceita acordo e Paraná abre mão de mais de R$ 5 bilhões da dívida da Rodonorte com usuários do Pedágio

Compliance: benefícios práticos nas empresas

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Luis Otávio Matias*

Um dos principais patrimônios de uma organização é, sem dúvidas, sua reputação, que pode ter impacto tanto positivo como negativo nos negócios. Independentemente da área de atuação, produto ou serviço ofertado, uma das chaves para o sucesso é estar em conformidade com as regras de mercado e ter comprometimento com a integridade da companhia. A cultura empresarial brasileira, no entanto, ainda está longe de ser referência mundial.

Segundo a ONG Transparency International, que publica todo ano o Índice de Percepção da Corrupção (a mais duradoura e abrangente ferramenta de medição da corrupção no mundo) com 180 países e territórios, o Brasil aparece como o 105º menos corrupto. Em números, uma estimativa do Ministério Público Federal indica que o país perde, anualmente, cerca de R$ 200 bilhões para a corrupção.

Em 2018, o Brasil caiu 9 posições no índice. A pontuação passou de 37 para 35. Este é o pior resultado desde 2012, quando os dados passaram a ser comparáveis ano a ano, e representa a 3ª queda anual seguida. Para se ter uma ideia, o Brasil é considerado mais corrupto que países como  Colômbia, Argentina, Índia, África do Sul, Cuba, Costa Rica, Chile, Bahamas e Uruguai.

Uma das alternativas para mudar esse cenário é a implementação de Compliance nas organizações, que tem a função de monitorar e assegurar que todos estejam de acordo com as práticas de comportamento, que devem ser orientadas pelo Código de Conduta e pelas políticas da companhia. Seja para normas internas, com código de ética, manual de conduta, políticas e procedimentos; ou para normas externas, na contratação de terceiros para executar serviços financeiros, administrativos, contratuais, trabalhistas, ambientais, entre outros, inserir essa cultura dentro de uma companhia é essencial.

A inclusão do Compliance dentro da cultura empresarial pode trazer uma série de impactos e benefícios, como a atração de investimentos, pois profissionais deste ramo querem aplicar em empresas sólidas, com chances mínimas de envolvimento em escândalos. Entre uma companhia que adota um programa de Compliance efetivo e outra que não, as chances de a primeira receber um investimento são maiores.

O fortalecimento da empresa perante o mercado é outra vantagem, uma vez que empresas com Compliance implementado tendem a querer se relacionar somente com outras que também contem com programas semelhantes. Essa prática passa a ser um dos critérios das companhias para selecionar parceiros de negócios, como fornecedores, empresas subcontratadas ou prestadores de serviço.

Outro benefício se relaciona aos colaboradores: em empresas que fazem capacitação em Compliance, os funcionários passam a compreender melhor os riscos e mitigar atos que não estejam em conformidade com as políticas estabelecidas dentro e fora da companhia. Eles enxergam más condutas de fornecedores e prestadores de serviços, por exemplo. Assim, além da criação de um ambiente ético, o treinamento é decisivo na contribuição para a diminuição de riscos de exposição.

Por fim, uma companhia em conformidade com a legislação, com os princípios éticos e com as melhores práticas de mercado, além de beneficiar a todos os envolvidos dentro e fora dela, também contribui com a diminuição da corrupção e, consequentemente, com a economia de todo o país.

Luis Otávio Matias é vice-presidente de Negócios da Tecnobank.

O tamanho da nova onda da covid-19 depende de nós

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Viviane de Macedo*

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu o alerta sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na China. Em 9 de janeiro de 2020, a OMS confirmou a circulação de um novo coronavírus, o SARS-COV-2 e, em 11 de março do mesmo ano, declarou pandemia de covid-19.

Já passados quase três anos, com o avanço da vacinação pelo mundo, houve a redução do número de casos e mortes, o que nos deu a sensação de que o vírus, apesar de ainda estar circulando, estaria sob controle. Tiramos as máscaras, voltamos a nos abraçar, a nos reunir em eventos, shows, festas familiares, happy hour, como que declarando: “A pandemia acabou!”. Apesar disso, o status de pandemia ainda não foi alterado pela OMS, que até pouco tempo atrás estudava decretar o seu fim.

Porém, nas últimas semanas, temos visto um aumento progressivo de casos no mundo, provavelmente impulsionado pelas novas linhagens da Variante de Preocupação  Ômicron, BQ.1 e BA.5.3.1. No Brasil, entre 6 e 11 de novembro de 2022, foram notificados 57.825 casos e 314 mortes por covid-19, resultando em uma média móvel de 8.448 casos diários, o que representa aumento de 120% em relação à semana anterior (3.834). Em média, morreram 46  pessoas nos últimos sete dias, ou seja, houve um crescimento de 28% em comparação à semana anterior.

Diante desses dados, será que corremos o risco de vivenciar uma nova onda da covid-19? É possível que sim, mas provavelmente não nas mesmas proporções que em março e abril de 2021, um dos momentos mais críticos dessa doença no Brasil. Assim, quais seriam os possíveis fatores que nos levariam a uma nova onda?

Baixa adesão às doses de reforço da vacinação para covid-19: Apesar da alta adesão ao esquema vacinal com 2 doses ou dose única pelos brasileiros, não alcançamos ainda nem 60% do esquema da dose de reforço para os grupos elegíveis. O que significa que muitas pessoas já têm mais de 1 ano e meio da 1.ª dose de vacina. O que vemos nos estudos é que o número de anticorpos criados para combater o SARS-COV2, costuma se reduzir gradativamente, com diminuição importante após 5-8 semanas da vacina, principalmente diante da Ômicron. Isso significa que os grupos de risco podem evoluir com pior desfecho, tendo a necessidade de hospitalização, e maior chance de morte. 

Afrouxamento das medidas sanitárias. Em quase todo o Brasil, houve uma redução significativa do uso de máscara (que ficou praticamente restrito ao ambiente hospitalar) e do distanciamento entre as pessoas, que são as medidas farmacológicas de maior impacto para a prevenção da covid-19. Esses fatores favorecem a circulação do SARS-COV2 entre as pessoas, sendo um incremento para transformações nesse vírus e o surgimento de novas linhagens ou sublinhagens como a BQ1, que têm maior potencial de infectividade, ou seja, se espalham com mais facilidade, mas não necessariamente de letalidade para a população como um todo. Para as pessoas com comorbidades e idosas, o desfecho acaba sendo incerto.

Poucas opções de medicamentos disponíveis para a prevenção e tratamento da covid-19. A Sociedade Brasileira de Infectologia emitiu em 11 de novembro uma nota técnica alertando sobre isso: “…é essencial que medicações já aprovadas pela ANVISA para o tratamento e prevenção da covid-19 estejam disponíveis para uso no setor público e privado…”, principalmente para os idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos.

Diante desse quadro, fica claro que precisamos encarar que a pandemia não acabou, que o vírus ainda circula entre nós e que pode trazer impacto na saúde pública e mais ainda, pode provocar danos irreversíveis na vida de uma pessoa, que pode ficar com sequelas, ou pode trazer impactos para a vida de uma família, que pode ficar sem um ente querido para sempre. 

O nosso papel como cidadão é agir com sensatez em relação a nossa vida e das demais. Assim, é preciso completar o esquema de vacinação, usar máscara sempre que estiver em um ambiente com aglomeração e quando estiver com sintomas gripais ou respiratórios e, cobrar das autoridades a disponibilização de medicamentos e de novas vacinas para a população como um todo. Isso tudo é necessário para que possamos continuar vivendo em sociedade, “porque não é bom que o homem viva só”.

*Viviane de Macedo, infectologista, doutora em Ciências e professora de Doenças Infecciosas e Parasitárias do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP).