Home Blog Page 372

Opinião: De Papa fashion a Trump preso, como distinguir o que é real em um mundo de inteligência artificial?

0
Adriana Saluceste*

Antes que se pudesse desmentir, a foto do Papa Francisco usando um look branco digno de Paris Fashion Week e dos rappers mais famosos do mundo já tinha circulado pelas redes sociais e arrebatado milhões de comentários, likes e dislikes. Longe de estar desfilando trajes da última moda por aí, o Papa estava, na verdade, lidando com algumas questões de saúde que, dias mais tarde, o levariam a ser até mesmo internado. Mas, quando soubemos disso, já era tarde. Muita gente tinha compartilhado a imagem, criada com a ajuda de inteligência artificial (IA), como se fosse real.

Casos como esse ainda devem se multiplicar nas plataformas digitais ao longo dos próximos dias, meses e anos. Se, para muitas pessoas, ver o ex-presidente americano Donald Trump preso é um sonho, para o Bellingcat, coletivo de jornalismo independente, é uma “realidade”, ainda que virtual. Usando a inteligência artificial Midjourney, o coletivo criou uma imagem do magnata, usando terno e gravata, atrás das grades, sentado sobre uma cama de ferro ascética coberta apenas por um colchão que parece tudo, menos confortável. Mas, vale lembrar, o Papa é, assim como Trump foi, um chefe de estado. E os impactos da foto de um ex-presidente preso podem ir muito além das piadas nas redes sociais. 

Mas, se lidar com essas ferramentas será tarefa cada vez mais comum, o que fazer para garantir que saibamos distinguir o que é real do que é resultado das IAs? Arrisco alguns palpites para contribuir com o debate já tão acalorado a respeito do tema. E começo pela área em que me sinto mais confortável: a da segurança da informação.

Diante da já gigante propagação de fake news de toda ordem – política, ideológica, moral e até cômica -, precisamos nos resguardar. Criar sistemas de segurança que nos permitam separar o joio do trigo, discernir verdades de mentiras. Isso se tornará mais difícil à medida que as ferramentas de IA se tornarem mais precisas e especializadas, o que está acontecendo neste exato momento, enquanto escrevo estas linhas. E, se hoje as informações e imagens geradas por elas já se assemelham tanto à realidade, o potencial destrutivo dessa evolução é incalculável.

É fundamental lembrar que as máquinas não possuem julgamento moral. Elas entregam como resultado aquilo que for solicitado, independentemente de ser legal, justo ou mesmo honesto. E quem as programa inicialmente somos nós, seres humanos. Criaturas que, infelizmente, ainda estão longe da perfeição moral e ética e que tendem a agir de acordo com seus próprios interesses. O ser humano é o que é – e tem uma tendência a se desviar em determinados momentos.

Por isso, é indispensável que haja diretrizes que criem uma segurança real para o uso dessas tecnologias, além de leis que as regulamentem. No Brasil, já existe o projeto de lei do Marco Legal da Inteligência Artificial, criado em 2020, mas ainda não aprovado pelo Congresso Nacional.

Uma carta assinada por nomes como Elon Musk (Twitter, Tesla e SpaceX), Evan Sharp (Pinterest) e Steve Wozniak (Appel) pede que o desenvolvimento de inteligências artificiais seja pausado por seis meses, até que se possa discutir que tipo de desafios elas podem trazer à sociedade e à vida humana. Mas, mais do que paralisar esse tipo de tecnologia, o que falta é discutirmos maneiras responsáveis e mecanismos de defesa contra o grande poder dessas plataformas.

Afinal, a ideia central de qualquer desenvolvimento tecnológico é ajudar a melhorar a vida humana, e não criar ainda mais dificuldades em um mundo já tão complexo e cheio de problemas.

*Adriana Saluceste é especialista em Segurança da Informação e diretora de Tecnologia & Operações da Tecnobank.

Brasilidade do Lobby do Grand Mercure Curitiba Rayon encanta seus hóspedes

Com um investimento de mais de R$220 mil, o Grand Mercure Curitiba Rayon inovou e transformou o seu lobby. Para valorizar a cultura brasileira, o hotel trouxe toda a brasilidade para a entrada do seu hotel, como por exemplo, incluir na decoração plantas brasileiras.

“Nosso foco foi enaltecer a nossa cultura, somos um país muito rico, com maravilhosas particularidades e queríamos que os nossos hóspedes e turistas pudessem apreciar e conhecer um pouco dos nossos atrativos”, explica Fernando Kanbara, gerente-geral do Grand Mercure Curitiba Rayon.

Localizado no coração de Curitiba, o lobby ainda conta com local de coworking. “Não queremos que ele seja apenas um local transitório ou de passagem, mas sim que seja aconchegante e funcional. Queremos que as pessoas possam aproveitar bem o espaço”, pontua Kanbara.

Sobre o Grand Mercure Curitiba Rayon 

O Grand Mercure Curitiba Rayon está localizado na Rua Visconde de Nácar, 1424, Centro, em Curitiba (PR). São 12.848 metros quadrados de construção, sendo 18 andares com 159 apartamentos. Oferece espaço fitness, sauna, spa e salas de eventos com capacidade para até 200 pessoas. Abriga dois renomados restaurantes: Hai Yo, com gastronomia asiática, e Garbo, de culinária contemporânea brasileira. 

Em julho de 2021, o empreendimento passou a ser administrado pela Atrio Hotel Management, sob a bandeira Grand Mercure, se tornando o primeiro hotel upscale de bandeira internacional administrado pela operadora hoteleira no sul do Brasil. Informações e reservas pelo número (41) 3532-0150.

Restaurante Bucaneiro participa do Curitiba Volksfest

Neste sábado (6) e domingo (7), o Restaurante Bucaneiro participa da quarta edição do Curitiba Volksfest. O evento, realizado no Bosque São Cristóvão, contará com carros personalizados, shows de rock, espaço gastronômico e feiras com peças de oficinas de performance.
A estação de churrasco será comandada pelo chef Marcos Oliveira do Restaurante Bucaneiro e contará com torresmo de rolo, costela fogo de chão individual, costela fogo de chão casal, costela suína BBQ, bife ancho na parrilha, sanduíche de brisket, churipa, barca de legumes defumados e abacaxi assado e finalizado com açúcar e canela.
“É um prazer poder participar novamente de um evento dessa magnitude. Estamos muito felizes e convidamos todos para irem aproveitar um final de semana diferente, com muita comida boa, carros personalizados e muito rock”, pontua Marcos Oliveira, chef do Restaurante Bucaneiro.
No sábado, Club Soda, Mr Gomes e Museos Rock Band serão os responsáveis por animar o evento, além de um tributo ao cantor Elvis Presley que será realizado pelo artista Rogério Cordoni. Já no domingo, Dama de Paus, Kiss Cover Curitiba, Heart Sting e Touché Ravel comandam o dia. A discotecagem, nos dois dias, será feita pela Kombination.
Os ingressos antecipados, para visitantes, custam R$25 para um dia e R$40 para os dois dias. No dia do evento, o valor é de R$30 por dia. O Curitiba Volksfest acontecerá no sábado (6), das 10h às 22h, e no domingo (7), das 10h às 20h.

Serviço:
Restaurante Bucaneiro participa do Curitiba VolksFest
Data e horário: 6 e 7 (sábado e domingo) de maio de 2023, a partir das 10h
Local: Bosque São Cristóvão (Rua Margarida ngela Zardo Miranda, 85 – Santa Felicidade)
Estacionamento para visitantes no Clube Mercês

Tecnobank recebe prêmio de comunicação interna

0

A Tecnobank, especializada em tecnologia para registro de contratos de financiamento de veículos, conquistou o troféu na categoria Felicidade Corporativa do Prêmio Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores. Com um case voltado ao bem-estar dos filhos dos colaboradores, criado durante a pandemia, a empresa concorreu com as gigantes Gol Linhas Aéreas e a Vale.

Referência em gestão de pessoas, a Tecnobank criou o TBKids, uma iniciativa que deu atenção especial aos filhos de funcionários das equipes ao longo do período de home office desencadeado pela pandemia. De acordo com a diretora de Gente & Gestão (RH) da Tecnobank, Michaela Vicare, o case premiado é parte de um trabalho que visa reconhecer a importância das pessoas dentro da organização. “Já faz alguns anos que o foco do nosso trabalho é tornar protagonista cada um daqueles que nos ajudam a construir a Tecnobank todos os dias. O TBKids é uma pequena parte desse esforço, que conta ainda com uma série de benefícios e um acompanhamento minucioso da satisfação de nossas equipes com as atividades que desempenham”, explica. A felicidade corporativa está intimamente ligada ao alinhamento dos propósitos da empresa com seus colaboradores, o que ajuda a conquistar equipes mais engajadas e motivadas.

Não é a primeira vez que essa mudança na cultura organizacional leva a empresa ao topo de premiações de relevância nacional. Nos últimos anos, a Tecnobank conquista de forma consecutiva o Great Place to Work (GPTW), que identifica os melhores lugares para se trabalhar no país.

Grupo paranaense anuncia compra de escola em SP

0

Positivo anuncia primeira aquisição fora da Região Sul

O Colégio Positivo acaba de anunciar a aquisição do Colégio Santo Ivo, em São Paulo. Com mais de 8 mil metros quadrados divididos em duas unidades no Alto da Lapa e na Vila Leopoldina, o Colégio Santo Ivo atende mais de 800 alunos, da Educação Infantil ao Ensino Médio, aliando a tradição de 56 anos à inovação pedagógica.

A negociação faz parte da estratégia de foco no ensino básico, com a expansão do Colégio Positivo em território nacional, que teve início em 2016, quando o Grupo assumiu a administração de duas unidades em Joinville (SC). Em 2017, o Positivo agregou às suas unidades uma sede em Londrina (PR) e, em 2018, entrou em Ponta Grossa (PR), com o Colégio Positivo – Master. Em 2019, o Positivo vendeu a universidade para se concentrar na Educação Básica e novas unidades foram incorporadas ao Grupo: o Colégio Semeador, em Foz do Iguaçu (PR), a escola Passo Certo, em Cascavel (PR), e o Colégio Expoente, em Curitiba (PR), que agregou mais duas unidades ao Colégio Positivo na capital paranaense. Em 2021, mais uma escola em Santa Catarina foi adquirida e o Positivo entra na capital catarinense com o Colégio Vila Olímpia. A última aquisição, em 2022, foi em Londrina, da St. James’ International School.

Com a aquisição do Santo Ivo, o Positivo passa a contar com 22 unidades de ensino, em três estados e oito cidades, que atendem, juntas, aproximadamente 18,5 mil alunos desde a Educação Infantil ao Ensino Pré-Vestibular. De acordo com o diretor-executivo dos Colégios do grupo Positivo, Celso Hartmann, as aquisições têm sempre como prioridade o respeito à cultura, às práticas e à gestão das instituições. “Os próximos passos da administração são focar na integração dos colaboradores ao Positivo e estreitar a comunicação com pais e alunos. A transição, como sempre, será feita com zelo e prudência, acolhendo as comunidades docente e discente da instituição”, ressalta.

Segundo ele, o Colégio Santo Ivo permanecerá sendo um colégio com marca independente, mantendo o propósito e proposta pedagógica e preservando o corpo técnico-pedagógico, docente e administrativo. “Toda a história, tradição e propósito da escola serão preservados”, garante Hartmann. O diretor destaca ainda que a proposta pedagógica diferenciada, alicerçada em princípios humanistas e nos valores inerentes à cultura de paz do Colégio Santo Ivo vem ao encontro do trabalho realizado nos colégios do Grupo Positivo, que fazem parte do PEA-Unesco (Programa das Escolas Associadas da Unesco), assumindo o compromisso de atuar em busca de quatro objetivos principais: a aprendizagem intercultural; a adoção de atitudes para uma vida sustentável; a promoção de uma cultura de paz; e o esclarecimento acerca do próprio funcionamento e importância das Nações Unidas.

O presidente da Positivo Educacional, Lucas Raduy Guimarães, aponta o desejo da continuidade dos investimentos do Grupo Positivo em novas escolas de Educação Básica, em diferentes regiões do país.  “Desde que iniciamos a estratégia de expansão com foco no Ensino Básico, buscamos unidades que tivessem identificação para que pudéssemos garantir a continuidade do negócio, crescimento planejado e, acima de tudo, para assegurarmos a oferta de ensino de qualidade”, pontua. Segundo ele, as parcerias têm sempre como prioridade o respeito à cultura, às práticas e à gestão das instituições. 

Histórico

O Positivo nasceu em 1972 a partir da ideia de uma equipe de professores que criaram um curso pré-vestibular inovador. Hoje, a marca Positivo consolidou a liderança em todas as suas áreas de atuação: ensino, soluções educacionais, tecnologia e gráfica. O Grupo atua desde a Educação Infantil até o pré-vestibular, com, aproximadamente, 18,5 mil alunos em unidades próprias. Além disso, 400 mil alunos utilizam o Sistema de Ensino Aprende Brasil, em escolas públicas de todo o país. Com presença em cerca de 14 mil escolas em todo o Brasil e em mais de 40 países, a Positivo Tecnologia Educacional é hoje a empresa com o maior número de soluções pré-qualificadas e inseridas no Guia de Tecnologias do MEC. A Posigraf, uma das maiores gráficas da América Latina, imprime e distribui mais de 50 milhões de livros por ano. O Grupo conta ainda com o Instituto Positivo, que desenvolve ações voltadas para a melhoria da educação pública.

Locação de carro por meia-diária é alternativa mais em conta que carros de aplicativo e táxi

0

Considerando economia, flexibilidade e comodidade, a locação por menos tempo e por determinado trajeto ganha espaço no mercado da mobilidade em 2023

A locação de automóveis por meia-diária, ou a recente tendência de “nano locação”, representa inovação e investimento em sustentabilidade de muitas locadoras e tornou-se uma alternativa atraente e econômica para utilizar um automóvel por determinado período de tempo. E dados confirmam o crescimento, visto que, em 2021, foi identificado aumento de 56% no acesso a serviços de locação de automóveis, segundo a SimilarWeb. A valorização do uso, ao invés da posse, reflete também no crescimento dos carros por assinatura. De acordo com a ABLA (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), o serviço cresceu 16,4% de janeiro a setembro deste ano. Em comparação com dezembro de 2021, quando contava com cerca de 91 mil veículos assinados, em setembro de 2022 esse total saltou para 106 mil automóveis. Para este ano, a expectativa é que a procura por locação aumente 15% já nos primeiros meses. 

Com projeção de crescimento consolidado e otimismo no desempenho, o setor de locação de automóveis dá um novo passo e evolui para a locação por períodos mais curtos de tempo, como a meia-diária. Ao contrário dos serviços tradicionais de aluguel de veículos, a meia-diária disponibiliza o carro por períodos mais curtos de tempo (12h). “Acreditamos que é a desburocratização do processo. Ao pensar em locação, as pessoas imaginam agendamento com antecedência, filas, balcões, assinar papelada. Além da locação com o V1 ser totalmente on-line, por um aplicativo de celular, o cliente tem a opção de locar por um período específico e ainda retirar o carro em minutos, após aprovação do cadastro”, explica a gerente comercial do V1 Aluguel, Thaís Augusta. “A meia-diária vem suprir uma necessidade real do usuário que é ter um carro disponível para um compromisso específico, como uma reunião, uma viagem curta, uma mudança, sem a complicação do modelo tradicional.” 

Locação por meia-diária reflete mudança no comportamento do motorista

Cada vez mais, a sociedade  busca por um modelo de consumo mais consciente, com foco em otimizar as finanças. Tal comportamento vai ao encontro da nova modalidade de locação por períodos mais curtos, visto que o carro é visto como um serviço e facilidade, sem a obrigação de lidar com burocracias, despesas e manutenção de um veículo próprio. A crescente busca por locações de meia-diária é realidade no V1. “Esse tipo de locação já representa aproximadamente 18% do total de locações do nosso negócio. Pode parecer um percentual baixo, mas é uma modalidade muito recente e que já interessa nosso público”, explica o coordenador de operações do V1 Curitiba, Thiago Pinheiro. 

A locação por período curto também tem outras vantagens, como o fato de evitar a tarifa e bandeira dinâmica em horários de mais procura, que podem aumentar até 40%, além da possível dificuldade em encontrar um motorista disponível. A locação veicular, por sua vez, valoriza a independência do usuário, visto que pode acomodar mais pessoas; poupa o tempo; permite que o motorista trace as melhores rotas; evita imprevistos já que o carro está disponível em diversas estações, podendo alugar com antecedência ou retirada imediata; e ainda evita desgastar o próprio carro (patrimônio).  “O V1 ainda oferece assistência 24 horas e proteção. Outro benefício é a possibilidade de retirar o carro em uma estação e devolver em outro ponto do V1, sem obrigatoriedade de devolução no mesmo local. Temos diversas estações espalhadas em Curitiba e muitas delas funcionam 24 horas”, complementa Thiago. 

Na ponta do lápis

  • A locação por meia-diária (12h) do V1 tem tarifas a partir de R$ 41,00, com possibilidade de retirada imediatamente (função “Vou Buscar Agora”) ou agendamento. 
  • O valor de um trajeto de 1h em carro de aplicativo, categoria popular, é de aproximadamente R$ 60,00.
  • O valor de um trajeto de 1h em tarifa de táxi pode chegar a R$ 90,00. 

Inclusive, um estudo do site Cuponation, da empresa alemã Global Savings Group, revelou que alugar carro pode sair até 2,5 vezes mais barato do que andar de carro por aplicativo, especialmente nos casos de mais quilômetros rodados, como tarefas que tomam um dia útil (12h) do usuário. 

Sobre o V1

O V1 é uma plataforma de mobilidade urbana que atua no aluguel e assinatura de carros de forma 100% digital, para uso pessoal e empresarial.  Oferece soluções em gestão de frotas terceirizadas para empresas, fleet service, traslado de pessoas e outras demandas personalizadas. Considerado um dos maiores players do setor no país, o V1 faz parte do Grupo Águia Branca e atua nas cidades de Vitória (ES) e Curitiba (PR). O app está disponível na Apple Store e Google Play.

Projeto auxilia professores e estudantes do magistério para educação inclusiva

Para facilitar a inclusão social e cultural de crianças e adolescentes que possuem algum tipo de deficiência, cerca de 80 professores da rede pública de Curitiba e estudantes do magistério vão receber capacitação especial. Os treinamentos serão realizados durante o mês de maio, no Instituto de Educação do Paraná e serão coordenados pelas também educadoras Carla Viccini, Elaine Minami, Taíne Alves e Cinthia Silva.

As qualificações fazem parte do projeto Leitura: Um caminho para a inclusão que vai apresentar como a leitura tem um papel fundamental na construção do homem enquanto sujeito e cidadão.

A leitura também proporciona diversos benefícios às crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência tais como o desenvolvimento global, a socialização e a elevação da autoestima – uma vez que eles podem se expressar de maneira única e pessoal, ampliando as possibilidades de aprendizagem.

Arte como forma de inclusão
“Pelo uso estético da linguagem, o desenvolvimento cognitivo, biopsicossocial e cultural do estudante com deficiência pode ser desenvolvido; uma vez que a fruição literária – tanto na escrita, quanto na leitura – contribui para a formação do ser humano no que tange ao reconhecimento de si e do outro, na leitura de mundo e no reconhecimento de sentimentos e emoções”, explica a mediadora de leitura Carla Viccini.

Já a inclusão social aborda questões como o respeito às diferenças e à participação igualitária dos cidadãos. Nas escolas, a inserção favorece a quebra de preconceitos sociais, estimula as experiências de modo mais colaborativo e contribui para que crianças e adolescentes desenvolvam suas potencialidades.

Pessoas com deficiência em números
De acordo com o Censo 2010, quase 46 milhões de brasileiros (cerca de 24% da população) declararam ter algum grau de dificuldade em pelo menos uma das habilidades investigadas (enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus) ou possuir deficiência mental ou intelectual.

A pesquisa do IBGE constatou que, em relação às pessoas de 0 a 14 anos, 5,3% desse público tem deficiência visual, 1,3% tem deficiência auditiva, 1,0% tem deficiência motora e 0,9% tem deficiência mental ou intelectual.

A deficiência é um tema de direitos humanos e como tal obedece ao princípio de que todos têm o direito de desfrutar das condições necessárias para o desenvolvimento de seus talentos e aspirações, sem ser submetido a qualquer tipo de discriminação.

“Considerando que o papel social da escola é desenvolver as potencialidades dos indivíduos – sejam elas cognitivas, afetivas, sociais e contribuir para a formação de uma sociedade justa e igualitária – é emergente a promoção de ações que estimulem o respeito e as mesmas oportunidades”, destaca a professora Cinthia Silva, que tem formação na área de Educação Inclusiva.

Atividades
As quatro ministrantes vão repassar aos professores da rede pública municipal de ensino de Curitiba e aos estudantes do magistério ações de incentivo à leitura, apresentar profissionais que conhecem a prática diária da Educação Inclusiva, promover encontros com mediadores de leitura, reflexões e atividades para ultrapassar as teorias e instigar a prática.

Serão oferecidos aos participantes duas oficinas de 3h sobre leitura literária inclusiva, duas oficinas de 3h sobre escrita literária para alunos de inclusão, duas oficinas de 3h sobre cultura e leitura em língua estrangeira moderna. Como forma de contrapartida social, também haverá 10 contações de histórias voltadas para centros públicos de atendimento às pessoas com deficiência.

Segundo o educador e filósofo brasileiro Paulo Freire – um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial – “a inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades”. “Dessa forma, esperamos que as crianças e adolescentes com deficiência tenham as mesmas oportunidades para aprender e se desenvolver nas escolas”, completa Carla Viccini.

O projeto Leitura: Um caminho para a inclusão é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.

Serviço
O que: Projeto Leitura: Um caminho para a inclusão
Quando: Durante o mês de maio
Onde: Instituto de Educação do Paraná (rua Emiliano Perneta, 92, Centro, Curitiba)
Para quem: Professores da rede pública municipal de Curitiba e estudantes do magistério
Informações: Mais informações pelo tel. 41-99987-8394, com Carla Viccini

Mãe sim, baterista com orgulho

“O segundo domingo de maio é consagrado às mães, em comemoração aos sentimentos e virtudes que o amor materno concorre para despertar e desenvolver no coração humano, contribuindo para seu aperfeiçoamento no sentido da bondade e da solidariedade humana.” Este foi o texto do decreto assinado por Getúlio Vargas em maio de 1932.

De lá para cá a sociedade vem passando por mudanças. O número de mulheres que passaram a assumir a responsabilidade financeira da casa aumentou consideravelmente e a renda gerada, passa a ser fundamental – se não for a única – dentro do orçamento familiar.

A maternidade, durante séculos, foi a principal atividade da mulher, que atualmente vem adiando essa função, ou limitando o número de filhos. Mesmo com a mudança comportamental, o desafio de conciliar a maternidade e a profissão é ainda um desafio para muitas. Muitas vezes é necessário que a mãe reduza sua carga horária no trabalho para dar conta da maternidade, ou ainda enfrente barreiras para se consolidar na carreira.

Um desafio para algumas mulheres e mães é levar adiante o sonho da música em instrumentos comandados por homens. Na bateria por exemplo, já temos mulheres assumindo o posto, mas ainda não dominam o mercado e poucas são mães. Diz que a primeira mulher baterista surgiu no século XIX, mas somente em 1920 que conhecemos a primeira com carreira profissional nesse instrumento, Viola Smith que faleceu com 107 anos em 2020.

A bateria é dominada por homens, seja em nível nacional ou mundial. Mas é um mercado que vem mudando. Hoje, muitas bateristas são muito reconhecidas, e cuja qualidade quebra qualquer preconceito. Mas ainda, poucas são as que conciliam a vida nas bandas e a maternidade.

É o caso da professora de bateria da Academia do Rock de Curitiba, Shirley Granato, mãe de uma menina de 20 anos e de um menino de 13. “Sou musicista desde sempre, tentei tocar todos os tipos de instrumentos, mas minha paixão é a bateria. Hoje, se olhar as bandas, é um número reduzido de mulheres, ainda mais mães que estão no coração da banda, que é a bateria”, comenta. Atualmente, além de ensinar bateria para crianças, jovens e adultos, Shirley também toca em bares e na banda Originais do Rock, onde é a única mulher e mãe na banda.

Na maternidade Shirley comenta que a música influencia em todas as relações. “A música é tudo na nossa vida, ajuda tanto nos momentos mais tensos, nos tristes e nos alegres. É o momento que extravasamos as emoções”, afirma.  Os filhos têm o contato direto com a música, afinal cresceram com a mãe tocando, mas nenhum dos dois seguem os passos da professora de música. “Iniciei com as crianças na musicalização infantil para que tivessem contato com os instrumentos e os vários ritmos. Mas quando percebi que a música estava virando uma obrigação, não forcei. Pois a música tem que ser prazer, emoção”, salienta.

“Até hoje ainda tem gente que se surpreende quando comento que dou aula de bateria, ou ainda que toco bateria na banda de rock. Chega a ser engraçado, pois o imaginário das pessoas a respeito da música e principalmente do rock é incrível”, relembra Shirley

Para a aluna da Academia do Rock de Vitória (ES), Maria da Penha Lyrio Coutinho tocar bateria é um desafio e uma superação diária. “Meu filho hoje já é adulto e sempre conviveu comigo sabendo que sou apaixonada pelo Rock, principalmente Heavy Metal. E meu ídolo é Eric Singer, baterista da banda Kiss”, conta. A aluna conta que ganhou bateria do marido, mas não tinha ideia de onde aprender a tocar na capital capixaba, pois é um estado onde o Rock ainda não predomina. “A bateria foi ficando parada. Até que descobri que havia inaugurado uma academia de rock na cidade. Não pensei duas vezes, me matriculei e estou lá tirando minhas primeiras músicas e treinando diariamente em casa”, enaltece Maria da Penha.

“Meu filho é um dos meus maiores incentivadores”, se orgulha Maria da Penha. “Hoje ele reside no Rio de Janeiro, e no último feriado esteve comigo e me perguntou quando eu iria aprender bateria. Brinquei com ele: tá atrasado! Já aprendi e logo estou em banda”, brinca. A aluna, que foi professora de artes, incentiva que as mães encontrem na música uma motivação. “Independente do estilo preferido, aprender um instrumento musical motiva para as atividades diárias. A cabeça fica ativa, a alegria transborda. Acredito que todas as mães e mulheres deveriam ter essa experiência”, finaliza.

O aprendizado do rock também deixou de ser tabu. “Hoje os alunos da Academia do Rock, seja em Curitiba ou nos estados que temos franquia, abraça todo o tipo de público, com diversas mães aprendendo a tocar todos os tipos de instrumentos”, comenta Marcelo Freitas, fundador da Academia do Rock. “Algumas mães primeiro acompanham os filhos nas aulas e na sequência, por admirar uma banda em específico, acabam fazendo a aula, se inspirando e acabam sendo bem mais assíduas que os filhos”, avalia.

Hoje, a Academia do Rock está presente em Curitiba, São Paulo (capital), em todo os ABC, Campinas (SP) e Vitória (ES) com mais de 1.400 alunos, destes 32% mulheres, e 12% mães.

Indústria alimentícia opera com 90% de energia solar limpa na fabricação de produtos

0

Caldo Bom investe em iniciativas sustentáveis e avança na utilização de energia renovável para reduzir emissões de gases do efeito estufa em sua cadeia de produção

O impacto ao meio ambiente é uma preocupação permanente das grandes fábricas, visto que o alto consumo de energia afeta diretamente os custos de produção. Em outras palavras, buscar soluções para ocasionar cada vez mais sustentabilidade se tornou uma necessidade não só ambiental, como também econômica. Uma alternativa para reduzir os gastos e diminuir o impacto ambiental tem sido a energia solar que, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), evitou a emissão de 27,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. A fonte solar é a terceira maior geradora de energia no país, atrás apenas da hidrelétrica e eólica. De janeiro a setembro de 2022, houve aumento de 46,1%, com crescimento médio de 1 GW por mês nos últimos 120 dias.

Em janeiro de 2022, todas as instalações e centros de distribuição da Caldo Bom, empresa paranaense do mercado de alimentação, passaram a utilizar fontes renováveis para o abastecimento de energia. Por meio de uma parceria com uma usina localizada em Campo Largo (PR), a indústria alimentícia utiliza cerca de 90% de energia solar nos processos de fabricação. Como a Caldo Bom não possui um sistema de energia solar próprio, ela adquire a energia produzida por terceiros, o que garante que seu parque fabril seja abastecido em quantidade equivalente ao consumo da indústria. “Nos últimos anos, temos como pilar estratégico da marca a sustentabilidade e estamos realizando ações em prol desse compromisso”, conta o CEO do Grupo Caldo Bom, Alexandre Stival.

Práticas sustentáveis

Segundo pesquisa realizada pela agência norte-americana Union + Webster, 87% da população brasileira prefere adquirir produtos e serviços de empresas sustentáveis. Além dos benefícios para o planeta, a prática sustentável minimiza os custos, melhora a retenção de funcionários e aumenta a produtividade. Outro estudo, feito pela Opinion Box, aponta que 67% dos consumidores têm o hábito de pesquisar as práticas de ESG das empresas antes de realizar compras. Entre os respondentes, questões de sustentabilidade e ambientais são algumas das principais buscas feitas antes de fechar negócio.

Novamente, a Caldo Bom, é um exemplo de empresa que zela e adota práticas sustentáveis. Desde 2018, é parceira do Instituto de Logística Reversa (ILOG) e possui o Selo “Nós Reciclamos”, conferido às empresas que se responsabilizam pela logística reversa de suas embalagens – uma garantia para quem cumpre todos os requisitos referentes à destinação de materiais recicláveis.

O novo empreendimento da marca não fica de fora das iniciativas sustentáveis. Recentemente lançada em Curitiba, a rede de franquias de fast food Bean Go! oferece pratos à base de feijão, sem conservantes e aditivos químicos, servidos em embalagens exclusivas, que contam com ingredientes de alto teor nutritivo. Os copos utilizados são de papel, com um material específico para contato com alimentos e, por possuir dupla camada, mantém a temperatura do produto por mais tempo e não transfere o calor. Além disso, os recipientes de cocção são feitos com materiais inteiramente recicláveis. As embalagens atendem às mais rigorosas regras de logística reversa e de controle de uso. De acordo com Alexandre, este conceito está embutido nos preceitos da empresa. “Compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e da logística reversa, é uma solução que envolve procedimentos de pós-venda ou pós-consumo, garantindo o reaproveitamento ou o descarte das embalagens.”

O percentual de resíduos encaminhados para reciclagem pela empresa é de aproximadamente 70%, a separação é feita internamente. A companhia possui um plano de separação de resíduos, em que cada tipo de material é colocado separadamente. A conscientização dos colaboradores é feita diariamente, reforçando a importância dessa atividade, bem como em frequentes eventos de BPF (Boas Práticas de Fabricação). Após a separação, semanalmente uma empresa terceirizada faz o recolhimento dos resíduos e os leva para locais específicos, conforme as exigências sanitárias de cada um.

A Caldo Bom também promove ações internas de reaproveitamento, reprocessamento e produção consciente, com gestão de todos os resíduos gerados pela empresa, treinamentos e workshops.

Desperdício zero

Uma pesquisa da Ticket, em parceria com a Comida Invisível, indica que 61,5% dos restaurantes, bares e lanchonetes geram sobras e restos de comida diariamente. A Bean Go! é um modelo de empresa que zela pelo desperdício zero de alimentos, garantindo que não nada seja jogado fora, pois os ingredientes nos pratos são porcionados, evitando ir para o lixo. “Em um país onde a insegurança alimentar cresce cada vez mais, é necessário destacar a importância de não jogar comida fora. Como a porção foi bem estudada, a possibilidade é próxima do zero que, por ventura, sobre algum resquício no copo”, conta o CEO.

Alexandre explica que o arroz, o macarrão e o torresmo, por exemplo, são feitos aos poucos, conforme a demanda, para manter a qualidade e a segurança dos produtos. “Se levarmos em conta a média de desperdício em restaurantes tradicionais e fast foods estamos economizando entre 10% e 12%. A  Bean Go! sai na frente de uma forma inteligente, sustentável e socialmente correta”, ressalta.

A franquia possibilita que os clientes acompanhem todo o processo de preparo dos pratos, uma vez que a unidade é aberta e envidraçada. A unidade física está localizada na Praça Gen. Osório, 145, no centro de Curitiba, e também atende via iFood e Rappi.

SERVIÇO: 

Bean Go! unidade Curitiba

Endereço: Praça Gen. Osório, 145 – Centro

Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 9h às 21h; sábado, das 11h às 17h

Instagram: @beangobrasil 

Site: www.beangobrasil.com.br

Sobre a Bean Go!:

A  Bean Go!, uma rede de franquias de foods to go que disponibiliza refeições prontas à base de feijão, sem conservantes e aditivos químicos, com o característico sabor e know-how da indústria paranaense Caldo Bom Alimentos. O restaurante oferece 14 combinações de pratos à base de feijão, servidos em copos com ingredientes de alto teor nutritivo. Os pratos são produzidos e cozidos a vapor, mantendo a qualidade, a saudabilidade e a segurança alimentar. Para mais informações, acesse www.beangobrasil.com.br.

Os tênis da minha infância e os retrocessos de um país fechado

0

João Alfredo Lopes Nyegray*

Toda pessoa que teve sua infância no Brasil entre as décadas de 1980 e 1990 presenciou uma guinada absoluta, não apenas na sociedade e no país, mas em todas as mudanças que vimos no decorrer de nossa juventude. Acompanhamos a era da telefonia analógica e das linhas de telefone sendo passadas em testamento, até chegar aos dias de hoje, em que chips com números variados são comprados em qualquer lugar. Vimos a chegada dos primeiros computadores – a preço muito superior ao de um veículo popular – e passamos pela popularização da informática. Fizemos pesquisas em enciclopédia, utilizamos a internet discada (apenas após a meia noite, era mais barato) e, com muito espanto, presenciamos a chegada da banda larga e, depois, do wi-fi.

Em todas essas mudanças, a sociedade mudou e o país também. Até a abertura comercial brasileira, ocorrida em 1992, havia preponderantemente cinco tipos de tênis, três dos quais manufaturados pelas maiores marcas de então como opção aos consumidores. Dos outros dois, o mais barato era inviável: destruía-se após pouco uso. O mais caro era impossível comprar: importado, chegava ao país em pequenas quantidades e sua propriedade era privilégio de poucos.

A chegada dos importados mudou não apenas o preço dos tênis mais caros, como deu aos consumidores brasileiros – até então escravos de poucas opções de produtos e serviços – novas opções de compra. A maior parte delas era não apenas melhor do que o que se oferecia domesticamente, mas era também mais barata. Enquanto para os consumidores esse momento foi incrível, as indústrias nacionais padeceram: a abertura, feita quase que do dia para a noite, não se preocupou em melhorar o ambiente de negócios do país ou estimular a inovação. As empresas brasileiras de então, protegidas por décadas de cotas às importações e tarifas absurdas aos itens estrangeiros, lucravam com uma demanda muito mais alta do que a oferta. Com as poucas opções disponíveis no mercado, os consumidores brasileiros contentavam-se com aquilo que acreditavam ser bom. Até a chegada dos importados…

Os produtos importados, que inundaram o mercado brasileiro a partir de 1992, nos mostraram um novo mundo de funcionalidades e de qualidade. Com isso, não apenas nos tornamos mais exigentes enquanto consumidores, mas aquelas empresas brasileiras que quiseram prosperar precisaram inovar, se reorganizar e se reestruturar para a nova era de concorrência que se abria ali.

Depois de pelo menos três décadas de abertura comercial brasileira, é triste perceber que o ambiente de negócios do Brasil não melhorou. Segue-se sufocando o setor produtivo com burocracias desnecessárias e desconexas, e com o sistema tributário mais insano possível. Agora, na era da internet e do digital, em que os consumidores sabem o que há de melhor e mais barato fora daqui, fica cada vez mais difícil convencer os que se conectam a tudo o que existe por todo o mundo com poucos cliques.

Para passarmos a competir bem num cenário cada vez mais concorrido, deveríamos pensar em ciência e tecnologia, inovação, desoneração, reforma tributária e infraestrutura. Ao invés disso, tomamos a saída mais fácil: o protecionismo. Se até então havia a isenção de US$ 50 dólares para que os consumidores comprassem itens do exterior, essa isenção deixa de existir. É certamente mais fácil fecharmos as fronteiras mais uma vez do que tentarmos produzir melhor e mais barato.

Ainda que o governo insista que essa isenção nunca existiu, nosso confuso repertório de leis prova o contrário: uma portaria do Ministério da Fazenda de 1999 (Portaria MF 156, de 24 de junho de 1999) e uma instrução normativa da Receita Federal do Brasil do mesmo ano (Instrução Normativa SRF n.º 096, de 4 de agosto de 1999) isentavam as remessas de até US$ 50 para o nosso país.

Por favor, não me entendam mal: esse texto não é uma defesa de produtores chineses, muito menos da SHEIN, que sabidamente explora seus trabalhadores com jornadas semanais de mais de 80 horas. É uma defesa da nossa liberdade de escolha, é um apelo a um governo que se preocupe com soluções de longo prazo e não com as facilidades imediatas.

A partir de 11 de abril deste ano, todas as compras brasileiras feitas por qualquer plataforma de e-commerce que cheguem ao país seriam taxadas – mais ou menos como se fazia com os tênis da minha infância, além daquelas três marcas conhecidas. No fundo, essa medida do governo buscava não apenas arrecadar, mas privilegiar uma produção nacional que certamente seria melhor e mais barata caso não fosse estrangulada pelo próprio governo. Aqui, mais uma vez, o governo tenta nos enganar ao afirmar que quem pagaria os tributos seriam as empresas (como se essas empresas não fossem repassar esses valores em custos aos consumidores finais). A repercussão negativa foi, por óbvio, tão grande que o governo voltou atrás. Infelizmente, nossos governantes não voltaram atrás na estapafúrdia ideia de manter estatais deficitárias em funcionamento ou no aumento dos salários do Judiciário e Legislativo. 

No fundo, a taxação das compras on-line repetiria as velhas fórmulas falidas: ao invés de se aprimorar o ambiente de negócios, desonerar o setor produtivo e realizar finalmente as reformas administrativa e tributária; seguir-se-ia o caminho mais fácil. Se as políticas econômicas da década de 1980 estiverem voltando, logo estaremos de polainas.

*João Alfredo Lopes Nyegray é doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior na Universidade Positivo (UP). Instagram: @janyegray