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Redes sociais revelam um novo fenômeno: o “medo de ficar de fora”

As transformações digitais provocaram uma revolução nos comportamentos e facilitaram interações sociais, mas também criaram urgências e novas sensações. Afinal, quem nunca teve a impressão de estar perdendo algo importante ao rolar a barra de postagens nas redes sociais de amigos, familiares ou celebridades?

O sentimento tem se tornado tão comum que já ganhou nome: fomo – ou “fear of missing out”, que pode ser traduzido como “medo de ficar de fora”. Para marcar o Dia da Mídia Social, comemorado em 30 de junho, o psicólogo Guilherme Alcântara Ramos fala sobre os reflexos dessa sensação para a saúde mental.

“A fixação pela vida dos outros pode desencadear sentimentos como a ansiedade e a frustração porque é comum compararmos nossa realidade com o que vemos nas redes sociais. Só que isso é injusto já que as postagens são baseadas apenas em uma parte da vida de outras pessoas, nunca na vida como ela realmente é”, diz o membro do Núcleo de Atendimento Psicopedagógico do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação, uma das principais organizações de ensino superior do país.

Nas redes sociais, o que prevalece são os aspectos positivos e momentos felizes. Uma viagem de familiares, o happy hour da empresa, a balada frequentada por amigos ou a ideia de que os outros têm rotinas melhores podem desencadear o fomo. Uma pesquisa da agência de comunicação JWT, nos Estados Unidos, revelou que sete em cada dez millennials (nascidos entre 1981 e 1996) já viveram essa sensação e, para quatro em cada dez, o sentimento é frequente.

Vida de escolhas
O professor do curso de Psicologia do UniCuritiba lembra que “sempre vamos ficar fora de algo, porque a vida é feita de escolhas”. “Se vou ao parque, não estou estudando. Se estudo, abro mão de assistir meu seriado favorito, e assim vai. Para não se deixar influenciar pela vida dos outros é preciso ter autoconhecimento e clareza sobre as próprias metas e objetivos”, ensina.

Tomar decisões de forma consciente reduz o fomo, poupa a saúde mental e evita, inclusive, prejuízos financeiros. “Quem se deixa levar pelas divulgações nas redes sociais corre o risco de ceder a impulsos de consumo e investir em experiências que nunca desejou. É importante refletir se a vontade de viajar para um determinado lugar ou ir a uma festa é real ou é apenas a necessidade exagerada de se enquadrar”, questiona o psicólogo.

Como separar real e digital
Mestre em Psicologia, Guilherme Alcântara Ramos diz que entender as dinâmicas das redes sociais é importante. “Elas são instrumento de trabalho para muita gente focada em gerar conteúdo e entretenimento. O objetivo é engajar e, muitas vezes, vender, mas nem tudo é o que parece. Uma única viagem pode render séries de posts diferentes, dando a impressão de que aquela pessoa a quem seguimos digitalmente não para em casa.”

Ainda que exijam cuidados, as mídias sociais têm aspectos positivos e potencializam as interações sociais. O que não se pode, alerta o especialista, é confundir essas relações e se deixar levar pelo sucesso do mundo digital. “As relações sociais reais e as amizades sólidas devem se sobrepor ao engajamento, comentários e elogios do campo virtual”, ensina.

Segundo o professor, já existem pesquisas e dados comprovando que o uso exagerado das redes sociais e a inspiração na suposta vida perfeita dos outros têm efeito negativo para a saúde mental e podem desencadear sentimentos como tristeza, insatisfação, frustração e depressão. “Vida perfeita não existe, mas ninguém compartilha publicamente seus erros, tristezas e fracassos.”

Medo do cancelamento
Para quem vive da superexposição, outro alerta do psicólogo: o medo do “cancelamento” também leva ao adoecimento mental. Ataques de haters e comentários negativos deixam as pessoas vulneráveis e suscetíveis ao estresse. Ter filtro e boas métricas de uso das redes sociais evitam prejuízos aos planos de vida, de carreira e à saúde física e mental de quem posta e de quem é seguidor.
“Muito tempo na internet nos impede de investir no desenvolvimento e no amadurecimento pessoal, profissional e acadêmico. Não que as redes sociais sejam ruins para o lazer, o descanso e o relaxamento, mas devem servir à diversão. Se acompanhar a vida dos outros consome horas do dia e compromete a saúde mental, é preciso reorganizar as perspectivas e objetivos”, finaliza o especialista.

Em momento decisivo, Moro lidera com folga para vaga ao Senado pelo Paraná

A última pesquisa realizada pelo Instituto Big Data no Paraná, trouxe um trunfo para o ex-ministro Sergio Moro. O nome do pré-candidato foi testado em dois cenários concorrendo ao Senado pelo estado do Paraná.

Dia do Imigrante: Região dos Campos Gerais comemora 111 anos da imigração holandesa

No primeiro, envolvendo outros seis postulantes a vaga, Sergio Moro recebe 30% das intenções de voto.
Álvaro Dias aparece em segundo lugar com 23%. Paulo Martins do PL e Dr. Rosinha do PT, aparecem tecnicamente empatados com 6 e 7% dos votos, respectivamente.

Em outra simulação, sem considerar o senador Álvaro Dias, a intenção de votos em Moro atinge 41%. O segundo candidato nesse caso é Paulo Martins, com 8%.

Votos nulos e em branco saltam de 11 para 17% no cenário em que o nome do pré-candidato Moro é retirado da pesquisa, o que também é visto por apoiadores como um sinal de ampla preferência pelos eleitores paranaenses.

“Fico honrado pela confiança recebida do povo paranaense refletida na pesquisa para o Senado”, disse Moro.

A pesquisa foi realizada entre os dias 24 e 25 de junho, com 1.500 eleitores. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

O resultado fortalece o nome de Sergio Moro para a vaga ao Senado.
O ex-ministro deve anunciar sua candidatura em meados do mês de julho.

Assessoria de Imprensa
Pré-candidato

Edital : Requerimento de Licença Ambiental

CLERIOVALDO RIBEIRO CALEFI torna público que irá requerer ao IAT, a LICENÇA
AMBIENTAL SIMPLIFICADA PARA IRRIGAÇÃO DE ASPERSÃO (PIVÔ CENTRAL) a ser
implantada na FAZENDA CASA BRANCA, ZONA RURAL, LOBATO-PR, CEP:86.790-000.

Edital : Requerimento de Licença Ambiental

CLERIOVALDO RIBEIRO CALEFI torna público que irá requerer ao IAT, a LICENÇA
AMBIENTAL SIMPLIFICADA PARA IRRIGAÇÃO DE ASPERSÃO (PIVÔ CENTRAL) a ser
implantada na FAZENDA CASA BRANCA, ZONA RURAL, LOBATO-PR, CEP:86.790-000.

Dia do Imigrante: Região dos Campos Gerais comemora 111 anos da imigração holandesa

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Descendentes foram fundamentais para o desenvolvimento da economia do Paraná

Carambeí, município do Paraná com pouco mais de 20 mil habitantes, recebeu, há exatos 111 anos, os primeiros imigrantes vindos da Holanda. As famílias não foram as primeiras estrangeiras a chegarem ao Brasil, mas, até hoje, os holandeses, juntamente com outros descendentes, se destacam pela contribuição dada à agropecuária no Sul do Brasil e a outras áreas da economia na Região Norte, desde o século dezessete.

Essa colonização se estendeu a outros municípios do interior do Paraná, como Arapoti, Carambeí e Castro, onde Janet Bosch, filha de imigrantes e conselheira da Associação Cultural Brasil-Holanda (ACBH), vive atualmente. “Minha mãe chegou ao Brasil em 1953 junto com a família de agropecuaristas, aos 17 anos. Já meu pai imigrou da Holanda para o Brasil sozinho, em 1960, aos 23 anos. Após o casamento, ele largou a profissão de mecânico para virar agricultor”, lembra. 

Janet conta que a língua holandesa sempre esteve presente na família, mas que é difícil manter, já que a integração com o povo brasileiro é uma realidade muito forte no dia a dia. Mas outros costumes permaneceram: “eu e meus irmãos fomos criados dentro da cultura holandesa, por isso, muitas coisas estão presentes, como na alimentação, na religião e na educação. O hábito de toda a família se reunir em torno da mesa para fazer as refeições, por exemplo, é algo que tento manter”.

Importância na economia local

No Paraná, a influência dos descendentes holandeses é forte, pois eles foram os responsáveis pela construção de instituições importantes para a cultura e para economia local, como é o caso das cooperativas, que hoje são uma das principais fontes de renda da população. A filha de imigrantes conta que as cooperativas fizeram a diferença nessa integração desde a chegada ao Brasil. “O conceito de ajuda mútua presente nessas instituições faz com que a gente chegue muito mais longe, de forma coletiva e organizada. Nós ajudamos no fortalecimento do setor agropecuário do Estado e isso nos ajudou como pessoas. O resultado é uma comunidade unida e sólida”, destaca.

Segundo ela, essa valorização do trabalho cooperativo está no DNA do povo holandês e impulsionou o desenvolvimento da economia dos Campos Gerais. Fundada por imigrantes holandeses, a Castrolanda, cooperativa que integra a marca de intercooperação Unium, é uma das bacias leiteiras mais produtivas e avançadas do país. “A cultura holandesa tem a característica do empreendedorismo e isso está bem presente na cultura das cooperativas do grupo, faz parte do nosso trabalho”,completa Auke Dijkstra, gestor de estratégia e inovação da Unium.

Sobre a Unium

Marca institucional das indústrias das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, a Unium representa os projetos em que as cooperativas paranaenses atuam em parceria. Todas as marcas reunidas pela Unium, inclusive a Alegra, são reconhecidas pela qualidade e excelência.

A Unium também conta com três marcas de lácteos: Naturalle – de produtos livres de aditivos -, Colônia Holandesa e Colaso. No setor de grãos, a Unium conta com a marca Herança Holandesa – farinha de trigo produzida em uma unidade totalmente adequada à ISO 22000, o que a qualifica com elevados padrões de exigência.

Curitiba ganha nova escola de Gastronomia

A Escola de Gastronomia Chef Gourmet está chegando a Santa Felicidade, o charmoso bairro gastronômico de origens italianas, em Curitiba. A unidade será na Avenida Manoel Ribas, 5511, próximo à entrada do bairro e aos principais restaurantes e vinícolas da região. O evento de lançamento será neste sábado dia 25 de junho, com atrações gastronômicas e festivas para convidados, a partir das 10h.

Nascida em 2019 em Jaraguá do Sul (SC), a rede pertence à Lumière Holding e já conta com quase 80 franquias em todas as regiões do país. Em Curitiba, a rede também está no bairro Batel.

“Queremos transformar a vida das pessoas por meio da educação e da gastronomia. Nossa escola oferece aulas práticas direcionadas à gastronomia, mas também à gestão, turismo e hotelaria. Com essa visão ampliada a gente consegue formar profissionais completos e mudar a realidade de muita gente”, afirma o empresário Márcio Juliano Goulart, dono da franquia da Chef Gourmet Santa Felicidade, destacando que os cursos contam com 70% da carga horária voltada às práticas.

O curso mais popular — e extenso — é o Chef de Cuisine, com foco profissionalizante. Com duas aulas semanais (uma teórica e a outra prática) ministradas pelo chef Tadeo Furtado, o curso tem duração de dois anos. Todo o corpo de professores tem experiência internacional. Panificação, confeitaria, pizzas e carnes são outros temas dos 14 cursos, que formam turmas de até 18 alunos. O mundo das bebidas também é contemplado com grupos para bartender profissional e de sommelier (profissional e por hobby), para salas de até 12 pessoas. Confira a lista de cursos oferecidos:

●      Bartender

●      Chef Boucherie

●      Sommelier por Hobby

●      Chef de Cuisine

●      Chef de Cuisine Jr.

●      Chef Pâtisserie e Boulangerie

●      Cozinha por Hobby

●      Cozinheiro Profissional

●      Gestão de Negócios

●      Inglês Cultural

●      Panificação e Confeitaria por Hobby

●      Pizzaiolo Profissional

●      Sommelier por Hobby

●      Sommelier Profissional

Santa Felicidade

A escolha do local da nova Escola Chef Gourmet não foi por acaso. Região da antiga Colônia Santa Felicidade, o bairro foi formado a partir de 1878 por núcleos coloniais de imigrantes vindos, em sua maioria, das regiões do Vêneto e de Trento, no norte da Itália. Os italianos dedicaram-se inicialmente à produção de queijos, vinhos e hortigranjeiros. Santa Felicidade era também um caminho de passagem de tropeiros nos séculos 18 e 19. A parada das tropas para repouso e alimentação contribuiu para criar sua tradição gastronômica. Hoje, o bairro reúne cerca de 30 restaurantes, alguns com capacidade para mais de mil pessoas. Possui também vinícolas, cantinas de vinho, lojas de artesanato e de móveis de vime e junco.

SERVIÇO

Escola Chef Gourmet Santa Felicidade

Endereço: Av. Manoel Ribas, 5511 – Curitiba

Informações: https://escolachefgourmet.com.br/

Instagram: https://www.instagram.com/chefgourmetsantafelicidade/

Edital : Requerimento de Licença Ambiental

CLERIOVALDO RIBEIRO CALEFI torna público que irá requerer ao IAT, a LICENÇA
AMBIENTAL SIMPLIFICADA PARA IRRIGAÇÃO DE ASPERSÃO (PIVÔ CENTRAL) a ser
implantada na FAZENDA CASA BRANCA, ZONA RURAL, LOBATO-PR, CEP:86.790-000.

Tecnologia é aliada importante na hora de aprender Inglês

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Recursos tecnológicos ajudam a aperfeiçoar aprendizado, mas precisam vir acompanhados de conteúdo formal

De lições em CDs a recursos de realidade aumentada, a tecnologia vem evoluindo para contribuir com o processo de ensino e aprendizagem em diversas áreas do conhecimento. Mas será que essas ferramentas realmente contribuem para um aprendizado mais ágil e adequado? Em casos como o ensino do inglês, por exemplo, o uso da tecnologia pode ser um aliado importante, desde que se some a processos formais, dizem especialistas. 

Para o gerente de conteúdo do PES English, Luiz Fernando Schibelbain, as mudanças no comportamento das novas gerações de estudantes são um fator importante para que a implementação desses recursos seja positiva. “Com nossos estudantes nativos digitais, é mais simples implementar a tecnologia no processo de aprendizagem, aplicando abordagens estimulantes que tornem o ensino diferenciado, inovador e, sobretudo, motivador, oferecendo benefícios para toda a comunidade escolar”, ressalta. De jogos a aplicativos, a língua inglesa está presente em diversos meios.  

Mas, segundo o educador, embora essa ajuda seja muito bem-vinda, ela precisa estar atrelada ao conhecimento formal. Para ele, com o suporte de um professor, a língua pode ser exemplificada ao longo das aulas de forma a trazer momentos que promovam a imersão tão necessária para contextualizar o idioma entre as diferentes faixas etárias. “Do ponto de vista do professor, a tecnologia deve estar a serviço de seu planejamento e não ser um substituto de todo o contexto de uma aula, terceirizando esse aprendizado”, afirma Schibelbain. 

Ele defende que um dos pilares do aprendizado significativo é mobilizar nos estudantes motivos reais para se envolver com os conteúdos. “Com engajamento, eles passam a reconhecer nas atividades e no uso da tecnologia para esse fim aliados poderosos e facilitadores do processo. Sem esse enfoque, no entanto, os alunos podem tratar a tecnologia como um brinquedo, uma distração, e não conseguirem evoluir. Isso pode levá-los a abandonar uma jornada que precisa de tempo, dedicação e disciplina”, alerta. 

O papel do professor e o futuro do ensino do inglês 

De acordo com Schibelbain, o professor possui três papéis em uma educação eminentemente tecnológica: planejar, criar e zelar. “Uma inteligência artificial pode até responder aos alunos, mas não é capaz de criar conteúdo personalizado sem antes ter sido preparada e instruída por um ser humano por meio de uma ou mais linguagens computacionais”, explica. Para ele, apenas um professor devidamente capacitado pode adequar diferentes dinâmicas e estratégias de ensino. “Afinal, ao longo desse processo de aquisição da língua inglesa é preciso, muitas vezes, adaptar conforme o momento interacional e corrigir equívocos que podem passar despercebidos pelo estudante”, ressalta.  

Quando devidamente utilizada, a tecnologia é capaz de facilitar a construção de uma jornada bilíngue. Características como portabilidade, facilidade e utilidade são pontos relevantes a serem considerados no futuro do ensino de idiomas. Para o professor, esses materiais disponíveis enriquecem as aulas e comunicam aos alunos que aprender inglês é, literalmente, ter o mundo em suas mãos. “Língua é comportamento humano, é cultura, é comunicação entre pessoas. Queremos contar nossas histórias, ideias, aprendizados e nos relacionar”, finaliza. 

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Sobre o PES English 

O PES English é um programa de Inglês avançado destinado a escolas particulares. Ele oferece aos professores assessoria pedagógica especializada, portais de conteúdo e uso da língua inglesa, além de materiais didáticos internacionais publicados pela Cambridge University Press. Presente em mais de 390 escolas em todo o país e atendendo a mais de 104 mil alunos, a solução educacional tem como objetivo desenvolver as habilidades de leitura, fala, escrita e escuta do Inglês em alunos entre 3 e 16 anos. Com certificação e reconhecimento internacionais, o PES também oferece a escolas e alunos assessoria na administração e aplicação de exames de proficiência Cambridge e Michigan Assessment English.

Edital: Mudança de Regime de Casamento

As pessoas de Anderson Machi Lazarin e Adriana de Macedo Lazarin faz a alteração em regime de matrimonial, de bens sendo, de comunhão parcial de bens, para regime de comunhão universal de bens, a partir da referida data.

Privatização da Petrobras: existe uma terceira via?

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Guilherme Marques Moura*

A privatização de empresas estatais é uma discussão recorrente no noticiário brasileiro, principalmente a partir da década de 1990. Especificamente no caso da Petrobras, esse embate se mantém acalorado, principalmente quando os resultados financeiros são ruins ou quando os preços aumentam na bomba. Em outros momentos, o debate parece ser uma estratégia de “cortina de fumaça” utilizada para desviar a atenção do público de outras questões. Historicamente, a petroleira contribuiu para o desenvolvimento do país, tornando-se estratégica. Tal que, a melhor alternativa pode não ser necessariamente a privatização; outras possibilidades podem passar pela abertura do mercado e mudança na tributação de combustíveis.

Na década de 1980, diversos países em desenvolvimento, com destaque aos latino-americanos, enfrentaram muitas turbulências econômicas e políticas. Dentro das alternativas propostas para o ajustamento desses países problemáticos, o debate à época destacou o papel da privatização de empresas públicas. A partir desse “consenso”, o Brasil, assim como várias nações, transmitiram o controle de diversas estatais para a iniciativa privada. Na prática, não existe consenso na literatura sobre o custo-benefício de diversas dessas privatizações. Especificamente, a Petrobras, dada a sua importância econômica e social, passou por um processo de venda parcial, com o controle da maioria das ações sendo mantido nas mãos do governo. É justamente nessa manutenção do governo como gestor da empresa que as críticas se concentram.

Do ponto de vista administrativo, os interesses do governo nem sempre combinam com os interesses econômicos da petroleira. Em alguns momentos, o apoio popular gerado por uma gasolina mais barata se mostra mais relevante que a lucratividade. Exemplos recentes corroboram essa tese. Apesar de socialmente ótimo, a intervenção na empresa como estratégia política de controle da inflação, ao afetar sua geração de caixa, prejudica investimentos futuros e sua capacidade de financiamento no curto prazo. Outrossim, a manutenção de preços artificialmente baixos no mercado doméstico mantém a demanda por combustíveis elevada, o que inibe o crescimento de mercados de energias renováveis e faz prosseguir a nossa dependência em combustíveis fósseis.

Alternativamente, a produção de petróleo estatizada pode ser analisada como uma política estratégica. Com a produção realizada internamente, o país é menos dependente do comércio internacional, sendo menos afetado por choques de oferta, como o conflito entre Rússia e Ucrânia. Além disso, a tecnologia e os empregos gerados no processo produtivo beneficiam o país. Nesse sentido, a solução pode não residir em uma escolha entre tudo ou nada. Talvez, essa discussão não deveria focar em “privatização x estatização”, mas na abertura de mercado.

Apesar do desenvolvimento recente, a cadeia produtiva de combustíveis brasileira está concentrada em uma única empresa estatal. Portanto, a abertura do mercado a novas empresas poderia elevar a concorrência, permitindo a importação de combustíveis por menores preços e/ou o refino por um menor custo. Por meio da concorrência, a Petrobras seria conduzida pelo mercado a otimizar a sua produção e gestão, caso contrário não sobreviveria. Nessa situação, o país poderia manter sua produção interna, se protegendo de eventos externos, mas a oferta do combustível poderia se elevar, reduzindo os preços.

Outra possibilidade a ser considerada pelos governantes seria a mudança do sistema tributário, talvez não só sobre os combustíveis. Somado ao custo do etanol, cada litro de gasolina era vendido por R$ 3,86 pela Petrobras em 15 de maio deste ano. A esse valor são acrescidos R$ 2,74 de tributos, como ICMS, PIS e COFINS. Sobre esse preço final, revendedores e postos estabelecem suas margens de lucro. Portanto, uma alternativa à intervenção pública na estatal seria a redução da carga tributária sobre o produto. Dessa forma, a empresa poderia operar mantendo os seus lucros, e o preço seria menor para os consumidores. O custo recairia sobre os governos, principalmente os estaduais. Entretanto, a inflação recente inflou a arrecadação pública, e parte desse crescimento na arrecadação poderia ser utilizada para mitigar o aumento no custo do petróleo.

Anos eleitorais tradicionalmente reacendem antigos debates. No caso da Petrobras, essa parece ser uma história sem fim, ou até um episódio de uma série que nunca acaba. A pauta da discussão tende a se concentrar nos extremos, mas dificilmente para um dos lados. Outras alternativas deveriam ser levadas em consideração de forma séria, e, principalmente, alguma ação deveria ser realizada. Na prática, as únicas mudanças parecem ser na presidência da empresa, que passa por uma frenética “dança das cadeiras”.

*Guilherme Marques Moura, doutor em Desenvolvimento Econômico, é professor da Escola de Negócios da Universidade Positivo (UP).