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Sete temas de Geografia que o candidato deve dominar para o Enem

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A prova de Geografia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costuma ser bastante versátil, uma vez que é possível relacionar as temáticas abordadas dentro deste componente curricular com conteúdos de História, Sociologia e Atualidades. “É preciso dominar os principais tópicos e se manter bem informado para conseguir fazer a relação entre os temas“, explica o professor de Geografia do Colégio Semeador, de Foz do Iguaçu (PR), Fernando Shpak.

Com base nas questões das edições anteriores do exame, Shpak selecionou uma lista de temas que devem ser estudados pelos candidatos que vão realizar o Enem 2023.

  1. Demografia

Segundo o professor, o estudo e compreensão da dinâmica demográfica mundial são de essencial importância. “É dessa forma que o aluno entenderá as demandas que envolvem as populações do globo“, ressalta. Para Shpak, dentro dessa temática, é preciso ficar atento a conceitos demográficos, pirâmides etárias, teorias demográficas, migrações, refugiados e índices de desenvolvimento.

  1. Espaço agrícola

Shpak explica que, por mais urbano que esteja o mundo atual, o espaço agrícola ainda é muito importante. “Além de atender as demandas das populações urbanas, o cenário rural possui dinamismo político e econômico próprios“, reforça. O professor lista os conteúdos importantes a serem observados pelos estudantes: os tipos de culturas espalhadas pelo mundo; sistemas agrícolas; agronegócio; reforma agrária; relação entre campo e cidade; trabalho no campo; revolução verde; biotecnologia aplicada no campo; desigualdade no campo e a agricultura no Brasil.

  1. Urbanização

Atualmente, a maioria dos habitantes do nosso planeta vive nos meios urbanos, e são justamente nesses espaços onde ocorrem as maiores formações e transformações do espaço geográfico“, explica Shpak. Segundo o professor, as características humanas se fazem presentes e são relatadas nas entrelinhas do espaço urbano mundial. Dentro dessa temática, Shpak destaca: o processo de urbanização mundial correlacionado com o processo de industrialização mundial; a hierarquia urbana; os problemas urbanos; a segregação socioespacial; as diferenças entre as cidades (países pobres x ricos) e os conceitos sobre urbanização.

  1. Geopolítica

De acordo com Shpak, esse é um tema bastante abordado nas provas de qualquer vestibular, incluindo o Enem. “Assimilar a relação existente entre países é depreender o que acontece na história recente do planeta. É preciso ficar atento ao mundo que nos rodeia, a partir dos seguintes tópicos: história recente; atualidades; modelos econômicos; relações internacionais; motivos dos conflitos; blocos econômicos, ordens mundiais; política nacional e internacional; humanidade e tecnologia, globalização“, destaca o professor.

  1. Cartografia

O professor Fernando Shpak defende que a leitura e interpretação das representações do espaço geográfico são fundamentais para o estudante compreender a espacialidade dos eventos e fatos ocorridos no planeta e conseguir se sair bem em questões que abordem essa temática. “Dentro deste tema, vale ressaltar a interpretação de mapas e tabelas; localização e orientação no espaço geográfico; coordenadas geográficas; escalas e fusos horários“, cita Shpak.

  1. As três esferas da Terra

Entender os fenômenos ocorridos em cada uma das esferas terrestres vai trazer segurança para o candidato durante a realização da prova“, aconselha Shpak. Para isso, o professor orienta que o estudante procure conhecer bem os seguintes conteúdos: 

Litosfera – camadas e composição da Terra; agentes endógenos e exógenos; tipos de rochas; tipos de relevo (principalmente do Brasil).

Hidrosfera – ciclo hidrológico; bacias hidrográficas (principalmente do Brasil); águas subterrâneas.

Atmosfera – tempo e clima; elementos e fatores do clima; tipos climáticos (principalmente do Brasil).

  1. Problemas climáticos e socioambientais

De acordo com Shpak, esse é o tema mais cobrado no Enem nos últimos anos. “Pode-se abordar todos os assuntos listados acima com uma ótica socioambiental, conectando as ações humanas e suas consequências para o meio natural“, explica. O professor ressalta que é importante entender como as áreas urbanas são afetadas pela poluição e ocupação desordenada. E ainda, procurar conhecer bem a relação entre desmatamento, aquecimento global e produção de gases de efeito estufa e como tudo isso influencia nas mudanças climáticas que temos observado nos últimos tempos.

Colégio Semeador

Com 25 anos de história, o Colégio Semeador tem uma infraestrutura robusta, moderna e funcional, inserida em um amplo espaço verde de 161 mil metros quadrados, onde os alunos estudam e convivem com plantas e animais. Localizado em Foz do Iguaçu (PR), o Colégio Semeador tem turmas de Educação Infantil (Regular e Bilíngue), Ensino Fundamental – Anos Iniciais (Regular e Bilíngue), Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio. Em 2019, passou a fazer parte do Grupo Positivo.

Conheça os benefícios tributários destinados a contribuintes empresariais

*Por Regiane Esturilio

Para viabilizar regularidade fiscal aos contribuintes e aumentar a arrecadação, a Lei nº 13.988/2020 veio regulamentar o instituto da transação, indicando os requisitos e condições para que a União, suas autarquias e fundações encerrem, amigavelmente, a cobrança de créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não.
Empresas de médio e grande porte, com dívidas superiores a dez milhões de reais, já podem se beneficiar da Lei, seja em casos de créditos tributários inscritos em dívida ativa ou os que se encontram na fase de contencioso administrativo fiscal.
Em 2022, a Lei nº 13.988/2020 foi aprimorada pela Lei n. 14.375/2022, que trouxe alterações vantajosas e significativas para fisco e contribuinte. Entre elas, o aumento dos descontos/reduções, que antes eram de até 50% e agora passaram a ser de até 65% sobre o valor total a ser negociado; os prazos de pagamento, que antes eram de até 84 meses e aumentaram para até 120 meses; a utilização de prejuízos fiscais de IRPJ e base negativa de CSLL acumulados para amortização de dívidas, desde que respeitado o limite de até 70% do saldo remanescente após a incidência dos descontos; débitos não inscritos em dívida ativa também poderão ser transacionados.
A utilização de precatórios ou créditos com sentença transitada em julgado para a amortização de dívidas também está entre as novidades.
Importante ressaltar que parcelamentos anteriores, ativos e em dia, também poderão ser migrados para a transação, mantidos os benefícios anteriormente concedidos, vedada apenas a cumulação das reduções.
A transação tributária pode ser proposta por contribuintes falidos, em recuperação, liquidação ou intervenção judicial ou extrajudicial, e abrange autarquias, fundações e empresas públicas federais, Estados, Distrito Federal e Municípios, assim como as respectivas entidades de direito ao público da administração direta.
Para dívidas inferiores a 10 milhões de reais também há modalidades de transação, mas elas somente podem ser aderidas (sem proposta personalizada). Nesta faixa, até microempreendedores individuais (MEI) poderão negociar até 70% do saldo devedor, com pagamentos em até 60 meses.
Em todos os casos, há que se observar, cumprir e se planejar em relação aos procedimentos para a celebração a transação, bem assim à capacidade de pagamento, e para isso é indispensável a presença de profissionais especializados e atuantes na área tributária, inclusive contencioso, e fiscal.
Não apenas para contribuintes que buscam se reestabelecer após a crise sanitária e pandêmica, mas para aqueles que precisam investir e crescer, a situação de regularidade fiscal é indispensável, e abre as portas ao crédito e a outros negócios.
A transação tributária é um ótimo recurso para preservar e melhorar as condições e retornos na atividade empresarial.
*Regiane Esturilio é advogada e administradora de empresas, sócia fundadora do escritório Esturilio Advogados, mestre em Direito Econômico e Social – Tributário.

PENALIDADE REFERENTE A SUSPENSÃO OU CASSAÇÃO DE CNH NEM SEMPRE ESTÁ CORRETA

Com a atualização do Código de Trânsito, o limite de pontos para infrações na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) aumentou de 20 para 40. A depender da data das infrações e das intimações dos condutores, é possível recuperar o direito de dirigir sem cumprir suspensão nem frequentar curso de reciclagem.
Esse é um dos exemplos em que a revisão das penalidades pode ser obtida em pedidos administrativos ou judiciais.
Há também possibilidade de revisões envolvendo a quantidade e/ou da natureza das infrações, os requisitos da tramitação dos processos administrativos de imposição de multas, entre outros. Tanto em razão do princípio da “lei mais benéfica”, como pela obrigação dos departamentos de trânsito de obedecerem aos prazos legalmente estabelecidos na aplicação das multas e pontos, é possível reverter penalidades de suspensão de CNH, como explica a Dra. Patrícia Wenzel, advogada do escritório Esturilio Advogados na área de direito de trânsito:
“Pelo princípio da “lei mais benéfica”, é possível solicitar a reavaliação da situação e, dependendo da natureza da multa, o condutor poderá voltar a conduzir sem precisar refazer o curso de capacitação.”
A defesa do condutor suspenso pode ser trabalhosa, por isso é preciso agilidade em procurar um profissional capacitado para atender sua demanda:
“Não há situação fácil para quem sofre qualquer tipo de sanção jurídica, mas a melhor defesa é aquela feita por quem tem experiência. Os prazos administrativos para defesas ou recursos são, em média, trinta dias contados do recebimento do AR/correspondência. Ou seja, é preciso procurar um advogado logo que receber a notificação pois, assim, há mais tempo hábil para obter a cópia dos processos nos órgãos de trânsito. Com a agilidade, é possível estudar melhor o caso, passar o “diagnóstico” ao cliente, opções de defesa e chances de êxito”.
O diagnóstico prévio da assessoria jurídica especializada é um diferencial, como reforça a advogada:
“Com o estudo correto, é possível informar ao cliente o panorama da situação, se há defesa com boa perspectiva de ganho de causa ou se a vantagem é o ganho de tempo. Com mais tempo, ele pode se organizar com as atividades do dia a dia para, então, cumprir a penalidade de suspensão do direito de dirigir da maneira menos onerosa.”, conclui Wenzel.

Uma escola para todos

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Alessandra Samaan*

Em cada escola, com tantos alunos, seria chover no molhado dizer que cada um é diferente do outro. Somos muitos e muito diversos. E é justamente nessa diversidade que reside boa parte das ricas possibilidades do ambiente escolar. Sabemos, portanto, que o respeito às diferenças é fundamental para a educação das crianças e jovens e para a construção de um mundo mais justo e inclusivo.

Trabalhar com a cultura da diferença é partir do pressuposto de que nem todos os alunos aprendem do mesmo jeito e ao mesmo tempo. Muito além das diferenças físicas entre eles, há inúmeras diferenças contextuais, emocionais e de vivências que influenciam no dia a dia da escola e nos resultados buscados pelos educadores. Por isso, dois princípios basilares devem acompanhar nossa sociedade constantemente: o respeito ao indivíduo e o combate a todo tipo de preconceito. Incluir não é um ato apenas de boa vontade, mas de planejamento. É necessário adotar estratégias didáticas variadas para que todos se sintam incluídos.

Ao contrário do que se pode pensar, isso não elimina todas as regras e rotinas envolvidas no processo de ensinar e aprender, mas reconhece que cada sujeito é único e tem direito a um ambiente múltiplo em que todos possam adquirir conhecimentos e crescer juntos. Ou seja, quando se trata de Educação, é importante acreditar na diferença como uma riqueza, não como um empecilho ou uma barreira. Esse pensamento primordial é o responsável por conduzir todo o trabalho de inclusão realizado por professores e equipe pedagógica.

Afinal, já se sabe, a vida escolar não é feita apenas do processo de ensino e aprendizagem de conteúdos formais. Ao longo dos anos que crianças e adolescentes passam entre os muros da escola, eles estão também desenvolvendo uma parte importante da personalidade e habilidades sociais. É esse “currículo oculto”, portanto, que garantirá, no futuro, que os estudantes cheguem à vida adulta mais tolerantes, reconhecendo o valor de seus pares pelas batalhas que enfrentam e, assim, praticando a alteridade no dia a dia.

A importância de construir uma sociedade em que se valoriza o respeito pela diferença é incalculável. Por meio desse ambiente de tolerância e respeito, os estudantes podem se sentir mais seguros para afirmar a própria identidade, tomar decisões seguras e ter força para se posicionar nas mais variadas situações. As crianças podem e devem reconhecer e valorizar as diferenças entre as pessoas. É assim que elas desenvolvem a capacidade de reconhecer em si mesmas as características que as diferenciam umas das outras, ver-se como sujeitos de direitos e indivíduos importantes para o mundo.

Abrir caminhos para que as pessoas se descubram e descubram também o outro é uma parte fundamental do trabalho de educar. Os verdadeiros educadores, apaixonados pela Educação, devem ter isso como uma missão inegociável. São as crianças de hoje que permitirão, no futuro próximo, que a humanidade encontre uma vida mais saudável para todos. A condição para uma sociedade democrática são cidadãos que dialoguem bem com a diversidade, seja na escola, no trabalho, com a vizinhança ou em qualquer outro âmbito – e os cidadãos de amanhã já estão sendo formados hoje, por nós, educadores, nas tantas salas de aula espalhadas pelo mundo.

*Alessandra Samaan é gerente de formação e assessoria do Sistema Positivo de Ensino.

Linguagem Neutra

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Daniel Medeiros*

O presidente da Academia Brasileira de Letras declarou recentemente que não é hora de alterar a língua portuguesa para incluir a linguagem neutra. Essa notícia rapidamente repercutiu, e houve quem comemorasse o pronunciamento como uma vitória do “certo” sobre  o “errado”.

Já eu fiquei matutando sobre o assunto. Toda vez que ouço alguém falar, compreendo e concluo que essa pessoa está utilizando uma língua semelhante à minha. Da mesma forma, quando ouço vários termos e expressões, sejam gírias ou palavras perdidas do dicionário, que não entendo, reconheço que também faz parte da minha língua. Sei que o acadêmico quis se referir ao que chamamos de padrão oficial da língua, aquele conjunto de regras que dão uniformidade a textos que precisam do máximo de clareza e precisão. Ou o que os mais vetustos chamam de norma culta. Faz sentido, principalmente porque ele teve o cuidado de não condenar nada, mas apenas de sugerir prudência com o tema.

Uma das razões que o presidente da ABL usou para afastar a hipótese de alterar, neste momento, a norma oficial para incluir a linguagem neutra, é que existem linguagens específicas em áreas como Medicina,  Direito e Ciências Naturais, com termos técnicos e jargões próprios. Sabemos que nada é mais chato do que um advogado falando “advoguês” com quem não é advogado, ou um médico explicando a doença em termos técnicos para quem só quer saber como se livrar da dor. Mas, tudo bem, parece que aqui não há, digamos, um clamor popular de contestação. No entanto, a questão, se levarmos em consideração o argumento do acadêmico, é bem parecida.

Quando falamos para um público amplo e diverso, como faço todos os dias, por exemplo, é preciso escolher as palavras mais amigáveis. Quando isso não é possível, procurar explicá-las para que se tornem um presente para quem ouve, mas um presente que se possa usar. Da mesma forma, dirigir-se a um público amplo implica também saber que todos são indivíduos que, por acaso, estão reunidos e possuem particularidades que precisam ser vistas, compreendidas e respeitadas. Quando há homens e mulheres, quando há homens, mulheres e crianças, quando há jovens e idosos, quando há brancos, pretos e indígenas, quando há pessoas saudáveis e pessoas doentes, quando há pessoas católicas e pessoas judias, sempre, para quem fala, é um desafio de adequação para não ferir a individualidade de ninguém ou a sua condição naquele momento. Isso não é nenhuma novidade, como também não é novidade que a norma padrão nem sempre dá conta desse cuidado e que, por isso, vamos fazendo uns puxadinhos com a língua para poder agradar e não ofender quem não queremos ofender. Trata-se basicamente de se preocupar com o bem-estar do outro.

Penso que se eu tivesse que escolher entre o cuidado com alguém que está à minha frente e o cuidado com o uso correto da norma padrão da Língua Portuguesa, eu não hesitaria. Lembro-me aqui da história da mulher judia pobre que levou uma galinha para o rabino dizer se era apropriada ou não para o consumo. A mulher do rabino a atendeu e levou a galinha para o rabino analisar. Ele olhou a galinha e olhou para a Torá, olhou para a Torá e olhou para a galinha e, depois de algum tempo, disse:”Essa galinha não é kosher.

A mulher do rabino voltou para a sala para dar a notícia para a pobre mulher, que torcia as mãos nervosamente. Ela olhou para a mulher e olhou para a galinha; olhou para a galinha e olhou para a mulher até que lhe disse: pode levar e servir sua família. O rabino disse que ela é boa para o consumo.

Pois é. Creio que se o mundo fosse menos Descartes e mais Levinas, questões como essa seriam facilmente resolvidas.

*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo. @profdanielmedeiros

No primeiro semestre, Paraná registra quase o dobro de cirurgias bariátricas na comparação com 2022

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Procedimentos foram represados devido à pandemia; cirurgia é aliada no tratamento da obesidade

De janeiro a junho de 2023, o Paraná realizou 1.138 cirurgias bariátricas, de acordo com o Sistema de Informações Hospitalares Descentralizado (SIHD), do Ministério da Saúde. Esse número representa quase o dobro das cirurgias realizadas no mesmo período de 2022, quando foram 601 procedimentos.

O cenário é de recuperação, mas o caminho ainda é desafiador para alcançar os números pré-pandemia. Em 2019, por exemplo, o estado realizou 7.456 cirurgias bariátricas. No entanto, em 2020, os procedimentos eletivos foram suspensos e apenas casos mais complexos puderam ser atendidos. Em 2021, houve uma sutil retomada, com 494 cirurgias realizadas em todo o estado. No ano passado, em 2022, foram 1.563 procedimentos.

“A cirurgia bariátrica é uma ferramenta eficaz no combate à obesidade, pois ajuda a diminuir o número de pessoas obesas de várias maneiras. O procedimento resulta em perda de peso significativa em um curto período de tempo, o que, por sua vez, leva à melhora ou remissão de condições como diabetes tipo 2 e hipertensão, entre outros benefícios para a saúde. Além disso, a cirurgia bariátrica muitas vezes requer uma mudança  significativa nos hábitos alimentares e no estilo de vida, incentivando a adoção de  escolhas mais saudáveis”, conclui o cirurgião bariátrico do Hospital São Marcelino Champagnat, Caetano Marchesini.

Cirurgia bariátrica como tratamento

A cirurgia bariátrica é recomendada pelo Ministério da Saúde para pessoas obesas com ou sem comorbidades, que não respondem a tratamento conservador, que envolve  dieta, psicoterapia e atividade física, com acompanhamento profissional por um período de dois anos. Também há recomendação para pacientes com IMC entre 35 e 39,9 kg/m² que têm doenças desencadeadas ou agravadas pela obesidade, tais como hipertensão arterial de difícil controle, diabetes, apneia do sono e doenças articulares degenerativas, entre outras. 

Uma pessoa que não passou pela cirurgia bariátrica pode consumir de 1 litro a 1,5 litro de alimentos. No entanto, após a cirurgia, o estômago tem uma capacidade muito reduzida, variando de 25 ml a 200 ml aproximadamente. Além disso, a cirurgia também altera a produção do hormônio da saciedade, o que resulta em uma diminuição significativa do apetite da pessoa.

“A prevenção da obesidade é fundamental, pois essa condição está associada a várias doenças crônicas, como diabetes, doenças cardíacas e certos tipos de câncer. A obesidade não afeta apenas a saúde física, mas também a qualidade de vida de maneira  geral. Além disso, essa condição tem um impacto significativo nos sistemas de saúde”, analisa o médico.

Impacto econômico da obesidade

De acordo com dados da Federação Internacional da Obesidade, estima-se que o Brasil deve sofrer um impacto econômico de mais de US$ 75 milhões até o ano de 2035 devido à obesidade. Desse montante, US$ 19 milhões serão destinados exclusivamente à assistência em saúde na próxima década, levando em conta também gastos com o tratamento de doenças relacionadas à obesidade, como hipertensão, diabetes e outras comorbidades.

O Atlas Mundial da Obesidade 2023 projeta que mais da metade da população mundial estará com sobrepeso ou obesidade até 2035. Esse cenário pode resultar em um impacto econômico de US$ 4,32 trilhões por ano. No contexto brasileiro, a projeção aponta que até 2035, 41% da população será classificada como obesa.

Dr. Google: médicos são aliados na produção de conteúdo de qualidade na internet

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Profissionais prestam serviço à população e ficam mais próximos das demandas e dúvidas dos pacientes

Mais de 155 milhões de brasileiros com mais de 10 anos de idade têm acesso à internet. O número representa 84,7% do total de pessoas com essa faixa etária no país. Os dados são do IBGE e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2021, a mais recente divulgada sobre o assunto.

O Brasil é o terceiro país com o maior número de acessos às redes sociais, ficando atrás apenas da Índia e da Indonésia. As plataformas mais acessadas pelos brasileiros incluem YouTube, Facebook, Instagram, TikTok, Kwai e Twitter, de acordo com o relatório “Tendências de Social Media 2023” da Comscore, uma empresa norte-americana de análise de dados e tráfego na internet.

Nesse cenário, muitos profissionais estão aproveitando a oportunidade para criar conteúdo e disponibilizar informações verdadeiras e de qualidade para o público. Isso inclui médicos como o cardiologista Gustavo Lenci Marques, que trabalha nos Hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru. Durante a pandemia, ele criou um canal no YouTube para fornecer informações embasadas em pesquisas sobre a covid-19. Atualmente, o canal possui quase 70 mil inscritos e seus vídeos já acumularam mais de 3,5 milhões de visualizações. “Hoje, busco trazer informações importantes da área médica, de diferentes especialidades. Por muito tempo, os médicos do meio acadêmico tinham medo de ir às redes sociais, e isso deixou espaço que foi preenchido com informações inverídicas ou não bem interpretadas. Eu acredito que profissionais qualificados de todas as áreas precisam ocupar esses espaços“, avalia o cardiologista.

Conhecimento para todos

O compromisso de compartilhar conhecimento está enraizado no juramento de Hipócrates, feito por médicos ao final da faculdade. A última versão desse juramento é do ano de 2017 e foi editada durante a 68ª Assembleia da Associação Médica Mundial, em Chicago, nos EUA. “Partilharei os meus conhecimentos médicos em benefício dos pacientes e da melhoria dos cuidados de saúde”.

Para o ortopedista do Hospital São Marcelino Champagnat, Antônio Krieger, a internet é uma forma de expandir o trabalho médico e aumentar o acesso ao conhecimento para a população. “Nosso papel vai além de apenas diagnosticar e medicar os pacientes. Nós temos uma função social de educação, de conscientização, de promoção de saúde, de prevenção de doenças. A medicina deve ir além da fronteira do consultório e a rede social é uma ferramenta que nos permite dar acesso à população a esse tipo de conteúdo, garantindo que as pessoas consigam separar o joio do trigo, tendo fontes confiáveis de informação”, comenta.

O ortopedista começou a produzir conteúdo na internet há cinco anos, quando abriu um perfil profissional no Instagram. Atualmente, Krieger tem cerca de 20 mil seguidores na plataforma, além de contar com um canal no Youtube para quase 4 mil inscritos. 

Linguagem acessível

De nada adianta oferecer um bom conteúdo se ele não é compreendido pelas pessoas. É por isso que um dos cuidados principais é buscar uma linguagem acessível. O urologista do Hospital São Marcelino Champagnat, Mark Neumaier, acredita que a compreensão tem que ser buscada em todos os ambientes. “A forma como eu me comunico nas redes sociais é a mesma que utilizo em consultas médicas. É preciso simplificar para se fazer entendido. Por isso, falar com ‘zero’ jargões é o ideal”, defende o médico, que também faz parte da equipe do Hospital Universitário Cajuru, que tem atendimento 100% SUS.

O urologista afirma que começou a criar conteúdos após o exemplo de outros colegas já engajados nas redes sociais. “No início, parecia desnecessário, mas quando você entende que é uma maneira de ajudar mais pessoas, vira necessidade”, complementa. Neumaier possui mais de 22 mil seguidores no Instagram, com conteúdos voltados à rotina urológica e saúde do homem.

Para o diretor médico dos Hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Jarbas Motta Junior, a presença dos médicos nas redes sociais é uma vantagem do mundo conectado. Ele enfatiza a importância de os médicos servirem como fontes confiáveis de informação em um cenário onde muitas pessoas buscam conteúdo na internet. “Os médicos são aliados importantes na busca de uma sociedade que compreende melhor o mundo e, também por isso, melhora a própria vida”, conclui.

Física: quais os temas mais abordados no Enem nos últimos cinco anos

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Todos os dias, conteúdos da Física perpassam a vida de bilhões de seres humanos, em todas as regiões do planeta. Entender esses fenômenos, no entanto, é um pouco menos frequente, mas fundamental para quem quer garantir um bom resultado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A Matriz de Referência do exame, que traz uma lista com todos os conteúdos passíveis de serem cobrados na prova, é ampla e, por isso, ter uma ideia dos assuntos mais frequentes pode ajudar a ter mais foco na estratégia de estudo. O time de formação do Sistema Positivo de Ensino preparou um levantamento, com base nas provas dos últimos cinco anos, para descobrir quais os conteúdos mais cobrados em Física.

Conhecer esses temas não assegura a nota máxima, mas é um passo importante para conseguir mais pontos nesse componente curricular. Física faz parte da prova de Ciências da Natureza, que também envolvem os conteúdos de Química e Biologia. De acordo com o assessor de Física do Sistema Positivo de Ensino, João Rodrigo de Almeida, o levantamento funciona como uma bússola, indicando aos candidatos o que tem mais chances de estar na edição deste ano. “Não se trata de adivinhar o que vai cair na prova, mas de usar como base as edições anteriores para compreender que tipo de tema costuma estar nela. Isso contribui grandemente para a preparação dos jovens”, afirma.

Nos últimos cinco anos, a prova de Física trouxe como temáticas principais os seguintes assuntos:

Energia – um dos conceitos básicos da Física, a energia costuma estar presente no Enem e demanda que o candidato saiba não apenas de que se trata, mas também as fórmulas envolvidas no cálculo de diferentes tipos de energia.

Mecânica – estudo do repouso e movimento de objetos, essa é uma das grandes áreas às quais a Física se dedica. Dinâmica, cinemática e hidrostática são alguns exemplos de conteúdos que podem ser cobrados dentro do tema.

Eletricidade – cargas elétricas, eletrostática, eletromagnética, etc. Tudo isso está contido nos assuntos englobados pelo estudo da eletricidade.

Óptica – essa é a parte da Física que estuda os fenômenos relacionados à luz. Alguns dos temas abordados nela podem ser propagação da luz, óptica eletromagnética e óptica geométrica.

Termofísica – calor e temperatura são os dois principais conceitos dessa área de estudos, que se dedica a compreender o calor.

Leis de Newton – Lei da Inércia, Princípio Fundamental da Dinâmica (ou Lei da Superposição de Forças) e Lei da Ação e Reação. Isaac Newton segue sendo um dos pais da Física e, por isso, conteúdos relacionados às suas principais contribuições estão sempre entre os assuntos abordados pelo Enem.

Fenômenos ondulatórios – o estudo do comportamento dos diferentes tipos de ondas e como elas se comportam quando encontram obstáculos também é um dos temas que costumam estar nas questões do exame.

“O mais importante, na prova de Física, é ter conhecimento dos conceitos que mais aparecem e saber como eles se aplicam nos fenômenos do cotidiano. Uma das formas de estudar melhor é resolver as provas do Enem dos anos anteriores. Assim, o estudante pode ter uma melhor compreensão do formato das questões e de que tipo de conhecimento é necessário para resolvê-las”, finaliza Almeida.

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Sobre o Sistema Positivo de Ensino

É o maior sistema voltado ao ensino particular no Brasil. Com um projeto sempre atual e inovador, ele oferece às escolas particulares diversos recursos que abrangem alunos, professores, gestores e também a família do aluno com conteúdo diferenciado. Para os estudantes, são ofertadas atividades integradas entre o livro didático e plataformas educacionais que o auxiliam na aprendizagem. Os professores recebem propostas de trabalho pedagógico focadas em diversos componentes, enquanto os gestores recebem recursos de apoio para a administração escolar, incluindo cursos e ferramentas que abordam temas voltados às áreas de pedagogia, marketing, finanças e questões jurídicas. A família participa do processo de aprendizagem do aluno recebendo conteúdo específico, que contempla revistas e webconferências voltadas à educação.

Empresas investem em programas de imersão no exterior para incentivar a inovação entre colaboradores

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O protagonismo do colaborador é uma das tendências mais recentes quando o assunto é gestão de pessoas. O objetivo é permitir que os profissionais exercitem seu potencial, ao mesmo tempo que contribuem para a construção de ideias inovadoras no ambiente corporativo. Esse tipo de preocupação tem feito muitas empresas investirem em oportunidades de formação e aprimoramento para suas equipes.

Um estudo recente feito pela consultoria Deloitte mostra que o setor privado vem oferecendo, por conta própria, oportunidades que ajudam a suprir lacunas ou elevar ainda mais a capacidade dos colaboradores. São cursos, imersões e programas de intercâmbio que promovem o desenvolvimento de habilidades e aumentam a produtividade no ambiente corporativo. É o caso da Tecnobank, especializada em tecnologia para registro de contratos de financiamento. Para a diretora de Gente & Gestão da empresa, Michaela Vicare, as organizações precisam incentivar o aperfeiçoamento contínuo e prepara, assim, sua força de trabalho para um mundo em constante evolução. “Como tudo muda em uma velocidade muito alta, as empresas que investem em aperfeiçoamento e aprendizado – seja no Brasil ou no exterior – garantem um passo à frente quanto o assunto é inovação”, afirma.

Essa não é uma estratégia recente. “Acreditamos que empresa e colaborador devem evoluir juntos. E, nesse caminho, há anos buscamos olhar para o mundo que nos rodeia”, destaca. Michaela conta que a companhia já enviou equipes para diversos países, entre eles Índia, Israel, China, Estados Unidos, Argentina, Panamá e Inglaterra. O programa mais recente, chamado de Silicon Valley Learning Experience, levou uma delegação da Tecnobank para o Vale do Silício, na Califórnia (EUA). “Selecionamos colaboradores de todos os níveis – diretores, superintendentes, gerentes e arquitetos, e das mais variadas áreas, como tecnologia, negócios, produtos, marketing e Comunicação. O objetivo era fazer uma imersão nessa cultura de inovação que o Vale do Silício possui. Durante duas semanas, nossa equipe visitou empresas para conhecer novas tendências e sondar oportunidades de negócios”, detalha.

Imersão na Itália para professores

Embora o apelo de destinos como o Vale do Silício pareça voltado apenas para empresas que trabalham com tecnologia, o aprimoramento de colaboradores em programas no exterior é tendência também em outras áreas. Na educação, a formação continuada de docentes e demais funcionários é uma estratégia adotada por grupos educacionais que sabem que as instituições de ensino e suas equipes pedagógicas precisam acompanhar as novidades e evoluir com elas.

Em maio deste ano, o Grupo Positivo enviou professoras que atuam nos colégios da rede para a Itália. A coordenadora da Educação Infantil do Centro Pedagógico do Colégio Positivo, Hannyni Mesquita, conta que a experiência permitiu às educadoras ter acesso a novas práticas e experiências pedagógicas. “Pudemos visitar escolas, verificar o trabalho que se realiza nesses lugares, observar, aprender e trazer novidades para dentro das nossas salas de aula”, destaca.

Para ela, a viagem proporcionou experiências pedagógicas enriquecedoras, permitindo uma imersão no funcionamento educacional e nas práticas pedagógicas do país. “Durante essa jornada, tivemos a oportunidade de visitar diferentes secretarias de educação e escolas, além de participar de formações com autores italianos renomados na área do ensino e explorar espaços culturais inspiradores”, destaca.

Mobilidade internacional é opção para reduzir turnover

Em 2021, a pesquisa Workplace Learning Report, realizada pelo LinkedIn, apontou que a mobilidade interna, que oferece novas oportunidades e projetos para os colaboradores dentro da própria organização, é a principal estratégia adotada para reter talentos. Um outro estudo divulgado pelo LinkedIn também mostra que 51% das empresas acreditam que a prática é ainda mais importante depois da pandemia.

Referência mundial no desenvolvimento de tecnologias, automação e serviços para indústrias de papel, celulose e energia, a Valmet é outra que aposta nesse tipo de programa para reduzir o turnover. A organização tem uma ferramenta digital que mostra publicamente as oportunidades disponíveis para os colaboradores, com vagas sem restrição de nacionalidade. Há posições com mobilidade por tempo determinado e indeterminado para países na Europa, Ásia, América do Sul e América do Norte.

De acordo com a diretora de Recursos Humanos da Valmet na América do Sul, Flávia Vieira, somente nos últimos cinco anos a empresa enviou 40 brasileiros para destinos como Suécia, Tailândia, Finlândia, Estados Unidos e Portugal. “Para facilitar a adaptação, orientamos os colaboradores em questões como moradia, escola e aprendizado do idioma local. Nosso mindset é: retemos o colaborador proporcionando novas experiências. Queremos que nossas equipes se sintam valorizadas”, afirma.

Experiência é ativo importante para colaboradores

Do ponto de vista das equipes, programas de formação e aperfeiçoamento no exterior são janelas importantes para o que está sendo feito no restante do mundo. Para o arquiteto de software da Tecnobank, Hugo Moura, um dos que embarcaram para a Silicon Valley Learning Experience, “estar no centro global da inovação, onde algumas das melhores empresas do mundo criam e apresentam tendências, é uma experiência muito rica. Em situações assim, devemos aproveitar para absorver o máximo que pudermos e, na volta, aplicar no nosso trabalho por aqui”. Por sua vez, a gerente de sistemas da empresa, Carla Judici, também contemplada pelo programa, diz que esse tipo de vivência “é sempre uma oportunidade maravilhosa para criar novas conexões com pessoas, conhecer novas tecnologias e tendências e assim ampliar nossa visão e criar novas possibilidades de negócio para a empresa”.

Uma das selecionadas para ir à Itália pelo Grupo Positivo, Hannyni Mesquita ressalta que a formação continuada de professores desempenha um papel crucial no desenvolvimento das práticas pedagógicas. “Na Itália, pudemos presenciar o compromisso dos profissionais em aprimorar constantemente suas habilidades e conhecimentos, buscando oferecer uma educação de qualidade. Aprendemos que é preciso buscar constantemente aprimoramento e inspiração, explorar diferentes culturas e práticas pedagógicas, fortalecer a parceria com as famílias, compreender a importância da leitura e das múltiplas linguagens no processo de ensino e aprendizagem, e adotar estratégias como a documentação pedagógica. Não tem como não voltar de uma experiência dessa motivada a trabalhar por essa mesma cultura em nossas escolas”, completa.

A meteórica ascensão indiana

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João Alfredo Lopes Nyegray*

Enquanto uma boa parte do noticiário econômico global maravilhava-se com as décadas de crescimento contínuo da China, uma outra nação seguia – ao menos em partes – os passos para tornar-se uma superpotência. A Índia, outrora fonte de produtos primários para deleite dos europeus, emerge como forte candidata a ocupar o segundo maior PIB do planeta até 2050. 

Além do crescimento econômico e população acima de 1,4 bilhão de pessoas – a Índia passou a China em 2023, e tornou-se a nação mais super habitada do planeta –, há outra semelhança com o vizinho asiático: a história milenar. O que conhecemos hoje por Índia estabeleceu, ainda no período da dinastia Maurya (c. 322-185 a.C.), rotas comerciais com o mundo mediterrâneo, o que aumentou a demanda por suas tão faladas especiarias. 

O domínio britânico na Índia se iniciou em meados do século XVIII, e os indianos libertaram-se das amarras londrinas apenas em 1947, tornando-se uma nação soberana. Ainda que os britânicos tenham investido numa transformação de infraestrutura, modernização educacional e aprimoramento agrícola para a exportação, sua política de “dividir e reinar” exacerbou fragmentações religiosas e étnicas, o que culminou na divisão da nação entre Índia e Paquistão no ano da independência. 

Nas décadas seguintes à independência, a Índia adotou uma política de autossuficiência econômica, enfatizando a produção doméstica e o controle estatal sobre vários setores. Inspirado pelo modelo soviético, o governo indiano lançou o primeiro Plano Quinquenal em 1951, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico. Desde então, vários planos foram implementados, incluindo reformas econômicas significativas.

Foi na década de 1990, no entanto, que tudo mudou. Em 1991, a Índia enfrentou uma crise cambial e adotou reformas econômicas abrangentes que incluíram a liberalização da economia, a redução de barreiras comerciais e privatização de empresas estatais – coisa que até hoje o Brasil não fez. Como resultado, o crescimento econômico indiano acelerou significativamente para algo entre 7% e 8% ao ano.

Recentemente, a Índia tornou-se a quarta nação a realizar, com sucesso, um pouso na Lua – semanas após um fracasso russo em tentativa semelhante. Além disso, a Índia emergiu como um polo tecnológico global nas últimas décadas, com uma indústria de tecnologia da informação (TI) e serviços de software em rápido crescimento. Esses sucessos são o resultado de uma grande população jovem, com uma alta taxa de alfabetização, o que fornece uma base de talento humano substancial. Atualmente, o país abriga várias instituições de ensino superior de renome, que produzem talentos de classe global. Anos atrás, o governo indiano lançou vários programas e políticas para promover o setor de tecnologia, como o Digital India e concedeu incentivos fiscais para empresas de TI.

Outros setores também se beneficiaram desses incentivos, como a área de biotecnologia – que vem pesquisando biologia molecular, biotecnologia médica e agrícola – e a indústria farmacêutica. A Índia é hoje um dos principais produtores de medicamentos genéricos no mundo, desempenhando um papel importante na indústria farmacêutica global.

Com tantos destaques notáveis, poderíamos pensar que isso tudo já é o suficiente. Mas não é. O primeiro-ministro Narendra Modi tem buscado cada vez mais ampliar a influência indiana pelo mundo, utilizando, para isso, uma política externa cada vez mais ativa. A Índia foi presidente do G20 entre 2022 e 2023 e agora possivelmente o país “mude de nome” e passe a se chamar Bharat”. Bharat é o nome tradicional da Índia em sânscrito, uma das línguas antigas do país, e tem profundos significados culturais e históricos. 

A mudança para Bharat, apoiada pelos nacionalistas – como o primeiro-ministro Modi –, reflete não apenas um sentimento, mas também uma afirmação da identidade indiana, destacando as raízes culturais do país. Na mais recente reunião do G20, o nome Bharat foi usado nos convites e na apresentação de Modi. Trata-se, segundo alguns políticos indianos, de se afastar cada vez mais de temas ou nomes que lembrem o domínio britânico na região. A mudança, no entanto, não será tão fácil: a Constituição Indiana reconhece o país como “Índia” em inglês e “Bharat” em hindi, e qualquer mudança requer emendas constitucionais e um amplo consenso político.

*João Alfredo Lopes Nyegray é doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior e do Observatório Global da Universidade Positivo (UP). Instagram: @janyegray