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Eleições 2022: entre o passado glorioso e o presente conservador

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Francis Ricken*

O eleitor, diferentemente do que muitos acreditam, toma decisões pensadas nas urnas. Ele busca o candidato que mais se parece com sua visão de mundo, tentando identificar pontos de convergência entre suas posições pessoais e a política. Sendo o voto um direito individual, podemos dizer que a escolha política de cada um vem de uma decisão pessoal, amparada pelo sigilo e protegida pela Constituição federal, por isso, essa decisão não pode ser considerada negativa ou positiva, ela é apenas uma decisão. As democracias possibilitam que possamos fazer escolhas e, com isso, tomar decisões certas e até mesmo decisões erradas. Saber o que o eleitor pensa é a pergunta de milhões e que todo analista gostaria de responder de forma exata, entretanto, podemos analisar com base em dados o possível caminho que o eleitorado pode tomar. Vejamos o exemplo dos candidatos que disputam voto a voto a intenção dos eleitores na eleição presidencial: Lula e Bolsonaro.

Lula tem construído sua campanha com um olhar atento ao Brasil do início dos anos 2000, um país que se estabilizou, que cresceu economicamente e que deu a sua população o poder de compra, juntamente com isso, emprego, renda e a inserção da população mais carente no ambiente de consumo. Obviamente que o candidato busca reafirmar que seu governo, iniciado a partir de 2003, foi capaz de fazer debates importantes e, ao mesmo tempo, colocar o país em um rumo de desenvolvimento econômico, com controle inflacionário e estabilidade reconhecida internacionalmente. Lula visa à lembrança de um passado glorioso nem tão distante, em que o Brasil passou por um período de ascensão e fomos colocados em destaque. O objetivo do candidato é focar na parcela da população que mais sofre as consequências da pandemia, da inflação alta, do desemprego e dos reflexos de um mercado de trabalho pós-reforma trabalhista. Esses eleitores foram atingidos diretamente pelas consequências dos solavancos econômicos dos últimos anos e das dificuldades que nosso país sofre no âmbito da economia.

A classe política que acompanha Lula rumo à eleição é formada por políticos de cunho progressista e alas do congresso nacional que ficaram de fora do Governo Bolsonaro. Lula tem vantagem significativa nos estados do Nordeste e ganha fôlego na Região Sudeste, principalmente nos grandes centros urbanos.

Já Bolsonaro aposta na ideia de um presente conservador, em que as palavras de ordem são os valores cristãos e a defesa da família. Para o candidato, mesmo que a economia não vá bem, o que importa é convencer o eleitor que retorno ao passado pode ser danoso para suas convicções morais, religiosas e conservadoras. É inegável que a defesa dos costumes e família pegou para uma parcela significativa da população. Assim como em 2018, Bolsonaro aposta num lema que leva a reboque um eleitorado considerável, em boa parte o público evangélico, conservadores, militares, forças de segurança e uma parcela muito grande do congresso nacional.

Bolsonaro se saiu vencedor na janela partidária, conseguindo organizar e  aumentar os partidos aliados como o PP, PL e Republicanos. Deu espaço para o centrão entrar em seu governo, criando uma rede de apoio considerável nos Estados. Tem vantagem significativa na região Norte e nos estados do sul, principalmente em cidades de pequeno e médio porte, onde a atividade agrícola é forte.

Aparentemente, as Eleições 2022 vão se dar entre a defesa de um passado glorioso ou um presente conservador. Ambos os discursos funcionam muito bem, pois tocam o eleitor em pontos importantes e sensíveis das suas escolhas pessoais.

*Francis Ricken é advogado, mestre em Ciência Política e professor da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo (UP).

Cinco exercícios físicos recomendados para idosos

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Com o passar dos anos, o corpo tende a sentir os efeitos da idade e a prática de atividades físicas na terceira idade pode ajudá-lo a se manter ativo. Os exercícios físicos são importantes para promover a sensação de bem-estar, fortalecer os ossos, o sistema cardiovascular e, também, para prevenir doenças como diabetes e osteoporose.  

O professor da academia UPX Sports, Rafael Correa, destaca que outro benefício proporcionado pelos exercícios é a saúde mental. “Socializar, sair de casa para ir até um parque, caminhar e respirar ar fresco trazem uma melhora tanto para o corpo quanto para a mente”, afirma.

O profissional de Educação Física indica cinco exercícios físicos que trazem benefícios para a terceira idade:

Musculação: naturalmente, após os 50 anos, o corpo passa a perder massa muscular. “A ideia da musculação é manter a massa magra, e os treinos mantêm a massa muscular mais saudável e alinhada com a estrutura do corpo, fortalecendo os ossos, ligamentos e articulações”, indica.

Alongamento: segundo o professor, a vantagem do alongamento é que dá para fazer em qualquer lugar, inclusive em casa. “De 10 a 15 minutos por dia é possível fazer diversos exercícios de alongamento, que ajuda a aumentar a flexibilidade e o equilíbrio, diminuindo os casos de encurtamento e melhorando a postura”, instrui.

Caminhada: com uma caminhada regular de 30 minutos diários já é possível prevenir doenças e diminuir o risco de AVC, segundo Correa. Há melhora também nos níveis de colesterol, prevenindo a diabetes. “Outra vantagem da caminhada é que pode ser feita em qualquer lugar, ao ar livre e, ainda, gratuitamente”, ressalta. 

Natação: de acordo com Rafael, a natação na terceira idade diminui os sintomas de Alzheimer, auxiliando na parte cognitiva. “É preciso pensar na execução do movimento, na braçada, no bater das pernas, usando bastante o raciocínio”, explica. Segundo ele, a natação também fortalece os sistemas respiratório e cardiovascular.

Hidroginástica: a hidroginástica também ajuda a melhorar o sistema cardiovascular, faz bem ao ritmo cardíaco e diminui o risco de diversas doenças. “É indicada para quem tem osteoporose e artrose, por exemplo, porque não tem o impacto, como na caminhada, além de ser possível trabalhar praticamente todos os músculos. Por ser uma aula coletiva, também se torna uma atividade descontraída e um momento de socialização para o idoso”, finaliza.

Edital de Abandono de Emprego

Empregada: Mohammed Delwar Ahmed

Cpf:  012.794.209-28

Empregador: Central Islâmica de Alimentos Halal Ltda;

CNPJ: 05.869.291/0001-72

Vimos por meio desta informar que seu Contrato de Trabalho está sendo rescindido com data de 13-05-2022, COM JUSTA CAUSA, por motivo de ABANDONO DE EMPREGO, não compareceu na empresa desde 07-02-2022.

Três cinturões, 14 lutas e a estreia do filho de Wanderley Silva são atrações do Max Fight

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Depois de três anos de ausência devido a pandemia do covid-19, o Max Fight, um dos maiores eventos de MMA do Mundo está de volta. A edição de número 24 acontece no dia 27 de maio em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba com grandes atrações. Serão 14 lutas no total, sendo três delas valendo cinturão e a estreia de Thor Silva, filho do lendário Wanderley Silva.

“O Max Fight tem como propósito contribuir com a carreira de quem almeja viver do esporte. Desde 2006 descobre talentos e os revela para os melhores eventos do mundo”, disse Ricardo Saldanha, idealizador do Max Fight.

Essa é a expectativa de Thor Silva que fará sua estreia no evento diante de Gabriel Ferreira.

“Estar em um evento como esse é uma grande alegria, uma oportunidade única para que eu possa colocar em prática tudo aquilo que venho treinando”, afirma Thor Silva.

Os curitibanos Marcos Pirata x Mario Souza fazem a principal luta da noite no peso médio. Vice-líder do ranking nacional de MMA, Souza vai defender o cinturão que conquistou na edição anterior em 2019.

“Sei que o Pirata é um adversário experiente, mas estou bem treinado e pronto para uma guerra. O Max Fight é uma grande vitrine para os maiores eventos do Mundo, como o UFC, e a expectativa é imensa”, falou o lutador que contabiliza três vitórias na competição e nenhuma derrota.

O adversário vê a luta como a oportunidade da vida. “Será minha primeira vez no Max e estou muito animado com isso. Mantive meus treinos mesmo na pandemia para esse momento”, disse Pirata.

Outro curitibano que defende o cinturão é Rodrigo Cavalheiro da Thai Brasil no peso médio (até 77 kg).

O piauiense Flávio Negrão disputa o cinturão no peso leve (até 70 kg) com o colombiano Carlos Garcia.

Entre as disputas, duas serão femininas. Destaque para o confronto de Pamela Mara da Inside MMA, 6ª no ranking nacional de MMA e Andressa Romero, da Thai Brasil Floripa, 14ª no ranking.

Para a narração das lutas, o Max Fight 24 vai trazer dos Estados Unidos o announcer Xicão Joly, um dos principais nomes na área com mais de oito mil lutas no currículo.

A pesagem dos atletas acontece na quinta-feira 26/05 às 19:30 no Mondrí, em São José dos Pinhais (Av. Rui Barbosa, 5813).

No dia do evento terão atrações gratuitas na área externa do ginásio das 16h às 20 horas. Serão quatro shows abertos ao público e diversas atividades recreativas. Estarão presentes nas arquibancadas 300 crianças praticantes de artes marciais de projetos sociais da prefeitura de São José dos Pinhais.

O ingresso para as lutas pode ser adquirido pelo https://www.sympla.com.br/max-fight-24-edicao__1519236 ou na bilheteria do ginásio ao preço de R$ 50,00

Para nós da Action Eventos é uma honra trazer o Max Fight ao cenário nacional, agregar ao evento o potencial dos shows de artistas do nosso casting e colocar os melhores atletas do Brasil na vitrine nacional. Todas as cidades que receberem o Max Fight a partir de agora terão muito mais que um evento de luta e sim uma festa para a comunidade”, o Diretor da Action Eventos Fernando Nunes.

Serviço

Data: 27 de maio

Local: Centro de Esporte e Lazer Max Rosenmann – Av. Rui Barbosa, 4997 – Afonso Pena, São José dos Pinhais

Atrações gratuitas 16h às 20h

Max Fight início às 20h

www.maxfight.com.br

Sustentado no conforto e na leveza, “Estilo Comfy” é tendência na decoração de ambientes em 2022

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A combinação de elementos naturais e decorativos garante um toque extra de aconchego e bem-estar ao lar

Aprendizados, transformações e novas prioridades. Assim como as mudanças experimentadas ao redor do mundo nos últimos tempos fizeram com que todos olhassem para o verdadeiro sentido de ser e estar, elas trouxeram ao centro das prioridades o como e onde vivemos. 

A casa voltou a ganhar um olhar especial, simbolizando um lugar de segurança, aconchego e revelando muito da personalidade de cada um. Não é à toa que uma nova maneira de pensar os elementos que compõem os ambientes virou uma tendência mundial. 

É o “estilo comfyabreviação da palavra “comfortable” em inglês que, traduzido para o português significa confortável. Na decoração de interiores, a arquiteta do Grupo A.Yoshii em Londrina, Ana Paula Pimentel, explica que o estilo pode ser caracterizado “pela combinação de objetos e elementos decorativos que conferem aconchego e leveza aos ambientes com o objetivo de estabelecer uma estética confortável e tranquila”. 

Os elementos naturais, “como móveis executados com madeiras, fibras, tecidos naturais e pedras que, juntamente com a iluminação e ventilação naturais, proporcionam ambientes que conectam o morador à natureza e convidam ao relaxamento e bem-estar simbolizam muito bem essa tendência”, afirma a arquiteta. 

Os empreendimentos do Grupo A.Yoshii evidenciam o estilo comfy em diferentes propostas. Além dos espaços integrados do Epic, projeto de luxo do grupo localizado em Curitiba, a sensação de bem-estar é ampliada pelas paredes revestidas em madeira e tons claros, assim como o mobiliário fluido e espontâneo. 

“As cores mais claras ou neutras dão esse efeito de acolhimento nos ambientes, e a combinação orgânica de linhas curvas e retas garante a tranquilidade e a elegância com conforto, o que caracteriza a estética comfy”, completa a profissional. 

Em Campinas (SP), o empreendimento Aura incorpora a arquitetura biofílica, promovendo a harmonia e o equilíbrio entre o homem e a natureza. A biofilia aplicada em centros urbanos e paisagem de espaços construídos proporciona sensação de acolhimento por meio das percepções olfativa, tátea, sonora e visual criando um laço de pertencimento com o ambiente.

Toque macio

Alguns elementos que já são indispensáveis em casa também ajudam a compor a estética comfy, como almofadas, cortinas, mantas e tapeçarias. A arquiteta da A.Yoshii destaca que o diferencial na presença desses itens está no toque mais macio. 

“Os modelos podem variar de tamanhos e cores, desde que tenham essa textura mais confortável, para ficar à vontade mesmo. A pandemia trouxe várias mudanças de comportamento na sociedade, entre elas, a necessidade de uma permanência maior dentro de casa, e, com isso, o olhar das pessoas está mais atento a tudo que está relacionado ao aconchego”, afirma.

Nos lançamentos Atmosphere, em Maringá (PR) e Casa Palhano, em Londrina (PR), a versão comfy surge nas cadeiras com revestimentos mais macios, nos sofás e cabeceiras almofadados e nos tecidos em geral, mais suaves ao toque. Ambos são projetos orgânicos, que valorizam a liberdade das formas e priorizam os aspectos circulares no mobiliário. 

Grupo A.Yoshii

Fundado em 1965, o Grupo A.Yoshii já construiu mais de 2 milhões de m² do Sul ao Nordeste do Brasil, entre obras industriais, edifícios corporativos e residenciais, escolas, universidades, teatros e centros esportivos. É composto pela A.Yoshii Engenharia, com sólida atuação em construções de edifícios residenciais e comerciais de alto padrão em Londrina, Maringá, Curitiba e Campinas; pela Yticon Construção e Incorporação, que realiza empreendimentos econômicos, localizados em regiões de potencial valorização em municípios do Paraná e interior de São Paulo; pelo Instituto A.Yoshii, voltado para a inserção social e a democratização cultural; e atua em Obras Corporativas, atendendo a grandes corporações em suas plantas industriais, nos mais variados segmentos da economia, como papel e celulose, alimentício, químico, agronegócio, energia, assim como usinas sucroalcooleiras, centros logísticos, plantas automobilísticas, entre outros. Mais informações: www.ayoshii.com.br.

Massa de ar polar derruba as temperaturas no Paraná

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A chegada de uma massa de ar polar vai derrubar as temperaturas no Paraná a partir desta terça-feira (17), com expectativa de zero grau no extremo Sul do Estado. De acordo a previsão, o vento intenso dará a sensação de temperaturas ainda mais baixas do que aquelas registradas nos termômetros. O Simepar – Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná alerta para a ocorrência de geada, mas sem condições favoráveis para a neve.

Nesta segunda-feira (16), em Curitiba, a temperatura mínima registrada foi de 11°C no início do dia, mas a menor ocorrerá à noite, segundo o Simepar, situação que se repetirá em todas as regiões paranaenses.

Nos próximos dias, no Paraná, os termômetros chegam a 3ºC em muitos pontos do Estado, com sensação térmica ainda mais baixa. “No Paraná, a tendência é de termos temperaturas mais baixas entre o Sul, Centro-Sul e o Leste do Estado, com temperaturas abaixo dos 5 graus nos termômetros na divisa com Santa Catarina. Entre as cidades da região, como Guarapuava, Palmas e General Carneiro, fica próxima a zero grau, com a sensação de frio acentuada pelos ventos”, detalha o meteorologista do Simepar Lizandro Jacóbsen.

Sobre a possibilidade de neve no Paraná, ele explica que os indicadores apontam para a ocorrência de chuva congelada na divisa com Santa Catarina devido à garoa. Embora sejam fenômenos bem próximos, ela é formada por um tipo de granizo bem pequeno, enquanto a neve chega em forma de flocos. “A chuva congelada quica no para-brisa enquanto a neve gruda nele”, simplifica Jacóbsen.

Ao longo de terça, as nuvens perdem força, mas não esquenta. Na página do Simepar, é divulgada a previsão para os próximos 15 dias.

GEADAS – Previstas em vários pontos do Estado, as geadas ocorrem de intensidade fraca a moderada de acordo com a região, exceto no Litoral. Com o fenômeno, na cafeicultura recomenda-se o enterrio de mudas. Hortaliças, leguminosas, árvores frutíferas tropicais recém-plantadas e demais culturas sensíveis devem ser protegidas com aquecimento, irrigação ou cobertura, enquanto granjas de aves e suínos precisam ser aquecidas.

O IDR-Paraná oferece o serviço Alerta Geada por meio de diversos canais, pelas redes sociais oficiais e pelo Disque Geada (43) 3391-4500.

DEFESA CIVIL – A Defesa Civil alerta para a necessidade de medidas de proteção voltadas à população mais vulnerável, como aquela que vive nas ruas. A rede de serviços públicos que atua nestas ações, que envolve as secretarias municipais de Assistência Social, Saúde e Agricultura, entre outras, e o Corpo de Bombeiros, já foi acionada.

Confirma a previsão do tempo para Curitiba:

Edital de Abandono de Emprego

Empregada: Mohammed Delwar Ahmed

Cpf:  012.794.209-28

Empregador: Central Islâmica de Alimentos Halal Ltda;

CNPJ: 05.869.291/0001-72

Vimos por meio desta informar que seu Contrato de Trabalho está sendo rescindido com data de 13-05-2022, COM JUSTA CAUSA, por motivo de ABANDONO DE EMPREGO, não compareceu na empresa desde 07-02-2022.

Viajar: uma questão de escolha ou um privilégio para poucos?

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Walcir Soares Junior*

Blogueiros e influenciadores no mundo inteiro se utilizam do mote “escolher viajar” para defender que qualquer um que tenha força de vontade, com planejamento, pode viajar todos os anos, conhecer novos países e se desenvolver culturalmente. A experiência de uma viagem é inigualável e, qualquer um que tenha acesso a outras culturas, compreende melhor de si mesmo, sua própria cultura, pratica outras línguas, conhece novas pessoas e se sente simplesmente feliz com essas realizações. Mas, será que viajar é mesmo uma escolha que depende de planejamento ou um privilégio para poucos?

Dados da PNAD Contínua, de janeiro de 2022, mostram que a renda média da população brasileira caiu 1,1% em relação ao trimestre anterior (outubro de 2021), de R$ 2.518 para R$ 2.489. Em termos da renda média per capita, a renda do brasileiro é de R$ 1.052. Esse número esconde ainda outro problema, a desigualdade. Segundo dados de 2019, do IBGE, a camada 1% mais rica da população recebia neste ano 34 vezes a renda dos 50% mais pobres. Portanto, quando falamos da média, podemos incorrer na ilusão de que um país com dois indivíduos, em que um ganha R$ 1 mil e o outro ganha R$ 99 mil, tem uma renda média de R$ 50 mil, quando a realidade é muito mais desproporcional.

A expressão “escolher viajar” é tão falaciosa quanto a crença de que existe meritocracia. Ainda que o planejamento seja um aspecto importantíssimo na realização das coisas que almejamos, para a grande maioria dos brasileiros, a realidade impõe restrições de níveis muito mais básicos como alimentação, moradia e saúde. Segundo a calculadora da desigualdade da Oxfam, se você mora sozinho e ganha R$ 3 mil, você já faz parte do grupo dos 10% mais ricos do país. E não é porque você é rico, mas sim porque os outros são muito pobres. Apenas 10% da população brasileira apresenta renda per capita acima de R$ 2.600. Considerando a estimativa do Dieese de que um salário mínimo, para ser compatível com as despesas básicas de uma pessoa, deveria ser de R$ 6.394,76, que espaço podemos encontrar para outras coisas que não as necessidades básicas em um salário médio de R$ 1.052?

À parte das críticas em termos das possibilidades financeiras para a maioria dos brasileiros, viabilizar projetos como viagens depende de muito mais do que força de vontade. Assim como qualquer orçamento, o primeiro passo se refere à simples comparação entre receitas e despesas. A forma mais direta de auxiliar nesse caminho é o investimento em si mesmo, por meio da qualificação. Ampliar as receitas para que as despesas se tornem relativamente menores. Um segundo passo, é o planejamento financeiro, que é uma condição necessária para realizar qualquer coisa. Evitar gastos desnecessários e planejar gastos maiores. Entender que uma viagem também é um investimento em si mesmo, pois, além de agregar cultura, está relacionada à saúde mental e, quando estamos bem, trabalhamos e estudamos melhor. Mas é justamente do lado das receitas que está a raiz dos problemas de desigualdade no Brasil.

Um dos setores que mais absorve a mão de obra não qualificada é o próprio setor de turismo. Dados de 2021 do Ministério do Turismo mostraram redução de 59% no faturamento do setor. Na estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor deixou de faturar em 2021 mais de R$ 214 bilhões. Essa fragilidade está relacionada aos trabalhadores de mais baixa renda, pois é justamente nos serviços que a informalidade encontra refúgio, especialmente em momentos de crise. Portanto, os impactos da pandemia ampliaram ainda mais essas desigualdades e a pobreza, quando não é influenciada pela falta de acesso a bens considerados não básicos – como a possibilidade de viagens – é afetada também pela falta de trabalho e demanda para seus produtos.

Ainda que o setor de turismo seja visto como um consumo supérfluo, ele tem a importância de gerar renda para uma camada não privilegiada da população, absorver mão de obra quando o setor formal está em crise e ser solução para diversas atividades que se utilizam da criatividade para se manter. E a resposta, mais uma vez, cai no clichê da educação. A capacidade de ganhar mais está intimamente relacionada a produzir mais do que se custa. Quando a nossa sociedade for realmente capaz de ter uma vida digna com seu próprio trabalho no seu próprio território, talvez ela realmente consiga escolher olhar para fora.

*Walcir Soares Junior (Dabliu), doutor em Desenvolvimento, é professor do curso de Ciências Econômicas na Escola de Negócios da Universidade Positivo.