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Opinião: A tecnologia ajuda a economizar anos de vida – e você nem nota

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Adriana Saluceste*

Dos milhares de quilômetros percorridos pelos primeiros Homo sapiens, em busca de alimento e abrigo, ao simples toque na tela do celular para fazer uma transferência bancária instantânea, um longo caminho precisou ser desbravado pela humanidade. E nem sempre esse caminho foi visível aos olhos humanos, percorrendo vias microscópicas, também, mas, principalmente, vias que a própria ciência ainda se esforça para desvendar, como as conexões neurais de tantas pessoas brilhantes que contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento da tecnologia.

Atualmente é, mais que normal, trivial utilizar a internet ou a inteligência artificial para os mais diversos fins – ao menos para a maior parte do mundo. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), quase três bilhões de pessoas em todo o planeta ainda não têm acesso à internet. O número parece ainda maior se considerarmos o quanto a pandemia de covid-19 tem nos feito compreender a importância desse tipo de acesso, seja para estudar, seja para trabalhar, seja “apenas” para manter contato com gente querida, o que não é nem de longe menos importante para a saúde física e mental.

Para a parcela que frequenta diariamente as redes sociais e usa plataformas digitais para operações variadas – de controle da conta bancária ao monitoramento de ciclos de sono -, toda a complexidade envolvida na tecnologia hoje disponível pode passar completamente despercebida. Recentemente tivemos algumas amostras muito claras dessa complexidade. Novidades como o pix, o Open Banking e o Open Finance são demonstrações nítidas da forma como as ferramentas digitais podem facilitar rotinas que antes exigiam tempo, paciência e, na maior parte das vezes, deslocamentos físicos até o banco.

Essas ferramentas estão presentes mesmo naquelas áreas da vida contemporânea cujos processos parecem tão automáticos que passamos por eles sem nos dar conta da quantidade de tecnologia necessária. Comprar um carro, por exemplo, já não é como era antigamente – da maneira mais positiva possível, nesse caso. Durante a pandemia, a crise internacional no fornecimento de componentes como os chips causou um fenômeno cujas consequências ainda estamos vivenciando: falta de veículos novos no mercado e a subsequente procura massiva por modelos usados que, com o tempo, também se tornaram escassos.

E qual o jeito mais simples de solucionar um problema real, do mundo físico, que parece sem solução? Digitalizar. As concessionárias precisaram usar todos os meios on-line para buscar novos carros para clientes ávidos por trocar aqueles que já possuíam. Conversar todos os dias com outras concessionárias pelo país tornou-se necessidade básica para quem queria continuar vendendo nesse período.

Embora tenha se tornado nítida nos últimos dois anos, a influência da tecnologia no setor de vendas de automóveis é muito mais antiga. Há vários anos, todos os processos de transferência, registro e emissão de documentos são feitos exclusivamente pela internet, utilizando sistemas robustos e seguros que incluem as concessionárias, os agentes de financiamento, as instituições financeiras, os órgãos públicos de controle de trânsito e os clientes. Uma rede de troca de informações que economiza dias de trâmite e torna tudo muito mais prático.

Esses avanços, que podem parecer pequenos, consumiram anos de dedicação e pesquisa de profissionais de todos os cantos do mundo. E são a prova de que o esforço individual, cedo ou tarde, traz benefícios coletivos imensuráveis. Deixar de pegar fila em um órgão público, não precisar conversar pessoalmente com o gerente do banco, ter o crédito para financiamento aprovado sem se levantar da cadeira, todas essas vantagens só são possíveis porque, lá atrás, começamos, enquanto espécie, a nos desenvolver tecnologicamente. O que vem adiante é, ainda, um mistério, mas a promessa é de um futuro que economize anos de vida para usarmos com o que mais importa: as pessoas. 

*Adriana Saluceste é diretora de Tecnologia e Operações da Tecnobank.

UEM é a 5ª universidade brasileira que mais contribui para agenda 2030 da ONU

Segundo o Impact Rankings 2022, a UEM é a 1ª do PR e ocupa a posição 301-400 no mundo entre as 1.438 universidades classificadas

Resultado do Times Higher Education Impact Rankings 2022, que avalia as universidades do mundo em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, coloca a Universidade Estadual de Maringá como a 5ª do País  e 1ª do Paraná na classificação geral, além de ser a 3ª instituição de ensino superior brasileira no indicador ODS 7 (energia limpa).

No cômputo final, a instituição está atrás apenas da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

A nota geral da UEM é 73,2, o que a situa na posição 301-400 no mundo. O cálculo foi composto pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) números 2, 7, 8 e 17.

O ODS número 2 é um indicador que diz respeito à fome zero, o 7 trata do acesso às diferentes fontes de energia, principalmente às renováveis, eficientes e não poluentes; o 8 se refere ao trabalho docente e crescimento econômico e o 17 diz respeito às parcerias para o desenvolvimento.

Foram incluídas no levantamento 1.438 Instituições de Ensino Superior (IES) do mundo, representando um aumento de 25% em relação ao ano anterior (1.154). Todas as informações prestadas são relacionadas ao ano 2020.

De acordo com o professor Bruno Montanari Razza, chefe da Divisão de Planos e Informações (LNI) da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (PLD) da UEM, o Impact Rankings 2022, da Inglaterra, é uma compilação de 17 rankings, um por cada ODS da Organização das Nações Unidas (ONU). O cômputo geral é composto pelo ODS17, que é obrigatório, e outros 3 na qual a instituição obteve as melhores notas.

Destaques importantes

Ainda no ODS 7, além de ter ocupado o 48º lugar no mundo e o 3º no Brasil, a UEM também obteve a 1ª colocação no Paraná. Na avaliação de Bruno Razza, a instalação das placas fotovoltaicas podem ter causado impactado nessa classificação, pois já foram informadas.

A melhor nota da UEM foi no ranking ODS17: 82,2. Esse também é o ranking mais concorrido, posto que é obrigatório. A UEM está em 2º lugar no Brasil, atrás apenas da USP e empatada com a Unicamp.

Ainda segundo o chefe da LNI, é importante considerar que a USP e a Unicamp têm um setor bastante estruturado para coleta, processamento, análise e envio das informações, enquanto a UEM tem estrutura bastante reduzida.

O relatório sustentabilidade publicado pela PLD tirou nota máxima 100. Ele tem grande peso na composição da nota do ODS17, impacta em outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e também na classificação geral.

UEM no mundo

Geral: 301-400 – nota 73,2

48 ODS 7 Energia Limpa

101-200 ODS 02 fome zero

201-300 ODS 17 parcerias para o desenvolvimento

201-300 ODS 09 indústria, inovação e infraestrutura

201-300 ODS 06 água limpa

201-300 ODS 14 vida na água

301-400 ODS 05 Igualdade de gênero

301-400 ODS 08 Trabalho decente e crescimento econômico

301-400 ODS 12 Consumo e produção responsáveis

301-400 ODS 13 Ação climática

301-400 ODS 15 Vida na terra

401-600 ODS 01 Redução da pobreza

401-600 ODS 03 Saúde e bem estar

401-600 ODS 10 Redução das desigualdades

401-600 ODS 11 Cidades sustentáveis

401-600 ODS 16 Paz, justiça e instituições fortes

601-800 ODS 04 Educação de qualidade

Opinião: Liberdade de expressão: lembrança do passado recente

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Daniel Medeiros*

Na manhã do dia 19 de agosto de 1968, tropas da polícia e do Exército invadiram a Universidade de Brasília, agredindo violentamente vários estudantes dentro das salas de aula. A justificativa era a perseguição a Honestino Guimarães, um estudante acusado de subversão, isto é, de panfletar e pichar mensagens contra o governo. Os militares reuniram centenas de universitários na praça central do campus e começaram a espancá-los. Um dos estudantes foi ferido com um tiro na cabeça.

Nos dias 2 e 3 de setembro, o jovem deputado do MDB, Márcio Moreira Alves, tomou as dores dos jovens agredidos e proferiu dois discursos na hora do pinga fogo da Câmara, (quando o plenário está praticamente vazio), para registro estenográfico do acontecimento. Entre outras coisas, disse: 

(…) quando pararão as tropas de metralhar na rua o povo? (…) quando teremos, como pais, ao ver nossos filhos saírem para a escola, a certeza de que eles não voltarão em uma padiola, esbordoados ou metralhados? (…) quando não será a polícia um bando de facínoras? Quando não será o Exército um valhacouto de torturadores?

E no segundo discurso:

Vem aí o 7 de setembro. As cúpulas militaristas procuram explorar o sentimento profundo de patriotismo dos estudantes. Seria necessário que cada pai, cada mãe, se compenetrasse que a presença de seus filhos nesse desfile é um auxílio aos carrascos que os espancam e os metralham nas ruas. Portanto, que cada um boicotasse esse desfile. Esse boicote pode passar também – sempre falando de mulheres – às moças que dançam com os cadetes e namoram os jovens oficiais. Seria preciso fazer hoje no Brasil com que as mulheres de 1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboabas e recusassem entrada à porta de suas casas àqueles que vilipendiaram a Nação, recusassem aqueles que silenciam e, portanto, se cumpliciam. Discordar em silêncio pouco adianta.

Poucos dias depois, o ministro do Exército, Lyra Tavares, e também os ministros das outras armas, exigiram que o governo tomasse medidas legais contra o deputado que praticara  agressões verbais injustificáveis contra a Instituição Militar. Os militares da chamada “linha dura” começaram então a pressionar o presidente e a Câmara para que essa aprovasse uma licença para punir o deputado. A Aliança Renovadora Nacional, partido governista e com ampla maioria no Congresso, hesitou em jogar o deputado da oposição às feras. Se uma crítica dessa natureza, sem agressões pessoais e sem fugir aos fatos, resultasse em cassação, a ideia de imunidade parlamentar estaria perdida. 

No dia 12 de dezembro, ocorreu a votação para saber se a Câmara daria ou não licença para cassar Márcio Moreira Alves. O clima era tenso e, sabia-se, tomava-se ali uma decisão crucial. O pedido de licença não foi aprovado. A Câmara dizia ao governo que um deputado se indignar com a violência contra os jovens e repudiar os agressores não era um insulto às instituições militares. Insulto era o comportamento daqueles que batiam indiscriminadamente, que atiravam, ferindo e matando inocentes.

Disse, a esse respeito, o próprio deputado: “Não esperei as comemorações da vitória. As últimas estrofes do Hino Nacional ecoavam ainda no plenário emocionado e eu encerrava o curto período em que minha vida coincidia com a vida política da minha pátria. Acompanhado pelo bravo deputado Martins Rodrigues e por alguns outros, saí da Câmara pelo corredor da biblioteca e entrei no carro de um amigo que me levaria para os caminhos da clandestinidade e, depois, para os do exílio.

Na manhã seguinte – uma agourenta sexta-feira 13 – o general-presidente Costa e Silva reuniu o Conselho de Segurança Nacional e apresentou-lhe o texto do Ato Institucional número 5, redigido pelo ministro da Justiça, Gama e Silva. O texto dava ao Executivo poderes para intervir no Legislativo quando e como quisesse, inclusive decretando o seu recesso, como de fato aconteceu. Também autorizava o presidente a intervir nos Estados e suspender, por sua vontade, os direitos dos cidadãos. O Judiciário perdia suas garantias. O presidente poderia “demitir, remover, aposentar, ou pôr em disponibilidade qualquer funcionário, inclusive juízes e militares. Poderia também decretar o estado de sítio a qualquer hora. E, por fim, os detidos em nome do Ato 5 não poderiam recorrer ao Judiciário, pois o habeas corpus fora suspenso.

Todos os membros do Conselho assinaram a medida sem qualquer oposição. Somente o vice-presidente, o advogado Pedro Aleixo, assinou com ressalvas. O Ato 5, disse ele, era ilegal. Foi uma voz solitária. Estava feito. O último prego na democracia brasileira estava batido.

No dia 14, o Jornal do Brasil anunciou, de maneira discreta, dissimulada, na seção metereológica, a temperatura “política” do país após a decretação da ditadura: Tempo negro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos.

O Ato 5 perdurou por 10 anos. O regime militar, como um todo, 21 anos. A liberdade de expressão, como defesa da democracia e não como sua detratora, nunca como sua algoz,  jamais deve ser calada. 

*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo.
daniemedeiros.articulista@gmail.com
@profdanielmedeiros

**Artigos de opinião assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do Curso Positivo.

Edital de Renovação de Licença

FRANCISCO FRACCAROLI, torna público que requereu ao IAT- Instituo àgua e Terra a prorogação de sua Licença LOR 140.567 até a data 16/05/2027 para atividade de Criação de Frangos para corte localizado na Fazenda Crresciuma- Cidade de Iguaraçu-PR na PR 218-KM 276

Edital de Concessão de Licença

FRANCISCO FRACCAROLI, torna público que recebeu do IAT- Instituo àgua e Terra , LOR 140.567 para ciração de Frangos para corte, validade de 26/09/2017 a 16/05/2022 para atividade de Criação de Frangos par5a corte localizado na Fazenda Crresciuma- Cidade de Iguaraçu-PR na PR 218-KM276

Governo brasileiro deve cumprir decisão da ONU em defesa de Lula

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Em 180 dias, o governo de Jair Bolsonaro (PL) precisa apresentar às Nações Unidas quais medidas irá tomar para reparar violações contra o ex-presidente durante a Lava Jato. O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu nesta quinta-feira (28) que o ex-presidente Lula (PT) teve a garantia de um julgamento imparcial, a privacidade e os direitos políticos violados na Operação Lava Jato. Ouça