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A (re)criação do mundo

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Daniel Medeiros*

No primeiro dia, andou pelo centro e distribuiu moedas para os meninos em andrajos, para as senhoras com pés gastos em chinelos rotos, para os homens com placas de papelão nas mãos e olhares baixos, nas esquinas, diante dos automóveis surdos. Passou pelas lojas com produtos coloridos e viu pequenos monturos sob suas fachadas coruscantes. Em um, inadvertidamente, quase tropeçou e notou o leve movimento dos cobertores e do colchão finíssimo e manchado até o momento em que uma cabeça desgrenhada, com olhos enormes e vermelhos, saiu do casulo e olhou para o nada. Ele já ia longe, envergonhado por não ter pedido desculpas.

No segundo dia, bem de manhãzinha, acordou e foi à periferia da grande cidade que se vendia como modelo e como melhor destino para investir e para morar. Chovia. Mal conseguiu ficar de pé nas vielas encardidas e no chão de barro batido. Das pequenas janelas de alumínio ou de madeira, ouvia-se o som de muitas vozes, amontoadas nos cubículos. A luz dos poucos postes ainda estava acesa por causa do dia cinza. Os fios se amontoavam no topo dos postes como um novelo de lã e muitos fios sem pontas pendiam quase até o chão. Algumas pessoas passavam, apressadas pela chuva, em sombrinhas destrambelhadas. O comércio local começava a abrir suas portas cheias de cadeados. Parecia que ninguém queria começar o dia, aquele dia, nenhum dia mais.

No terceiro dia, foi a uma ocupação e ficou pouco por lá, porque não estava se sentindo bem. Uma mulher que morava em uma barraca de plásticos pretos, papelão de caixas de supermercados e ripas de madeira arrancadas a uma cerca qualquer, notou-o e ofereceu ajuda. Ele olhou demoradamente para ela e balbuciou um agradecimento. Ela sumiu por um momento, voltou com um copo de água e uma banana. Julgou que fosse sede ou fome. Ele recusou a banana e bebeu água sem deixar de pensar na sua procedência. Pela segunda vez, naqueles primeiros dias, sentiu vergonha de si mesmo.

No quarto e quinto dias, ele viajou pelo país, indo ao interior de vários estados, dos lugares quentes e secos aos úmidos e verdes e também às pequenas cidades dos morros e aos balneários de lindos mares verdes de águas mornas. Conversou com as pessoas sentadas nos bancos das praças com velhos coretos sem uso ou nas escadarias que levavam para as igrejas pintadas de salmão ou pêssego, ou verde-claro ou azul da cor da Virgem. Mulheres com o rosto coberto e o rosário na mão passavam pelos pedintes como se eles fossem manchas nos muros, garatujas nas paredes descascadas pelo tempo e pela umidade. Ouviu conversas nos sítios e fazendas, nas áreas de plantação, nos amplos currais, próximos aos criadouros de peixes, homens e mulheres trabalhando, produzindo, orgulhosos e desconfiados, com um olhar duro no rosto, um temor dos outros, do tempo, de tudo. Também não se quedou muito por ali; era visto com desconfiança, um certo ressentimento de suas roupas puídas e suas sandálias gastas. Logo apareceu um guarda, dois, três, perguntando o que fazia ali, de onde tinha vindo, quanto tempo iria ficar. Baixou a cabeça, murmurou respostas e foi embora. Outra vez sentiu vergonha. Mas, desta vez, não foi de si.

No sexto dia, conheceu a terra dos índios e dos quilombolas, e chorou com eles. Viu as matas derrubadas, os rios leitosos e os peixes com as barrigas para cima. Ouviu o silêncio triste da ausência dos bichos na mata. Ali havia um temor que não era o da desconfiança, mas o do desamparo. Uma esperança havia perecido naquelas terras, a fertilidade do amanhã agora não passava de uma lembrança de outros tempos, de um tempo imaginado que haveria se a floresta ficasse de pé, os ares protegidos, os bichos, as gentes que ali viviam sua vida pacata. 

No sétimo dia, a decisão estava tomada. Pôs sua melhor roupa, pegou seus documentos e foi para a escola. Chegou lá e o movimento já era grande. Procurou sua seção, esperou alguns minutos, uma estranha ansiedade apertando o seu peito. Chegou sua vez, identificou-se, a moça simpática na pequena mesa escolar indicou-lhe a cabine. E ele escolheu, apertando a tecla verde com uma alegria infantil.

*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo.
@profdanielmedeiros

Edital:Renovação de Licença

A C.Vale Cooperativa Agroindustrial torna público que recebeu do IAT, Renovação de Licença de Operação para Depósito e Comércio de Agrotóxicos instalada na Av. Antônio Volpato 2014, Município de Sarandi. Licença n° 253462. Validade até 14/09/2027.

Atleta paranaense está em Portugal, onde disputa mundial de Paracanoagem

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Raphael dos Santos representa o Brasil na competição que está marcada para os dias 26 de setembro e 2 de outubro, com a participação de mais de 20 países

O paratleta paranaense Raphael dos Santos acaba de desembarcar em Portugal para o Mundial de Paracanoagem. Na expectativa de trazer uma medalha para o Brasil, ele lembra dos vários desafios pelos quais teve que passar. “Em 2019, quase desisti do esporte por falta de incentivo do clube onde treinava. Em 2020, com ajuda do meu preparador físico, entrei para o Clube de Regatas Curitiba e me reencontrei”, relata.

Raphael dos Santos recebeu apoio da academia onde frequenta, que também foi em busca de patrocínio para que ele pudesse viajar. “A UPX Sports não mediu esforços para ajudar na minha preparação, e o patrocínio veio de uma empresa de tecnologia para registros eletrônicos de contratos de financiamentos de veículos”, conta o atleta. “Há muitos anos apoiamos projetos de incentivo ao esporte em diversas categorias e áreas, portanto, para nós é uma satisfação sermos patrocinadores de um paratleta como Raphael que, além de superar os desafios impostos pela vida, tem o importante papel de representar o Brasil em Portugal”, comenta o diretor de Comunicação e Marketing da Tecnobank, Cristiano Caporici.

Nas últimas semanas, os treinos se intensificaram, e com a proximidade do mundial, a saúde mental do atleta também foi trabalhada. “Melhorei da ansiedade, consegui controlar meu nervosismo nos últimos treinos e coloquei a cabeça no lugar graças a um colega que trabalha com psicologia do esporte”, revela Raphael. Segundo ele, estar lá e representar o Brasil é um sonho e ganhar a medalha de ouro é o principal objetivo. “O desafio será grande, a competição é de alto nível, mas vou me esforçar ao máximo para trazer esse título para o país em forma de agradecimento por toda ajuda que venho recebendo”, ressalta .

A paracanoagem é um esporte praticado em águas calmas, em ambientes abertos nas categorias KL1, KL2 e KL3, de acordo com o sistema de classificação desse esporte paralímpico. É um movimento que usa adaptações específicas para permitir que pessoas com deficiência o pratiquem adequadamente.

Sobre a Tecnobank 

Investir e apoiar iniciativas culturais selecionadas faz parte do DNA da Tecnobank, com o objetivo de promover a qualidade musical no país e proporcionar cultura como cidadania, conhecimento e qualidade de vida para clientes, colaboradores e seus familiares. Com uma história marcada por inovação tecnológica e evolução contínua, a Tecnobank desenvolve soluções agregadas que geram segurança e agilidade ao processo eletrônico de registro de contratos de financiamento de veículos. Homologada pelos órgãos executivos de trânsito, a Tecnobank, fundada em 2007, tem sede em São Paulo (SP), mas atua em 14 estados brasileiros, com infraestrutura tecnológica de última geração, contribuindo de maneira simples e eficaz com a geração de negócios de milhares de clientes que confiam na nossa experiência, pautada pelos mais rigorosos programas de Compliance, Segurança da Informação e Privacidade & Proteção de Dados. A Tecnobank é certificada como uma excelente empresa para trabalhar, com três prêmios em 2020, e o terceiro selo consecutivo em 2022, concedidos pelo Great Place to Work (GPTW).

Sobre a UPX Sports

A UPX Sports é o maior e mais completo centro esportivo do Paraná. Instalada no campus da Universidade Positivo, em Curitiba, é composta por academia, ginásio olímpico, quadras cobertas e ao ar livre, piscinas adulto e infantil, pista de atletismo, pista de caminhada ao redor do lago  e campo de futebol oficial e society (@upxsports).

Edital: Renovação de Licença

A C.Vale Cooperativa Agroindustrial torna público que recebeu do IAT, Renovação de Licença de Operação para Depósito e Comércio de Agrotóxicos instalada na Av. Antônio Volpato 2014, Município de Sarandi. Licença n° 253462. Validade até 14/09/2027.

O valor do porquê

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Robson Maurício Ghedini*

Uma dúvida sempre abre uma porta. E a porta aberta dá acesso a várias possibilidades, antes impensáveis. Cada pergunta pode levar a infinitas respostas e a um número ainda maior de reflexões sobre elas. Pode-se optar por ter respostas prontas e certas, aceitas por todos, ou se permitir duvidar e ir além nas reflexões. A dúvida, certamente, move nosso ser.

E, se isso vale para nós, adultos vivendo em um mundo estabelecido, muito mais valerá para as crianças, que ainda têm muitos universos de oportunidades para transformá-lo. Permitir uma educação pautada no questionar leva a criança a buscar sempre possibilidades mais amplas. Ao contrário da maioria das pessoas, que aceitam tudo com naturalidade, achando que as coisas são como são, as crianças se dão o direito de questionar.

Neste momento de pós-modernidade, o mundo todo passa por grandes mudanças. Tudo o que era visto como distante tornou-se próximo com o uso da tecnologia. Por outro lado, as relações estão cada vez mais complexas. Como adiantou Bauman, o mundo se tornou líquido – e isso se aplica a tudo. Os valores, pensamentos e respostas definitivas de outrora hoje se tornam relativos. A verdade, por sua vez, tornou-se algo subjetivo. Dependendo de cada um, o certo pode ser errado e vice-versa. Tudo é descartável. A experiência individual está acima de qualquer opinião. Viver para ser (ou parecer) feliz – e mostrar isso constantemente nas redes sociais – é motivação diária para muitos.

A Filosofia surge com a primeira pergunta. E, como se sabe, muitas perguntas surgiram ao longo da história. Entender de onde o ser humano veio, para onde vai ao final de tudo e qual seu propósito são pautas recorrentes. À medida que aceitamos tudo como nos é passado, limitamos nossas crenças e, infelizmente, paramos de buscar por novas explicações, aceitando a resposta do outro como certa. Mas a criança, sendo um ser em construção, precisa ter em sua formação uma Educação voltada ao questionar.

No desenvolvimento infantil, o momento do perguntar muitas vezes parece cansativo e sem fundamento. A criança vê e questiona, procura dar sentido, gerar significado para o que a inquieta. E nós, enquanto adultos, ao dar respostas prontas e rápidas, começamos a moldar a mente infantil a procurar sempre o caminho mais curto e fácil. Quando se insere o “e se?” novas possibilidades se abrem e permitem ao imaginário infantil explorar essas possíveis respostas em conjunto com a família. Mentes questionadoras vão além.

A criança deve brincar, se relacionar com seus colegas, ter carinho e afeto de sua família. Deve ter uma boa educação pautada em valores que permitirão que sua jornada seja repleta de realizações. A escola, assim como o lar, deve ser um local de aceitação, desafio e motivação. E tudo isso precisa estimular que, no desenvolvimento diário, as escolhas sejam feitas da melhor forma possível. Aprender a fazer boas escolhas está diretamente relacionado a ser crítico e ter um olhar mais atento sobre o mundo. A escola tem papel importante em permitir que o estudante possa explorar essas possibilidades.

O ensino precisa estar voltado a despertar mentes inquietas, e não cativas. Ensinar é mostrar um caminho. Como diz o provérbio espanhol, “ao caminhar se fazem caminhos”. Não há outra forma de desenvolver uma mente questionadora, senão pelo incentivo do perguntar. E isso se multiplica, vira possibilidade e, aos poucos, faz parte do ser.

Que seus dias tenham muito mais perguntas que respostas, e que isso te motive a ir além. E, se você não entender o porquê lhe desejo isso… pergunte! Assim começará a sua busca.

*Robson Ghedini é professor de Filosofia e coordenador pedagógico na Conquista Solução Educacional.

Sintomas bucais podem indicar intolerância a glúten

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Manchas, sensibilidade nos dentes, aftas e secura na boca são sinais que podem preceder o diagnóstico da doença celíaca

Inchaço, fadiga, anemia, azia e refluxo ácido, além de dores nas articulações e no abdômen. Esses são os sintomas mais comuns e conhecidos da doença celíaca. No entanto, para além dos sintomas gastrointestinais, ainda é pouco difundido que a intolerância ao glúten pode causar algumas manifestações bucais antes mesmo dos sinais mais comuns, conforme explica o especialista em Estomatologia e professor do curso de Odontologia da Universidade Positivo (UP), Acir José Dirschnabel. “É importantíssimo que sejam realizados exames periódicos no dentista, pois a doença celíaca pode se desenvolver e ser diagnosticada em qualquer etapa da vida, desde a infância até a terceira idade.” Ele também destaca a relevância do papel do dentista em conhecer os sintomas que a doença pode causar, para que possa pedir os exames que detectam a condição.

Segundo Dirschnabel, um dos principais sintomas bucais podem se manifestar já na infância, causando alteração na formação do esmalte dentário. “Quando desenvolvida nessa fase da vida, a doença celíaca pode causar defeito na formação dos dentes permanentes da criança, apresentando manchas amareladas e/ou amarronzadas”, detalha, ressaltando que esse problema no esmalte é principalmente estético, mas, em alguns casos, pode causar sensibilidade dentinária.

O professor aponta que uma secura bucal bastante incômoda também pode ser um dos sintomas da condição, além do aparecimento de aftas recorrentes e extensas. “Os pacientes que sofrem com a doença celíaca sentem a presença constante de aftas na boca e, principalmente, na garganta.”

Apesar dessas condições orais causadas pela doença, não há registros de complicações bucais mais graves por conta da intolerância ao glúten, como associação com o câncer de boca, por exemplo. “O principal fator acometido pela doença é a qualidade nutricional e alimentar do paciente, não somente pelos problemas intestinais, mas também por conta das aftas que acabam limitando o consumo de certos alimentos”, finaliza Dirschnabel.

Conheça a doença

A enteropatia sensível ao glúten, mais conhecida como doença celíaca, é uma enfermidade autoimune causada pela intolerância ao glúten, um composto de dois grupos de proteínas – gliadina e glutenina – que são encontradas em grãos como trigo, cevada e centeio. Ou seja, quem possui a doença não pode comer alimentos como pães, tortas, biscoitos, bolos e massas que têm esses grãos como base, além de bebidas como cerveja, uísque e vodka.

Essa condição é mais comum do que se imagina, com estudos recentes revelando que uma em cada 100 pessoas sofre com a doença. A intolerância ao glúten é uma condição de quem já nasce com uma predisposição genética, mas não é necessariamente iniciada ou diagnosticada já nos primeiros anos de vida.

Sobre a Universidade Positivo

A Universidade Positivo é referência em Ensino Superior entre as IES do Estado do Paraná e é uma marca de reconhecimento nacional. Com salas de aula modernas, laboratórios com tecnologia de ponta e mais de 400 mil metros quadrados de área verde no campus sede, a Universidade Positivo é reconhecida pela experiência educacional de mais de três décadas. A Instituição conta com três unidades em Curitiba (PR), uma em Londrina (PR), uma em Ponta Grossa (PR) e mais de 70 polos de EAD no Brasil. Atualmente, oferece mais de 60 cursos de graduação, centenas de programas de especialização e MBA, cinco programas de mestrado e doutorado, além de cursos de educação continuada, programas de extensão e parcerias internacionais para intercâmbios, cursos e visitas. Além disso, tem sete clínicas de atendimento gratuito à comunidade, que totalizam cerca de 3.500 metros quadrados. Em 2019, a Universidade Positivo foi classificada entre as 100 instituições mais bem colocadas no ranking mundial de sustentabilidade da UI GreenMetric. Desde março de 2020 integra o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Mais informações em up.edu.br/

Elizabeth II: o fim de um reinado, mas não de uma era

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João Alfredo Lopes Nyegray*

Quando Elizabeth Alexandra Mary nasceu, em 1926, o mundo era muito diferente. A crise econômica que abalou o planeta só ocorreria dali 3 anos, a ONU seria fundada apenas em 1945 e a União Soviética tinha apenas 4 anos. Quando se tornou rainha, em 1952, após a morte de seu pai – rei Jorge VI –, Elizabeth II tinha Winston Churchill como primeiro-ministro do Reino Unido. No total, Elizabeth II nomeou 15 primeiros-ministros britânicos – e esse número sobe para 179 pessoas se considerarmos toda a Commonwealth (como é chamada a Comunidade Britânica de Nações). O primeiro a servir Elizabeth, Churchill, nasceu em 1876; e a última nomeada – a recém-empossada Liz Truss – nasceu em 1975.

Em seus 70 anos de reinado, o mais longo da história do Reino Unido, Elizabeth II não apenas viveu ou viu a história, mas foi parte importante dela. Nas décadas de 1950 e 1960, os deveres reais foram conciliados às gravidezes de seus quatro filhos: Charles, agora rei Charles III, nascido, na verdade, em 1948; Anne, nascida em 1950; Andrew, em 1960; e Edward, em 1964. Entre as décadas de 1960 e 1970, Elizabeth presenciou um forte movimento de independência de países que eram parte do Reino Unido. Ao total, mais de 20 nações africanas e caribenhas tornaram-se autônomas.

A década de 1980 trouxe não apenas o casamento entre o então príncipe Charles e Diana Spencer – que passou a ser princesa de Gales – e o nascimento dos netos, mas também a Guerra das Malvinas (ou Falklands War, como preferem os britânicos). O conflito, iniciado em 1982 com a invasão argentina à ilha, terminou com um saldo de 649 soldados argentinos, 255 britânicos e três civis mortos. À época, a primeira-ministra era Margaret Thatcher, e fontes revelaram que o relacionamento entre a rainha e a primeira-ministra nunca foi dos melhores.

Na década de 1990, houve a Guerra do Golfo e, em 1997, um dos episódios mais desafiadores para a monarquia: a morte de Diana. Ainda que não fosse mais casada com Charles, ela era uma figura muito popular. Por isso, a demora da rainha em se manifestar a respeito (o que ocorreu apenas cinco dias após o falecimento da princesa) acabou por revoltar até mesmo os mais fervorosos defensores da monarquia. O que se seguiu, seja em suas palavras à nação, seja no velório de Diana, foi uma reconciliação magistral. Além desse fato, houve outros escândalos que também abalaram a monarquia, mas que encontraram em Elizabeth um porto de segurança. O neto da rainha, príncipe Harry, apareceu fantasiado de nazista para uma festa em Londres, e o filho dela, príncipe Andrew, foi acusado de abuso sexual. Andrew era muito próximo do pedófilo condenado Jeffrey Epstein, e a rainha destituiu o filho de todos os títulos de nobreza.

Em 2022, iniciaram-se as celebrações do Jubileu de Platina, em comemoração aos 70 anos de reinado de Elizabeth. Profundamente admirada pela maior parte de seu povo, a rainha soube conduzir as tradições da monarquia não apenas ao século XXI, mas à modernidade. Charles III inicia seu reinado não apenas à sombra da mãe, uma das figuras mais admiradas do mundo, mas com uma popularidade muito menor. 

Encerrou-se o reinado de Elizabeth, mas não sua era, que deve marcar os próximos monarcas também. Espera-se que o reinado de Charles III seja uma transição entre o período elisabetano e o próximo, de William. Seja como for, Charles e William mantiveram proximidade com Elizabeth, e a memória do convívio e dos ensinamentos deve permanecer e reverberar para as próximas gerações.

*João Alfredo Lopes Nyegray, advogado, graduado em Relações Internacionais,  doutor e mestre em internacionalização e estratégia e especialista em Negócios Internacionais. É coordenador do curso de Comércio Exterior e professor de Geopolítica e Negócios Internacionais na Universidade Positivo (UP). @janyegray

Educação a Distância ajuda indígenas a conquistar o diploma superior

Um exemplo está em Guaíra, no Paraná, onde mais de trinta indígenas fazem faculdade

Desde o ano de 2012, através da Lei de Cotas nº 12.711, os indígenas brasileiros ganharam a possibilidade de ingressar em universidades públicas do país por meio da reserva de vagas. Mas poucos conseguem acesso. Conforme o Censo da Educação Superior de 2018, cerca de 0,68% dos aproximadamente 897 mil indígenas existentes no país, estavam no ensino superior.

Suprindo a necessidade de vagas para essa população, a Educação a Distância (EAD) tem chegado às aldeias indígenas e feito a diferença para essas pessoas. Um exemplo está em Guaíra, no Paraná, onde vivem aproximadamente 1.400 indígenas distribuídos em oito comunidades e vários fazem faculdade.

O polo de EAD do Centro Universitário Cidade Verde (UniCV), existente na cidade, atende a trinta indígenas na graduação, a maioria da aldeia Tekoha Marangatu, onde vivem mais de 500 guaranis.

Películas solares automotivas são alternativas para segurança e climatização

Diploma
Neste mês de setembro, o UniCV foi responsável pela formação da segunda indígena desta tribo. Trata-se de Daniela Acosta, graduada em Pedagogia. Emocionada, a nova profissional disse que passou por muitas dificuldades nos estudos, mas conseguiu superar e “conquistar o sonho do diploma superior”.

Daniela não é a única da família neste caminho. Também a mãe, o irmão, a cunhada, os tios e tias dela estão na faculdade. Falta um ano para o irmão Pedro Montiel terminar a primeira graduação e ele já fala em fazer a segunda. Paulo Martins, um dos tios, diz que sofreu bastante para conseguir acompanhar os conteúdos, porque ficou parado um tempo depois do ensino médio, mas hoje aconselha todo mundo a estudar.

Atenção especial
A professora Giane dos Reis Branco, gestora do polo do UniCV em Guaíra, diz que a Educação a Distância é um meio que atende às necessidades dessa população. “Fazer o curso presencial, para eles, é difícil, porque precisam morar na cidade e isto acaba tendo um custo que não conseguem arcar”, aponta a professora, que procura dar todo tipo de apoio para que estas pessoas consigam alcançar o sonho de fazer uma graduação.

Conforme a professora, ao estudarem, os indígenas sentem-se notados pela sociedade e melhoram as condições de vida. No entanto, ela reconhece que existem barreiras, desde o deslocamento das aldeias até o acesso à internet. Para que possam acompanhar os conteúdos das aulas, os indígenas da Marangatu recebem as apostilas em casa e usam a estrutura do polo para assistir às aulas na internet e realizar as tarefas necessárias.

Formação
A maioria busca os cursos de licenciatura, como Pedagogia, já que o PSS (Processo Seletivo Simplificado), da Secretaria de Estado da Educação, dá a eles o direito de lecionar desde o início do curso nas escolas indígenas espalhadas pelo município. Na Marangatu funciona a maior delas, atendendo a 55 alunos do Ensino Fundamental I.

Embora o acesso dos indígenas ao Ensino Superior não chegue a 1% no país, a presença deles nas universidades vem crescendo ano a ano. O Censo da Educação Superior de 2018 (versão mais recente do levantamento) apontou que 57.706 indígenas estavam matriculados no Ensino Superior, representando um crescimento de 695% em relação a 2010, quando eram 7.256.

Jornalista Valdete São José

Empresa curitibana cria metodologia inédita no mercado de TI, que reduz em 30% o custo de aplicativos e softwares

O desenvolvimento de um aplicativo ou software empresarial nem sempre é uma tarefa fácil, pois demanda tempo e investimento da empresa, além de exigir uma imersão dos programadores na cultura organizacional para entender as funcionalidades necessárias para cada projeto. Por isso, no mercado de Tecnologia da Informação (TI), a adoção do outsourcing – alocação de equipes de programadores de forma terceirizada – é uma prática bastante comum. 

“Apesar de ser amplamente adotado no mercado, este modelo de outsourcing convencional gera muitos desafios para os gestores. As empresas de TI que atuam neste formato de bodyshop, fazem apenas o recrutamento dos programadores e deixam toda a gestão do recurso apenas para o cliente resolver”. E este é apenas um dos problemas que ocorrem ao longo do projeto nesta forma convencional, explica Juliano Haus, CGO da NextAge, empresa curitibana de TI que atua no desenvolvimento de softwares e aplicativos empresariais há mais de 15 anos. 

Pensando em otimizar este processo, a NextAge desenvolveu o Outsourcing 2.0, uma solução inédita no mercado, que reduz o custo de desenvolvimento dos projetos em 30%, desde a concepção até o lançamento do produto. A nova metodologia foi desenvolvida a partir de uma pesquisa realizada com empresas de diferentes portes que apontaram os principais problemas enfrentados na execução dos projetos por meio do outsourcing convencional. Entre as reclamações mais recorrentes estavam a falta de experiência, gestão e de comprometimento dos profissionais alocados.  

“A nossa abordagem prevê a alocação de uma equipe de desenvolvedores, sob o comando de um gerente de projetos, que vai acompanhar todo o processo de desenvolvimento, para que o resultado digital esteja de acordo com as necessidades da empresa”, afirma Juliano Haus que destaca quatro vantagens do Outsourcing 2.0: 

1 – Profissionais Experientes  
No Outsourcing 2.0 pelo menos 50% da equipe alocada é formada por profissionais que trabalham na NextAge, empresa que criou o modelo, e têm desempenho comprovado em trabalhos anteriores. Assim evita-se a alocação de um time inteiro recém contratado do mercado sem a cultura da empresa e sem o conhecimento do desempenho no dia a dia dos projetos.

2 – Curva de Aprendizado 
Um dos principais diferenciais do Outsourcing 2.0 é o período de imersão dos profissionais, para que possam conhecer melhor a cultura organizacional e entender quais as funcionalidades que a plataforma a ser desenvolvida requer. Nesta nova metodologia, a equipe de desenvolvimento busca organizar as informações para demandar o mínimo possível dos departamentos internos da empresa, não atrapalhando assim a rotina da organização. Como os primeiros 30 dias são dedicados a esta curva de aprendizado, a contratante paga apenas parte do valor das horas trabalhadas.  

3 – Gestão do Time
Ao contrário do que ocorre no outsourcing convencional, a gestão da equipe e do desenvolvimento do produto não fica sob a responsabilidade somente do cliente. No Outsourcing 2.0, há o acompanhamento de um gerente de projetos em todas as equipes alocadas. Este profissional fica responsável por gerenciar internamente a equipe e tirar o máximo desempenho do time, se reportando diretamente ao contratante.  

4 – Redução de Custos 
Pela abordagem diferenciada que o Outsourcing 2.0 propõe, os valores praticados são mais competitivos, com um custo previsível que varia entre 30% e 40% a menos do que a média no mercado. Os contratos podem começar pequenos e ser ampliados sob medida, de acordo com as necessidades do cliente. No modelo de outsourcing da NextAge ainda é possível contar com 15 dias de garantia caso a contratante desista do projeto ou queira mudar os profissionais alocados. Além disso, os custos com gerente de projetos não são cobrados pela empresa. 

Mercado em Crescimento 
“Com a transformação digital em curso, impulsionada principalmente pela pandemia de Covid-19, cada vez mais pessoas estão utilizando aplicativos para acessarem produtos e serviços. Com isso as empresas de diferentes portes estão apostando no desenvolvimento de seus próprios apps e, para atender a este mercado em ascensão, investimos na retenção e formação de talentos com equipe própria de desenvolvedores para podermos atender os nossos clientes de forma célere e produtiva”, destaca Juliano Haus.  

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes), o Brasil respondeu no ano passado por 1,65% dos investimentos globais de TI, ocupando a 10ª colocação no ranking mundial. Para 2022, a expectativa é que os investimentos em Tecnologia da Informação aumentem 14,3% no país. 

AVEduo apresenta “AVE, Crianças!” no Domingo Onze e Meia

Para comemorar o mês das crianças, no segundo domingo de outubro (9), o AVEduo apresenta seu trabalho “AVE, Crianças!” no programa Domingo Onze e Meia. Feito especialmente para as crianças, o show será no Conservatório de MPB (Rua Mateus Leme, 66 – São Francisco) das 11h30 às 12h30.
O “AVE, Crianças!” apresenta canções que refletem questões próprias da infância no dia a dia, no contexto cultural e na escola. O repertório conta com músicas regionais, tradicionais e autorais. “As composições para as crianças surgiram a partir da minha experiência na sala de aula e no cotidiano”, pontua a musicista paranaense Andréa Bernardini.
Esse é o terceiro projeto de músicas infantis do duo. O CD “AVE, Crianças”, lançado em abril deste ano, traz 20 canções para os pequenos, mas que pela qualidade, encanta pessoas de todas as idades. “Esse nosso trabalho foi feito com muito amor e carinho para as crianças”, finaliza a cantora argentina Viviana Mena.
A entrada é gratuita.

Sobre o AVEduo
Formado por Andréa Bernardini e Viviana Mena, o AVEduo começou em 2003 e interpreta diferentes modalidades de músicas latino-americanas, MPB, tangos e boleros, cantos sagrados e canções autorais para o público infantil. Andréa é cantora, violonista, percussionista, compositora e também docente na UNESPAR-FAP desde 1992 e autora dos livros didáticos “Música: Viver, Ouvir e Sentir” e “História da Música”, para estudantes da Educação Básica e Ensino Médio. Viviana nasceu em Buenos Aires-Argentina, é cantora, atriz, professora e tradutora, radicada em Curitiba desde 1996. Além de intérprete, é diretora dos espetáculos do AVEduo “Mujeres Latinas”, “Essência Elis”, “Tangos e Boleros”, entre outros.

Serviço:
AVEduo apresenta “AVE, Crianças!”
Data: 09 de outubro (domingo)
Horário: das 11h30 às 12h30
Local: Conservatório de MPB (Rua Mateus Leme, 66 – São Francisco – Curitiba/PR)
Ingressos: gratuitos