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Grandes nomes da música e muito rock ‘n’ roll marcam a final da “Batalha do Rock 2022”

Quatro etapas, 80 bandas inscritas e mais de 20 horas de rock ‘n’ roll. Essa foi a “Batalha do Rock 2022” que consagrou, na noite de ontem (07), as grandes vencedoras dessa edição. A banda Cadillac n’ Roll foi premiada na categoria cover com um clipe e uma sessão de fotos profissional, enquanto na categoria autoral a banda Zion’z foi premiada com um clipe e consultoria exclusiva com o produtor Paulo Baron.

No evento estiveram presentes grandes nomes da música nacional e internacional. Formaram o júri técnico da última noite de competições o guitarrista da banda Angra, Marcelo Barbosa, e o produtor e empresário Paulo Baron; já a entrega dos prêmios às bandas contou com a participação especial do ex-guitarrista da banda norte-americana Guns N’ Roses, Bumblefoot.

Para os vencedores, concursos como esse são sempre muito importantes. “Participar desse tipo de competição é sempre um grande desafio. Foi uma honra apresentar o nosso trabalho para o público, conhecer novas bandas e ainda receber feedbacks de jurados renomados no cenário nacional e internacional. Parabéns a organização do evento pela iniciativa e que outros lugares sigam o exemplo”, comenta Benito Sant’Ana, vocalista da banda Zion’z.

“A experiência de ter participado da batalha do rock, para nós da Cadillac n’ Roll, foi única. Além de unir ainda mais a banda, superamos desafios que achávamos impossíveis. Eventos como esse são de muita importância para os músicos locais que, além de terem a oportunidade de mostrar seu trabalho, proporcionam interação com outros músicos, fortalecendo o cenário musical e a união entre todos”, completa o guitarrista da banda, Tiago Herrmann.

SERVIÇO – YOUROCK BAR

Endereço: Rua Piquiri, 390 – Rebouças

Horários de funcionamento: de terça a quinta-feira das 18h à meia noite, sextas das 18 à 01h, sábados das 17h à 01h e domingos das 15h à meia noite.

Informações e reservas: (41) 99233-4340

Estacionamento: não tem

Formas de pagamento: em dinheiro, via PIX, cartões crédito e débito.

Cinco livros da Editora Maralto recebem selo Altamente Recomendável

Com menos de um ano de atividades, a Editora Maralto – do grupo Arco Educação – comemora uma grande conquista: todos os cinco livros infantis e infantojuvenis publicados em 2021 acabam de receber o Selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) 2022.

Entre as 70 editoras participantes, a Maralto ficou na quarta posição do ranking com mais obras selecionadas (5 ao todo).

A FNLIJ analisa e seleciona anualmente os livros de melhor qualidade publicados no Brasil para fazer parte de seu Acervo Básico. Desse acervo são selecionados os dez melhores livros nas categorias criança, jovem, imagem, poesia, informativo, tradução (criança, jovem e informativo), cujos escritores, ilustradores, tradutores e editores recebem a láurea Altamente Recomendável, criada em 1975.

Na categoria Criança os livros premiados foram Desaforismos, de Raquel Matsushita, e Ninanão, de Daniela Galanti. Na categoria Jovem, os selecionados foram Orbitar, de Alexandre Rampazo, e Uns e outros, histórias de duplas, de João Anzanello Carrascoza e Nelson Cruz. Na categoria Poesia, o reconhecimento foi para Origem, de Anna Cunha.

Feijoada dos Amigos do HC arrecada R$150mil

A 16ª edição da tradicional Feijoada dos Amigos do HC foi um sucesso, com R$19.400 arrecadados durante o leilão realizado no evento. O item de maior valor foi a réplica do histórico capacete verde e amarelo utilizado pelo ídolo Ayrton Senna, no GP Brasil de Fórmula 1 de 1991, arrematado por R$10 mil.

As outras peças leiloadas foram dois conjuntos de joias doados pelo designer Rodrigo Alarcón, arrematados por R$1.000 e R$1.900, respectivamente; a obra “Volta por Cima”, do artista Thiago Pessoa, o “Cearart”, arrematada por R$1.600 e camisetas autografadas do Athletico, Coritiba e do Santos, arrematadas por R$2.500, R$1.700 e R$700, respectivamente.

A feijoada foi oferecida aos presentes pelo buffet Deucher e Deucher, responsável pelos eventos gastronômicos do Clube Curitibano desde 1981. A animação da festa ficou por conta do músico Handerson Banks, na voz e violão e das apresentações surpresa da Escola de Samba Mocidade Azul e dos dançarinos da Dance Show. 

Aproximadamente 800 pessoas compareceram ao evento, resultando em uma arrecadação total superior a R$150 mil reais, somando venda de ingressos e os recursos obtidos com o leilão. “Sem dúvidas, foi o maior evento dos meus seis anos à frente da Associação, juntando os dois mandatos. E foi muito gratificante ver o Salão Azul do Clube Curitibano lotado, a sensação é de dever cumprido”, comemora o presidente da Associação dos Amigos do HC, Pedro de Paula Filho.

O recurso será revertido integralmente para a construção do CEDIVIDA, o Centro de Direitos à Vida da Pessoa Idosa, que já está em obras e vai funcionar ao lado da sede da Associação dos Amigos do HC, no Alto da Glória.

Restaurante Koré inaugura brunch no Dia dos Pais

O Dia dos Pais vai ser mais do que especial no Restaurante Koré. As duas unidades, que ficam dentro dos novos hotéis Qoya e Suryaa, vão aproveitar a data tão significativa para estrear o brunch de domingo. No dia 14, pais e filhos poderão aproveitar a refeição estendida com delícias servidas tanto no sistema buffet como a la carte. Depois do Dia dos Pais, o brunch permanece fixo aos domingos na unidade do Alphaville Graciosa.

No buffet estarão disponíveis saladas,conservas, frutas, frios, queijos, iogurtes, pães, cereais, bolos e doces como bolo de nozes sem glúten e bomba de chocolate com caramelo salgado. Algumas opções de pratos quentes também estarão no balcão, a exemplo do mignon grelhado ao molho madeira, costeleta de porco assada com molho de whisky, risoto de aspargos com queijo Serra da Canastra e raviolone de abóbora ao molho de manteiga queimada e amêndoas.

No cardápio, há opções do café da manhã, a exemplo dos ovos benedict; omelete de polvo com bottarga; sanduíche de peixe empanado; choripan com linguiça de porco moura; além de pratos principais, como o polvo a la plancha com arroz bomba; risoto de camarão com barriga de porco; carré de cordeiro ao molho de vinho branco. E, claro, as sobremesas: panqueca, espuma de baunilha e mirtilo; suflê de chocolate com toffee e café; torta de limão galego; e kulfi (sorvete de cenoura com cardamomo).

No Koré Qoya cada cliente escolhe uma cerveja ou taça de vinho de cortesia. As demais bebidas são cobradas à parte e incluem cafés, leite, chás, água e sucos. O valor por pessoa é R$ 320 + 10% de taxa de serviço.

Serviço
Brunch de Dia dos Pais Koré
Data: 14/08/2022
Brunch Koré
Data: todos os domingos
Valor: R$ 320 + 10% por pessoa | crianças até 5 anos cortesia | de 6 a 11 anos, 50% do valor | estacionamento cortesia | Pagamento antecipado
Reservas: WhatsApp (41) 3340-4070 | e-mail reservas1@hcchotels.com.br

Endereços:
Qoya Hotel Curitiba
Av. Sete de Setembro, 4.211 – Batel, Curitiba
Horário: das 12h às 15h

Suryaa Lifestyle Hotel
Rua Jaguariaíva, 344 – Alphaville Graciosa, Pinhais/PR
Horário: das 11h30 às 15h

Cardápio completo

Buffet

Saladas e conservas, frutas inteiras, salada de frutas, frios (presunto royale, copa, salame e linguiça blumenau), queijos (meia cura, gorgonzola, Serra da Canastra, comté), iogurtes (grego, frutas, natural e desnatado) pães (brioche, francês fermentação natural, croissant e pão de leite), doces (bolos de laranja, bolo indiano, queijadinha, bolo de nozes sem glúten e bomba de chocolate com caramelo salgado), cereais (castanha de cajú, castanha do pará, nozes, cereais, granola e aveia), pratos quentes (pão de queijo artesanal, bacon, ovos, mignon grelhado ao molho madeira, costeleta de porco assada com molho de whisky, quiche Lorraine, risoto de aspargos com queijo Serra da Canastra, legumes orgânicos grelhados, raviolone de abóbora ao molho de manteiga queimada e amêndoas.

Bebidas

Café cápsula, café passado, leite, água com e sem gás, chás quentes e gelados,

suco de laranja, suco de frutas, suco detox

A la carte

Polvo a la plancha com arroz bomba, risoto de camarão com barriga de porco, sanduíche de peixe empanado, choripan com linguiça de porco moura, omelete de polvo com bottarga, ovos benedict, croquete de rabada com emulsão de agrião, ratatouille, bolinho de legumes com tandoori, carré de cordeiro ao molho de vinho branco, panqueca com espuma de baunilha e mirtilo, suflê de chocolate com toffee e café, torta de limão galego, kulfi (sorvete de cenoura com cardamomo).

A Amazônia não precisa só de internet

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Angela Biscouto*

Do alto, tudo é uma imensidão verde, cortada por rios poderosos repletos de vida. De perto, no entanto, a Amazônia é muito mais que apenas floresta e água. Vive ali boa parte dos nossos povos originários, constituintes de nossa cultura, protetores das matas e da biodiversidade local, além de comunidades repletas de conhecimento e costumes próprios. Toda essa riqueza material e imaterial não estão e nem devem estar, é claro, alheias ao que acontece no restante do mundo. Dependemos da Amazônia em dimensões que vão muito além da nossa compreensão consciente.

Por isso, chama a atenção de todos quando alguém promete conectar 19 mil escolas da região à internet, como fez recentemente o bilionário sul-africano Elon Musk, em visita ao Brasil no fim de maio. Embora a iniciativa tenha sido muito comentada, não é novidade a tentativa de levar internet aos recantos mais distantes da Amazônia. Existe, há muitos anos, um programa destinado a levar internet via fluvial para escolas que têm a impossibilidade de manter em sua equipe professores especializados, principalmente para os Anos Finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Estamos falando de professores de História, Química, Física e outros componentes curriculares. A solução proposta é de que esses estudantes tenham um tutor generalista em sala de aula e aulas on-line, ao vivo, ministradas por esses especialistas. Essa experiência existente, traz possibilidades ricas de acesso ao saber institucionalizado e carrega, também, as limitações de uma aprendizagem sem a troca olho no olho e sem a presença deste educador no espaço físico da escola. 

Naturalmente, essa não é uma solução onipresente, no sentido de que não é toda escola da região que conta com ela – e funciona em alguns lugares melhor que em outros. Entretanto, precisamos nos lembrar que as possibilidades de conexão não solucionam todas as questões envolvidas na Educação de um território tão vasto e diverso. A internet apenas ameniza algumas das lacunas existentes. Educação, afinal, se faz na troca, na partilha, no estar junto. Só conectar essas escolas à internet, portanto, não é suficiente.

São três os fatores que propiciam que a aprendizagem junto da Tecnologia Educacional aconteça em plenitude. Tecnologia, Metodologia e Mediação. Tecnologia e Metodologia são fundamentais, é claro. Quanto melhor pudermos aplicar essas duas ferramentas às necessidades educacionais, melhor será o processo de apropriação do conhecimento. Sem a Mediação, porém, que é o trabalho realizado pelo professor, no corpo a corpo, nenhum dos dois primeiros fatores é o bastante.

Fornecer internet não é, necessariamente, trazer para dentro da escola saberes e conteúdos adequados. No dia a dia, é o professor que precisa saber quais as implicações éticas, políticas e morais do uso da internet. A cidadania digital também precisa ser construída por todos que compõem a comunidade escolar. Estar conectado não é apenas entregar a Tecnologia e virar as costas. 

Além disso, há outro aspecto da promessa da Starlink a ser observado: por quais meios esses estudantes terão acesso à internet oferecida pela empresa? Qual é o custo para providenciar não apenas a conexão, mas os equipamentos que a utilizam? Quanto esse projeto vai exigir em outros recursos e de onde esses recursos sairão? A Tecnologia está posta e é bem-vinda, mas não podemos nos esquecer de trazer, junto dela, a Metodologia e a Mediação.

Outro detalhe a ser observado é a viabilidade das promessas feitas por Musk. Talvez seja o caso de olhar para experiências prévias da Starlink nesse sentido. O programa de internet via satélite da empresa já existe há algum tempo em lugares como a Europa e a América do Norte. São áreas com desafios muito menos significativos, em termos de logística e área de cobertura, quando comparadas à Amazônia. E, mesmo nessas áreas, alguns alarmes já soaram. A União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) divulgou uma declaração que afirma que a constelação de satélites de Musk pode ter consequências ainda não previstas sobre nossa compreensão do universo e a proteção de animais selvagens com hábitos noturnos. 

Outro detalhe a ser observado é a viabilidade das promessas feitas por Musk. Talvez seja o caso de olhar para experiências prévias da Starlink nesse sentido. O programa de internet via satélite da empresa já existe há algum tempo em lugares como a Europa e a América do Norte. São áreas com desafios muito menos significativos, em termos de logística e área de cobertura, quando comparadas à Amazônia. E, mesmo nessas áreas, alguns alarmes já soaram. A União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) divulgou uma declaração que afirma que a constelação de satélites de Musk pode ter consequências ainda não previstas sobre nossa compreensão do universo e a proteção de animais selvagens com hábitos noturnos.

À luz dos tristes acontecimentos recentes no Vale do Javari, fica claro que os estudantes da Amazônia não precisam apenas de internet, mas de uma atenção cuidadosa para seu cotidiano muitas vezes marcado pelo medo, pela violência e pela precariedade. Urge a necessidade de entendermos e respeitarmos os contextos e trazermos escuta e atenção para as necessidades primordiais dessas comunidades, antes de impor ofertas pautadas em critérios externos aos que vivem e constroem esses lugares físicos e simbólicos. Sejamos escuta ativa, olhar atento e respeito a quem recebe, antes de querer se constituir como o benfeitor que entrega.

*Angela Biscouto é coordenadora pedagógica do Sistema de Ensino Aprende Brasil.

Edital: Aviso de Licitação

AVISO DE LICITAÇÃO

EDITAL Nº 041/2022 – TOMADA DE PREÇOS Nº 007/2022

OBJETO: Prestação de serviços de engenharia para a reforma de edificação localizada em Cianorte-PR. Tipo de Licitação: Menor preço. Regime de Execução: Empreitada por preço unitário. Preço Máximo: R$ 41.129,31. Edital disponível a partir do dia 04/agosto/2022, na sede estadual do CREA-PR, na Rua: Dr. Zamenhof, 35, Alto da Glória, Curitiba – PR, ou pela Internet, por meio do endereço www.crea-pr.org.br/ws/licitacoes-do-crea-prLimite e local para o recebimento dos envelopes contendo a documentação de habilitação e propostas de preços, bem como horário e local da sessão de abertura: respectivamente 08h30min e 09h00min de 25/AGOSTO/2022, ambos na Sede Estadual do Crea-PR, localizada na Rua Dr. Zamenhof, n.º 35 – Alto da Glória, Curitiba – PR, CEP 80.030-320.

Curitiba, 04 de agosto de 2022.

Sandro Luís Marangoni

Presidente da CPL

Edital : Aviso de licitação

AVISO DE LICITAÇÃO

EDITAL Nº 041/2022 – TOMADA DE PREÇOS Nº 007/2022

OBJETO: Prestação de serviços de engenharia para a reforma de edificação localizada em Cianorte-PR. Tipo de Licitação: Menor preço. Regime de Execução: Empreitada por preço unitário. Preço Máximo: R$ 41.129,31. Edital disponível a partir do dia 04/agosto/2022, na sede estadual do CREA-PR, na Rua: Dr. Zamenhof, 35, Alto da Glória, Curitiba – PR, ou pela Internet, por meio do endereço www.crea-pr.org.br/ws/licitacoes-do-crea-prLimite e local para o recebimento dos envelopes contendo a documentação de habilitação e propostas de preços, bem como horário e local da sessão de abertura: respectivamente 08h30min e 09h00min de 25/AGOSTO/2022, ambos na Sede Estadual do Crea-PR, localizada na Rua Dr. Zamenhof, n.º 35 – Alto da Glória, Curitiba – PR, CEP 80.030-320.

Curitiba, 04 de agosto de 2022.

Sandro Luís Marangoni

Presidente da CPL

Guerras, guerras e guerras discursivas: cancelar Dostoiévski?

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Benedito Costa Neto Filho*

Já contei esta história outras vezes, mas ela sempre volta como um exemplo da cegueira que viraliza em épocas de guerra. Encontrei uma amiga alemã num mercado paulista na época da “Guerra das Malvinas” (ela, inclusive, não usava “Malvinas” e, sim, “Falklands”). Eufórica, ela me disse que não estava comprando maçãs, que eram argentinas. Assim, segundo ela, ajudava os ingleses. De fato, não apenas ela: a própria mídia brasileira (notadamente a revista Veja) parecia apoiar os ingleses.

O outro exemplo com o qual quero começar a pequena avaliação é um encontro recente. Dei aulas de português para um ucraniano que tentava morar no Brasil, um jovem de 26 anos. Como ele não tinha dinheiro, ensinaria português a ele e ele, russo e ucraniano para mim. Até aí, tudo bem. Mas, quando eu perguntava sobre o ucraniano, via que ele ficava irrequieto, quase ofendido. E explico a razão: para muitos jovens ucranianos e bielo-russos e demais jovens de ex-repúblicas soviéticas, é vergonhoso usar o idioma materno, pois o russo foi usado na escola e é uma língua “culta”. Caso o leitor não se lembre, a língua usada por Volodymyr Zelenski até há pouco tempo era o russo e não o ucraniano.

Então, comecemos por aqui: uma alemã deixando de comprar maçãs argentinas e um jovem que considera sua língua materna estigmatizada frente à língua do conquistador.

Recentemente, temos visto casos de boicote, cancelamento (nos dois sentidos atuais de cancelar), proibições etc., a produtos russos: temos o boicote a produtos culturais – exemplos são a proibição à leitura de Dostoiévski e o cancelamento de apresentações da cantora lírica Ana Netrebko, tanto na Rússia quanto fora dela, em Nova York, por exemplo –, o boicote à apresentação de atletas russos em campeonatos internacionais, e ainda o boicote a produtos de origem russa.

O boicote a produtos “inimigos” é uma tática de guerra bastante antiga. Quando os romanos da época de Cleópatra perceberam que poderiam ficar sem o trigo egípcio, resolveram atacá-lo. E assim ocorre hoje, similarmente, com gás, petróleo e soja. Evidentemente que o boicote a produtos do inimigo não tem função “apenas” econômica: se deixo de consumir o que de melhor ele tem em termos de produção cultural e técnica (seja literatura, música ou o esporte), trata-se de uma humilhação. E o boicote não ocorre em apenas uma via – o presidente americano Jimmy Carter pediu ao comitê americano que não enviasse atletas a Moscou, em 1980. O comitê acatou o pedido e ainda foi seguido por mais 61 países alinhados aos americanos. Qual o resultado prático disso? Mais medalhas para os países alinhados a Moscou, uma cicatriz que os jogos jamais viriam sarar, e um resultado discursivo que ecoa até hoje. E é bom para os governos ter o apoio de um sem número de pessoas que não entendem nada da verdadeira situação político-econômica desses países.

Embora o mundo soviético como minha geração tenha aprendido na escola – cujo teor “satânico” também víamos na igreja – tenha acabado, ainda se pensa a Rússia como o epicentro de um modo de pensar o mundo atrás da cortina de ferro. Atores famosos, como Ben Stiller, vão à Ucrânia saudar como herói o sujeito que até pouco tempo atrás era considerado um dos bastiões da extrema direita no planeta; Madonna se deixa fotografar com um vestido em forma de coração com as cores da Ucrânia; representantes do G7 têm tratado Zelenski como o coitado, espremido pelas forças russas num entrave geográfico qualquer, o que ele definitivamente não é. Evidentemente, toda guerra é injusta para a população civil que é a que mais sofre, e este pequeno texto não é uma defesa da política internacional de Putin, mas esses espetáculos midiáticos propagados por americanos como Stiller e europeus, como os representantes do G7, têm a profundidade da ação da minha amiga alemã num mercado paulista: recusar-se a comprar uma maçã argentina para ajudar a Inglaterra. Funciona? Em partes, sim.

E grande parte da mídia brasileira não ajuda em nada no entendimento da coisa toda. A CGJ chama a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de “forças ocidentais” e descreve a invasão da Ucrânia como uma guerra entre Ocidente e Oriente. Podiam se dedicar mais e explicar isso melhor. Nem a OTAN é uma “aliança ocidental” tampouco a invasão da Ucrânia por Putin é uma guerra ocidental-oriental, a não ser que o jornalismo da Globo tenha mudado toda a noção de “ocidente” e “oriente”, e só eles saibam disso, e tenha mudado também a biografia de Zelenski e todo o interesse que a OTAN tem na região geográfica da Ucrânia.

A invasão decidida por Putin, a sangrenta invasão de Putin, não é algo que começou hoje, tampouco a situação da Criméia e a de territórios separatistas ucranianos. Putin sente-se ameaçado pelo cinturão de países que a cada década se aliam aos interesses americanos e de parte do continente europeu alinhado, por sua vez, aos interesses americanos. Boicotar Ana Netrebko ou os livros de Dostoiévski, que, aliás, mostrou os horrores das prisões russas, assim como o fez Tchekhov, não resolve em nada o sofrimento do povo ucraniano. Desconhecer a história recente da Ucrânia também não ajuda.

*Benedito Costa Neto Filho, doutor em Letras, é professor dos cursos de Comunicação, Pedagogia e da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo (UP).

Como nascem os monstros

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Daniel Medeiros*

O homem tenta roubar a bicicleta do outro em pleno centro da cidade e as pessoas que passavam pelo local o derrubam. Um dos passantes dá uma chave de braço e o ladrão perde a consciência. As pessoas aplaudem. Quando a polícia chega, o corpo está estendido no chão, sem vida. Ninguém sabe o que aconteceu, exceto que se tratava de um ladrão de bicicletas.

O segurança desconfia da moça negra dentro da loja de perfumes. Aproxima-se dela e pede que ela lhe entregue a bolsa. A mulher reage e começa a xingá-lo. Outros dois seguranças aparecem e a arrastam para um área reservada, onde começam a agredi-la com chutes e socos. A moça bate com a cabeça em uma quina da parede e começa a sangrar muito. O serviço médico é acionado e ela é levada, inconsciente, para o hospital, onde chega sem vida. Ninguém repara na bolsa que fica largada no chão da loja. Dentro, havia documentos e pertences pessoais. Nenhum perfume.

O soldado da nação agressora é preso e admite que atirou nas costas de um cidadão comum da cidade invadida, em plena luz do dia. O soldado é muito jovem e tem olhos assustados. Afirma que “eram as ordens”. Ouve a sentença de morte dos juízes por meio da tradutora que repete, próxima ao seu ouvido, as palavras ditas em uma língua que não entende. Apenas balança a cabeça, como quem avalia o preço de sua obediência.

A juíza diz “você pode aguentar mais um pouquinho?”, para a menina de onze anos, vítima de estupro dentro de sua própria casa e grávida de quase sete meses. Uma criança com uma criança, não compreende o que aquela mulher lhe propõe, não compreende o que está acontecendo desde o momento em que aqueles nos quais ela mais confiava submeteram seu corpo àquele tormento. E, ainda sem compreender, torna-se o centro de um debate do qual os que falam não protagonizam nada. Só há essa criança, o agressor adolescente, uma casa que deveria ser guarida, um bebê fruto-vítima e uma decisão inadiável. 

O cidadão não admite ter de se dirigir àquela mulher como “chefe” e, principalmente, ter a sua atenção chamada por ela. “Quem ela pensa que é”, pergunta-se, enquanto o sangue ferve de indignação. Toda a sua formação está de cabeça para baixo. Ele é quem deveria estar no comando, determinando, organizando e sendo magnânimo quando achasse que isso fosse conveniente. Mas, uma mulher é quem manda e não gosta do que ele faz. “Quem é ela para gostar de alguma coisa?” Não se contém e quebra-lhe a cara. “Recado dado”, pensa, enquanto é detido pelos seguranças do prédio.

As duas moças, no bar, beijam-se, até que são surpreendidas por um homem furioso. Ele xinga, diz que vai puxar a cinta para dar uma lição nelas, que elas eram duas crianças e não deveriam estar fazendo aquela sem-vergonhice, mas que era isso, aquela geração não prestava mesmo, por isso que não deveria haver livre arbítrio. Uma das moças retruca e ele joga um banco de madeira nela. Ninguém intervém. Uma mulher pediu para chamarem a polícia. Fizeram um boletim de ocorrência.

O indigenista e o jornalista morreram em uma das áreas mais violentas do país, sem presença do Estado e entregue aos madeireiros e garimpeiros ilegais. A morte violenta dos dois chocou a opinião pública mundial. As principais agências de Direitos Humanos exigem uma explicação das autoridades brasileiras, principalmente em face das reiteradas declarações oficiais criticando as ONGs ambientalistas e os movimentos de defesa dos direitos dos indígenas. Nas redes sociais, muitos comentários afirmam, categoricamente,  que “os dois sabiam no que estavam se metendo” e que “aquela região é área do tráfico de drogas” e que agora “só falta querer responsabilizar o presidente por estarem no lugar errado, na hora errada”. 

Como disse Hannah Arendt: Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime.

Assim nascem os monstros.


*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo.

daniemedeiros.articulista@gmail.com

@profdanielmedeiros

Feira dos Pais acontece no final de semana em Curitiba com opções únicas para presentear

Evento também tem caráter beneficente e valoriza o empreendedorismo feminino

De 5 a 7 de agosto, a AABB Tarumã recebe a Feira dos Pais, evento pioneiro promovido e organizado pela Universo Compartilhado Colab. A ideia do evento é reunir em um só lugar opções de presentes para pais de todas as idades e estilos, movimentando o empreendedorismo feminino.

Serão mais de 60 expositores por dia com um grande número de itens para agradar também a todos os bolsos. A Feira dos Pais terá produtos exclusivos, artesanais e empreendedores de Curitiba e região.

Entre as marcas confirmadas estão, Erreô Multibrand, Carla Gomes, Fabiana Manini/ Avati, Dinara Zanon Doceria, Nany Paper, Ateliê Tani Art, Luisa Cass Store, Sam´s Club, Canto da Mônica, Ateliê da Luluzinha Pijamas, DBK Luxo nos Pés, Soap By Nice, Black Ink Tatoo e Piercing, Artepan, entre outros.

Entre os expositores, também haverá espaço para elas, que vão comprar o presente dos pais e podem aproveitar para conferir as promoções, com destaque para No Cabide Modas, Toquinho Modas, Ateliê Tica Maria, Elisete Cruz Taróloga, Urban Ladies Brechó, Passionnée Art, Memories Mesa & Decor, entre outras marcas.

“Na Feira dos Pais, o visitante também pode encontrar pagamento facilitado no pix ou em dinheiro e produtos artesanais, exclusivos. Por isso, a Feira é uma grande oportunidade para quem ainda não comprou o presente para os pais e deseja incentivar o comércio local”, diz Valéria Andrade (Val), organizadora do evento pela Universo Compartilhado Colab.

A entrada na Feira é gratuita, mas quem quiser, pode doar itens de higiene pessoal para doação para a Casa de Recuperação Nova Vida (CRENVI) que há mais de 40 anos trata pessoas em recuperação de dependência química. Entre os itens sugeridos estão sabonetes, escovas de dente, pastas de dente, shampoo, condicionador, absorvente, tintura para cabelo, esmalte de unhas, papel higiênico e outros itens.

Serviço: Feira dos Pais
De 5 a 7 de agosto
Horário: das 10h às 20h
Local: AABB – Av. Victor Ferreira do Amaral, 771 Tarumã
Informações (41) 9 9286 9641
Evento gratuito, com contribuição voluntária de material de higiene para doação.
Instagram: @feiras.universo,colab